{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/agropara/866456/horto-da-embrapa-preserva-a-medicina-tradicional","headline":"Horto da Embrapa preserva a medicina tradicional","datePublished":"2024-07-06T07:37:16.057-03:00","dateModified":"2024-07-06T07:36:56.19-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Cintia Magno","url":"/noticias/agropara/866456/horto-da-embrapa-preserva-a-medicina-tradicional"},"image":"/img/Artigo-Destaque/860000/EMBRAPACAPA_00866456_0_.jpg?xid=2890425","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Horto da Embrapa guarda 137 espécies de plantas amazônicas medicinais e aromáticas para pesquisas, em um importante banco de dados sobre os saberes nativos locais.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Conhecimentos diversos, incluindo o popular tradicional, est\\u0026#227;o envolvidos no uso das chamadas plantas medicinais e arom\\u0026#225;ticas. Saberes que podem subsidiar a produ\\u0026#231;\\u0026#227;o cient\\u0026#237;fica em diferentes \\u0026#225;reas do conhecimento e n\\u0026#237;veis de forma\\u0026#231;\\u0026#227;o e que, recentemente, foram catalogados em uma publica\\u0026#231;\\u0026#227;o da Embrapa Amaz\\u0026#244;nia Oriental. Contemplando 137 esp\\u0026#233;cies de plantas amaz\\u0026#244;nicas e de outras regi\\u0026#245;es, o livro ‘Cat\\u0026#225;logo do Horto de Plantas Medicinais e Arom\\u0026#225;ticas’ traz um banco de dados ilustrado sobre as esp\\u0026#233;cies existentes no horto da institui\\u0026#231;\\u0026#227;o, em Bel\\u0026#233;m, bem como os trabalhos t\\u0026#233;cnico-cient\\u0026#237;ficos publicados sore elas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Instalado na sede da Embrapa Amaz\\u0026#244;nia Oriental, no bairro do Marco, em Bel\\u0026#233;m, o horto da institui\\u0026#231;\\u0026#227;o foi criado ainda em 1988, a partir da implanta\\u0026#231;\\u0026#227;o de bancos ativos de germoplasma (uma cole\\u0026#231;\\u0026#227;o de plantas) de uma planta chamada Ipeca (ipecacunha), cujo uso medicinal est\\u0026#225; associado ao tratamento da diarreia, principalmente de origem amebiana.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;CONTE\\u0026#218;DO RELACIONADO\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/agropara/865773/revista-agropara-digital-confira-os-destaques-da-35-edicao?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Revista Agropar\\u0026#225; digital: confira os destaques da 35\\u0026#170; edi\\u0026#231;\\u0026#227;o\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/agropara/865769/cafe-de-acai-ja-podera-ser-vendido?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;“Caf\\u0026#233; de a\\u0026#231;a\\u0026#237;” j\\u0026#225; poder\\u0026#225; ser vendido\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/agropara/865897/os-pneus-certos-para-maquinas-agricolas?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Os pneus certos para m\\u0026#225;quinas agr\\u0026#237;colas\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/agropara/866019/banco-da-amazonia-impulsiona-energia-solar-com-credito?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Banco da Amaz\\u0026#244;nia impulsiona energia solar com cr\\u0026#233;dito\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/agropara/866147/sertanejo-vem-dominando-as-paradas-de-sucesso?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Sertanejo vem dominando as paradas de sucesso\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/agropara/866279/para-se-destaca-com-a-maior-cadeia-produtiva-de-abelhas?