{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/especiais/897109/mulheres-vivem-entre-suor-e-lagrimas-pelo-sonho-do-futebol-profissional","headline":"Mulheres vivem entre suor e lágrimas pelo sonho do futebol profissional","datePublished":"2025-03-06T18:24:59-03:00","dateModified":"2025-03-07T08:58:28.367-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Laura Vasconcelos","url":"/especiais/897109/mulheres-vivem-entre-suor-e-lagrimas-pelo-sonho-do-futebol-profissional"},"image":"/img/Artigo-Destaque/890000/FUT_00897109_0_.jpg?xid=3019442","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Explore a luta por igualdade e valorização no futebol feminino do Pará, com relatos de atletas e a realidade do esporte na região.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Das muitas lembran\\u0026#231;as afetivas que eu tenho com minha av\\u0026#243;, uma das \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;minhas preferidas \\u0026#233; a nossa tradi\\u0026#231;\\u0026#227;o das quartas-feiras\\u0026lt;/span\\u0026gt;: assistir \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/esporte-para?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;futebol\\u0026lt;/a\\u0026gt;. Lembro de muitas vezes chegar na sala de casa e ela estar sentada na mesa de centro com os dedos cruzados gritando \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;“Pra fora!\\u0026lt;/span\\u0026gt;” quando o time que jogava contra o seu estava no ataque. J\\u0026#225; quando o goleiro tocava na bola antes de ir pela linha de fundo ela dizia: \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;“Escanteio, menos mal”\\u0026lt;/span\\u0026gt; e sorria. Fui aprendendo assim a gostar desse \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/tags/futebol-feminino?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;esporte\\u0026lt;/a\\u0026gt;. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Outra lembran\\u0026#231;a, essa eu gosto menos, \\u0026#233; que, quando crian\\u0026#231;a, meus primos se reuniam em um bar perto da minha casa para ver um jogo e colocavam toldos cobrindo a grade que dava para a rua. Pequena, me esticava na ponta do p\\u0026#233; para tentar ver alguma coisa. \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Quando me viam espiando, me mandavam ir embora porque ali ver futebol “era coisa de homem”.\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Se pararmos para pensar, em 2025, n\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026#227;o \\u0026#233; raro ouvir hist\\u0026#243;rias assim de outras meninas que cresceram no in\\u0026#237;cio do s\\u0026#233;culo e gostavam de futebol na inf\\u0026#226;ncia.\\u0026lt;/span\\u0026gt; Para essa mat\\u0026#233;ria, por exemplo, com as atletas que eu conversei e disse que “era sempre a \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026#250;nica menina no meio dos meninos jogando,\\u0026lt;/span\\u0026gt; vendo jogos ou conversando sobre eles” elas me responderam: “Eu tamb\\u0026#233;m era, sempre somos as \\u0026#250;nicas meninas”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;CONTE\\u0026#218;DOS RELACIONADOS:\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/paysandu/896972/paysandu-torcedoras-fazem-fila-e-lotam-lojas-lobo-por-ingressos?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Paysandu: torcedoras fazem fila e lotam Lojas Lobo por ingressos\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/esporte-brasil/894478/cbf-quer-belem-como-uma-das-sedes-da-copa-feminina-de-2027?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;CBF quer Bel\\u0026#233;m como uma das sedes da Copa feminina de 2027\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/esporte-brasil/894334/cbf-define-confrontos-da-supercopa-feminina-de-2025?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;CBF define confrontos da Supercopa Feminina de 2025\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/mundo/892587/adriana-e-a-brasileira-com-o-e-mais-caro-do-futfem?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Adriana \\u0026#233; a brasileira com o e mais caro do FutFem\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Procurando entender porqu\\u0026#234; somos sempre as \\u0026#250;nicas meninas no meio desse monte de meninos bem aceitos nesse esporte, me interessei pelo futebol feminino e conversei com algumas \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;atletas nos dois maiores clubes de Bel\\u0026#233;m\\u0026lt;/span\\u0026gt;: \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/remo?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Clube do Remo\\u0026lt;/a\\u0026gt; e \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/paysandu?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Paysandu\\u0026lt;/a\\u0026gt;. Todas elas me relataram que enfrentaram, e enfrentam, todos os dias o \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;machismo e o preconceito\\u0026lt;/span\\u0026gt; por serem mulheres e praticarem a modalidade.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em alguns casos, nem precisou ser escrachado para eu perceber que a igualdade entre masculino e feminino ainda est\\u0026#225; muito longe de acontecer. Pequenos detalhes conseguiram deixar escancarado que o\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://dol-br.noticiasalagoandol-br.noticiasalagoanas.com/sociologia/machismo.htm\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://dol-br.noticiasalagoandol-br.noticiasalagoanas.com/sociologia/machismo.htm\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;machismo\\u0026lt;/a\\u0026gt; \\u0026lt;/span\\u0026gt;est\\u0026#225; tamb\\u0026#233;m nas entrelinhas, desde a falta de divulga\\u0026#231;\\u0026#227;o de jogos das meninas, espa\\u0026#231;o de qualidade para treinos e at\\u0026#233; mesmo a falta deles com menos de um m\\u0026#234;s para o in\\u0026#237;cio das competi\\u0026#231;\\u0026#245;es nacionais. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Muito do que ser\\u0026#225; escrito aqui foi feito do ponto de vista da minha observa\\u0026#231;\\u0026#227;o\\u0026lt;/span\\u0026gt; e de alguns relatos que manterei em sigilo a pedido das entrevistadas. Entrei em contato com os clubes para pedir algum posicionamento e, at\\u0026#233; o momento, n\\u0026#227;o obtive resposta. O espa\\u0026#231;o est\\u0026#225; sempre aberto para manifesta\\u0026#231;\\u0026#245;es. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Futebol feminino ainda \\u0026#233; considerado futebol amador\\u0026quot;\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Naquela quinta-feira, pedi para acompanhar um treino do \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Paysandu Feminino\\u0026lt;/span\\u0026gt; e me deram o endere\\u0026#231;o de um campo pr\\u0026#243;ximo a minha casa, mas bem longe da estrutura do rec\\u0026#233;m inaugurado centro de treinamento do clube. Foi meu primeiro questionamento com a situa\\u0026#231;\\u0026#227;o do \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;futebol feminino no Par\\u0026#225;:\\u0026lt;/span\\u0026gt; Por que elas n\\u0026#227;o est\\u0026#227;o treinando no CT?