{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/694320/sebastiao-salgado-ve-estrago-de-bolsonaro-na-amazonia","headline":"Sebastião Salgado vê estrago de Bolsonaro na Amazônia","datePublished":"2022-01-27T19:45:56-03:00","dateModified":"2022-01-27T19:48:16-03:00","author":{"@type":"Person","name":"( com informação da Folhapress )","url":"/noticias/694320/sebastiao-salgado-ve-estrago-de-bolsonaro-na-amazonia"},"image":"/img/Artigo-Destaque/690000/WhatsApp-Image-2022-01-27-at-191252_00694320_0_.jpg?xid=1710428","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Não são as imagens da Amazônia em chamas que nos acostumamos a ver nos últimos anos, em meio à alta de queimadas, que Sebastião Salgado traz agora para o público brasileiro. A Amazônia em preto e branco do fotógrafo é essa paisagem grandiosa, fora de qualquer escala humana, cortada por rios que parecem cortar a terra e o céu, enredada por uma neblina que engole seus grandes montes","articleBody":"\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;N\\u0026#227;o s\\u0026#227;o as imagens da Amaz\\u0026#244;nia em chamas que nos acostumamos a ver nos \\u0026#250;ltimos anos, em meio \\u0026#224; alta de queimadas, que Sebasti\\u0026#227;o Salgado traz agora para o p\\u0026#250;blico brasileiro. A Amaz\\u0026#244;nia em preto e branco do fot\\u0026#243;grafo \\u0026#233; essa paisagem grandiosa, fora de qualquer escala humana, cortada por rios que parecem cortar a terra e o c\\u0026#233;u, enredada por uma neblina que engole seus grandes montes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026#39;\\u0026#39;Tenho a esperan\\u0026#231;a de que minhas fotografias traduzam essa generosidade da Amaz\\u0026#244;nia\\u0026quot;, afirma ele, que abre em fevereiro uma exposi\\u0026#231;\\u0026#227;o com sua s\\u0026#233;rie sobre a floresta amaz\\u0026#244;nica no Sesc Pompeia, em S\\u0026#227;o Paulo, depois de mostrar essas imagens em Londres, Paris e Roma. Foi para refor\\u0026#231;ar essa grandiosidade da selva que L\\u0026#233;lia Wanick Salgado, organizadora da mostra, pensou uma ilumina\\u0026#231;\\u0026#227;o que emanasse das pr\\u0026#243;prias imagens, todas penduradas no teto. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;E \\u0026#233; num tom id\\u0026#237;lico que Salgado retrata e narra esse espa\\u0026#231;o misterioso, para onde viajou cerca de 60 vezes em sete anos. \\u0026quot;A Amaz\\u0026#244;nia \\u0026#233; um para\\u0026#237;so, a Amaz\\u0026#244;nia n\\u0026#227;o tem doen\\u0026#231;as. As que existem foram trazidas de fora.\\u0026quot; H\\u0026#225; d\\u0026#233;cadas essa vis\\u0026#227;o que ele tem da floresta vem sendo constru\\u0026#237;da. Salgado come\\u0026#231;ou a fotografar a Amaz\\u0026#244;nia ainda nos anos 1980, mas intensificou suas expedi\\u0026#231;\\u0026#245;es no in\\u0026#237;cio dos anos 2000 durante o projeto \\u0026quot;G\\u0026#234;nesis\\u0026quot;, feito em lugares intocados do planeta.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Sebasti\\u0026amp;#227;o Salgado v\\u0026amp;#234; estrago de Bolsonaro na Amaz\\u0026amp;#244;nia\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/690000/767x0/464768322407A6A5C2BD2_00694320_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F690000%2F464768322407A6A5C2BD2_00694320_0_.jpg%3Fxid%3D1710431%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748184891\\u0026amp;amp;xid=1710431\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/690000/767x0/464768322407A6A5C2BD2_00694320_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F690000%2F464768322407A6A5C2BD2_00694320_0_.jpg%3Fxid%3D1710431%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748184891\\u0026amp;amp;xid=1710431\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Foto: Sebasti\\u0026amp;#227;o Salgado\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Voltando para fazer essas fotografias eu constatei uma grande ferida na Amaz\\u0026#244;nia, ela estava machucada. Vi regi\\u0026#245;es que, naquela \\u0026#233;poca que eu tinha trabalhado, eram florestas totalmente virgens, e elas j\\u0026#225; estavam bem, bem destru\\u0026#237;das. A\\u0026#237; vi que era o momento de fazer um trabalho maior.\\u0026#39;\\u0026#39; \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A exposi\\u0026#231;\\u0026#227;o, que segue para o Rio de Janeiro em julho, no Museu do Amanh\\u0026#227;, mostra esse percurso de quem foi descobrindo as entranhas da floresta.As imagens a\\u0026#233;reas, com os impressionantes rios voadores e chuvas torrenciais, se encaminham para as fotografias das imensas copas de \\u0026#225;rvores, adentrando a selva amaz\\u0026#244;nica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt; Chegamos, ent\\u0026#227;o, a uma constru\\u0026#231;\\u0026#227;o ind\\u0026#237;gena onde ganham rosto os povos que habitam a regi\\u0026#227;o com retratos de 12 comunidades.