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Par\\u0026#225; se destaca com a maior cadeia produtiva de abelhas\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;J\\u0026#225; em 1991 houve a implanta\\u0026#231;\\u0026#227;o de outra esp\\u0026#233;cie, o Jaborandi, conhecido pela a\\u0026#231;\\u0026#227;o expectorante; e em 2002 incorporou-se o Curau\\u0026#225;, de uso medicinal diur\\u0026#233;tico e anti-inflamat\\u0026#243;rio, dentre outros. A partir de ent\\u0026#227;o, outras esp\\u0026#233;cies medicinais e arom\\u0026#225;ticas foram incorporadas, formando diversas cole\\u0026#231;\\u0026#245;es e dando origem ao atual horto.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Foi ainda em 1991 que o engenheiro-agr\\u0026#244;nomo, doutor em fitotecnia e pesquisador da Embrapa Amaz\\u0026#244;nia Oriental, Osmar Alves Lameira, iniciou o trabalho com o horto. Autor do cat\\u0026#225;logo lan\\u0026#231;ado em maio deste ano, o pesquisador explica que o principal trabalho desenvolvido no local visa a conserva\\u0026#231;\\u0026#227;o das esp\\u0026#233;cies. “As pessoas confundem preservar e conservar, mas em uma linguagem bem simples, quando se fala em conservar, quer dizer que eu vou usar. Preservar \\u0026#233; para n\\u0026#227;o tocar. E o nosso horto tem essa preocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o com a conserva\\u0026#231;\\u0026#227;o”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Osmar Lameira explica que o principal trabalho visa a conserva\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o das esp\\u0026amp;#233;cies.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/860000/767x0/EMBRAPA4_00866456_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F860000%2FEMBRAPA4_00866456_0_.jpg%3Fxid%3D2890427%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748234209\\u0026amp;amp;xid=2890427\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/860000/767x0/EMBRAPA4_00866456_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F860000%2FEMBRAPA4_00866456_0_.jpg%3Fxid%3D2890427%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748234209\\u0026amp;amp;xid=2890427\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Osmar Lameira explica que o principal trabalho visa a conserva\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o das esp\\u0026amp;#233;cies. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Mauro \\u0026amp;#194;ngelo\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Osmar aponta que a maioria das esp\\u0026#233;cies presentes no horto s\\u0026#227;o nativas da Amaz\\u0026#244;nia, sendo que algumas s\\u0026#227;o quase exclusivas do Estado do Par\\u0026#225;. Por\\u0026#233;m, outras esp\\u0026#233;cies nativas de outras regi\\u0026#245;es do pa\\u0026#237;s tamb\\u0026#233;m integram a cole\\u0026#231;\\u0026#227;o. Ao todo, s\\u0026#227;o 200 esp\\u0026#233;cies, por\\u0026#233;m, para a publica\\u0026#231;\\u0026#227;o foram selecionadas 137. “Isso porque tem muita esp\\u0026#233;cie de plantas aqui que a viv\\u0026#234;ncia delas \\u0026#233; de um curto per\\u0026#237;odo de tempo, depois elas desaparecem. A gente chama de ‘planta espont\\u0026#226;nea’, voc\\u0026#234; planta e daqui seis meses sumiu. E aquelas que sumiram, dali a 5 meses elas j\\u0026#225; aparecem de novo. Ent\\u0026#227;o, n\\u0026#243;s decidimos pegar as que realmente ficam aqui”, explica Osmar. “\\u0026#201; um cat\\u0026#225;logo dessas esp\\u0026#233;cies que n\\u0026#243;s temos pesquisa sobre elas. Tem a foto da folha, da flor, do fruto, da semente. E n\\u0026#243;s colocamos, tamb\\u0026#233;m, todos os trabalhos cient\\u0026#237;ficos que esse horto j\\u0026#225; gerou”.