\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Contextualizando: o campeonato paraense de futebol masculino est\\u0026#225; indo para a segunda fase e durante a semana que produzi esta mat\\u0026#233;ria, os homens estavam treinando no CT, que conta com dois campos de futebol prontos e um terceiro em fase de constru\\u0026#231;\\u0026#227;o, onde todos os dias eles, os homens, treinaram no local.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt; Ser\\u0026#225; que n\\u0026#227;o daria para as meninas, que tamb\\u0026#233;m est\\u0026#227;o prestes a estrear em uma competi\\u0026#231;\\u0026#227;o nacional, usar um dos campos para o treinamento? Ou, ser\\u0026#225; que n\\u0026#227;o seria poss\\u0026#237;vel revezar os dias entre homens e mulheres j\\u0026#225; que ambos defendem o mesmo clube?\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Enfim, fui ao treino e conversei com\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt; Glazielle Perotes,\\u0026lt;/span\\u0026gt; de 36 anos, que joga futebol desde os 15. De sorriso f\\u0026#225;cil e um jeito despreocupado, ela parecia ser a mais experiente do time e todas me recomendaram falar com ela. Depois de uma certa relut\\u0026#226;ncia e um pouco de timidez, Perotes me contou que sempre gostou de futebol, jogava ‘travinha’ com os meninos da sua vizinhan\\u0026#231;a e nasceu com a vontade de chutar a bola.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Glazielle Perotes joga futebol desde os 15 anos.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/imagemotimizada---2025-03-05T205439704_00897109_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fimagemotimizada---2025-03-05T205439704_00897109_0_.jpg%3Fxid%3D3019444%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019444\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/imagemotimizada---2025-03-05T205439704_00897109_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fimagemotimizada---2025-03-05T205439704_00897109_0_.jpg%3Fxid%3D3019444%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019444\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Glazielle Perotes joga futebol desde os 15 anos. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Laura Vasconcelos)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Eu sempre gostei, acho que nasceu comigo essa vontade de jogar futebol, de chutar bola, de brincar. Eu me sinto muito feliz quando eu jogo, ent\\u0026#227;o n\\u0026#227;o sei dizer de fato da onde surgiu a vontade, s\\u0026#243; sei que eu amo que eu fa\\u0026#231;o”, disse a volante, que revela na sequencia que o futebol feminino ainda \\u0026#233; tratado como amador no Par\\u0026#225;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;style\\u0026gt;\\r\\n .dol-article-citation {\\r\\n width: 100%;\\r\\n max-width: 755px;\\r\\n height: fit-content;\\r\\n background: #FFFFFF 0% 0% no-repeat padding-box;\\r\\n box-shadow: 0px 0px 20px #1E64B41A;\\r\\n border: 0.5px solid #1E64B478;\\r\\n border-radius: 12px;\\r\\n display: flex;\\r\\n padding: 35px 25px;\\r\\n gap: 20px;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation \\u0026gt; .dol-citation-img{\\r\\n height: 100%;\\r\\n display: flex;\\r\\n justify-content: flex-start;\\r\\n min-height: 180px;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation \\u0026gt; div \\u0026gt; img {\\r\\n width: 53px;\\r\\n height: 46px;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation-container {\\r\\n display: flex;\\r\\n flex-direction: column;\\r\\n gap: 10px;\\r\\n align-items: center;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation-container h2 {\\r\\n font-family: \\u0026quot;Nunito Bold\\u0026quot;;\\r\\n font-size: 28px;\\r\\n line-height: 32px;\\r\\n color: #51768B;\\r\\n text-align: center;\\r\\n }\\r\\n .dol-article-citation-container span {\\r\\n font-family: \\u0026quot;Nunito Regular\\u0026quot;;\\r\\n font-size: 16px;\\r\\n line-height: 22px;\\r\\n color: #51768B;\\r\\n text-align: center;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n \\r\\n @media (max-width: 768px) {\\r\\n .dol-article-citation-container h2 {\\r\\n font-size: 14px;\\r\\n line-height: 19px;\\r\\n margin: 0 !important;\\r\\n }\\r\\n .dol-article-citation-container span {\\r\\n font-size: 12px;\\r\\n line-height: 16px;\\r\\n }\\r\\n .dol-citation-img-left {\\r\\n display: none !important;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation \\u0026gt; .dol-citation-img {\\r\\n min-height: unset;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation \\u0026gt; div \\u0026gt; img {\\r\\n width: 20px;\\r\\n height: 20px;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation {\\r\\n flex-direction: column;\\r\\n align-items: center;\\r\\n gap: 10px;\\r\\n padding: 15px !important;\\r\\n }\\r\\n }\\r\\n\\u0026lt;/style\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\u0026lt;div class=\\u0026quot;dol-article-citation\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;div class=\\u0026quot;dol-citation-img\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;img src=\\u0026quot;/themes/DOL/assets/img/quote-icon-left.svg\\u0026quot; alt=\\u0026quot;quote icon\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/div\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;div class=\\u0026quot;dol-article-citation-container\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;h2\\u0026gt;Falar assim, ‘Ah, eu sou profissional h\\u0026amp;#225; tantos anos’, eu n\\u0026amp;#227;o tenho como te falar isso, porque o futebol feminino no Par\\u0026amp;#225; \\u0026amp;#233; considerado futebol amador. N\\u0026amp;#243;s n\\u0026amp;#227;o somos profissionais, a gente n\\u0026amp;#227;o tem de fato um contrato para dizer: ‘Ah, eu sou profissional h\\u0026amp;#225; tantos anos’ porque nunca assinei contrato com nenhum clube.