{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/brasil/724159/ibge-ignora-transexuais-em-pesquisa-sobre-sexualidade","headline":"IBGE ignora transexuais em pesquisa sobre sexualidade","datePublished":"2022-05-25T19:36:43-03:00","dateModified":"2022-05-25T20:31:33-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Com informações da Folhapress","url":"/noticias/brasil/724159/ibge-ignora-transexuais-em-pesquisa-sobre-sexualidade"},"image":"/img/Artigo-Destaque/720000/LGBT_00724159_0_.jpg?xid=1803758","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"A iniciativa foi uma experiência e reconhece que o IBGE ainda precisa \"avançar na investigação do tema\".","articleBody":"\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A divulga\\u0026#231;\\u0026#227;o dos primeiros dados sobre orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o brasileira feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\\u0026#237;stica) nesta quarta (25) indica que cerca de 95% da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o brasileira se declara heterossexual, 1,8% homossexual e 1,1 bissexual. O dado, por\\u0026#233;m, \\u0026#233; visto por especialistas como fr\\u0026#225;gil por ignorar a sexualidade de pessoas transg\\u0026#234;nero e promover um refor\\u0026#231;o simb\\u0026#243;lico da heterossexualidade como padr\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;\\u0026lt;i\\u0026gt;Leia tamb\\u0026#233;m:\\u0026lt;/i\\u0026gt;\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/esporte/esporte-brasil/722842/clubes-juntam-forcas-na-web-contra-a-homofobia?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Clubes juntam for\\u0026#231;as na web contra a Homofobia\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/entretenimento/fama/711480/vitao-desabafa-sobre-a-sua-orientacao-sexual-e-nova-musica?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Vit\\u0026#227;o desabafa sobre a sua orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual e nova m\\u0026#250;sica\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A pesquisa foi feita por meio da PNS (Pesquisa Nacional de Sa\\u0026#250;de) em 2019. O instituto, por\\u0026#233;m, n\\u0026#227;o investigou o tamanho da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o transg\\u0026#234;nero e a preval\\u0026#234;ncia de cada orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual nesse grupo –uma pessoa transg\\u0026#234;nero pode se declarar como heterossexual ou homossexual, entre outros.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A amostragem da pesquisa \\u0026#233; de 108 mil domic\\u0026#237;lios e a declara\\u0026#231;\\u0026#227;o do entrevistado foi obtida por meio da pergunta \\u0026quot;Qual a sua orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual?\\u0026quot;. A princ\\u0026#237;pio, a resposta deveria ser espont\\u0026#226;nea, mas, caso o entrevistado pedisse op\\u0026#231;\\u0026#245;es, seriam oferecidas: \\u0026quot;Heterossexual\\u0026quot;, \\u0026quot;Bissexual\\u0026quot;, \\u0026quot;Homossexual\\u0026quot;, \\u0026quot;Outra. Especifique\\u0026quot;, \\u0026quot;N\\u0026#227;o sabe\\u0026quot; e \\u0026quot;Recusou-se a responder\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Uma das informa\\u0026#231;\\u0026#245;es que chamaram aten\\u0026#231;\\u0026#227;o \\u0026#233; o n\\u0026#250;mero de entrevistados que optaram por n\\u0026#227;o responder \\u0026#224; pergunta, 2,3% (3,6 milh\\u0026#245;es de pessoas), maior do que a soma do percentual daqueles que se declararam homossexuais e bissexuais, 1,8% (2,9 milh\\u0026#245;es de pessoas).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A antrop\\u0026#243;loga Regina Facchini, pesquisadora e docente do N\\u0026#250;cleo de Estudos de G\\u0026#234;nero Pagu da Unicamp, diz que apesar dos problemas os dados s\\u0026#227;o importantes e auxiliam na compreens\\u0026#227;o do Brasil.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Ela destaca que o resultado indica que ainda n\\u0026#227;o h\\u0026#225; um ambiente confort\\u0026#225;vel para que brasileiros possam falar abertamente sobre sua orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Franca Pontes Vieira, disse em entrevista coletiva na manh\\u0026#227; desta quarta que as equipes do IBGE foram orientadas a fazer a pergunta sobre a orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual dos moradores em ambiente com privacidade ou a entregar ao entrevistado o equipamento para que respondesse \\u0026#224; pergunta sem precisar verbalizar as respostas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Questionado, o IBGE disse que o percentual de privacidade desse quesito foi de 90%.