{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/entretenimento/cultura/615501/sexta-feira-13-relembre-uma-conversa-com-walcyr-monteiro-e-veja-as-principais-lendas-de-belem","headline":"Sexta-feira 13: relembre uma conversa com Walcyr Monteiro e veja as principais lendas de Belém","datePublished":"2020-11-13T16:25:17-03:00","dateModified":"2020-11-13T16:30:20-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Tomas Tavares","url":"/entretenimento/cultura/615501/sexta-feira-13-relembre-uma-conversa-com-walcyr-monteiro-e-veja-as-principais-lendas-de-belem"},"image":"/img/Artigo-Destaque/610000/walcyyr_00615501_0_.jpg?xid=1394474","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Um dos representantes mais sólidos da cultura paraense, principalmente de Belém, Walcyr Monteiro deixa como legado histórias e narrativas que aram por gerações","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;No dia 22 de agosto \\u0026#233; comemorado o Dia do Folclore. A data foi oficializada em 1965 pelo Congresso Nacional Brasileiro, com o intuito de valorizar as hist\\u0026#243;rias e personagens do imagin\\u0026#225;rio e da cultura popular do nosso pa\\u0026#237;s.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No Brasil, a data \\u0026#233; marcada por v\\u0026#225;rias comemora\\u0026#231;\\u0026#245;es, principalmente nas escolas e centros culturais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O folclore nacional \\u0026#233; representado por dan\\u0026#231;as populares, que variam de acordo com cada Regi\\u0026#227;o e tamb\\u0026#233;m por mitos e lendas, como o saci, cobra-grande, mula-sem-cabe\\u0026#231;a, etc.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O \\u0026lt;b\\u0026gt;DOL\\u0026lt;/b\\u0026gt; conversou, no dia 22 de agosto de 2018, com o escritor, jornalista e antrop\\u0026#243;logo \\u0026lt;b\\u0026gt;Walcyr Monteiro\\u0026lt;/b\\u0026gt;, que \\u0026#233; autor de “\\u0026lt;b\\u0026gt;Visagens e Assombra\\u0026#231;\\u0026#245;es de Bel\\u0026#233;m\\u0026lt;/b\\u0026gt;”, um dos livros mais conhecidos sobre o folclore local. A obra \\u0026#233; uma compila\\u0026#231;\\u0026#227;o de diversos contos e hist\\u0026#243;rias sobrenaturais que povoam o imagin\\u0026#225;rio popular da regi\\u0026#227;o amaz\\u0026#244;nica, sobretudo da Regi\\u0026#227;o Metropolitana de Bel\\u0026#233;m.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;DOL\\u0026lt;/b\\u0026gt;: \\u0026lt;i\\u0026gt;O que lhe motivou a pesquisar sobre o assunto?\\u0026lt;/i\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Walcyr\\u0026lt;/b\\u0026gt;: O grande amor que tenho pela Amaz\\u0026#244;nia, pelo Par\\u0026#225;, por Bel\\u0026#233;m! Antigamente, as pessoas colocavam as cadeiras defronte das portas das casa e contavam lendas, mitos e hist\\u0026#243;rias de visagens, assombra\\u0026#231;\\u0026#245;es e encantamentos, tanto de Bel\\u0026#233;m, como de toda Amaz\\u0026#244;nia. Aquela altura Bel\\u0026#233;m n\\u0026#227;o tinha edif\\u0026#237;cios, e, \\u0026#224; noite, s\\u0026#243; as programa\\u0026#231;\\u0026#245;es de cinemas, ou seja, n\\u0026#227;o havia a vida noturna que h\\u0026#225; hoje. Ent\\u0026#227;o contar e ouvir hist\\u0026#243;rias era uma grande divers\\u0026#227;o. E isto aconteceu at\\u0026#233; chegar a televis\\u0026#227;o. Quando esta chegou em Bel\\u0026#233;m, foi uma febre s\\u0026#243;: quem tinha dinheiro, comprou televis\\u0026#227;o, quem n\\u0026#227;o tinha, virou televizinho, ou seja, ia ver televis\\u0026#227;o na casa do vizinho. E as cadeiras sa\\u0026#237;ram defronte das casas para defronte da televis\\u0026#227;o, que \\u0026quot;roubou\\u0026quot; a aten\\u0026#231;\\u0026#227;o de todos para as telenovelas. E com isto deixou-se de contar as hist\\u0026#243;rias. Pensando que ia desaparecer esse tra\\u0026#231;o cultural t\\u0026#227;o fascinante da Regi\\u0026#227;o (e muitas hist\\u0026#243;rias, por falta de registro, realmente desapareceram!), comecei a publicar aos domingos, no jornal \\u0026quot;A Prov\\u0026#237;ncia do Par\\u0026#225;\\u0026quot;, as visagens e assombra\\u0026#231;\\u0026#245;es de Bel\\u0026#233;m, que foi o o inicial para os livros que se seguiram depois.