{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/brasil/834339/desmatamento-na-amazonia-piora-4c-de-calor--mostra-estudo","headline":"Desmatamento na Amazônia piora 4°C de calor , mostra estudo","datePublished":"2023-10-31T18:38:20.923-03:00","dateModified":"2023-10-31T18:38:07-03:00","author":{"@type":"Person","name":"REINALDO JOSÉ LOPES- FOLHAPRESS","url":"/noticias/brasil/834339/desmatamento-na-amazonia-piora-4c-de-calor--mostra-estudo"},"image":"/img/Artigo-Destaque/830000/AMAZONIA_00834339_0_.jpg?xid=2763348","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Aumento da temperatura em áreas desmatadas pode ter sido até 14 vezes superior ao que ocorreria com a floresta de pé","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;A crise global do clima \\u0026#233; um dos motivos pelos quais a Amaz\\u0026#244;nia est\\u0026#225; ficando mais quente, mas boa parte do aquecimento da regi\\u0026#227;o tem origem local e regional, ligada ao desmatamento do bioma --e um estudo feito por pesquisadores brasileiros e brit\\u0026#226;nicos \\u0026#233; o primeiro a quantificar as diferentes contribui\\u0026#231;\\u0026#245;es para esse efeito.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo a an\\u0026#225;lise, que acaba de sair na revista cient\\u0026#237;fica PNAS, o aumento da temperatura em \\u0026#225;reas fortemente desmatadas da bacia amaz\\u0026#244;nica pode ter sido at\\u0026#233; 14 vezes superior ao que aconteceria se a floresta n\\u0026#227;o tivesse sido derrubada. Isso corresponde a temperaturas 4\\u0026#176;C mais elevadas, ou at\\u0026#233; mais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O trabalho \\u0026#233; assinado por Edward Butt, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e por Francisco Silva Bezerra, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre outros pesquisadores.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Eles usaram dados de sat\\u0026#233;lite que estimaram a temperatura da superf\\u0026#237;cie terrestre num per\\u0026#237;odo que vai de 2001 a 2020, englobando, portanto, boa parte dos per\\u0026#237;odos de maior desmatamento do bioma, al\\u0026#233;m da principal fase de redu\\u0026#231;\\u0026#227;o cont\\u0026#237;nua desse processo, durante os primeiros governos Lula e Dilma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;CONTE\\u0026#218;DOS RELACIONADOS:\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/797512/estrangeiros-compram-area-gigantesca-na-amazonia?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Estrangeiros compram \\u0026#225;rea gigantesca na Amaz\\u0026#244;nia\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/828913/para-assume-meta-de-desmatamento-zero-ate-2025?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Par\\u0026#225; assume meta de desmatamento zero at\\u0026#233; 2025\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/819100/evitar-desmatamento-garantira-recursos-do-fundo-amazonia?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Evitar desmatamento garantir\\u0026#225; recursos do Fundo Amaz\\u0026#244;nia\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;N\\u0026#227;o havia muitas d\\u0026#250;vidas sobre a probabilidade maior de um aumento de temperatura local quando \\u0026#225;reas de floresta s\\u0026#227;o desmatadas. Isso j\\u0026#225; tinha sido verificado na floresta amaz\\u0026#244;nica e em outras \\u0026#225;reas de mata tropical mundo afora.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em entrevista \\u0026#224; reportagem, Butt explicou que a derrubada da floresta tem dois efeitos contradit\\u0026#243;rios sobre a temperatura local. De um lado, ocorre uma modifica\\u0026#231;\\u0026#227;o do albedo (grosso modo, a capacidade que uma superf\\u0026#237;cie tem de refletir ou absorver a luz solar). Em geral, as florestas, por serem mais escuras, absorvem mais a luz do que uma planta\\u0026#231;\\u0026#227;o ou pasto, por exemplo. Olhando s\\u0026#243; para essa vari\\u0026#225;vel, portanto, a \\u0026#225;rea desmatada tenderia a aquecer menos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;Mas hoje j\\u0026#225; compreendemos bem o fato de que o resfriamento associado a um aumento do albedo da superf\\u0026#237;cie n\\u0026#227;o \\u0026#233; suficiente para contrabalan\\u0026#231;ar outros fatores. Os mais importantes s\\u0026#227;o a perda de evapotranspira\\u0026#231;\\u0026#227;o da floresta [que produz mais chuvas, por exemplo] e da irregularidade da superf\\u0026#237;cie da mata\\u0026quot;, diz ele. \\u0026quot;O resultado l\\u0026#237;quido desses tr\\u0026#234;s fatores \\u0026#233; um aquecimento da superf\\u0026#237;cie ligado \\u0026#224; perda florestal.