{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/entretenimento/cultura/670442/a-azarada-vida-de-julio-cezar-o-paraense-que-criou-o-balao","headline":"A azarada vida de Julio Cezar, o paraense que criou o balão","datePublished":"2021-09-02T22:25:27-03:00","dateModified":"2021-09-02T23:30:31-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Igor Wilson","url":"/entretenimento/cultura/670442/a-azarada-vida-de-julio-cezar-o-paraense-que-criou-o-balao"},"image":"/img/Artigo-Destaque/670000/SantaMaria-Museedelair-copy_00670442_0_.jpg?xid=1600838","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"A vida de Julio Cezar é digna de um filme. Autodidata, o paraense inventou o balão dirigível, mas teve sua ideia roubada por dois irmãos ses","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Em alguma frente de combate na Guerra do Paraguai (1864 a 1870), um paraense da pequena cidade de Acar\\u0026#225;, no nordeste do Estado, observa o alto. Diante dos olhos incr\\u0026#233;dulos, um bal\\u0026#227;o gigante sobe ao c\\u0026#233;u. Flutuando vagarosamente, como que fazendo charme, o objeto hipnotiza a todos os militares presentes.\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar Ribeiro de Souza, o paraense, tamb\\u0026#233;m permanece est\\u0026#225;tico, como se estivesse presenciando algo sobrenatural. Mil coisas avam a sua cabe\\u0026#231;a naquele momento. Ele ainda n\\u0026#227;o sabia, mas aquele objeto seria o causador das maiores alegrias e tristezas de sua breve vida.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar nascera no dia 13 de junho de 1843, na Vila de S\\u0026#227;o Jo\\u0026#227;o do Acar\\u0026#225;. A vida sofrida de uma regi\\u0026#227;o predominantemente rural o fazia sonhar com a vigorante capital paraense. Considerado um autodidata,\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;chegou a Bel\\u0026#233;m no in\\u0026#237;cio de sua adolesc\\u0026#234;ncia, para realizar os estudos prim\\u0026#225;rios e secund\\u0026#225;rios (parte do ensino fundamental e o m\\u0026#233;dio). Logo ap\\u0026#243;s a conclus\\u0026#227;o dos estudos, o jovem de Acar\\u0026#225; viu mais uma porta se abrir, dessa vez no Rio de Janeiro, cidade onde fez o curso preparat\\u0026#243;rio da Escola Militar. Das terras cariocas, foi convocado para a guerra que definiria para sempre o destino da Am\\u0026#233;rica do Sul e tamb\\u0026#233;m o seu.\\u0026amp;nbsp;\\u0026amp;nbsp;\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;N\\u0026#227;o se sabe ao certo em qual dia e ano\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar testemunhou a subida do bal\\u0026#227;o. O historiador Lu\\u0026#237;s Carlos\\u0026amp;nbsp;Bassalo, docente da Universidade Federal do Par\\u0026#225; e um pesquisador da vida de\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar, diz que o paraense desembarcou em Montevideo no ano de 1866 para compor o Ex\\u0026#233;rcito Brasileiro na regi\\u0026#227;o. O conflito, que colocava em guerra o Paraguai contra Brasil, Argentina e Uruguai, exigia inova\\u0026#231;\\u0026#245;es b\\u0026#233;licas que pudessem ajudar os militares nas batalhas. Foi neste per\\u0026#237;odo que aconteceu a primeira ascens\\u0026#227;o de bal\\u0026#245;es, ainda n\\u0026#227;o dirig\\u0026#237;veis, da hist\\u0026#243;ria da civiliza\\u0026#231;\\u0026#227;o. Um teste, que para o jovem\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar, representou a semente para o que viria a seguir.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Teste militar com bal\\u0026amp;#227;o n\\u0026amp;#227;o-dirig\\u0026amp;#237;vel\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/670000/767x0/balao_00670442_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F670000%2Fbalao_00670442_0_.jpg%3Fxid%3D1600841%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748243000\\u0026amp;amp;xid=1600841\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/670000/767x0/balao_00670442_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F670000%2Fbalao_00670442_0_.jpg%3Fxid%3D1600841%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748243000\\u0026amp;amp;xid=1600841\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Teste militar com bal\\u0026amp;#227;o n\\u0026amp;#227;o-dirig\\u0026amp;#237;vel |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Reprodu\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar retornou da guerra no final de 1869 e n\\u0026#227;o conseguia tirar o bal\\u0026#227;o de sua cabe\\u0026#231;a. Para sobreviver, o paraense se virou como jornalista e tamb\\u0026#233;m como funcion\\u0026#225;rio p\\u0026#250;blico, no entanto, o que o fazia seus olhos brilharem eram os estudos sobre avia\\u0026#231;\\u0026#227;o e balonismo. Dedicava todo seu tempo livre aprofundando conhecimento sobre o universo dos objetos voadores, criou uma teoria para viabilizar a navega\\u0026#231;\\u0026#227;o a\\u0026#233;rea baseado na observa\\u0026#231;\\u0026#227;o do voo dos p\\u0026#225;ssaros, at\\u0026#233; que recebeu aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o do Instituto Polit\\u0026#233;cnico Brasileiro, sediado no Rio de Janeiro, para dar seguimento em seu projeto de realizar o primeiro voo de um bal\\u0026#227;o dirig\\u0026#237;vel do mundo.\\u0026amp;nbsp;\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Nessa altura, a Assembleia Provincial do Par\\u0026#225; aprova a concess\\u0026#227;o de uma subven\\u0026#231;\\u0026#227;o no valor de 20 contos de r\\u0026#233;is para a constru\\u0026#231;\\u0026#227;o de um bal\\u0026#227;o de acordo com seu sistema, condicionada \\u0026#224; aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o do parecer da comiss\\u0026#227;o, o que ocorre em seguida, juntamente com a concess\\u0026#227;o da patente brasileira de seu sistema de navega\\u0026#231;\\u0026#227;o a\\u0026#233;rea, aplic\\u0026#225;vel \\u0026#224; navega\\u0026#231;\\u0026#227;o submarina”, conta o professor\\u0026amp;nbsp;Bassalo.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O que veio a seguir da aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o foi uma s\\u0026#233;rie de testes e exibi\\u0026#231;\\u0026#245;es do bal\\u0026#227;o batizado por ele como Victoria, nome de sua esposa.\\u0026amp;nbsp; Encomendado durante uma viagem a Franca em setembro de 1881, o Victoria n\\u0026#227;o era dirig\\u0026#237;vel, mas impressionou europeus em exibi\\u0026#231;\\u0026#245;es por Paris. Tudo estava dando certo para\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar, que n\\u0026#227;o perdeu tempo e registrou a patente de seu invento em v\\u0026#225;rios pa\\u0026#237;ses. Antes de retornar a Bel\\u0026#233;m, o\\u0026amp;nbsp;acaraense\\u0026amp;nbsp;encomendou junto \\u0026#224; casa La Chambre, em Paris, a constru\\u0026#231;\\u0026#227;o do Santa Maria de Bel\\u0026#233;m, um bal\\u0026#227;o dirig\\u0026#237;vel com 52 metros de comprimento e 10,4 de di\\u0026#226;metro, capaz de ser tripulado por um homem. Chegara o derradeiro momento, voltar para casa e fazer hist\\u0026#243;ria.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar ainda realizou exibi\\u0026#231;\\u0026#245;es do Victoria em Bel\\u0026#233;m e no Rio de Janeiro antes de realizou o primeiro experimento com seu dirig\\u0026#237;vel Santa Maria de Bel\\u0026#233;m. Na capital, o experimento ocorreu na manh\\u0026#227; do Natal de 1881, no hoje bairro da Cidade Velha. Em 1882 foi a vez do Rio de Janeiro.\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;apresentou seu bal\\u0026#227;o na Escola Militar. Entre os presentes, o imperador Dom Pedro II acompanhava tudo atentamente. Para\\u0026amp;nbsp;Julio, ap\\u0026#243;s o per\\u0026#237;odo de testes com seu bal\\u0026#227;o Victoria, era chegada a hora de mostrar ao mundo seu invento principal, Santa Maria de Bel\\u0026#233;m.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;O complexo da avenida Julio Cesar, em Bel\\u0026amp;#233;m\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/670000/767x0/JCESAR_00670442_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F670000%2FJCESAR_00670442_1_.jpg%3Fxid%3D1600842%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748243000\\u0026amp;amp;xid=1600842\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/670000/767x0/JCESAR_00670442_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F670000%2FJCESAR_00670442_1_.jpg%3Fxid%3D1600842%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748243000\\u0026amp;amp;xid=1600842\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; O