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;DOL\\u0026lt;/b\\u0026gt;: \\u0026lt;i\\u0026gt;Qual a import\\u0026#226;ncia do folclore (sobretudo o local) para a sociedade?\\u0026lt;/i\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Walcyr\\u0026lt;/b\\u0026gt;: O folclore (que significa sabedoria, conhecimento do povo), n\\u0026#227;o se constitui s\\u0026#243; de lendas e mitos, mas tamb\\u0026#233;m das m\\u0026#250;sicas, das dan\\u0026#231;as, dos folguedos, da medicina popular, enfim, de todos os seguimentos do conhecimento humano, que, antes de ser cient\\u0026#237;fico, foi primeiramente popular. Ent\\u0026#227;o o folclore representa um important\\u0026#237;ssimo ramo da Cultura, que precisa e deve ser conhecido por todos, pois representa as nossas pr\\u0026#243;prias ra\\u0026#237;zes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;DOL\\u0026lt;/b\\u0026gt;: \\u0026lt;i\\u0026gt;O senhor acha que um dia essas hist\\u0026#243;rias podem \\u0026quot;cair no esquecimento?\\u0026lt;/i\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Walcyr\\u0026lt;/b\\u0026gt;: Acho que pode sofrer modifica\\u0026#231;\\u0026#245;es, como acontece com todo o saber humano, mas desaparecer, \\u0026quot;cair no esquecimento\\u0026quot; mesmo, jamais!\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;DOL\\u0026lt;/b\\u0026gt;: \\u0026lt;i\\u0026gt;Como o governo ou a sociedade podem incentivar o folclore regional?\\u0026lt;/i\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Walcyr\\u0026lt;/b\\u0026gt;: Com a sua divulga\\u0026#231;\\u0026#227;o nas universidades, nas escolas, nos diversos tipos de agremia\\u0026#231;\\u0026#245;es (al\\u0026#233;m dos grupos folcl\\u0026#243;ricos e parafolcl\\u0026#243;ricos!) e atrav\\u0026#233;s de eventos espec\\u0026#237;ficos, como j\\u0026#225; vem acontecendo. Basta voc\\u0026#234; pensar no Festival de Bois, de Parintins-Amazonas, no Sair\\u0026#233; (Festival de B\\u0026#244;tos), em Alt\\u0026#233;r-do-Ch\\u0026#227;o, Santar\\u0026#233;m-Par\\u0026#225;, no Festival das Tribos, em Juruti-Par\\u0026#225;, e em v\\u0026#225;rios outros eventos, como os que vemos durante a quadra junina, com apresenta\\u0026#231;\\u0026#245;es e concursos de quadrilhas, de bois-bumb\\u0026#225;s, de p\\u0026#225;ssaros, etc.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;WALCYR MONTEIRO (\\u0026lt;i\\u0026gt;in memorian\\u0026lt;/i\\u0026gt;)\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Jornalista profissional, colaborou com diversos jornais e profissionalmente no Jornal do Dia. Professor de n\\u0026#237;vel m\\u0026#233;dio e superior, trabalhou no Instituto do Desenvolvimento Econ\\u0026#244;mico e Social do Par\\u0026#225;- IDESP, na Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo-SECDET, no Centro de Assist\\u0026#234;ncia Gerencial \\u0026#224; Pequena e M\\u0026#233;dia Empresa do Estado do Par\\u0026#225; - CEAG-Par\\u0026#225;, no Instituto de Terras do Par\\u0026#225; - ITERPA, por onde se aposentou. Fez parte de v\\u0026#225;rias organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es culturais, entre as quais o Centro Paraense de Estudos do Folclore, da Academia Paraense de Jornalismo, do Instituto Hist\\u0026#243;rico e Geogr\\u0026#225;fico co Par\\u0026#225;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Recebeu condecora\\u0026#231;\\u0026#245;es e honrarias, destacando-se Medalha do M\\u0026#233;rito Cabanagem, da Assembl\\u0026#233;ia Legislativa do Par\\u0026#225;, A Medalha D. Pedro\\u0026amp;nbsp; II (a mais alta condecora\\u0026#231;\\u0026#227;o do Bombeiro Militar do Par\\u0026#225;), a do M\\u0026#233;rito Judici\\u0026#225;rio, no Grau de Comendador, do Tribunal de Justi\\u0026#231;a do Estado do Par\\u0026#225;, a Medalha Brasileira Folclorista Em\\u0026#233;rito, da Comiss\\u0026#227;o Nacional de Folclore, al\\u0026#233;m de T\\u0026#237;tulos de Cidad\\u0026#227;o de cinco munic\\u0026#237;pios paraenses.