\\u0026quot;A minha maior curiosidade, ainda nos anos 1980, era em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o ao ser humano que eu ia encontrar dentro da floresta amaz\\u0026#244;nica, e que era um ser humano que eu imaginava muito diferente de mim\\u0026quot;, diz ele.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Sebasti\\u0026amp;#227;o Salgado v\\u0026amp;#234; estrago de Bolsonaro na Amaz\\u0026amp;#244;nia\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/690000/767x0/464749011787AFC30023E_00694320_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F690000%2F464749011787AFC30023E_00694320_1_.jpg%3Fxid%3D1710432%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748184891\\u0026amp;amp;xid=1710432\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/690000/767x0/464749011787AFC30023E_00694320_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F690000%2F464749011787AFC30023E_00694320_1_.jpg%3Fxid%3D1710432%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748184891\\u0026amp;amp;xid=1710432\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Foto: Sebasti\\u0026amp;#227;o Salgado\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Mas descobri imediatamente que elas eram exatamente como eu. Tudo o que era s\\u0026#233;rio e essencial para mim era s\\u0026#233;rio e essencial para eles.\\u0026quot; Fotografias que agora chegam no Sesc Pompeia j\\u0026#225; foram publicadas numa s\\u0026#233;rie de reportagens sobre as expedi\\u0026#231;\\u0026#245;es de Salgado neste jornal, que acompanhou o contato do fot\\u0026#243;grafo com as aldeias. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026#201; uma esp\\u0026#233;cie de radiografia das v\\u0026#225;rias habita\\u0026#231;\\u0026#245;es poss\\u0026#237;veis de povos origin\\u0026#225;rios nesse espa\\u0026#231;o. Enquanto comunidades do alto Xingu j\\u0026#225; foram contatadas faz mais de 40 anos, os korubos s\\u0026#243; tinham deixado de ser isolados 15 meses antes de Salgado chegar \\u0026#224; regi\\u0026#227;o para fotografar, por exemplo.\\u0026quot;Quem ajudou a montar esse programa foi a Funai [Funda\\u0026#231;\\u0026#227;o Nacional do \\u0026#205;ndio]. N\\u0026#227;o a que hoje \\u0026#233; dirigida por um delegado de pol\\u0026#237;cia, que \\u0026#233; uma institui\\u0026#231;\\u0026#227;o que temporariamente est\\u0026#225; sofrendo muito\\u0026quot;, afirma Salgado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026quot;Ela n\\u0026#227;o representa mais as comunidades ind\\u0026#237;genas, mas \\u0026#233; uma Funai que tem uma hist\\u0026#243;ria colossal.\\u0026quot; O fot\\u0026#243;grafo lembra que a destrui\\u0026#231;\\u0026#227;o da Amaz\\u0026#244;nia come\\u0026#231;ou antes do governo de Jair Bolsonaro, mas tamb\\u0026#233;m afirma que essa gest\\u0026#227;o tem tentado destruir uma s\\u0026#233;rie de institui\\u0026#231;\\u0026#245;es ligadas \\u0026#224; prote\\u0026#231;\\u0026#227;o do meio ambiente, como toda a a\\u0026#231;\\u0026#227;o de prote\\u0026#231;\\u0026#227;o ao bioma amaz\\u0026#244;nico que deve ser feito pelo Ibama. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Ainda que o cen\\u0026#225;rio atual seja de desarticula\\u0026#231;\\u0026#227;o dos mecanismos que protegem esse ecossistema, Salgado acredita que a tanto a institui\\u0026#231;\\u0026#227;o quanto a floresta n\\u0026#227;o ser\\u0026#227;o aniquiladas. \\u0026#39;\\u0026#39;Os antrop\\u0026#243;logos, soci\\u0026#243;logos e indigenistas da institui\\u0026#231;\\u0026#227;o conseguiram preservar mais de 25% de todo o territ\\u0026#243;rio amaz\\u0026#244;nico e ind\\u0026#237;gena gra\\u0026#231;as ao grande trabalho da Funai ao longo dos anos. Dentro de um ano depois da mudan\\u0026#231;a desse governo, a Funai volta a ser a Funai outra vez\\u0026quot;, diz ele. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Ela tem um papel hist\\u0026#243;rico determinante na Amaz\\u0026#244;nia.