{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/especiais/905753/maes-atipicas-vivem-de-amor-e-desafios-ser-forte-o-tempo-todo-cansa","headline":"Mães atípicas vivem de amor e desafios: \"Ser forte o tempo todo cansa\"","datePublished":"2025-05-09T18:07:46-03:00","dateModified":"2025-05-11T09:40:07.4-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Laura Vasconcelos","url":"/especiais/905753/maes-atipicas-vivem-de-amor-e-desafios-ser-forte-o-tempo-todo-cansa"},"image":"/img/Artigo-Destaque/900000/imagemotimizada-18_00905753_0_.jpg?xid=3053243","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Descubra os desafios enfrentados por mães atípicas no Brasil e as políticas públicas que buscam apoiá-las em sua jornada.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Os desafios da maternidade ganham contornos mais expressivos para um grupo espec\\u0026#237;fico de mulheres empenhadas na naturalmente complexa miss\\u0026#227;o de criar e educar filhos. S\\u0026#227;o elas, as \\u0026quot;m\\u0026#227;es at\\u0026#237;picas\\u0026quot;.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O termo \\u0026#233; utilizado para se referir a mulheres que s\\u0026#227;o m\\u0026#227;es de filhos com defici\\u0026#234;ncia, transtornos do desenvolvimento ou condi\\u0026#231;\\u0026#245;es de sa\\u0026#250;de que exigem cuidados com mais aten\\u0026#231;\\u0026#227;o — como autismo, paralisia cerebral, s\\u0026#237;ndrome de Down e outras doen\\u0026#231;as e s\\u0026#237;ndromes raras. Elas enfrentam uma s\\u0026#233;rie de dificuldades espec\\u0026#237;ficas no Brasil, que envolvem aspectos sociais, emocionais, econ\\u0026#244;micos e institucionais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Danthellen Magalh\\u0026#227;es, 30 anos, \\u0026#233; um dessas m\\u0026#227;es. Pparaense residente em S\\u0026#227;o Paulo, ela conta ao DOL um pouco mais sobre sua vida. Ela \\u0026#233; m\\u0026#227;e de Paola, uma crian\\u0026#231;a de quatro anos diagnosticada com a s\\u0026#237;ndrome de Noonan, uma condi\\u0026#231;\\u0026#227;o gen\\u0026#233;tica rara, sem cura, mas com possibilidades de tratamento para as m\\u0026#250;ltiplas comorbidades associadas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ela explica que cuidar de uma crian\\u0026#231;a at\\u0026#237;pica requer acompanhamento com diversos profissionais como neurologistas, geneticistas, cardiologista, gastroenterologista, nutricionista, entre outros profissionais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Nossa rotina \\u0026#233; feita de consultas, exames e terapias quase que di\\u0026#225;rias. 24h de dedica\\u0026#231;\\u0026#227;o na busca de uma melhor qualidade de vida. Em dias que n\\u0026#227;o ocorrem sa\\u0026#237;das, h\\u0026#225; tamb\\u0026#233;m o cuidado em casa, medicamentos e dieta integral. Uma rotina cansativa, que na maternidade t\\u0026#237;pica por vezes se ouve ‘essa fase vai ar’, mas no nosso caso \\u0026#233; trabalhar o psicol\\u0026#243;gico porque talvez, essa fase de cuidados nunca e. Uma m\\u0026#227;e at\\u0026#237;pica vive em prol do seu filho”, relata.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para Danthellen, os maiores obst\\u0026#225;culos est\\u0026#227;o ligados \\u0026#224; aus\\u0026#234;ncia de uma rede de apoio e aos custos elevados dos cuidados necess\\u0026#225;rios. “Acredito que de forma geral, a falta de rede de apoio, o preconceito, o alto custo em tudo relacionado a pessoa com defici\\u0026#234;ncia, medicamentos e insumos. No meu caso, em espec\\u0026#237;fico, n\\u0026#227;o me deixa mal a rotina, estar cansada por ela me mant\\u0026#233;m viva, \\u0026#233; um prop\\u0026#243;sito, um motivo para levantar”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Danthellen \\u0026amp;#233; m\\u0026amp;#227;e de Paola, que tem S\\u0026amp;#237;ndrome de Noonan.