\\u0026quot;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer mais not\\u0026#237;cias do Brasil?\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt; e nosso canal no WhatsApp!\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Uma das d\\u0026#250;vidas da pesquisa, por\\u0026#233;m, era at\\u0026#233; que ponto o desmatamento seria capaz de mexer tamb\\u0026#233;m com esses fatores clim\\u0026#225;ticos em escala regional (no estudo, definido como a faixa que vai de 2 km a 100 km de dist\\u0026#226;ncia das \\u0026#225;reas desmatadas).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em tese, os efeitos de aquecimento de um trecho de \\u0026quot;corte raso\\u0026quot; na floresta poderiam se propagar para outros lugares da amaz\\u0026#244;nia por meio, por exemplo, da movimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o de massas de ar e das mudan\\u0026#231;as nas nuvens de chuva, mas n\\u0026#227;o estava claro at\\u0026#233; que ponto isso ocorreria de fato.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Os dados coletados pela equipe brasileiro-brit\\u0026#226;nica indicam, em primeiro lugar, que os fatores locais e regionais parecem estar interagindo. De modo geral, quanto mais desmatamento, mais aquecimento, o que faz sentido.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026#193;reas com menos de 10% de perda florestal aqueceram apenas 0,3\\u0026#176;C no per\\u0026#237;odo estudado, bem abaixo da m\\u0026#233;dia de 0,78\\u0026#176;C para a totalidade da amaz\\u0026#244;nia brasileira.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No entanto, \\u0026#225;reas que aram por um desmate da ordem de 10% a 20% aqueceram 0,6\\u0026#176;C (o dobro das \\u0026#225;reas n\\u0026#227;o perturbadas).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O n\\u0026#250;mero se torna o triplo se houver tamb\\u0026#233;m esse mesmo n\\u0026#237;vel de desmatamento na escala regional (num raio de at\\u0026#233; 10 km). Quando h\\u0026#225; at\\u0026#233; 50% de desmate em n\\u0026#237;vel local e regional (nesse caso, at\\u0026#233; 100 km de raio), a situa\\u0026#231;\\u0026#227;o se torna decididamente infernal: 4,4\\u0026#176;C de aumento de temperatura.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Al\\u0026#233;m dessa constata\\u0026#231;\\u0026#227;o, a pesquisa tamb\\u0026#233;m usou uma an\\u0026#225;lise de aprendizado de m\\u0026#225;quina -um tipo de intelig\\u0026#234;ncia artificial- para tentar achar padr\\u0026#245;es no impacto dos diferentes tipos de desmatamento sobre a temperatura.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Grosso modo, o aprendizado de m\\u0026#225;quina funciona \\u0026quot;treinando\\u0026quot; o programa de computador numa grande massa de dados que ele pode ar \\u0026#224; vontade. Depois dessa fase de treinamento, vem a an\\u0026#225;lise de um subconjunto de dados semelhantes, na qual os padr\\u0026#245;es detectados na amostra de treinamento s\\u0026#227;o usados para fazer previs\\u0026#245;es.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com esse m\\u0026#233;todo, os pesquisadores conclu\\u0026#237;ram que, para prever como vai evoluir a temperatura da regi\\u0026#227;o amaz\\u0026#244;nica, tanto o desmatamento local quanto o em escala regional (at\\u0026#233; 100 km de raio) s\\u0026#227;o importantes, refor\\u0026#231;ando, mais uma vez, os ind\\u0026#237;cios de que eles est\\u0026#227;o interagindo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A possibilidade de que esse efeito se espalhe de forma mais ampla pela amaz\\u0026#244;nia n\\u0026#227;o \\u0026#233; nada animador, n\\u0026#227;o s\\u0026#243; por seu impacto no bem-estar humano como tamb\\u0026#233;m pelas poss\\u0026#237;veis repercuss\\u0026#245;es em fatores como a chuva e a sobreviv\\u0026#234;ncia de colheitas e do gado, cuja toler\\u0026#226;ncia ao calor n\\u0026#227;o \\u0026#233; ilimitada.\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"desmatamento na amazonia, desmatamento na amazonia piora"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
MEIO AMBIENTE