\\u0026quot; Al\\u0026#233;m da neglig\\u0026#234;ncia governamental, Salgado v\\u0026#234; um impacto da crise clim\\u0026#225;tica na floresta, com secas que ele nunca havia visto antes e que tem sido presentes no \\u0026#250;ltimo ano. Para chamar a aten\\u0026#231;\\u0026#227;o para a necessidade de preservar todo esse ecossistema, incluindo os povos origin\\u0026#225;rios que vivem ali, tamb\\u0026#233;m faz parte da mostra uma programa\\u0026#231;\\u0026#227;o de concertos de m\\u0026#250;sica cl\\u0026#225;ssica na Sala S\\u0026#227;o Paulo, retomando composi\\u0026#231;\\u0026#245;es de Villa-Lobos e Philip Glass para a floresta amaz\\u0026#244;nica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Sebasti\\u0026amp;#227;o Salgado v\\u0026amp;#234; estrago de Bolsonaro na Amaz\\u0026amp;#244;nia\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/690000/767x0/46473FC5E6B4317F9A3CA_00694320_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F690000%2F46473FC5E6B4317F9A3CA_00694320_2_.jpg%3Fxid%3D1710433%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748184891\\u0026amp;amp;xid=1710433\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/690000/767x0/46473FC5E6B4317F9A3CA_00694320_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F690000%2F46473FC5E6B4317F9A3CA_00694320_2_.jpg%3Fxid%3D1710433%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748184891\\u0026amp;amp;xid=1710433\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Foto: Sebasti\\u0026amp;#227;o Salgado\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;J\\u0026#225; os artistas Jean Michel-Jarre e Guga Stroeter fizeram m\\u0026#250;sicas in\\u0026#233;ditas para a mostra no Sesc.Depoimentos de lideran\\u0026#231;as ind\\u0026#237;genas exibidas na mostra, com nomes como o yanomami Davi Kopenawa, se somam a esse esfor\\u0026#231;o de tentar aproximar o p\\u0026#250;blico das pautas que cercam a Amaz\\u0026#244;nia -e Salgado espera levar algumas delas para a mostra no Sesc, algo que planejava antes dos casos de Covid voltarem a subir com a variante \\u0026#244;micron. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Nas fotografias de Salgado, os povos ind\\u0026#237;genas aparecem ora cercados pela mata gigantesca, ora em est\\u0026#250;dios que ele conta ter montado embaixo de \\u0026#225;rvores -e que retiram esses povos do contexto de onde vivem. \\u0026quot;A riqueza ornamental dessas popula\\u0026#231;\\u0026#245;es \\u0026#233; imensa, e quando a floresta tamb\\u0026#233;m tem essa riqueza, um de frente ao outro, \\u0026#224;s vezes n\\u0026#227;o \\u0026#233; poss\\u0026#237;vel dar um destaque\\u0026quot;, diz ele, sobre o porqu\\u0026#234; isolou os ind\\u0026#237;genas em alguns de seus retratos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026quot;Eu ficava sentado no est\\u0026#250;dio esperando quem quisesse ser fotografado, e ali eu deixava cada um se colocar \\u0026#224; sua maneira, como ele quisesse ser fotografado.\\u0026quot; Todas as cores desses adornos de povos origin\\u0026#225;rios e tamb\\u0026#233;m da floresta desaparecem na j\\u0026#225; conhecida est\\u0026#233;tica em preto e branco das fotografias de Salgado.A escolha \\u0026#233; antiga -ele diz que logo no come\\u0026#231;o da carreira percebeu que as cores o distra\\u0026#237;am. ar para a gama de cinzas dava a chance de se \\u0026quot;concentrar no fato principal da foto\\u0026quot;. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Conseguia transmitir algo nas gamas de cinza, e n\\u0026#227;o mais de maneira escandalosa e acintosa como eram com as cores.\\u0026quot;\\u0026#201; um preto e branco que, na vida real, n\\u0026#227;o existe, lembra o fot\\u0026#243;grafo. \\u0026quot;Sou obrigado a entrar nesse mundo fantasma para poder restituir a realidade do que estou vendo. O preto e branco \\u0026#233; uma fic\\u0026#231;\\u0026#227;o, e sou obrigado a entrar na fic\\u0026#231;\\u0026#227;o para me concentrar.\\u0026quot;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Sebasti\\u0026amp;#227;o Salgado v\\u0026amp;#234; estrago de Bolsonaro na Amaz\\u0026amp;#244;nia\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/690000/767x0/4647729D7236EE6124AB7_00694320_3_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F690000%2F4647729D7236EE6124AB7_00694320_3_.jpg%3Fxid%3D1710434%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748184891\\u0026amp;amp;xid=1710434\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/690000/767x0/4647729D7236EE6124AB7_00694320_3_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F690000%2F4647729D7236EE6124AB7_00694320_3_.jpg%3Fxid%3D1710434%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748184891\\u0026amp;amp;xid=1710434\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Foto: Sebasti\\u0026amp;#227;o Salgado\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"sebastião salgado, bolsonaro, amazônia, meio-ambiente,"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 33°
cotação atual R$


