Fique atento ao “emprestar o nome” para dívidas

Segundo pesquisa divulgada no início deste ano pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), quase 30% dos consumidores fizeram compras utilizando o nome de outras pessoas no período de janeiro de 2023 a janeiro de 2024.

Ainda de acordo com o levantamento, cônjuges e pais, seguidos dos irmãos, são as pessoas mais procuradas para emprestar o cartão. Além disso, quem pede o nome emprestado está com dificuldade de o ao crédito ou enfrenta imprevistos financeiros.

Assim, é preciso estar atento aos riscos de emprestar o próprio nome para terceiros. Educador Financeiro, Haelton Cunha, pontua alguns como, por exemplo, ter o cartão de crédito extraviado; além da possibilidade de terceiros ultraarem o limite do cartão, caso não seja delimitado o valor específico; e, claro, a negativação do nome no Serasa caso a pessoa não consiga pagar a dívida.

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“Quando você empresta o cartão, também é necessário ar a senha, que é algo intransferível, ninguém deveria saber além de você. Portanto, para evitar todos estes riscos, é preferível que você acompanhe a pessoa que pediu o cartão de crédito emprestado, até o local de compra”, disse.

Ainda segundo o educador financeiro, também é de bom tom procurar saber o porquê daquela pessoa não possuir cartão de crédito, mas ressalta. “Logicamente, temos que entender que há os desbancarizados, as pessoas que não têm conta em banco, as que ganham salários baixos e que, portanto, os bancos não liberam cartão de crédito porque a renda da pessoa é baixa. Essa é uma coisa que tem que ser considerada”, explica.

A empregada doméstica Carmem Silva, 53 anos, era uma dessas pessoas que tinham dificuldade em dizer não, mas depois que ficou com o nome negativado no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em função de uma dívida contraída por terceiros que tiveram dificuldades em quitar, aprendeu a recusar.

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“Eu acabei pagando a dívida porque não queria ficar com o nome sujo e, querendo ou não, o cartão de crédito ajuda muito a gente quando precisamos e sabemos usá-lo. Mas, hoje em dia, não empresto mais, endureço o meu coração, mas não quero ar de novo pela mesma situação”, comenta.

Já o eletricista Paulo Gonçalves, 37, afirma que costuma emprestar o cartão de crédito apenas para familiares e dois amigos próximos que nunca faltaram com o compromisso. No entanto, há uma regra. “Eu pergunto qual o valor da compra e estabeleço o limite, não pode ultraar. Porque tem pessoas que você empresta e acabam comprando além da conta. Aí quando você quer usar, não tem limite”, ressalta.