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Walcyr Monteiro deixou este mundo no dia 29 de maio de 2019, aos 79 anos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O Par\\u0026#225; e a regi\\u0026#227;o amaz\\u0026#244;nica t\\u0026#234;m um folclore rico. De express\\u0026#245;es art\\u0026#237;sticas, como a m\\u0026#250;sica e a dan\\u0026#231;a a lendas, \\u0026#233; poss\\u0026#237;vel encontrar uma miscel\\u0026#226;nea de costumes distintos dos povos dessa \\u0026#225;rea do Brasil.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Veja algumas:\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;SACI\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A hist\\u0026#243;ria do Saci-Perer\\u0026#234; tem origem nas tribos ind\\u0026#237;genas do Brasil. A criatura \\u0026#233; um menino que usa gorro, tanga vermelha e fuma cachimbo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Originalmente, o Saci era um personagem negro e endiabrado, que tinha as duas pernas e um rabo. Mas a influ\\u0026#234;ncia africana fez com que ele perdesse uma perna lutando capoeira e adquirisse o h\\u0026#225;bito de fumar.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Curiosamente, o gorrinho vermelho adv\\u0026#233;m do folclore portugu\\u0026#234;s. Era usado pelo personagem lend\\u0026#225;rio Trasgo, que tamb\\u0026#233;m possu\\u0026#237;a poderes sobrenaturais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026#201; um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Dizem que ele costuma trocar os ingredientes das cozinheiras, fazendo-as errar nas receitas e preparando um prato com sabor suspeito.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;COBRA GRANDE\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Lenda da Cobra Grande” \\u0026#233; muito popular nas regi\\u0026#245;es Norte, Nordeste e Centro-Oeste do pa\\u0026#237;s. A origem do mito se deve \\u0026#224; exist\\u0026#234;ncia da sucuri, uma cobra que pode ar dos 10 metro de comprimento e que habita os rios brasileiros, principalmente da Amaz\\u0026#244;nia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A lenda tamb\\u0026#233;m tem outros nomes: Cobra Honorato, Norato ou Boiuna e pode ter v\\u0026#225;rias vers\\u0026#245;es.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em uma delas, reza a lenda que uma \\u0026#237;ndia teve dois filhos com apar\\u0026#234;ncia de cobra. Assustada, a m\\u0026#227;e decidiu jog\\u0026#225;-los no rio. Um se chamava Honorato e outra Maria Caninana.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A irm\\u0026#227; de Honorato ficou revoltada e, vez ou outra, derrubava embarca\\u0026#231;\\u0026#245;es, assustava e atacava pessoas, enquanto seu irm\\u0026#227;o era pac\\u0026#237;fico. Um dia, cansado das maldades de Maria, Honorato decide mat\\u0026#225;-la e trazer de volta a paz aos moradores.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ele virava humano nas noites de lua cheia, mas depois voltava \\u0026#224; sua forma de r\\u0026#233;ptil.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A maldi\\u0026#231;\\u0026#227;o s\\u0026#243; seria quebrada se algu\\u0026#233;m desse um golpe na cabe\\u0026#231;a de Honorato, enquanto ele era uma “cobra”, e colocasse leite em sua enorme boca. Um dia, um soldado corajoso conseguiu o feito e libertou o rapaz da maldi\\u0026#231;\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;BOTO\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;font face=\\u0026quot;Titillium Web\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;A“Lenda do Boto” tem origem ind\\u0026#237;gena. Ela \\u0026#233; contata geralmente para justificar uma gravidez aonde a progenitora n\\u0026#227;o sabe quem \\u0026#233; o pai.