complexo da avenida Julio Cesar, em Bel\\u0026amp;#233;m |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Reprodu\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;A PRIMEIRA EXIBI\\u0026#199;\\u0026#195;O\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No dia 4 de outubro de 1884\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;realiza a primeira exibi\\u0026#231;\\u0026#227;o do Santa Maria de Bel\\u0026#233;m, tamb\\u0026#233;m na Cidade Velha. No entanto, a experi\\u0026#234;ncia fracassa. “A exemplo do que ocorrera na primeira exposi\\u0026#231;\\u0026#227;o p\\u0026#250;blica, em 4 de outubro de 1880, dificuldades relacionadas \\u0026#224; produ\\u0026#231;\\u0026#227;o de hidrog\\u0026#234;nio impediram a ascens\\u0026#227;o do bal\\u0026#227;o”, explica\\u0026amp;nbsp;Bassalo.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para piorar a situa\\u0026#231;\\u0026#227;o,\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar recebe, logo ap\\u0026#243;s seu fracasso com o dirig\\u0026#237;vel, a not\\u0026#237;cia de que os capit\\u0026#227;es ses Charles\\u0026amp;nbsp;Renard\\u0026amp;nbsp;e Arthur C.\\u0026amp;nbsp;Krebs, com um bal\\u0026#227;o semelhante ao Santa Maria de Bel\\u0026#233;m, tinham realizado pela primeira vez na hist\\u0026#243;ria um percurso fechado a bordo de um bal\\u0026#227;o. Os irm\\u0026#227;os conseguiram voar, retornando ao ponto de partida ap\\u0026#243;s percorrerem quase 7.600 metros durante 23 minutos.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A not\\u0026#237;cia foi um baque para o paraense, que ou a dedicar sua vida tentando provar que a dupla sa havia plagiado seu invento. “Esse acontecimento faz com que\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar Ribeiro de Souza escreva um longo protesto intitulado ‘A Dire\\u0026#231;\\u0026#227;o dos Bal\\u0026#245;es’, publicado na imprensa paraense e encaminhado ao Instituto Polit\\u0026#233;cnico Brasileiro.\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;realizou um requerimento solicitando a prioridade do sistema de bal\\u0026#245;es fusiformes dissim\\u0026#233;tricos, cujo parecer favor\\u0026#225;vel \\u0026#233; aprovado pelo Instituto em 2 setembro de 1885”, detalha\\u0026amp;nbsp;Bassalo\\u0026amp;nbsp;Crispino.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ap\\u0026#243;s comprovar que foi plagiado, as autoridades brasileiras voltam a apoiar o paraense, que retorna \\u0026#224; Europa na tentativa de provar que teve sua ideia roubada.\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;denuncia o caso \\u0026#224; imprensa internacional e convida os capit\\u0026#227;es ses para um debate para esclarecer os fatos. A dupla ignora o convite e mant\\u0026#233;m sil\\u0026#234;ncio.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;O Aeroporto Internacional de Bel\\u0026amp;#233;m tamb\\u0026amp;#233;m \\u0026amp;#233; batizado com o nome do nosso \\u0026amp;quot;pai da avia\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o\\u0026amp;quot;\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/670000/767x0/AERO_00670442_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F670000%2FAERO_00670442_2_.jpg%3Fxid%3D1600843%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748243000\\u0026amp;amp;xid=1600843\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/670000/767x0/AERO_00670442_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F670000%2FAERO_00670442_2_.jpg%3Fxid%3D1600843%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748243000\\u0026amp;amp;xid=1600843\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; O Aeroporto Internacional de Bel\\u0026amp;#233;m tamb\\u0026amp;#233;m \\u0026amp;#233; batizado com o nome do nosso \\u0026amp;quot;pai da avia\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o\\u0026amp;quot; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Infraero\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;O FIM DO SONHO\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Frustrado,\\u0026amp;nbsp;Julio\\u0026amp;nbsp;Cezar volta ao Brasil, onde dedica-se a escrever um livro em franc\\u0026#234;s intitulado “Fiat Lux”. 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A azarada vida de Julio Cezar, o paraense que criou o balão