\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Al\\u0026#233;m do trabalho de conserva\\u0026#231;\\u0026#227;o, o pesquisador destaca que o horto tamb\\u0026#233;m possibilita o desenvolvimento de pesquisas, gerando informa\\u0026#231;\\u0026#227;o para usu\\u0026#225;rios que visitam o local, sobretudo estudantes universit\\u0026#225;rios. Osmar aponta que do local j\\u0026#225; foram gerados trabalhos de conclus\\u0026#227;o de curso, disserta\\u0026#231;\\u0026#245;es de mestrado e teses de doutorado. Osmar refor\\u0026#231;a que nenhum pesquisador, t\\u0026#233;cnico ou bolsista da Embrapa tem autoriza\\u0026#231;\\u0026#227;o para indicar o uso de determinada planta para qualquer pessoa, j\\u0026#225; que tal indica\\u0026#231;\\u0026#227;o s\\u0026#243; poderia ser feita por profissionais da \\u0026#225;rea m\\u0026#233;dica. O que se faz no horto \\u0026#233; conservar esp\\u0026#233;cies que podem subsidiar o desenvolvimento de pesquisas por profissionais de diversas \\u0026#225;reas que podem comprovar ou n\\u0026#227;o a efic\\u0026#225;cia das plantas para determinados usos, assim como identificar novas aplica\\u0026#231;\\u0026#245;es.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Horto da Embrapa preserva a medicina tradicional\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/860000/767x0/embrapafinal_00866456_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F860000%2Fembrapafinal_00866456_1_.jpg%3Fxid%3D2890428%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748234209\\u0026amp;amp;xid=2890428\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/860000/767x0/embrapafinal_00866456_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F860000%2Fembrapafinal_00866456_1_.jpg%3Fxid%3D2890428%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748234209\\u0026amp;amp;xid=2890428\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Mauro \\u0026amp;#194;ngelo\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para isso, por exemplo, \\u0026#233; preciso conhecer bem as esp\\u0026#233;cies e saber como fazer a coleta de uma amostra para ser pesquisada. Para se fazer um ch\\u0026#225; de uma planta medicinal corretamente, por exemplo, Osmar explica que \\u0026#233; preciso saber, por exemplo, quando a planta est\\u0026#225; florando, quando ela est\\u0026#225; frutificando. “A gente sempre a para os profissionais que se voc\\u0026#234; n\\u0026#227;o souber coletar a amostra de uma planta corretamente, voc\\u0026#234; n\\u0026#227;o consegue fazer a an\\u0026#225;lise. Se voc\\u0026#234; for usar uma folha para fazer ch\\u0026#225;, voc\\u0026#234; tem que olhar se ela n\\u0026#227;o est\\u0026#225; florando e nem frutificando e a\\u0026#237; voc\\u0026#234; pode usar”, exemplifica. “Mas se ela estiver florando e frutificando, eu j\\u0026#225; n\\u0026#227;o posso mexer nela porque quando a planta est\\u0026#225; florando e frutificando todas as subst\\u0026#226;ncias se deslocam para ela dar uma boa semente e um bom fruto”.\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para que todo esse trabalho de pesquisa seja poss\\u0026#237;vel, al\\u0026#233;m da manuten\\u0026#231;\\u0026#227;o das cole\\u0026#231;\\u0026#245;es de plantas no campo, o horto tamb\\u0026#233;m possui um laborat\\u0026#243;rio onde algumas esp\\u0026#233;cies s\\u0026#227;o cultivadas in vitro. A partir do material contido em um \\u0026#250;nico vidro \\u0026#233; poss\\u0026#237;vel fazer centenas de mudas e tudo o que nascer daquele frasco ser\\u0026#225; geneticamente igual. \\u0026#201; a chamada propaga\\u0026#231;\\u0026#227;o vegetativa. 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Horto da Embrapa preserva a medicina tradicional