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/IMG1695_00905753_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FIMG1695_00905753_0_.jpg%3Fxid%3D3053245%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053245\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/IMG1695_00905753_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FIMG1695_00905753_0_.jpg%3Fxid%3D3053245%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053245\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Danthellen \\u0026amp;#233; m\\u0026amp;#227;e de Paola, que tem S\\u0026amp;#237;ndrome de Noonan. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Arquivo Pessoal)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026quot;Ser forte o tempo todo cansa\\u0026quot;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Embora existam iniciativas voltadas \\u0026#224;s fam\\u0026#237;lias at\\u0026#237;picas, para Danthellen essas a\\u0026#231;\\u0026#245;es ainda s\\u0026#227;o insuficientes. “As pol\\u0026#237;ticas p\\u0026#250;blicas existem, mas de forma pontual. Somos lembradas em datas espec\\u0026#237;ficas, um caf\\u0026#233;, uma roda de conversa, talvez? Pronto, \\u0026#233; isso! A m\\u0026#227;e \\u0026#233; vista como ‘guerreira’, sim, somos! Os elogios s\\u0026#227;o bem-vindos, mas poucos sabem ou se importam com nossa sa\\u0026#250;de mental. Ser forte o tempo todo cansa, a mente beira o colapso pelo cansa\\u0026#231;o f\\u0026#237;sico e mental. Essa m\\u0026#227;e geralmente abre m\\u0026#227;o da sua carreira, experimenta solid\\u0026#227;o e inseguran\\u0026#231;as”, explica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Ser m\\u0026#227;e at\\u0026#237;pica \\u0026#233; viver um turbilh\\u0026#227;o de sentimentos todos os dias. \\u0026#201; um amor imenso, profundo, que ultraa qualquer expectativa. Mas tamb\\u0026#233;m \\u0026#233; enfrentar medos, incertezas e desafios que muitas vezes s\\u0026#243; outras m\\u0026#227;es at\\u0026#237;picas compreendem plenamente”, afirma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo Danthellen, a maternidade at\\u0026#237;pica \\u0026#233; um processo cont\\u0026#237;nuo de aprendizado e fortalecimento. “\\u0026#201; crescer junto com o filho, redescobrir a for\\u0026#231;a dentro de si e perceber que o amor pode muito mais do que imagin\\u0026#225;vamos”, conclui.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;M\\u0026amp;#227;es at\\u0026amp;#237;picas vivem de amor e desafios: \\u0026amp;quot;Ser forte o tempo todo cansa\\u0026amp;quot;\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/IMG1696_00905753_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FIMG1696_00905753_1_.jpg%3Fxid%3D3053246%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053246\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/IMG1696_00905753_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FIMG1696_00905753_1_.jpg%3Fxid%3D3053246%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053246\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Arquivo Pessoal)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Desafios de criar tr\\u0026#234;s filhos com autismo\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Marly Da Paix\\u0026#227;o \\u0026#233; outra mulher carrega nos ombros a responsabilidade de ser m\\u0026#227;e de tr\\u0026#234;s filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA): Anderson, de 20 anos, Esther, de 14, e Estev\\u0026#227;o, de 9. A rotina, a exaust\\u0026#227;o, os desafios e o amor incondicional tamb\\u0026#233;m fazem parte de uma realidade que \\u0026#233; desconhecida por muitos, vivendo diariamente por dignidade, respeito e apoio.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quando o primeiro diagn\\u0026#243;stico chegou — Anderson tinha 6 anos —, Marly ainda n\\u0026#227;o sabia como lidar com o filho. “Ele sempre foi muito agressivo e falou tarde. Depois, fazendo tratamento no CAPS, eu pude saber como lidar [com o diagn\\u0026#243;stico] e que n\\u0026#227;o \\u0026#233; uma doen\\u0026#231;a, mas sim uma diferen\\u0026#231;a neurol\\u0026#243;gica, aonde a gente tem que buscar muita informa\\u0026#231;\\u0026#227;o e muito equil\\u0026#237;brio emocional para lidar com cada tipo de transtorno que, aqui em casa, s\\u0026#227;o dos n\\u0026#237;veis 1, 2 e 3 de e. Ent\\u0026#227;o s\\u0026#227;o maneiras diferentes, ritmos diferentes, cabe\\u0026#231;as diferentes”, relembra.