\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;Grazielle Perotes, Jogadora de futebol\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/div\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;div class=\\u0026quot;dol-citation-img dol-citation-img-left \\u0026quot; style=\\u0026quot;align-items: end;\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;img src=\\u0026quot;/themes/DOL/assets/img/quote-icon.svg\\u0026quot; alt=\\u0026quot;quote icon\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/div\\u0026gt;\\r\\n\\u0026lt;/div\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-size: 1.5em; font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Vai lavar lou\\u0026#231;a\\u0026quot;\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mesmo sem contrato, \\u0026#233; vis\\u0026#237;vel a dedica\\u0026#231;\\u0026#227;o que Perotes e o time tem com os treinos. Isso fica mais evidente quando lembramos o tanto que ocorre uma cobran\\u0026#231;a das mulheres no ambiente machista do futebol, todas querem se dedicar ao m\\u0026#225;ximo para n\\u0026#227;o dar margem a compara\\u0026#231;\\u0026#245;es ou frases preconceituosas. \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;A volante especifica que j\\u0026#225; ouviu, entre muitas coisas, a mandarem “lavar lou\\u0026#231;a” ou “fazer comida”.\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ainda longe de acabar o machismo dentro dos est\\u0026#225;dios, as evolu\\u0026#231;\\u0026#245;es com a modalidade como investimentos dos clubes e uma copa do mundo feminina no Brasil em 2027 s\\u0026#227;o comemoradas pelas atletas, na esperan\\u0026#231;a que haja o incentivo para que mais meninas pratiquem o futebol e sejam vistas com respeito pelas pessoas. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Comparado h\\u0026#225; 15 anos, hoje em dia n\\u0026#243;s estamos muito melhor. Hoje em dia tu v\\u0026#234;s clubes fazendo grandes investimentos, pelo Brasil e fora do Brasil. Ent\\u0026#227;o muito mais meninas j\\u0026#225; vivem propriamente s\\u0026#243; do futebol. Hoje em dia \\u0026#233; incr\\u0026#237;vel, vai vir uma Copa do Mundo feminina aqui no Brasil. A gente espera que com isso cres\\u0026#231;a mais, evolua mais, as pessoas olhem para a gente de uma maneira diferente, com respeito, porque a gente n\\u0026#227;o quer muito, a gente s\\u0026#243; quer respeito”, reflete Perotes. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;“Viver propriamente s\\u0026#243; do futebol”, infelizmente ainda n\\u0026#227;o \\u0026#233; poss\\u0026#237;vel para as meninas do Par\\u0026#225;. \\u0026lt;/span\\u0026gt;Muitas t\\u0026#234;m outros empregos ou s\\u0026#227;o vendedoras para manter a renda da fam\\u0026#237;lia, algumas com filhas pequenas que se distanciam das crian\\u0026#231;as para viver um sonho e precisam lidar com quest\\u0026#245;es femininas como a amamenta\\u0026#231;\\u0026#227;o e a menstrua\\u0026#231;\\u0026#227;o. Al\\u0026#233;m do machismo, elas tamb\\u0026#233;m am por outra forma de discrimina\\u0026#231;\\u0026#227;o: a \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/tags/lgbtq?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;LGBTfobia\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/span\\u0026gt;, mas isso \\u0026#233; assunto para uma outra mat\\u0026#233;ria. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\tVeja o v\\u0026#237;deo de Graziele Perotes:\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;iframe allowfullscreen webkitallowfullscreen mozallowfullscreen src=\\u0026quot;https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/ddf6becdb117f378cf06db723585ea78/6af3d632ce0f31a3c32f07fc33ef780d\\u0026quot; scrolling=\\u0026quot;no\\u0026quot; frameborder=\\u0026quot;0\\u0026quot; allow=\\u0026quot;geolocation; microphone; camera; encrypted-media; midi\\u0026quot; style=\\u0026quot;width: 100%; height: 445px;\\u0026quot; class=\\u0026quot;iframe-samba\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/iframe\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;script src=\\u0026quot;//imasdk.googleapis.com/js/sdkloader/ima3.js\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;/script\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Um dia o futebol feminino vai ser muito valorizado”\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quando minha av\\u0026#243; voltou para Bel\\u0026#233;m anos ap\\u0026#243;s morar no interior, sua paix\\u0026#227;o pelo futebol n\\u0026#227;o ou. Na \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_1950\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Copa de 1950\\u0026lt;/a\\u0026gt;, quando o Brasil parou para ver a primeira copa do mundo no pa\\u0026#237;s, ela era proibida de assistir ao campeonato j\\u0026#225; que, naquela \\u0026#233;poca, o\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt; futebol era proibido para mulheres\\u0026lt;/span\\u0026gt;. Durante nossas conversas, ela me contou que fugia de casa e ia escondida ao\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://pt.wikipedia.org/wiki/Cine_Olympia\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://pt.wikipedia.org/wiki/Cine_Olympia\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Cinema Olympia\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://pt.wikipedia.org/wiki/Cine_Olympia\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026lt;/a\\u0026gt;para ver as partidas. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em 2007, quando eu queria ver minha primeira \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/mundo/886225/fifa-define-datas-da-copa-do-mundo-de-2027-no-brasil?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;copa do mundo feminina,\\u0026lt;/a\\u0026gt; meus primos mais velhos n\\u0026#227;o deixaram, j\\u0026#225; que para eles aquilo n\\u0026#227;o era futebol. Pedi pra minha m\\u0026#227;e comprar uma televis\\u0026#227;o pra mim e instalar no meu quarto, foi a\\u0026#237; que eu descobri \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://dol-br.noticiasalagoandol-br.noticiasalagoanas.com/selecao-brasileira/noticias/noticias-selecao-feminina/a/marta-completa-39-anos\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Marta\\u0026lt;/a\\u0026gt; \\u0026lt;/span\\u0026gt;e \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://dol-br.noticiasalagoandol-br.noticiasalagoanas.com/selecao-brasileira/noticias/noticias-selecao-feminina/a/formiga-completa-47-anos\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Formiga\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://dol-br.noticiasalagoandol-br.noticiasalagoanas.com/selecao-brasileira/noticias/noticias-selecao-feminina/a/formiga-completa-47-anos\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;.