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Para Marco Aur\\u0026#233;lio M\\u0026#225;ximo Prado, coordenador do N\\u0026#250;cleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT+ da UFMG, a pesquisa \\u0026#233; fr\\u0026#225;gil devido \\u0026#224; forma como os dados foram coletados. \\u0026quot;Vivemos numa sociedade LGBTf\\u0026#243;bica. Para perguntar sobre orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual e identidade de g\\u0026#234;nero, \\u0026#233; necess\\u0026#225;rio preparar metodologias pr\\u0026#243;prias e pesquisas cuidadosas\\u0026quot;, afirma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;O aumento da viol\\u0026#234;ncia contra esses grupos em regi\\u0026#245;es mais conservadoras, como no interior do pa\\u0026#237;s, pode ter sido um fator determinante para inflar o n\\u0026#250;mero de pessoas que preferiram n\\u0026#227;o responder.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Simplesmente n\\u0026#227;o h\\u0026#225; um contexto favor\\u0026#225;vel para que as pessoas se sintam bem ao declarar sua orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual. H\\u0026#225; rep\\u0026#250;dio e viol\\u0026#234;ncia \\u0026#224;s homossexualidades em geral, portanto, n\\u0026#227;o se pode esperar que as pessoas neste contexto se sintam bem ao falar sobre sua sexualidade\\u0026quot;, diz Prado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;IDENTIDADE DE G\\u0026#202;NERO\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A pesquisa n\\u0026#227;o apura a quest\\u0026#227;o da identidade de g\\u0026#234;nero –por exemplo, quem \\u0026#233; transg\\u0026#234;nero (n\\u0026#227;o se identifica com o sexo biol\\u0026#243;gico) e quem \\u0026#233; cisg\\u0026#234;nero (quando h\\u0026#225; identifica\\u0026#231;\\u0026#227;o com o sexo biol\\u0026#243;gico). Levanta apenas a orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual, que independe dessa identidade.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026quot;Eu n\\u0026#227;o consigo vislumbrar nesses n\\u0026#250;meros a quantidade de pessoas trans brasileiras\\u0026quot;, aponta Keila Simpson, presidente da Antra (Associa\\u0026#231;\\u0026#227;o Nacional de Travestis e Transexuais). Ela classifica a pesquisa como superficial e afirma que, apesar de trazer dados importantes, precisa ser analisada com aten\\u0026#231;\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Em mar\\u0026#231;o deste ano, o Minist\\u0026#233;rio P\\u0026#250;blico Federal ingressou com uma a\\u0026#231;\\u0026#227;o civil p\\u0026#250;blica na Justi\\u0026#231;a Federal do Acre contra o IBGE para que o Censo 2022 inclu\\u0026#237;sse perguntas sobre popula\\u0026#231;\\u0026#227;o LGBTQIA+, inclusive a contagem da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o transg\\u0026#234;nero.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;O instituto alega que o censo demogr\\u0026#225;fico \\u0026quot;n\\u0026#227;o \\u0026#233; adequado para sondagem ou investiga\\u0026#231;\\u0026#227;o de identidade de g\\u0026#234;nero e orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual\\u0026quot;. Segundo o IBGE, a Justi\\u0026#231;a concedeu ao instituto o direito de n\\u0026#227;o abordar orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual e identidade de g\\u0026#234;nero no Censo 2022.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A antrop\\u0026#243;loga Regina Facchini classifica como injustific\\u0026#225;vel a aus\\u0026#234;ncia de dados de identidade de g\\u0026#234;nero na pesquisa. \\u0026quot;\\u0026#201; uma forma de apagar socialmente a exist\\u0026#234;ncia dessas pessoas e dessas popula\\u0026#231;\\u0026#245;es\\u0026quot;, disse.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;A pesquisa foi realizada em 2019 –para Facchini, um ano de incertezas para as popula\\u0026#231;\\u0026#245;es LGBTQIA+ diante da agenda conservadora do rec\\u0026#233;m-empossado Jair Bolsonaro (PL). Quando deputado, Bolsonaro chegou a dizer que era \\u0026quot;homof\\u0026#243;bico com orgulho\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Uma pesquisa feita pelo portal G\\u0026#234;nero e N\\u0026#250;mero mostrou que 51% dos entrevistados disseram ter sido v\\u0026#237;timas de pelo menos uma agress\\u0026#227;o no segundo semestre de 2018, per\\u0026#237;odo de disputa eleitoral. A pesquisa indica ainda que 56% das pessoas transg\\u0026#234;nero foram v\\u0026#237;timas de viol\\u0026#234;ncia mais de tr\\u0026#234;s vezes durante as elei\\u0026#231;\\u0026#245;es.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Na entrevista desta quarta, Vieira disse que o instituto optou por apenas uma pergunta sobre orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual na PNS para \\u0026quot;estudar e compreender\\u0026quot; [o cen\\u0026#225;rio]. \\u0026quot;Esse \\u0026#233; um tema que nunca t\\u0026#237;nhamos tratado e sentimos a necessidade de fazer\\u0026quot;, disse.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;Ela explica que a iniciativa foi uma experi\\u0026#234;ncia e reconhece que o IBGE ainda precisa \\u0026quot;avan\\u0026#231;ar na investiga\\u0026#231;\\u0026#227;o do tema\\u0026quot;, porque tem \\u0026quot;melhorias metodol\\u0026#243;gicas que podem e devem ser feitas\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"ibge, pesquisa sobre sexualidade, transexuais"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 31°
cotação atual R$