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Sua rotina n\\u0026#227;o permite pausas. O dia come\\u0026#231;a cedo, com idas \\u0026#224; escola e agendamento de terapias. A vida social \\u0026#233; quase inexistente. “Costumo dizer que ‘fico presa junto com eles’, porque eu n\\u0026#227;o posso ter uma vida l\\u0026#225; fora como mulher, apesar de tamb\\u0026#233;m ser mulher. Mas antes disso, sou m\\u0026#227;e. E meus filhos dependem de mim 24 horas por dia.”\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Marly da Paix\\u0026amp;#227;o \\u0026amp;#233; m\\u0026amp;#227;e de tr\\u0026amp;#234;s filhos at\\u0026amp;#237;picos: Anderson, Esther e Estev\\u0026amp;#227;o.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/WhatsApp-Image-2025-05-09-at-171757_00905753_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FWhatsApp-Image-2025-05-09-at-171757_00905753_2_.jpg%3Fxid%3D3053247%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053247\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/WhatsApp-Image-2025-05-09-at-171757_00905753_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FWhatsApp-Image-2025-05-09-at-171757_00905753_2_.jpg%3Fxid%3D3053247%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053247\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Marly da Paix\\u0026amp;#227;o \\u0026amp;#233; m\\u0026amp;#227;e de tr\\u0026amp;#234;s filhos at\\u0026amp;#237;picos: Anderson, Esther e Estev\\u0026amp;#227;o. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Arquivo Pessoal)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026quot;As m\\u0026#227;es preicam de cuidados tamb\\u0026#233;m\\u0026quot;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A sobrecarga emocional e f\\u0026#237;sica \\u0026#233; constante. Assim como Danthellen, Marly tamb\\u0026#233;m enfatiza que as pol\\u0026#237;ticas p\\u0026#250;blicas voltadas \\u0026#224;s m\\u0026#227;es cuidadoras ainda s\\u0026#227;o insuficientes, com quem, como ela, precisa de apoio psicol\\u0026#243;gico, psiqui\\u0026#225;trico e social. “A m\\u0026#227;e fica cansada, a m\\u0026#227;e fica esgotada, muitas m\\u0026#227;es entram em crise emocional por n\\u0026#227;o ter uma rede de apoio. A maioria das pol\\u0026#237;ticas p\\u0026#250;blicas \\u0026#233; mais voltada para as crian\\u0026#231;as em desenvolvimento, mas tem m\\u0026#227;e que adoece, as m\\u0026#227;es precisam de cuidados tamb\\u0026#233;m. Eu adoeci, agora que eu estou me recuperando”, explica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ela tamb\\u0026#233;m destaca a import\\u0026#226;ncia de uma rede de apoio — inexistente algumas vezes, inclusive dentro da pr\\u0026#243;pria fam\\u0026#237;lia. “Al\\u0026#233;m de cuidar sozinha, ainda sou julgada. Dizem que meu filho \\u0026#233; assim porque \\u0026#233; culpa minha. Palavras que doem, porque ningu\\u0026#233;m pergunta: \\u0026#39;Voc\\u0026#234; precisa de alguma coisa?’ O m\\u0026#237;nimo de empatia j\\u0026#225; ajudaria muito”, enfatiza.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Marly conta que j\\u0026#225; foi alvo de preconceito em filas de supermercado e bancos, questionada por usar a prioridade garantida por lei. “Me disseram que meu filho ‘n\\u0026#227;o tem cara de autista’. Mas o autismo n\\u0026#227;o tem rosto, n\\u0026#227;o tem uma apar\\u0026#234;ncia vis\\u0026#237;vel”. Apesar da exaust\\u0026#227;o, Marly tamb\\u0026#233;m fala com alegria e esperan\\u0026#231;a. “Ver meus filhos se desenvolvendo, mesmo com tantos obst\\u0026#225;culos, me d\\u0026#225; um al\\u0026#237;vio. Mas o medo do futuro \\u0026#233; constante: quem vai cuidar deles quando eu n\\u0026#227;o estiver mais aqui?”, completa.