\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Formiga e Marta, \\u0026amp;#237;cones da sele\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o e exemplo no futebol feminino\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/WhatsApp-Image-2025-03-06-at-160935_00897109_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2FWhatsApp-Image-2025-03-06-at-160935_00897109_1_.jpg%3Fxid%3D3019445%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019445\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/WhatsApp-Image-2025-03-06-at-160935_00897109_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2FWhatsApp-Image-2025-03-06-at-160935_00897109_1_.jpg%3Fxid%3D3019445%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019445\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Formiga e Marta, \\u0026amp;#237;cones da sele\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o e exemplo no futebol feminino |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Fotos CBF/ hais Magalh\\u0026amp;#227;es e Rafael Ribeiro\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No dia que entrevistei\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt; Karol Silva\\u0026lt;/span\\u0026gt;, centroavante do Clube do Remo, descobri que o time ainda n\\u0026#227;o est\\u0026#225; treinando e tem calend\\u0026#225;rio definido na s\\u0026#233;rie A2 do campeonato brasileiro, em abril. Assim como fiz no Paysandu, queria acompanhar um treino das meninas do Remo, mas isso n\\u0026#227;o foi poss\\u0026#237;vel.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Nos encontramos na sede social do Clube e, como n\\u0026#227;o havia nenhuma sala dispon\\u0026#237;vel para conversamos em um lugar mais silencioso, fomos para a quadra que estava fechada. Ela adiantou que a entrevista ia ser curta, j\\u0026#225; que era muito t\\u0026#237;mida, mas foi o suficiente para perceber que estava ali por um sonho e por amor ao futebol.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Aos 31 anos, jogadora desde os 11, Karol conta que tamb\\u0026#233;m sempre foi apaixonada por futebol e que seu pai a incentivava como jogadora. Depois de um tempo, a m\\u0026#227;e da atleta tamb\\u0026#233;m come\\u0026#231;ou a apoi\\u0026#225;-la e est\\u0026#225; no Remo h\\u0026#225; 6 anos, tamb\\u0026#233;m sem um contrato assinado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Karol Silva j\\u0026amp;#225; ou por grandes clubes de Bel\\u0026amp;#233;m e do Par\\u0026amp;#225;.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/imagemotimizada---2025-03-05T205640437_00897109_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fimagemotimizada---2025-03-05T205640437_00897109_2_.jpg%3Fxid%3D3019446%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019446\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/imagemotimizada---2025-03-05T205640437_00897109_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fimagemotimizada---2025-03-05T205640437_00897109_2_.jpg%3Fxid%3D3019446%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019446\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Karol Silva j\\u0026amp;#225; ou por grandes clubes de Bel\\u0026amp;#233;m e do Par\\u0026amp;#225;. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Laura Vasconcelos)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para ela, ser mulher e jogar futebol ainda \\u0026#233; complicado: “Acho que ser mulher no futebol hoje em dia ainda \\u0026#233; meio complicado, porque a gente a por muitas coisas. Tipo, eu mesma j\\u0026#225; ei, um jogo que eu tive no Pinheirense. Mas a gente continua na luta e eu tenho certeza que em um dia o futebol feminino vai ser muito valorizado”, disse.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Rotina entre o gramado e a venda de lanches\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Perguntada sobre o que j\\u0026#225; ouviu dentro e fora de campo, Karol lembra que tamb\\u0026#233;m j\\u0026#225; ouviu que lugar de mulher \\u0026#233; “lavando roupa”, al\\u0026#233;m das cr\\u0026#237;ticas ao seu peso, sendo chamada de “Gorda”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Sobre a estrutura do clube, a jogadora resumiu em uma fase: “A gente tem sim uma estrutura, mas n\\u0026#227;o \\u0026#233; totalmente adequada quanto deveria ser”, concluiu. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quando desliguei a c\\u0026#226;mera, ela revelou que tem uma barraca de lanches no distrito de Outeiro, em Bel\\u0026#233;m, onde \\u0026#233; vendedora para tamb\\u0026#233;m completar a renda, j\\u0026#225; que a por alguns problemas financeiros, mesmo pronta para iniciar a campanha no campeonato brasileiro A2.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Conversamos por mais alguns minutos at\\u0026#233; ela me revelar que um dos seus maiores sonhos \\u0026#233; ver um est\\u0026#225;dio lotado para um jogo das meninas, como lotam o Mangueir\\u0026#227;o para ver o jogo dos homens. A\\u0026#237;, entra um outro problema, entre tantos: a falta de divulga\\u0026#231;\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O Clube do Remo n\\u0026#227;o tem uma p\\u0026#225;gina nas redes sociais exclusiva para not\\u0026#237;cias do futebol feminino, n\\u0026#227;o h\\u0026#225; divulga\\u0026#231;\\u0026#227;o de datas e calend\\u0026#225;rio dos jogos, informa\\u0026#231;\\u0026#245;es sobre ingressos ou outros materiais que seriam fundamentais para que o futebol feminino fosse, no m\\u0026#237;nimo, comentado. Muitas vezes, os jogos das meninas s\\u0026#227;o divulgados horas antes do in\\u0026#237;cio das partidas, prejudicando o o do p\\u0026#250;blico. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em 2027, o Brasil receber\\u0026#225; a copa do mundo feminina e o Par\\u0026#225; tem chances de ser uma das cidades sede. Karol espera, assim como todas suas companheiras de time, que isso colabore para a valoriza\\u0026#231;\\u0026#227;o da modalidade, principalmente no estado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\tVeja o v\\u0026#237;deo de Karol Silva:\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;iframe allowfullscreen webkitallowfullscreen mozallowfullscreen src=\\u0026quot;https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/ddf6becdb117f378cf06db723585ea78/8ef51ee2f96ddbd9b83f932ad027cc62\\u0026quot; scrolling=\\u0026quot;no\\u0026quot; frameborder=\\u0026quot;0\\u0026quot; allow=\\u0026quot;geolocation; microphone; camera; encrypted-media; midi\\u0026quot; style=\\u0026quot;width: 100%; height: 445px;\\u0026quot; class=\\u0026quot;iframe-samba\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/iframe\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;script src=\\u0026quot;//imasdk.googleapis.com/js/sdkloader/ima3.js\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;/script\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;R$ 6 milh\\u0026#245;es para homens, R$ 600 mil para mulheres\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Durante o treino do Paysandu, a equipe t\\u0026#233;cnica tamb\\u0026#233;m estava presente. A treinadora \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Aline Costa\\u0026lt;/span\\u0026gt;, aceitou conversar e falou um pouco mais sobre a realidade do futebol feminino no Par\\u0026#225;, algo que ela j\\u0026#225; acompanha h\\u0026#225; mais de 20 anos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Aline come\\u0026#231;ou como treinadora de meninas no futsal e logo depois partiu para os gramados. Atualmente, ela possui \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;5 t\\u0026#237;tulos estaduais\\u0026lt;/span\\u0026gt;, um t\\u0026#237;tulo nacional, um vice-campeonato e dois os e enfatiza que treina todas as categorias femininas, sub-15, sub-17, sub-20 e adulta. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“\\u0026#201; um trabalho muito bom que a gente t\\u0026#225; fazendo agora nas categorias de base. Quer dizer que agora n\\u0026#227;o \\u0026#233; s\\u0026#243; o profissional, como era antigamente, a gente s\\u0026#243; tinha uma categoria, que era o adulto”, relembra com um sorriso no rosto ao falar da evolu\\u0026#231;\\u0026#227;o da modalidade feminina.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Aline Costa \\u0026amp;#233; treinadora do Paysandu h\\u0026amp;#225; 9 anos e trabalha com todas as categorias femininas do clube.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/imagemotimizada---2025-03-05T205845766_00897109_3_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fimagemotimizada---2025-03-05T205845766_00897109_3_.jpg%3Fxid%3D3019447%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019447\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/imagemotimizada---2025-03-05T205845766_00897109_3_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fimagemotimizada---2025-03-05T205845766_00897109_3_.jpg%3Fxid%3D3019447%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019447\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Aline Costa \\u0026amp;#233; treinadora do Paysandu h\\u0026amp;#225; 9 anos e trabalha com todas as categorias femininas do clube. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Laura Vasconcelos)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para Aline, o\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt; futebol feminino teve grandes avan\\u0026#231;os e recebeu mais investimentos do Paysandu n\\u0026lt;/span\\u0026gt;o \\u0026#250;ltimo ano, em 2024, disponibilizando \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;alojamento, remunera\\u0026#231;\\u0026#227;o, estrutura f\\u0026#237;sica\\u0026lt;/span\\u0026gt; e \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;material de treinos e jogos\\u0026lt;/span\\u0026gt;. Esse investimento ajuda a trazer resultados dentro e fora do campo, j\\u0026#225; que muitas meninas se sentem acolhidas pela equipe do clube.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Por\\u0026#233;m, algumas diferen\\u0026#231;as no cen\\u0026#225;rio nacional mostram que h\\u0026#225; muito ainda a evoluir, principalmente no sentido financeiro. Aline lembra que no in\\u0026#237;cio de fevereiro, a\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/esporte-brasil/892962/flamengo-eia-em-belem-e-fatura-supercopa-rei?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/esporte-brasil/892962/flamengo-eia-em-belem-e-fatura-supercopa-rei?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Supercopa do Brasil \\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/span\\u0026gt;foi disputada entre \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Flamengo e Botafogo\\u0026lt;/span\\u0026gt;, no est\\u0026#225;dio do Mangueir\\u0026#227;o, em Bel\\u0026#233;m, onde o rubro-negro saiu como vencedor e recebeu cerca de \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;R$ 6 milh\\u0026#245;es\\u0026lt;/span\\u0026gt; de reais somente pela participa\\u0026#231;\\u0026#227;o no jogo. J\\u0026#225; o valor do pr\\u0026#234;mio para o time campe\\u0026#227;o da \\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Supercopa Feminina \\u0026lt;/span\\u0026gt;foi de\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt; R$ 600 mil\\u0026lt;/span\\u0026gt;, notavelmente uma grande diferen\\u0026#231;a.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No fim do treino, uma das atletas me abra\\u0026#231;ou e confessou que achou estranho uma rep\\u0026#243;rter acompanhar o treino antes do in\\u0026#237;cio do campeonato e que eu era a primeira a ir l\\u0026#225; e conversar com elas, ouvi-las, acompanhar um treino.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;O machismo no futebol ainda est\\u0026#225; muito longe de acabar,\\u0026lt;/span\\u0026gt; mas eu acredito que quanto mais falarmos sobre isso e questionarmos clubes e institui\\u0026#231;\\u0026#245;es o cen\\u0026#225;rio pode mudar. A aten\\u0026#231;\\u0026#227;o tem avan\\u0026#231;ado, mas o caminho ainda \\u0026#233; muito longo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Aline Costa e Glazielle Perotes.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/imagemotimizada---2025-03-05T210323966_00897109_4_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fimagemotimizada---2025-03-05T210323966_00897109_4_.jpg%3Fxid%3D3019448%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019448\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/imagemotimizada---2025-03-05T210323966_00897109_4_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fimagemotimizada---2025-03-05T210323966_00897109_4_.jpg%3Fxid%3D3019448%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747857601\\u0026amp;amp;xid=3019448\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Aline Costa e Glazielle Perotes. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Laura Vasconcelos)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Espero que, um dia, eu esteja trabalhando em uma Copa do Mundo feminina, vendo outras Glazielles, Karols e Alines ganhando espa\\u0026#231;o e, claro, honrando o que minha av\\u0026#243; deixou comigo e ainda compartilho com minhas tias e minha m\\u0026#227;e: o amor pelo futebol com igualdade e respeito.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;Veja o v\\u0026#237;deo com Aline Costa:\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;iframe allowfullscreen webkitallowfullscreen mozallowfullscreen src=\\u0026quot;https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/ddf6becdb117f378cf06db723585ea78/012972afd585e2dd0539aee5dc325c56\\u0026quot; scrolling=\\u0026quot;no\\u0026quot; frameborder=\\u0026quot;0\\u0026quot; allow=\\u0026quot;geolocation; microphone; camera; encrypted-media; midi\\u0026quot; style=\\u0026quot;width: 100%; height: 445px;\\u0026quot; class=\\u0026quot;iframe-samba\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/iframe\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;script src=\\u0026quot;//imasdk.googleapis.com/js/sdkloader/ima3.js\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;/script\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"atletas mulheres Pará,futebol feminino Pará,igualdade no futebol,machismo no futebol,valorização do futebol feminino"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 29°
cotação atual R$