A vida de Julio Cezar é digna de um filme. Autodidata, o paraense inventou o balão dirigível, mas teve sua ideia roubada por dois irmãos ses

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Imagem ilustrativa da notícia A azarada vida de Julio Cezar, o paraense que criou o balão camera Julio Cezar realizou seu experimento com o balão Santa Maria de Belém, na Cidade Velha. | Reprodução

Em alguma frente de combate na Guerra do Paraguai (1864 a 1870), um paraense da pequena cidade de Acará, no nordeste do Estado, observa o alto. Diante dos olhos incrédulos, um balão gigante sobe ao céu. Flutuando vagarosamente, como que fazendo charme, o objeto hipnotiza a todos os militares presentes. Julio Cezar Ribeiro de Souza, o paraense, também permanece estático, como se estivesse presenciando algo sobrenatural. Mil coisas avam a sua cabeça naquele momento. Ele ainda não sabia, mas aquele objeto seria o causador das maiores alegrias e tristezas de sua breve vida.

Julio Cezar nascera no dia 13 de junho de 1843, na Vila de São João do Acará. A vida sofrida de uma região predominantemente rural o fazia sonhar com a vigorante capital paraense. Considerado um autodidata, Julio chegou a Belém no início de sua adolescência, para realizar os estudos primários e secundários (parte do ensino fundamental e o médio). Logo após a conclusão dos estudos, o jovem de Acará viu mais uma porta se abrir, dessa vez no Rio de Janeiro, cidade onde fez o curso preparatório da Escola Militar. Das terras cariocas, foi convocado para a guerra que definiria para sempre o destino da América do Sul e também o seu.

Não se sabe ao certo em qual dia e ano Julio Cezar testemunhou a subida do balão. O historiador Luís Carlos Bassalo, docente da Universidade Federal do Pará e um pesquisador da vida de Julio Cezar, diz que o paraense desembarcou em Montevideo no ano de 1866 para compor o Exército Brasileiro na região. O conflito, que colocava em guerra o Paraguai contra Brasil, Argentina e Uruguai, exigia inovações bélicas que pudessem ajudar os militares nas batalhas. Foi neste período que aconteceu a primeira ascensão de balões, ainda não dirigíveis, da história da civilização. Um teste, que para o jovem Julio Cezar, representou a semente para o que viria a seguir.

Teste militar com balão não-dirigível
📷 Teste militar com balão não-dirigível |Reprodução

Julio Cezar retornou da guerra no final de 1869 e não conseguia tirar o balão de sua cabeça. Para sobreviver, o paraense se virou como jornalista e também como funcionário público, no entanto, o que o fazia seus olhos brilharem eram os estudos sobre aviação e balonismo. Dedicava todo seu tempo livre aprofundando conhecimento sobre o universo dos objetos voadores, criou uma teoria para viabilizar a navegação aérea baseado na observação do voo dos pássaros, até que recebeu aprovação do Instituto Politécnico Brasileiro, sediado no Rio de Janeiro, para dar seguimento em seu projeto de realizar o primeiro voo de um balão dirigível do mundo.

“Nessa altura, a Assembleia Provincial do Pará aprova a concessão de uma subvenção no valor de 20 contos de réis para a construção de um balão de acordo com seu sistema, condicionada à aprovação do parecer da comissão, o que ocorre em seguida, juntamente com a concessão da patente brasileira de seu sistema de navegação aérea, aplicável à navegação submarina”, conta o professor Bassalo.