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Por fim, ela deixa um apelo para outras mulheres que compartilham do mesmo fardo: “Fa\\u0026#231;am valer seus direitos. Insistam. A educa\\u0026#231;\\u0026#227;o, a sa\\u0026#250;de e o amparo social est\\u0026#227;o garantidos por lei, mas muitas vezes s\\u0026#227;o negados. A gente precisa saber, buscar, lutar. Porque quando nossos filhos est\\u0026#227;o bem, a gente tamb\\u0026#233;m consegue ficar bem”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;M\\u0026amp;#227;es at\\u0026amp;#237;picas vivem de amor e desafios: \\u0026amp;quot;Ser forte o tempo todo cansa\\u0026amp;quot;\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/WhatsApp-Image-2025-05-09-at-171736_00905753_3_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FWhatsApp-Image-2025-05-09-at-171736_00905753_3_.jpg%3Fxid%3D3053248%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053248\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/WhatsApp-Image-2025-05-09-at-171736_00905753_3_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FWhatsApp-Image-2025-05-09-at-171736_00905753_3_.jpg%3Fxid%3D3053248%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053248\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Arquivo Pessoal)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Par\\u0026#225; \\u0026#233; pioneiro em pol\\u0026#237;tica p\\u0026#250;blica para pessoas com autismo\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Desde dezembro de 2020, o Par\\u0026#225; conta com primeiro N\\u0026#250;cleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (NATEA) do Brasil, iniciativa da Secretaria de Sa\\u0026#250;de P\\u0026#250;blica do Estado (Sespa) istrada pelo Centro Integrado de Inclus\\u0026#227;o e Reabilita\\u0026#231;\\u0026#227;o (CIIR). Em outubro de 2023, o estado deu mais um o hist\\u0026#243;rico com a abertura do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA), que disp\\u0026#245;e de um laborat\\u0026#243;rio de forma\\u0026#231;\\u0026#227;o profissional voltado a pessoas com TEA.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;De acordo com Vanessa Teixeira, Coordenadora Assistencial do NATEA, o centro oferece apoio psicol\\u0026#243;gico e um espa\\u0026#231;o de acolhimento para as fam\\u0026#237;lias com base em leis estaduais e federais voltadas \\u0026#224;s crian\\u0026#231;as e m\\u0026#227;es at\\u0026#237;picas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“O Par\\u0026#225; foi pioneiro na implanta\\u0026#231;\\u0026#227;o de pol\\u0026#237;ticas p\\u0026#250;blicas voltadas a pessoas com espectro autista, alinhando-se \\u0026#224;s diretrizes do Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de e \\u0026#224; legisla\\u0026#231;\\u0026#227;o federal”, diz. Ambos os centros seguem o Protocolo de o e o Manual de Crit\\u0026#233;rios de Elegibilidade do SUS para reabilita\\u0026#231;\\u0026#227;o intelectual, atendendo usu\\u0026#225;rios a partir dos tr\\u0026#234;s anos de idade.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Vanessa Teixeira, Coordenadora Assistencial do NATEA, no Par\\u0026amp;#225;.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/WhatsApp-Image-2025-05-09-at-152820_00905753_4_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FWhatsApp-Image-2025-05-09-at-152820_00905753_4_.jpg%3Fxid%3D3053249%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053249\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/WhatsApp-Image-2025-05-09-at-152820_00905753_4_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FWhatsApp-Image-2025-05-09-at-152820_00905753_4_.jpg%3Fxid%3D3053249%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053249\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Vanessa Teixeira, Coordenadora Assistencial do NATEA, no Par\\u0026amp;#225;. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Arquivo Pessoal)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;A linha de cuidado abrange:\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;Acolhimento multiprofissional: pediatria, cl\\u0026#237;nica m\\u0026#233;dica, neuropediatria, neurologia adulta e psiquiatria.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;Triagem diagn\\u0026#243;stica: defini\\u0026#231;\\u0026#227;o ou valida\\u0026#231;\\u0026#227;o do diagn\\u0026#243;stico pr\\u0026#233;vio de TEA.