home
LUTA PELA IGUALDADE

Mulheres vivem entre suor e lágrimas pelo sonho do futebol profissional

Pelo olhar da repórter Laura Vasconcelos, explore as histórias de mulheres no futebol, seus desafios e conquistas em um esporte dominado por homens.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Mulheres vivem entre suor e lágrimas pelo sonho do futebol profissional camera Laura Vasconcelos

Das muitas lembranças afetivas que eu tenho com minha avó, uma das minhas preferidas é a nossa tradição das quartas-feiras: assistir futebol. Lembro de muitas vezes chegar na sala de casa e ela estar sentada na mesa de centro com os dedos cruzados gritando “Pra fora!” quando o time que jogava contra o seu estava no ataque. Já quando o goleiro tocava na bola antes de ir pela linha de fundo ela dizia: “Escanteio, menos mal” e sorria. Fui aprendendo assim a gostar desse esporte.

Outra lembrança, essa eu gosto menos, é que, quando criança, meus primos se reuniam em um bar perto da minha casa para ver um jogo e colocavam toldos cobrindo a grade que dava para a rua. Pequena, me esticava na ponta do pé para tentar ver alguma coisa. Quando me viam espiando, me mandavam ir embora porque ali ver futebol “era coisa de homem”.

Se pararmos para pensar, em 2025, não é raro ouvir histórias assim de outras meninas que cresceram no início do século e gostavam de futebol na infância. Para essa matéria, por exemplo, com as atletas que eu conversei e disse que “era sempre a única menina no meio dos meninos jogando, vendo jogos ou conversando sobre eles” elas me responderam: “Eu também era, sempre somos as únicas meninas”.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:

Procurando entender porquê somos sempre as únicas meninas no meio desse monte de meninos bem aceitos nesse esporte, me interessei pelo futebol feminino e conversei com algumas atletas nos dois maiores clubes de Belém: Clube do Remo e Paysandu. Todas elas me relataram que enfrentaram, e enfrentam, todos os dias o machismo e o preconceito por serem mulheres e praticarem a modalidade.

Em alguns casos, nem precisou ser escrachado para eu perceber que a igualdade entre masculino e feminino ainda está muito longe de acontecer. Pequenos detalhes conseguiram deixar escancarado que omachismo está também nas entrelinhas, desde a falta de divulgação de jogos das meninas, espaço de qualidade para treinos e até mesmo a falta deles com menos de um mês para o início das competições nacionais.