home
OLHARES

Sebastião Salgado vê estrago de Bolsonaro na Amazônia

"Voltando para fazer essas fotografias eu constatei uma grande ferida na Amazônia, ela estava machucada. Vi regiões que, naquela época que eu tinha trabalhado, eram florestas totalmente virgens, e elas já estavam bem, bem destruídas. Aí vi que era o momento de fazer um trabalho maior.''

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Sebastião Salgado vê estrago de Bolsonaro na Amazônia camera Fotógrafo fará exposição sobre a maior floresta do mundo | Reprodução

Não são as imagens da Amazônia em chamas que nos acostumamos a ver nos últimos anos, em meio à alta de queimadas, que Sebastião Salgado traz agora para o público brasileiro. A Amazônia em preto e branco do fotógrafo é essa paisagem grandiosa, fora de qualquer escala humana, cortada por rios que parecem cortar a terra e o céu, enredada por uma neblina que engole seus grandes montes.

''Tenho a esperança de que minhas fotografias traduzam essa generosidade da Amazônia", afirma ele, que abre em fevereiro uma exposição com sua série sobre a floresta amazônica no Sesc Pompeia, em São Paulo, depois de mostrar essas imagens em Londres, Paris e Roma. Foi para reforçar essa grandiosidade da selva que Lélia Wanick Salgado, organizadora da mostra, pensou uma iluminação que emanasse das próprias imagens, todas penduradas no teto.

E é num tom idílico que Salgado retrata e narra esse espaço misterioso, para onde viajou cerca de 60 vezes em sete anos. "A Amazônia é um paraíso, a Amazônia não tem doenças. As que existem foram trazidas de fora." Há décadas essa visão que ele tem da floresta vem sendo construída. Salgado começou a fotografar a Amazônia ainda nos anos 1980, mas intensificou suas expedições no início dos anos 2000 durante o projeto "Gênesis", feito em lugares intocados do planeta.

Sebastião Salgado vê estrago de Bolsonaro na Amazônia
📷 |Foto: Sebastião Salgado

"Voltando para fazer essas fotografias eu constatei uma grande ferida na Amazônia, ela estava machucada. Vi regiões que, naquela época que eu tinha trabalhado, eram florestas totalmente virgens, e elas já estavam bem, bem destruídas. Aí vi que era o momento de fazer um trabalho maior.''

A exposição, que segue para o Rio de Janeiro em julho, no Museu do Amanhã, mostra esse percurso de quem foi descobrindo as entranhas da floresta.As imagens aéreas, com os impressionantes rios voadores e chuvas torrenciais, se encaminham para as fotografias das imensas copas de árvores, adentrando a selva amazônica.

Chegamos, então, a uma construção indígena onde ganham rosto os povos que habitam a região com retratos de 12 comunidades."A minha maior curiosidade, ainda nos anos 1980, era em relação ao ser humano que eu ia encontrar dentro da floresta amazônica, e que era um ser humano que eu imaginava muito diferente de mim", diz ele.