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;Interven\\u0026#231;\\u0026#227;o cont\\u0026#237;nua: desde terapias comportamentais baseadas na An\\u0026#225;lise do Comportamento at\\u0026#233; a alta qualificada.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Apoio Integral a Pais e Cuidadores\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Reconhecendo o impacto emocional sobre as fam\\u0026#237;lias, o NATEA e o CETEA implementaram o PROAC – Programa de Aten\\u0026#231;\\u0026#227;o ao Cuidador. “Queremos promover espa\\u0026#231;os de socializa\\u0026#231;\\u0026#227;o entre pais e cuidadores, oferecer atividades de lazer e, principalmente, fornecer ferramentas para o manejo do estresse e da sa\\u0026#250;de mental desses familiares”, detalha Vanessa.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;O PROAC inclui:\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;Encontros de socializa\\u0026#231;\\u0026#227;o entre cuidadores;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;Oficinas centradas no cuidado familiar;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;Momentos de lazer intercalados \\u0026#224;s sess\\u0026#245;es terap\\u0026#234;uticas dos usu\\u0026#225;rios;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;Palestras e grupos de apoio para estrat\\u0026#233;gias de equil\\u0026#237;brio emocional.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No NATEA e no CETEA, a rela\\u0026#231;\\u0026#227;o com as fam\\u0026#237;lias \\u0026#233; cont\\u0026#237;nua e pautada pela humaniza\\u0026#231;\\u0026#227;o. A equipe multidisciplinar busca sempre o “Cuidado Centrado na Pessoa”, valorizando a escuta ativa e o respeito \\u0026#224;s singularidades de cada usu\\u0026#225;rio e sua rede de apoio sendo 400 usu\\u0026#225;rios em atendimento no NATEA. e 300 usu\\u0026#225;rios no CETEA.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Como ar os servi\\u0026#231;os\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para m\\u0026#227;es e cuidadores interessados, o primeiro o \\u0026#233; o cadastro na Unidade B\\u0026#225;sica de Sa\\u0026#250;de (UBS) de sua regi\\u0026#227;o. A partir da\\u0026#237; a UBS encaminha a solicita\\u0026#231;\\u0026#227;o para a Central Estadual de Regula\\u0026#231;\\u0026#227;o, que agenda as consultas iniciais no NATEA ou CETEA.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Nosso objetivo \\u0026#233; que cada fam\\u0026#237;lia sinta-se amparada, entendida e fortalecida para acompanhar o desenvolvimento de seus filhos. Aqui, cada o \\u0026#233; dado junto, em busca de inclus\\u0026#227;o e qualidade de vida\\u0026quot;, finaliza Vanessa.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\t\\u0026lt;section class=\\u0026quot;dol-galeria\\u0026quot; id=\\u0026quot;main-carousel\\u0026quot; data-count-gallery=\\u0026quot;4\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\u0026lt;section class=\\u0026quot;splide galeria\\u0026quot; aria-label=\\u0026quot;DOL - Galeria de imagens\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;div class=\\u0026quot;splide__track\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\t\\u0026lt;ul class=\\u0026quot;splide__list\\u0026quot; data-count-gallery=\\u0026quot;4\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\t\\t\\r\\n\\t\\t\\t\\t\\t\\t\\u0026lt;li class=\\u0026quot;splide__slide\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\t\\t\\t\\t\\r\\n\\t\\t\\t\\t\\t\\t\\t\\u0026lt;img class=\\u0026quot;galeria-img\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/GALLERYINLINEIMAGE/900000/0x600/WhatsApp-Image-2025-05-09-at-172216_00905753_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2FGALLERYINLINEIMAGE%2F900000%2FWhatsApp-Image-2025-05-09-at-172216_00905753_0_.jpg%3Fxid%3D3053255%26resize%3D0%252C600%26t%3D1747853733\\u0026amp;amp;xid=3053255\\u0026quot; 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Mães atípicas vivem de amor e desafios: "Ser forte o tempo todo cansa"