Muito do que será escrito aqui foi feito do ponto de vista da minha observação e de alguns relatos que manterei em sigilo a pedido das entrevistadas. Entrei em contato com os clubes para pedir algum posicionamento e, até o momento, não obtive resposta. O espaço está sempre aberto para manifestações.

"Futebol feminino ainda é considerado futebol amador"

Naquela quinta-feira, pedi para acompanhar um treino do Paysandu Feminino e me deram o endereço de um campo próximo a minha casa, mas bem longe da estrutura do recém inaugurado centro de treinamento do clube. Foi meu primeiro questionamento com a situação do futebol feminino no Pará: Por que elas não estão treinando no CT?

Contextualizando: o campeonato paraense de futebol masculino está indo para a segunda fase e durante a semana que produzi esta matéria, os homens estavam treinando no CT, que conta com dois campos de futebol prontos e um terceiro em fase de construção, onde todos os dias eles, os homens, treinaram no local.

Será que não daria para as meninas, que também estão prestes a estrear em uma competição nacional, usar um dos campos para o treinamento? Ou, será que não seria possível revezar os dias entre homens e mulheres já que ambos defendem o mesmo clube?

Enfim, fui ao treino e conversei com Glazielle Perotes, de 36 anos, que joga futebol desde os 15. De sorriso fácil e um jeito despreocupado, ela parecia ser a mais experiente do time e todas me recomendaram falar com ela. Depois de uma certa relutância e um pouco de timidez, Perotes me contou que sempre gostou de futebol, jogava ‘travinha’ com os meninos da sua vizinhança e nasceu com a vontade de chutar a bola.

Glazielle Perotes joga futebol desde os 15 anos.
📷 Glazielle Perotes joga futebol desde os 15 anos. |(Laura Vasconcelos)

“Eu sempre gostei, acho que nasceu comigo essa vontade de jogar futebol, de chutar bola, de brincar. Eu me sinto muito feliz quando eu jogo, então não sei dizer de fato da onde surgiu a vontade, só sei que eu amo que eu faço”, disse a volante, que revela na sequencia que o futebol feminino ainda é tratado como amador no Pará.


quote icon

Falar assim, ‘Ah, eu sou profissional há tantos anos’, eu não tenho como te falar isso, porque o futebol feminino no Pará é considerado futebol amador. Nós não somos profissionais, a gente não tem de fato um contrato para dizer: ‘Ah, eu sou profissional há tantos anos’ porque nunca assinei contrato com nenhum clube.

Grazielle Perotes, Jogadora de futebol
quote icon

"Vai lavar louça"

Mesmo sem contrato, é visível a dedicação que Perotes e o time tem com os treinos. Isso fica mais evidente quando lembramos o tanto que ocorre uma cobrança das mulheres no ambiente machista do futebol, todas querem se dedicar ao máximo para não dar margem a comparações ou frases preconceituosas. A volante especifica que já ouviu, entre muitas coisas, a mandarem “lavar louça” ou “fazer comida”.

Ainda longe de acabar o machismo dentro dos estádios, as evoluções com a modalidade como investimentos dos clubes e uma copa do mundo feminina no Brasil em 2027 são comemoradas pelas atletas, na esperança que haja o incentivo para que mais meninas pratiquem o futebol e sejam vistas com respeito pelas pessoas.

“Comparado há 15 anos, hoje em dia nós estamos muito melhor. Hoje em dia tu vês clubes fazendo grandes investimentos, pelo Brasil e fora do Brasil. Então muito mais meninas já vivem propriamente só do futebol. Hoje em dia é incrível, vai vir uma Copa do Mundo feminina aqui no Brasil. A gente espera que com isso cresça mais, evolua mais, as pessoas olhem para a gente de uma maneira diferente, com respeito, porque a gente não quer muito, a gente só quer respeito”, reflete Perotes.

“Viver propriamente só do futebol”, infelizmente ainda não é possível para as meninas do Pará. Muitas têm outros empregos ou são vendedoras para manter a renda da família, algumas com filhas pequenas que se distanciam das crianças para viver um sonho e precisam lidar com questões femininas como a amamentação e a menstruação. Além do machismo, elas também am por outra forma de discriminação: a LGBTfobia, mas isso é assunto para uma outra matéria.

Veja o vídeo de Graziele Perotes:

"Um dia o futebol feminino vai ser muito valorizado”

Quando minha avó voltou para Belém anos após morar no interior, sua paixão pelo futebol não ou. Na Copa de 1950, quando o Brasil parou para ver a primeira copa do mundo no país, ela era proibida de assistir ao campeonato já que, naquela época, o futebol era proibido para mulheres. Durante nossas conversas, ela me contou que fugia de casa e ia escondida aoCinema Olympiapara ver as partidas.

Em 2007, quando eu queria ver minha primeira copa do mundo feminina, meus primos mais velhos não deixaram, já que para eles aquilo não era futebol. Pedi pra minha mãe comprar uma televisão pra mim e instalar no meu quarto, foi aí que eu descobri Marta e Formiga.

Formiga e Marta, ícones da seleção e exemplo no futebol feminino
📷 Formiga e Marta, ícones da seleção e exemplo no futebol feminino |Fotos CBF/ hais Magalhães e Rafael Ribeiro

No dia que entrevistei Karol Silva, centroavante do Clube do Remo, descobri que o time ainda não está treinando e tem calendário definido na série A2 do campeonato brasileiro, em abril. Assim como fiz no Paysandu, queria acompanhar um treino das meninas do Remo, mas isso não foi possível.