\\u0026lt;/font\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;font face=\\u0026quot;Titillium Web\\u0026quot;\\u0026gt;Dizem que o animal se transforma em humano, durante as festas juninas, e seduz as mo\\u0026#231;as desacompanhadas. Ap\\u0026#243;s consumar o ato, ele volta para seu habitat, na forma de cet\\u0026#225;ceo, quando n\\u0026#227;o leva a mo\\u0026#231;a junto e a mata afogada.\\u0026lt;/font\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;font face=\\u0026quot;Titillium Web\\u0026quot;\\u0026gt;Curiosamente, os golfinhos e botos t\\u0026#234;m o h\\u0026#225;bito de “estuprar” seres humanos. Ele \\u0026#233; um dos poucos animais que fazem sexo por prazer e h\\u0026#225; diversos casos registrados em v\\u0026#237;deos dos animais tentando ter rela\\u0026#231;\\u0026#245;es sexuais com um humano.\\u0026lt;/font\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;font face=\\u0026quot;Titillium Web\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;MO\\u0026#199;A DA T\\u0026#193;XI\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/font\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Na Bel\\u0026#233;m dos tempos em que ainda n\\u0026#227;o havia chegado sequer televis\\u0026#227;o, eavam pelo imagin\\u0026#225;rio do povo belenense as visagens e assombra\\u0026#231;\\u0026#245;es que cruzaram gera\\u0026#231;\\u0026#245;es atrav\\u0026#233;s das hist\\u0026#243;rias contadas, \\u0026#224; noite, nas portas das casas. Diante de uma cidade tranquila e sem grandes programa\\u0026#231;\\u0026#245;es noturnas, os casos narrados na \\u0026#233;poca davam conta de fantasmas que eavam de t\\u0026#225;xi pela cidade, perambulavam pr\\u0026#243;ximo a igarap\\u0026#233;s e at\\u0026#233; mesmo rezavam diante de cruzeiros. S\\u0026#227;o crendices que permanecem vivas e que ajudam a contar parte dos 402 anos de hist\\u0026#243;ria da cidade das mangueiras.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A hist\\u0026#243;ria de Josephina Conte, a mo\\u0026#231;a do t\\u0026#225;xi, \\u0026#233; contada at\\u0026#233; hoje (Foto: Ricardo Amanaj\\u0026#225;s)\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em um dos corredores principais do Cemit\\u0026#233;rio de Santa Izabel, no bairro do Guam\\u0026#225;, o nome grafado no m\\u0026#225;rmore da sepultura retil\\u0026#237;nea \\u0026#233; apenas o de Josephina Conte, jovem que morreu aos 16 anos de idade. Para muita gente, por\\u0026#233;m, o t\\u0026#250;mulo \\u0026#233; onde repousa a famosa ‘Mo\\u0026#231;a do T\\u0026#225;xi’.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O conto diz que por volta de 22h de certa noite, em Bel\\u0026#233;m, um taxista pegou uma ageira na avenida Independ\\u0026#234;ncia que pediu para seguir at\\u0026#233; a avenida Jos\\u0026#233; Bonif\\u0026#225;cio, em frente ao cemit\\u0026#233;rio de Santa Izabel. Ao chegar no local, a ageira pediu que, na manh\\u0026#227; seguinte, o taxista se dirigisse ao endere\\u0026#231;o da fam\\u0026#237;lia – anotado em um papel - para que recebesse pela corrida.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quando chegava no dia e endere\\u0026#231;o marcado para cobrar o servi\\u0026#231;o, o taxista era informado que a mo\\u0026#231;a a que ele se referia – reconhecida pelo motorista atrav\\u0026#233;s de um retrato – j\\u0026#225; havia falecido. A ageira em quest\\u0026#227;o seria Josephina Conte.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;O ESTRANHO CASO DO DR. X\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Conta a hist\\u0026#243;ria de um m\\u0026#233;dico que viveu em Bel\\u0026#233;m nos tempos \\u0026#225;ureos da borracha e que, em determinada noite, foi acordado por um homem que bateu a sua porta pedindo ajuda para realiza\\u0026#231;\\u0026#227;o de um parto. 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FOLCLORE