home
INCONSISTÊNCIA

IBGE ignora transexuais em pesquisa sobre sexualidade

A iniciativa foi uma experiência e reconhece que o IBGE ainda precisa "avançar na investigação do tema".

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia IBGE ignora transexuais em pesquisa sobre sexualidade camera A amostragem da pesquisa é de 108 mil domicílios | (crédito: Divulgação)

A divulgação dos primeiros dados sobre orientação sexual da população brasileira feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta (25) indica que cerca de 95% da população brasileira se declara heterossexual, 1,8% homossexual e 1,1 bissexual. O dado, porém, é visto por especialistas como frágil por ignorar a sexualidade de pessoas transgênero e promover um reforço simbólico da heterossexualidade como padrão.

Leia também:

Clubes juntam forças na web contra a Homofobia

Vitão desabafa sobre a sua orientação sexual e nova música

A pesquisa foi feita por meio da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) em 2019. O instituto, porém, não investigou o tamanho da população transgênero e a prevalência de cada orientação sexual nesse grupo –uma pessoa transgênero pode se declarar como heterossexual ou homossexual, entre outros.

A amostragem da pesquisa é de 108 mil domicílios e a declaração do entrevistado foi obtida por meio da pergunta "Qual a sua orientação sexual?". A princípio, a resposta deveria ser espontânea, mas, caso o entrevistado pedisse opções, seriam oferecidas: "Heterossexual", "Bissexual", "Homossexual", "Outra. Especifique", "Não sabe" e "Recusou-se a responder".

Uma das informações que chamaram atenção é o número de entrevistados que optaram por não responder à pergunta, 2,3% (3,6 milhões de pessoas), maior do que a soma do percentual daqueles que se declararam homossexuais e bissexuais, 1,8% (2,9 milhões de pessoas).