Descubra a realidade das mães atípicas no Brasil, seus desafios e a luta por apoio e reconhecimento.

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Imagem ilustrativa da notícia Mães atípicas vivem de amor e desafios: "Ser forte o tempo todo cansa" camera Danthellen encara os desafios com Paola com amor e alegria, mas alerta para exaustão e cuidados com a saúde mental das mães atípicas | Acervo pessoal

Os desafios da maternidade ganham contornos mais expressivos para um grupo específico de mulheres empenhadas na naturalmente complexa missão de criar e educar filhos. São elas, as "mães atípicas".

O termo é utilizado para se referir a mulheres que são mães de filhos com deficiência, transtornos do desenvolvimento ou condições de saúde que exigem cuidados com mais atenção — como autismo, paralisia cerebral, síndrome de Down e outras doenças e síndromes raras. Elas enfrentam uma série de dificuldades específicas no Brasil, que envolvem aspectos sociais, emocionais, econômicos e institucionais.

Danthellen Magalhães, 30 anos, é um dessas mães. Pparaense residente em São Paulo, ela conta ao DOL um pouco mais sobre sua vida. Ela é mãe de Paola, uma criança de quatro anos diagnosticada com a síndrome de Noonan, uma condição genética rara, sem cura, mas com possibilidades de tratamento para as múltiplas comorbidades associadas.

Ela explica que cuidar de uma criança atípica requer acompanhamento com diversos profissionais como neurologistas, geneticistas, cardiologista, gastroenterologista, nutricionista, entre outros profissionais.

“Nossa rotina é feita de consultas, exames e terapias quase que diárias. 24h de dedicação na busca de uma melhor qualidade de vida. Em dias que não ocorrem saídas, há também o cuidado em casa, medicamentos e dieta integral. Uma rotina cansativa, que na maternidade típica por vezes se ouve ‘essa fase vai ar’, mas no nosso caso é trabalhar o psicológico porque talvez, essa fase de cuidados nunca e. Uma mãe atípica vive em prol do seu filho”, relata.

Para Danthellen, os maiores obstáculos estão ligados à ausência de uma rede de apoio e aos custos elevados dos cuidados necessários. “Acredito que de forma geral, a falta de rede de apoio, o preconceito, o alto custo em tudo relacionado a pessoa com deficiência, medicamentos e insumos. No meu caso, em específico, não me deixa mal a rotina, estar cansada por ela me mantém viva, é um propósito, um motivo para levantar”.