Sexta-feira 13: relembre uma conversa com Walcyr Monteiro e veja as principais lendas de Belém

Um dos representantes mais sólidos da cultura paraense, principalmente de Belém, Walcyr Monteiro deixa como legado histórias e narrativas que aram por gerações

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Imagem ilustrativa da notícia Sexta-feira 13: relembre uma conversa com Walcyr Monteiro e veja as principais lendas de Belém camera Reprodução

No dia 22 de agosto é comemorado o Dia do Folclore. A data foi oficializada em 1965 pelo Congresso Nacional Brasileiro, com o intuito de valorizar as histórias e personagens do imaginário e da cultura popular do nosso país.

No Brasil, a data é marcada por várias comemorações, principalmente nas escolas e centros culturais.

O folclore nacional é representado por danças populares, que variam de acordo com cada Região e também por mitos e lendas, como o saci, cobra-grande, mula-sem-cabeça, etc.

O DOL conversou, no dia 22 de agosto de 2018, com o escritor, jornalista e antropólogo Walcyr Monteiro, que é autor de “Visagens e Assombrações de Belém”, um dos livros mais conhecidos sobre o folclore local. A obra é uma compilação de diversos contos e histórias sobrenaturais que povoam o imaginário popular da região amazônica, sobretudo da Região Metropolitana de Belém.

DOL: O que lhe motivou a pesquisar sobre o assunto?

Walcyr: O grande amor que tenho pela Amazônia, pelo Pará, por Belém! Antigamente, as pessoas colocavam as cadeiras defronte das portas das casa e contavam lendas, mitos e histórias de visagens, assombrações e encantamentos, tanto de Belém, como de toda Amazônia. Aquela altura Belém não tinha edifícios, e, à noite, só as programações de cinemas, ou seja, não havia a vida noturna que há hoje. Então contar e ouvir histórias era uma grande diversão. E isto aconteceu até chegar a televisão. Quando esta chegou em Belém, foi uma febre só: quem tinha dinheiro, comprou televisão, quem não tinha, virou televizinho, ou seja, ia ver televisão na casa do vizinho. E as cadeiras saíram defronte das casas para defronte da televisão, que "roubou" a atenção de todos para as telenovelas. E com isto deixou-se de contar as histórias. Pensando que ia desaparecer esse traço cultural tão fascinante da Região (e muitas histórias, por falta de registro, realmente desapareceram!), comecei a publicar aos domingos, no jornal "A Província do Pará", as visagens e assombrações de Belém, que foi o o inicial para os livros que se seguiram depois.

DOL: Qual a importância do folclore (sobretudo o local) para a sociedade?