O que veio a seguir da aprovação foi uma série de testes e exibições do balão batizado por ele como Victoria, nome de sua esposa. Encomendado durante uma viagem a Franca em setembro de 1881, o Victoria não era dirigível, mas impressionou europeus em exibições por Paris. Tudo estava dando certo para Julio Cezar, que não perdeu tempo e registrou a patente de seu invento em vários países. Antes de retornar a Belém, o acaraense encomendou junto à casa La Chambre, em Paris, a construção do Santa Maria de Belém, um balão dirigível com 52 metros de comprimento e 10,4 de diâmetro, capaz de ser tripulado por um homem. Chegara o derradeiro momento, voltar para casa e fazer história.

Julio Cezar ainda realizou exibições do Victoria em Belém e no Rio de Janeiro antes de realizou o primeiro experimento com seu dirigível Santa Maria de Belém. Na capital, o experimento ocorreu na manhã do Natal de 1881, no hoje bairro da Cidade Velha. Em 1882 foi a vez do Rio de Janeiro. Julio apresentou seu balão na Escola Militar. Entre os presentes, o imperador Dom Pedro II acompanhava tudo atentamente. Para Julio, após o período de testes com seu balão Victoria, era chegada a hora de mostrar ao mundo seu invento principal, Santa Maria de Belém.

O complexo da avenida Julio Cesar, em Belém
📷 O complexo da avenida Julio Cesar, em Belém |Reprodução

A PRIMEIRA EXIBIÇÃO

No dia 4 de outubro de 1884 Julio realiza a primeira exibição do Santa Maria de Belém, também na Cidade Velha. No entanto, a experiência fracassa. “A exemplo do que ocorrera na primeira exposição pública, em 4 de outubro de 1880, dificuldades relacionadas à produção de hidrogênio impediram a ascensão do balão”, explica Bassalo.

Para piorar a situação, Julio Cezar recebe, logo após seu fracasso com o dirigível, a notícia de que os capitães ses Charles Renard e Arthur C. Krebs, com um balão semelhante ao Santa Maria de Belém, tinham realizado pela primeira vez na história um percurso fechado a bordo de um balão. Os irmãos conseguiram voar, retornando ao ponto de partida após percorrerem quase 7.600 metros durante 23 minutos.

A notícia foi um baque para o paraense, que ou a dedicar sua vida tentando provar que a dupla sa havia plagiado seu invento. “Esse acontecimento faz com que Julio Cezar Ribeiro de Souza escreva um longo protesto intitulado ‘A Direção dos Balões’, publicado na imprensa paraense e encaminhado ao Instituto Politécnico Brasileiro. Julio realizou um requerimento solicitando a prioridade do sistema de balões fusiformes dissimétricos, cujo parecer favorável é aprovado pelo Instituto em 2 setembro de 1885”, detalha Bassalo Crispino.

Após comprovar que foi plagiado, as autoridades brasileiras voltam a apoiar o paraense, que retorna à Europa na tentativa de provar que teve sua ideia roubada. Julio denuncia o caso à imprensa internacional e convida os capitães ses para um debate para esclarecer os fatos. A dupla ignora o convite e mantém silêncio.

O Aeroporto Internacional de Belém também é batizado com o nome do nosso "pai da aviação"
📷 O Aeroporto Internacional de Belém também é batizado com o nome do nosso "pai da aviação" |Infraero

O FIM DO SONHO

Frustrado, Julio Cezar volta ao Brasil, onde dedica-se a escrever um livro em francês intitulado “Fiat Lux”. Na publicação, o paraense dá detalhes da história do plágio dos irmãos ses. A desonestidade da dupla dilacerou os sonhos de Julio Cezar. Vendo o sonho de uma vida ser roubado, o paraense vai, aos poucos, se entregando a desilusão, até voltar definitivamente a sua cidade.

Debilitado e sem o devido reconhecimento ao seu trabalho, Julio Cezar morreu em 14 de outubro de 1887, vítima da doença conhecida como beribéri. Morreu imaginando, talvez, que havia vivido seu sonho a troco de nada, mas o reconhecimento veio. Através dos fatos da história, o Pará conseguiu perceber a importância de ter um homem como Julio Cezar, o inventor do balão dirigível. E se a história oficial continua a dar os louros aos irmãos ses, o nome do menino de Acará batizou uma das principais avenidas de Belém e seu aeroporto internacional. Julio Cezar Ribeiro de Souza, o paraense.

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