Danthellen é mãe de Paola, que tem Síndrome de Noonan.
📷 Danthellen é mãe de Paola, que tem Síndrome de Noonan. |(Arquivo Pessoal)

"Ser forte o tempo todo cansa"

Embora existam iniciativas voltadas às famílias atípicas, para Danthellen essas ações ainda são insuficientes. “As políticas públicas existem, mas de forma pontual. Somos lembradas em datas específicas, um café, uma roda de conversa, talvez? Pronto, é isso! A mãe é vista como ‘guerreira’, sim, somos! Os elogios são bem-vindos, mas poucos sabem ou se importam com nossa saúde mental. Ser forte o tempo todo cansa, a mente beira o colapso pelo cansaço físico e mental. Essa mãe geralmente abre mão da sua carreira, experimenta solidão e inseguranças”, explica.

“Ser mãe atípica é viver um turbilhão de sentimentos todos os dias. É um amor imenso, profundo, que ultraa qualquer expectativa. Mas também é enfrentar medos, incertezas e desafios que muitas vezes só outras mães atípicas compreendem plenamente”, afirma.

Segundo Danthellen, a maternidade atípica é um processo contínuo de aprendizado e fortalecimento. “É crescer junto com o filho, redescobrir a força dentro de si e perceber que o amor pode muito mais do que imaginávamos”, conclui.

Mães atípicas vivem de amor e desafios: "Ser forte o tempo todo cansa"
📷 |(Arquivo Pessoal)

Desafios de criar três filhos com autismo

Marly Da Paixão é outra mulher carrega nos ombros a responsabilidade de ser mãe de três filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA): Anderson, de 20 anos, Esther, de 14, e Estevão, de 9. A rotina, a exaustão, os desafios e o amor incondicional também fazem parte de uma realidade que é desconhecida por muitos, vivendo diariamente por dignidade, respeito e apoio.

Quando o primeiro diagnóstico chegou — Anderson tinha 6 anos —, Marly ainda não sabia como lidar com o filho. “Ele sempre foi muito agressivo e falou tarde. Depois, fazendo tratamento no CAPS, eu pude saber como lidar [com o diagnóstico] e que não é uma doença, mas sim uma diferença neurológica, aonde a gente tem que buscar muita informação e muito equilíbrio emocional para lidar com cada tipo de transtorno que, aqui em casa, são dos níveis 1, 2 e 3 de e. Então são maneiras diferentes, ritmos diferentes, cabeças diferentes”, relembra.

Sua rotina não permite pausas. O dia começa cedo, com idas à escola e agendamento de terapias. A vida social é quase inexistente. “Costumo dizer que ‘fico presa junto com eles’, porque eu não posso ter uma vida lá fora como mulher, apesar de também ser mulher. Mas antes disso, sou mãe. E meus filhos dependem de mim 24 horas por dia.”

Marly da Paixão é mãe de três filhos atípicos: Anderson, Esther e Estevão.
📷 Marly da Paixão é mãe de três filhos atípicos: Anderson, Esther e Estevão. |(Arquivo Pessoal)

"As mães preicam de cuidados também"

A sobrecarga emocional e física é constante. Assim como Danthellen, Marly também enfatiza que as políticas públicas voltadas às mães cuidadoras ainda são insuficientes, com quem, como ela, precisa de apoio psicológico, psiquiátrico e social. “A mãe fica cansada, a mãe fica esgotada, muitas mães entram em crise emocional por não ter uma rede de apoio. A maioria das políticas públicas é mais voltada para as crianças em desenvolvimento, mas tem mãe que adoece, as mães precisam de cuidados também. Eu adoeci, agora que eu estou me recuperando”, explica.

Ela também destaca a importância de uma rede de apoio — inexistente algumas vezes, inclusive dentro da própria família. “Além de cuidar sozinha, ainda sou julgada. Dizem que meu filho é assim porque é culpa minha. Palavras que doem, porque ninguém pergunta: 'Você precisa de alguma coisa?’ O mínimo de empatia já ajudaria muito”, enfatiza.