Walcyr: O folclore (que significa sabedoria, conhecimento do povo), não se constitui só de lendas e mitos, mas também das músicas, das danças, dos folguedos, da medicina popular, enfim, de todos os seguimentos do conhecimento humano, que, antes de ser científico, foi primeiramente popular. Então o folclore representa um importantíssimo ramo da Cultura, que precisa e deve ser conhecido por todos, pois representa as nossas próprias raízes.

DOL: O senhor acha que um dia essas histórias podem "cair no esquecimento?

Walcyr: Acho que pode sofrer modificações, como acontece com todo o saber humano, mas desaparecer, "cair no esquecimento" mesmo, jamais!

DOL: Como o governo ou a sociedade podem incentivar o folclore regional?

Walcyr: Com a sua divulgação nas universidades, nas escolas, nos diversos tipos de agremiações (além dos grupos folclóricos e parafolclóricos!) e através de eventos específicos, como já vem acontecendo. Basta você pensar no Festival de Bois, de Parintins-Amazonas, no Sairé (Festival de Bôtos), em Altér-do-Chão, Santarém-Pará, no Festival das Tribos, em Juruti-Pará, e em vários outros eventos, como os que vemos durante a quadra junina, com apresentações e concursos de quadrilhas, de bois-bumbás, de pássaros, etc.

WALCYR MONTEIRO (in memorian)

Jornalista profissional, colaborou com diversos jornais e profissionalmente no Jornal do Dia. Professor de nível médio e superior, trabalhou no Instituto do Desenvolvimento Econômico e Social do Pará- IDESP, na Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo-SECDET, no Centro de Assistência Gerencial à Pequena e Média Empresa do Estado do Pará - CEAG-Pará, no Instituto de Terras do Pará - ITERPA, por onde se aposentou. Fez parte de várias organizações culturais, entre as quais o Centro Paraense de Estudos do Folclore, da Academia Paraense de Jornalismo, do Instituto Histórico e Geográfico co Pará.

Recebeu condecorações e honrarias, destacando-se Medalha do Mérito Cabanagem, da Assembléia Legislativa do Pará, A Medalha D. Pedro II (a mais alta condecoração do Bombeiro Militar do Pará), a do Mérito Judiciário, no Grau de Comendador, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, a Medalha Brasileira Folclorista Emérito, da Comissão Nacional de Folclore, além de Títulos de Cidadão de cinco municípios paraenses.

Walcyr Monteiro deixou este mundo no dia 29 de maio de 2019, aos 79 anos.

O Pará e a região amazônica têm um folclore rico. De expressões artísticas, como a música e a dança a lendas, é possível encontrar uma miscelânea de costumes distintos dos povos dessa área do Brasil.

Veja algumas:

SACI

A história do Saci-Pererê tem origem nas tribos indígenas do Brasil. A criatura é um menino que usa gorro, tanga vermelha e fuma cachimbo.

Originalmente, o Saci era um personagem negro e endiabrado, que tinha as duas pernas e um rabo. Mas a influência africana fez com que ele perdesse uma perna lutando capoeira e adquirisse o hábito de fumar.

Curiosamente, o gorrinho vermelho advém do folclore português. Era usado pelo personagem lendário Trasgo, que também possuía poderes sobrenaturais.

É um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro.

Dizem que ele costuma trocar os ingredientes das cozinheiras, fazendo-as errar nas receitas e preparando um prato com sabor suspeito.

COBRA GRANDE

“Lenda da Cobra Grande” é muito popular nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. A origem do mito se deve à existência da sucuri, uma cobra que pode ar dos 10 metro de comprimento e que habita os rios brasileiros, principalmente da Amazônia.

A lenda também tem outros nomes: Cobra Honorato, Norato ou Boiuna e pode ter várias versões.

Em uma delas, reza a lenda que uma índia teve dois filhos com aparência de cobra. Assustada, a mãe decidiu jogá-los no rio. Um se chamava Honorato e outra Maria Caninana.

A irmã de Honorato ficou revoltada e, vez ou outra, derrubava embarcações, assustava e atacava pessoas, enquanto seu irmão era pacífico. Um dia, cansado das maldades de Maria, Honorato decide matá-la e trazer de volta a paz aos moradores.