Horto da Embrapa guarda 137 espécies de plantas amazônicas medicinais e aromáticas para pesquisas, em um importante banco de dados sobre os saberes nativos locais.

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Imagem ilustrativa da notícia Horto da Embrapa preserva a medicina tradicional camera Mauro Ângelo

Conhecimentos diversos, incluindo o popular tradicional, estão envolvidos no uso das chamadas plantas medicinais e aromáticas. Saberes que podem subsidiar a produção científica em diferentes áreas do conhecimento e níveis de formação e que, recentemente, foram catalogados em uma publicação da Embrapa Amazônia Oriental. Contemplando 137 espécies de plantas amazônicas e de outras regiões, o livro ‘Catálogo do Horto de Plantas Medicinais e Aromáticas’ traz um banco de dados ilustrado sobre as espécies existentes no horto da instituição, em Belém, bem como os trabalhos técnico-científicos publicados sore elas.

Instalado na sede da Embrapa Amazônia Oriental, no bairro do Marco, em Belém, o horto da instituição foi criado ainda em 1988, a partir da implantação de bancos ativos de germoplasma (uma coleção de plantas) de uma planta chamada Ipeca (ipecacunha), cujo uso medicinal está associado ao tratamento da diarreia, principalmente de origem amebiana.

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Já em 1991 houve a implantação de outra espécie, o Jaborandi, conhecido pela ação expectorante; e em 2002 incorporou-se o Curauá, de uso medicinal diurético e anti-inflamatório, dentre outros. A partir de então, outras espécies medicinais e aromáticas foram incorporadas, formando diversas coleções e dando origem ao atual horto.

Foi ainda em 1991 que o engenheiro-agrônomo, doutor em fitotecnia e pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Osmar Alves Lameira, iniciou o trabalho com o horto. Autor do catálogo lançado em maio deste ano, o pesquisador explica que o principal trabalho desenvolvido no local visa a conservação das espécies. “As pessoas confundem preservar e conservar, mas em uma linguagem bem simples, quando se fala em conservar, quer dizer que eu vou usar. Preservar é para não tocar. E o nosso horto tem essa preocupação com a conservação”.

Osmar Lameira explica que o principal trabalho visa a conservação das espécies.
📷 Osmar Lameira explica que o principal trabalho visa a conservação das espécies. |Mauro Ângelo

Osmar aponta que a maioria das espécies presentes no horto são nativas da Amazônia, sendo que algumas são quase exclusivas do Estado do Pará. Porém, outras espécies nativas de outras regiões do país também integram a coleção. Ao todo, são 200 espécies, porém, para a publicação foram selecionadas 137. “Isso porque tem muita espécie de plantas aqui que a vivência delas é de um curto período de tempo, depois elas desaparecem. A gente chama de ‘planta espontânea’, você planta e daqui seis meses sumiu. E aquelas que sumiram, dali a 5 meses elas já aparecem de novo. Então, nós decidimos pegar as que realmente ficam aqui”, explica Osmar. “É um catálogo dessas espécies que nós temos pesquisa sobre elas. Tem a foto da folha, da flor, do fruto, da semente. E nós colocamos, também, todos os trabalhos científicos que esse horto já gerou”.

Além do trabalho de conservação, o pesquisador destaca que o horto também possibilita o desenvolvimento de pesquisas, gerando informação para usuários que visitam o local, sobretudo estudantes universitários. Osmar aponta que do local já foram gerados trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Osmar reforça que nenhum pesquisador, técnico ou bolsista da Embrapa tem autorização para indicar o uso de determinada planta para qualquer pessoa, já que tal indicação só poderia ser feita por profissionais da área médica. O que se faz no horto é conservar espécies que podem subsidiar o desenvolvimento de pesquisas por profissionais de diversas áreas que podem comprovar ou não a eficácia das plantas para determinados usos, assim como identificar novas aplicações.

Horto da Embrapa preserva a medicina tradicional
📷 |Mauro Ângelo

Para isso, por exemplo, é preciso conhecer bem as espécies e saber como fazer a coleta de uma amostra para ser pesquisada. Para se fazer um chá de uma planta medicinal corretamente, por exemplo, Osmar explica que é preciso saber, por exemplo, quando a planta está florando, quando ela está frutificando. “A gente sempre a para os profissionais que se você não souber coletar a amostra de uma planta corretamente, você não consegue fazer a análise. Se você for usar uma folha para fazer chá, você tem que olhar se ela não está florando e nem frutificando e aí você pode usar”, exemplifica. “Mas se ela estiver florando e frutificando, eu já não posso mexer nela porque quando a planta está florando e frutificando todas as substâncias se deslocam para ela dar uma boa semente e um bom fruto”.

Para que todo esse trabalho de pesquisa seja possível, além da manutenção das coleções de plantas no campo, o horto também possui um laboratório onde algumas espécies são cultivadas in vitro. A partir do material contido em um único vidro é possível fazer centenas de mudas e tudo o que nascer daquele frasco será geneticamente igual. É a chamada propagação vegetativa. Com isso, no caso de uma intempérie – como chuvas ou secas, pragas, doenças – que destrua a planta no campo, há como fazer novas mudas a partir do material cultivado in vitro.

Horto da Embrapa preserva a medicina tradicional
📷 |
Horto da Embrapa preserva a medicina tradicional
📷 |Reprodução
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