Sebastião Salgado vê estrago de Bolsonaro na Amazônia
📷 |Foto: Sebastião Salgado

"Mas descobri imediatamente que elas eram exatamente como eu. Tudo o que era sério e essencial para mim era sério e essencial para eles." Fotografias que agora chegam no Sesc Pompeia já foram publicadas numa série de reportagens sobre as expedições de Salgado neste jornal, que acompanhou o contato do fotógrafo com as aldeias.

É uma espécie de radiografia das várias habitações possíveis de povos originários nesse espaço. Enquanto comunidades do alto Xingu já foram contatadas faz mais de 40 anos, os korubos só tinham deixado de ser isolados 15 meses antes de Salgado chegar à região para fotografar, por exemplo."Quem ajudou a montar esse programa foi a Funai [Fundação Nacional do Índio]. Não a que hoje é dirigida por um delegado de polícia, que é uma instituição que temporariamente está sofrendo muito", afirma Salgado.

"Ela não representa mais as comunidades indígenas, mas é uma Funai que tem uma história colossal." O fotógrafo lembra que a destruição da Amazônia começou antes do governo de Jair Bolsonaro, mas também afirma que essa gestão tem tentado destruir uma série de instituições ligadas à proteção do meio ambiente, como toda a ação de proteção ao bioma amazônico que deve ser feito pelo Ibama.

Ainda que o cenário atual seja de desarticulação dos mecanismos que protegem esse ecossistema, Salgado acredita que a tanto a instituição quanto a floresta não serão aniquiladas. ''Os antropólogos, sociólogos e indigenistas da instituição conseguiram preservar mais de 25% de todo o território amazônico e indígena graças ao grande trabalho da Funai ao longo dos anos. Dentro de um ano depois da mudança desse governo, a Funai volta a ser a Funai outra vez", diz ele.

"Ela tem um papel histórico determinante na Amazônia." Além da negligência governamental, Salgado vê um impacto da crise climática na floresta, com secas que ele nunca havia visto antes e que tem sido presentes no último ano. Para chamar a atenção para a necessidade de preservar todo esse ecossistema, incluindo os povos originários que vivem ali, também faz parte da mostra uma programação de concertos de música clássica na Sala São Paulo, retomando composições de Villa-Lobos e Philip Glass para a floresta amazônica.

Sebastião Salgado vê estrago de Bolsonaro na Amazônia
📷 |Foto: Sebastião Salgado

Já os artistas Jean Michel-Jarre e Guga Stroeter fizeram músicas inéditas para a mostra no Sesc.Depoimentos de lideranças indígenas exibidas na mostra, com nomes como o yanomami Davi Kopenawa, se somam a esse esforço de tentar aproximar o público das pautas que cercam a Amazônia -e Salgado espera levar algumas delas para a mostra no Sesc, algo que planejava antes dos casos de Covid voltarem a subir com a variante ômicron.

Nas fotografias de Salgado, os povos indígenas aparecem ora cercados pela mata gigantesca, ora em estúdios que ele conta ter montado embaixo de árvores -e que retiram esses povos do contexto de onde vivem. "A riqueza ornamental dessas populações é imensa, e quando a floresta também tem essa riqueza, um de frente ao outro, às vezes não é possível dar um destaque", diz ele, sobre o porquê isolou os indígenas em alguns de seus retratos.

"Eu ficava sentado no estúdio esperando quem quisesse ser fotografado, e ali eu deixava cada um se colocar à sua maneira, como ele quisesse ser fotografado." Todas as cores desses adornos de povos originários e também da floresta desaparecem na já conhecida estética em preto e branco das fotografias de Salgado.A escolha é antiga -ele diz que logo no começo da carreira percebeu que as cores o distraíam. ar para a gama de cinzas dava a chance de se "concentrar no fato principal da foto".

"Conseguia transmitir algo nas gamas de cinza, e não mais de maneira escandalosa e acintosa como eram com as cores."É um preto e branco que, na vida real, não existe, lembra o fotógrafo. "Sou obrigado a entrar nesse mundo fantasma para poder restituir a realidade do que estou vendo. O preto e branco é uma ficção, e sou obrigado a entrar na ficção para me concentrar."

Sebastião Salgado vê estrago de Bolsonaro na Amazônia
📷 |Foto: Sebastião Salgado
VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias

    Leia mais notícias de Notícias. Clique aqui!

    Últimas Notícias