A antropóloga Regina Facchini, pesquisadora e docente do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu da Unicamp, diz que apesar dos problemas os dados são importantes e auxiliam na compreensão do Brasil.

Ela destaca que o resultado indica que ainda não há um ambiente confortável para que brasileiros possam falar abertamente sobre sua orientação sexual.

A coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Franca Pontes Vieira, disse em entrevista coletiva na manhã desta quarta que as equipes do IBGE foram orientadas a fazer a pergunta sobre a orientação sexual dos moradores em ambiente com privacidade ou a entregar ao entrevistado o equipamento para que respondesse à pergunta sem precisar verbalizar as respostas.

Questionado, o IBGE disse que o percentual de privacidade desse quesito foi de 90%.

Para Marco Aurélio Máximo Prado, coordenador do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT+ da UFMG, a pesquisa é frágil devido à forma como os dados foram coletados. "Vivemos numa sociedade LGBTfóbica. Para perguntar sobre orientação sexual e identidade de gênero, é necessário preparar metodologias próprias e pesquisas cuidadosas", afirma.

O aumento da violência contra esses grupos em regiões mais conservadoras, como no interior do país, pode ter sido um fator determinante para inflar o número de pessoas que preferiram não responder.

"Simplesmente não há um contexto favorável para que as pessoas se sintam bem ao declarar sua orientação sexual. Há repúdio e violência às homossexualidades em geral, portanto, não se pode esperar que as pessoas neste contexto se sintam bem ao falar sobre sua sexualidade", diz Prado.

IDENTIDADE DE GÊNERO

A pesquisa não apura a questão da identidade de gênero –por exemplo, quem é transgênero (não se identifica com o sexo biológico) e quem é cisgênero (quando há identificação com o sexo biológico). Levanta apenas a orientação sexual, que independe dessa identidade.

"Eu não consigo vislumbrar nesses números a quantidade de pessoas trans brasileiras", aponta Keila Simpson, presidente da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). Ela classifica a pesquisa como superficial e afirma que, apesar de trazer dados importantes, precisa ser analisada com atenção.

Em março deste ano, o Ministério Público Federal ingressou com uma ação civil pública na Justiça Federal do Acre contra o IBGE para que o Censo 2022 incluísse perguntas sobre população LGBTQIA+, inclusive a contagem da população transgênero.

O instituto alega que o censo demográfico "não é adequado para sondagem ou investigação de identidade de gênero e orientação sexual". Segundo o IBGE, a Justiça concedeu ao instituto o direito de não abordar orientação sexual e identidade de gênero no Censo 2022.

A antropóloga Regina Facchini classifica como injustificável a ausência de dados de identidade de gênero na pesquisa. "É uma forma de apagar socialmente a existência dessas pessoas e dessas populações", disse.

A pesquisa foi realizada em 2019 –para Facchini, um ano de incertezas para as populações LGBTQIA+ diante da agenda conservadora do recém-empossado Jair Bolsonaro (PL). Quando deputado, Bolsonaro chegou a dizer que era "homofóbico com orgulho".

Uma pesquisa feita pelo portal Gênero e Número mostrou que 51% dos entrevistados disseram ter sido vítimas de pelo menos uma agressão no segundo semestre de 2018, período de disputa eleitoral. A pesquisa indica ainda que 56% das pessoas transgênero foram vítimas de violência mais de três vezes durante as eleições.

Na entrevista desta quarta, Vieira disse que o instituto optou por apenas uma pergunta sobre orientação sexual na PNS para "estudar e compreender" [o cenário]. "Esse é um tema que nunca tínhamos tratado e sentimos a necessidade de fazer", disse.

Ela explica que a iniciativa foi uma experiência e reconhece que o IBGE ainda precisa "avançar na investigação do tema", porque tem "melhorias metodológicas que podem e devem ser feitas".

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Brasil

    Leia mais notícias de Notícias Brasil. Clique aqui!

    Últimas Notícias