Marly conta que já foi alvo de preconceito em filas de supermercado e bancos, questionada por usar a prioridade garantida por lei. “Me disseram que meu filho ‘não tem cara de autista’. Mas o autismo não tem rosto, não tem uma aparência visível”. Apesar da exaustão, Marly também fala com alegria e esperança. “Ver meus filhos se desenvolvendo, mesmo com tantos obstáculos, me dá um alívio. Mas o medo do futuro é constante: quem vai cuidar deles quando eu não estiver mais aqui?”, completa.

Por fim, ela deixa um apelo para outras mulheres que compartilham do mesmo fardo: “Façam valer seus direitos. Insistam. A educação, a saúde e o amparo social estão garantidos por lei, mas muitas vezes são negados. A gente precisa saber, buscar, lutar. Porque quando nossos filhos estão bem, a gente também consegue ficar bem”.

Mães atípicas vivem de amor e desafios: "Ser forte o tempo todo cansa"
📷 |(Arquivo Pessoal)

Pará é pioneiro em política pública para pessoas com autismo

Desde dezembro de 2020, o Pará conta com primeiro Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (NATEA) do Brasil, iniciativa da Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sespa) istrada pelo Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR). Em outubro de 2023, o estado deu mais um o histórico com a abertura do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA), que dispõe de um laboratório de formação profissional voltado a pessoas com TEA.

De acordo com Vanessa Teixeira, Coordenadora Assistencial do NATEA, o centro oferece apoio psicológico e um espaço de acolhimento para as famílias com base em leis estaduais e federais voltadas às crianças e mães atípicas.

“O Pará foi pioneiro na implantação de políticas públicas voltadas a pessoas com espectro autista, alinhando-se às diretrizes do Ministério da Saúde e à legislação federal”, diz. Ambos os centros seguem o Protocolo de o e o Manual de Critérios de Elegibilidade do SUS para reabilitação intelectual, atendendo usuários a partir dos três anos de idade.

Vanessa Teixeira, Coordenadora Assistencial do NATEA, no Pará.
📷 Vanessa Teixeira, Coordenadora Assistencial do NATEA, no Pará. |(Arquivo Pessoal)

A linha de cuidado abrange:

  • Acolhimento multiprofissional: pediatria, clínica médica, neuropediatria, neurologia adulta e psiquiatria.
  • Triagem diagnóstica: definição ou validação do diagnóstico prévio de TEA.
  • Intervenção contínua: desde terapias comportamentais baseadas na Análise do Comportamento até a alta qualificada.

Apoio Integral a Pais e Cuidadores

Reconhecendo o impacto emocional sobre as famílias, o NATEA e o CETEA implementaram o PROAC – Programa de Atenção ao Cuidador. “Queremos promover espaços de socialização entre pais e cuidadores, oferecer atividades de lazer e, principalmente, fornecer ferramentas para o manejo do estresse e da saúde mental desses familiares”, detalha Vanessa.

O PROAC inclui:

  • Encontros de socialização entre cuidadores;
  • Oficinas centradas no cuidado familiar;
  • Momentos de lazer intercalados às sessões terapêuticas dos usuários;
  • Palestras e grupos de apoio para estratégias de equilíbrio emocional.

No NATEA e no CETEA, a relação com as famílias é contínua e pautada pela humanização. A equipe multidisciplinar busca sempre o “Cuidado Centrado na Pessoa”, valorizando a escuta ativa e o respeito às singularidades de cada usuário e sua rede de apoio sendo 400 usuários em atendimento no NATEA. e 300 usuários no CETEA.

Como ar os serviços

Para mães e cuidadores interessados, o primeiro o é o cadastro na Unidade Básica de Saúde (UBS) de sua região. A partir daí a UBS encaminha a solicitação para a Central Estadual de Regulação, que agenda as consultas iniciais no NATEA ou CETEA.

“Nosso objetivo é que cada família sinta-se amparada, entendida e fortalecida para acompanhar o desenvolvimento de seus filhos. Aqui, cada o é dado junto, em busca de inclusão e qualidade de vida", finaliza Vanessa.

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