Nos encontramos na sede social do Clube e, como não havia nenhuma sala disponível para conversamos em um lugar mais silencioso, fomos para a quadra que estava fechada. Ela adiantou que a entrevista ia ser curta, já que era muito tímida, mas foi o suficiente para perceber que estava ali por um sonho e por amor ao futebol.

Aos 31 anos, jogadora desde os 11, Karol conta que também sempre foi apaixonada por futebol e que seu pai a incentivava como jogadora. Depois de um tempo, a mãe da atleta também começou a apoiá-la e está no Remo há 6 anos, também sem um contrato assinado.

Karol Silva já ou por grandes clubes de Belém e do Pará.
📷 Karol Silva já ou por grandes clubes de Belém e do Pará. |(Laura Vasconcelos)

Para ela, ser mulher e jogar futebol ainda é complicado: “Acho que ser mulher no futebol hoje em dia ainda é meio complicado, porque a gente a por muitas coisas. Tipo, eu mesma já ei, um jogo que eu tive no Pinheirense. Mas a gente continua na luta e eu tenho certeza que em um dia o futebol feminino vai ser muito valorizado”, disse.

Rotina entre o gramado e a venda de lanches

Perguntada sobre o que já ouviu dentro e fora de campo, Karol lembra que também já ouviu que lugar de mulher é “lavando roupa”, além das críticas ao seu peso, sendo chamada de “Gorda”.

Sobre a estrutura do clube, a jogadora resumiu em uma fase: “A gente tem sim uma estrutura, mas não é totalmente adequada quanto deveria ser”, concluiu.

Quando desliguei a câmera, ela revelou que tem uma barraca de lanches no distrito de Outeiro, em Belém, onde é vendedora para também completar a renda, já que a por alguns problemas financeiros, mesmo pronta para iniciar a campanha no campeonato brasileiro A2.

Conversamos por mais alguns minutos até ela me revelar que um dos seus maiores sonhos é ver um estádio lotado para um jogo das meninas, como lotam o Mangueirão para ver o jogo dos homens. Aí, entra um outro problema, entre tantos: a falta de divulgação.

O Clube do Remo não tem uma página nas redes sociais exclusiva para notícias do futebol feminino, não há divulgação de datas e calendário dos jogos, informações sobre ingressos ou outros materiais que seriam fundamentais para que o futebol feminino fosse, no mínimo, comentado. Muitas vezes, os jogos das meninas são divulgados horas antes do início das partidas, prejudicando o o do público.

Em 2027, o Brasil receberá a copa do mundo feminina e o Pará tem chances de ser uma das cidades sede. Karol espera, assim como todas suas companheiras de time, que isso colabore para a valorização da modalidade, principalmente no estado.

Veja o vídeo de Karol Silva:

R$ 6 milhões para homens, R$ 600 mil para mulheres

Durante o treino do Paysandu, a equipe técnica também estava presente. A treinadora Aline Costa, aceitou conversar e falou um pouco mais sobre a realidade do futebol feminino no Pará, algo que ela já acompanha há mais de 20 anos.

Aline começou como treinadora de meninas no futsal e logo depois partiu para os gramados. Atualmente, ela possui 5 títulos estaduais, um título nacional, um vice-campeonato e dois os e enfatiza que treina todas as categorias femininas, sub-15, sub-17, sub-20 e adulta.

“É um trabalho muito bom que a gente tá fazendo agora nas categorias de base. Quer dizer que agora não é só o profissional, como era antigamente, a gente só tinha uma categoria, que era o adulto”, relembra com um sorriso no rosto ao falar da evolução da modalidade feminina.

Aline Costa é treinadora do Paysandu há 9 anos e trabalha com todas as categorias femininas do clube.
📷 Aline Costa é treinadora do Paysandu há 9 anos e trabalha com todas as categorias femininas do clube. |(Laura Vasconcelos)

Para Aline, o futebol feminino teve grandes avanços e recebeu mais investimentos do Paysandu no último ano, em 2024, disponibilizando alojamento, remuneração, estrutura física e material de treinos e jogos. Esse investimento ajuda a trazer resultados dentro e fora do campo, já que muitas meninas se sentem acolhidas pela equipe do clube.

Porém, algumas diferenças no cenário nacional mostram que há muito ainda a evoluir, principalmente no sentido financeiro. Aline lembra que no início de fevereiro, aSupercopa do Brasil foi disputada entre Flamengo e Botafogo, no estádio do Mangueirão, em Belém, onde o rubro-negro saiu como vencedor e recebeu cerca de R$ 6 milhões de reais somente pela participação no jogo. Já o valor do prêmio para o time campeão da Supercopa Feminina foi de R$ 600 mil, notavelmente uma grande diferença.

No fim do treino, uma das atletas me abraçou e confessou que achou estranho uma repórter acompanhar o treino antes do início do campeonato e que eu era a primeira a ir lá e conversar com elas, ouvi-las, acompanhar um treino.

O machismo no futebol ainda está muito longe de acabar, mas eu acredito que quanto mais falarmos sobre isso e questionarmos clubes e instituições o cenário pode mudar. A atenção tem avançado, mas o caminho ainda é muito longo.

Aline Costa e Glazielle Perotes.
📷 Aline Costa e Glazielle Perotes. |(Laura Vasconcelos)

Espero que, um dia, eu esteja trabalhando em uma Copa do Mundo feminina, vendo outras Glazielles, Karols e Alines ganhando espaço e, claro, honrando o que minha avó deixou comigo e ainda compartilho com minhas tias e minha mãe: o amor pelo futebol com igualdade e respeito.

Veja o vídeo com Aline Costa:

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Especiais

    Leia mais notícias de Especiais. Clique aqui!

    Últimas Notícias