Desmatamento na Amazônia piora 4°C de calor , mostra estudo

Aumento da temperatura em áreas desmatadas pode ter sido até 14 vezes superior ao que ocorreria com a floresta de pé

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Desmatamento na Amazônia piora 4°C de calor , mostra estudo camera Área de floresta amazônica destruída pelo fogo em Autazes, no Amazonas, em setembro | Foto: Michael Dantas/ FOLHAPRESS

A crise global do clima é um dos motivos pelos quais a Amazônia está ficando mais quente, mas boa parte do aquecimento da região tem origem local e regional, ligada ao desmatamento do bioma --e um estudo feito por pesquisadores brasileiros e britânicos é o primeiro a quantificar as diferentes contribuições para esse efeito.

Segundo a análise, que acaba de sair na revista científica PNAS, o aumento da temperatura em áreas fortemente desmatadas da bacia amazônica pode ter sido até 14 vezes superior ao que aconteceria se a floresta não tivesse sido derrubada. Isso corresponde a temperaturas 4°C mais elevadas, ou até mais.

O trabalho é assinado por Edward Butt, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e por Francisco Silva Bezerra, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre outros pesquisadores.

Eles usaram dados de satélite que estimaram a temperatura da superfície terrestre num período que vai de 2001 a 2020, englobando, portanto, boa parte dos períodos de maior desmatamento do bioma, além da principal fase de redução contínua desse processo, durante os primeiros governos Lula e Dilma.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:

Não havia muitas dúvidas sobre a probabilidade maior de um aumento de temperatura local quando áreas de floresta são desmatadas. Isso já tinha sido verificado na floresta amazônica e em outras áreas de mata tropical mundo afora.

Em entrevista à reportagem, Butt explicou que a derrubada da floresta tem dois efeitos contraditórios sobre a temperatura local. De um lado, ocorre uma modificação do albedo (grosso modo, a capacidade que uma superfície tem de refletir ou absorver a luz solar). Em geral, as florestas, por serem mais escuras, absorvem mais a luz do que uma plantação ou pasto, por exemplo. Olhando só para essa variável, portanto, a área desmatada tenderia a aquecer menos.

"Mas hoje já compreendemos bem o fato de que o resfriamento associado a um aumento do albedo da superfície não é suficiente para contrabalançar outros fatores. Os mais importantes são a perda de evapotranspiração da floresta [que produz mais chuvas, por exemplo] e da irregularidade da superfície da mata", diz ele. "O resultado líquido desses três fatores é um aquecimento da superfície ligado à perda florestal."

Quer mais notícias do Brasil? e nosso canal no WhatsApp!

Uma das dúvidas da pesquisa, porém, era até que ponto o desmatamento seria capaz de mexer também com esses fatores climáticos em escala regional (no estudo, definido como a faixa que vai de 2 km a 100 km de distância das áreas desmatadas).

Em tese, os efeitos de aquecimento de um trecho de "corte raso" na floresta poderiam se propagar para outros lugares da amazônia por meio, por exemplo, da movimentação de massas de ar e das mudanças nas nuvens de chuva, mas não estava claro até que ponto isso ocorreria de fato.

Os dados coletados pela equipe brasileiro-britânica indicam, em primeiro lugar, que os fatores locais e regionais parecem estar interagindo. De modo geral, quanto mais desmatamento, mais aquecimento, o que faz sentido.

Áreas com menos de 10% de perda florestal aqueceram apenas 0,3°C no período estudado, bem abaixo da média de 0,78°C para a totalidade da amazônia brasileira.

No entanto, áreas que aram por um desmate da ordem de 10% a 20% aqueceram 0,6°C (o dobro das áreas não perturbadas).

O número se torna o triplo se houver também esse mesmo nível de desmatamento na escala regional (num raio de até 10 km). Quando há até 50% de desmate em nível local e regional (nesse caso, até 100 km de raio), a situação se torna decididamente infernal: 4,4°C de aumento de temperatura.

Além dessa constatação, a pesquisa também usou uma análise de aprendizado de máquina -um tipo de inteligência artificial- para tentar achar padrões no impacto dos diferentes tipos de desmatamento sobre a temperatura.

Grosso modo, o aprendizado de máquina funciona "treinando" o programa de computador numa grande massa de dados que ele pode ar à vontade. Depois dessa fase de treinamento, vem a análise de um subconjunto de dados semelhantes, na qual os padrões detectados na amostra de treinamento são usados para fazer previsões.

Com esse método, os pesquisadores concluíram que, para prever como vai evoluir a temperatura da região amazônica, tanto o desmatamento local quanto o em escala regional (até 100 km de raio) são importantes, reforçando, mais uma vez, os indícios de que eles estão interagindo.

A possibilidade de que esse efeito se espalhe de forma mais ampla pela amazônia não é nada animador, não só por seu impacto no bem-estar humano como também pelas possíveis repercussões em fatores como a chuva e a sobrevivência de colheitas e do gado, cuja tolerância ao calor não é ilimitada.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Brasil

    Leia mais notícias de Notícias Brasil. Clique aqui!

    Últimas Notícias