Ele virava humano nas noites de lua cheia, mas depois voltava à sua forma de réptil.

A maldição só seria quebrada se alguém desse um golpe na cabeça de Honorato, enquanto ele era uma “cobra”, e colocasse leite em sua enorme boca. Um dia, um soldado corajoso conseguiu o feito e libertou o rapaz da maldição.

BOTO

A“Lenda do Boto” tem origem indígena. Ela é contata geralmente para justificar uma gravidez aonde a progenitora não sabe quem é o pai.

Dizem que o animal se transforma em humano, durante as festas juninas, e seduz as moças desacompanhadas. Após consumar o ato, ele volta para seu habitat, na forma de cetáceo, quando não leva a moça junto e a mata afogada.

Curiosamente, os golfinhos e botos têm o hábito de “estuprar” seres humanos. Ele é um dos poucos animais que fazem sexo por prazer e há diversos casos registrados em vídeos dos animais tentando ter relações sexuais com um humano.

MOÇA DA TÁXI

Na Belém dos tempos em que ainda não havia chegado sequer televisão, eavam pelo imaginário do povo belenense as visagens e assombrações que cruzaram gerações através das histórias contadas, à noite, nas portas das casas. Diante de uma cidade tranquila e sem grandes programações noturnas, os casos narrados na época davam conta de fantasmas que eavam de táxi pela cidade, perambulavam próximo a igarapés e até mesmo rezavam diante de cruzeiros. São crendices que permanecem vivas e que ajudam a contar parte dos 402 anos de história da cidade das mangueiras.

A história de Josephina Conte, a moça do táxi, é contada até hoje (Foto: Ricardo Amanajás)

Em um dos corredores principais do Cemitério de Santa Izabel, no bairro do Guamá, o nome grafado no mármore da sepultura retilínea é apenas o de Josephina Conte, jovem que morreu aos 16 anos de idade. Para muita gente, porém, o túmulo é onde repousa a famosa ‘Moça do Táxi’.

O conto diz que por volta de 22h de certa noite, em Belém, um taxista pegou uma ageira na avenida Independência que pediu para seguir até a avenida José Bonifácio, em frente ao cemitério de Santa Izabel. Ao chegar no local, a ageira pediu que, na manhã seguinte, o taxista se dirigisse ao endereço da família – anotado em um papel - para que recebesse pela corrida.

Quando chegava no dia e endereço marcado para cobrar o serviço, o taxista era informado que a moça a que ele se referia – reconhecida pelo motorista através de um retrato – já havia falecido. A ageira em questão seria Josephina Conte.

O ESTRANHO CASO DO DR. X

Conta a história de um médico que viveu em Belém nos tempos áureos da borracha e que, em determinada noite, foi acordado por um homem que bateu a sua porta pedindo ajuda para realização de um parto. A história que segue é recheada por mistérios tanto no que diz respeito às pessoas a quem ajudou, quanto ao local para onde foi levado com vendas nos olhos – um quarto luxuoso decorado no estilo do século XVII.

O IGARAPÉ DAS ALMAS

O chamado “igarapé das almas” ficava onde hoje se encontra o canal da avenida Visconde de Souza Franco. Muitas das histórias de visagens contadas antigamente em Belém têm o local como cenário. O igarapé recebeu este nome depois que pessoas relataram ter visto fantasmas de cabanos – pessoas que lutaram durante a Cabanagem – que procuravam pelas armas que teriam escondido no local ainda em vida.

Na história “A Porca do Reduto”, também era para o igarapé que corria uma porca que surgia e sumia misteriosamente depois de circular pelo bairro.

NOIVADO SOBRENATURAL

Conta a história de um rapaz que, durante uma noite de tempestade, conhece uma moça e a pede em noivado. O homem descobre, porém, que a moça em questão já havia morrido: ele encontrou a aliança dada à mulher diante da lápide que indicava a data da morte em 1918.

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