{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/brasil/864366/numero-de-refugiados-cresce-8-e-chega-a-120-milhoes","headline":"Número de refugiados cresce 8% e chega a 120 milhões","datePublished":"2024-06-20T16:18:07.663-03:00","dateModified":"2024-06-20T16:17:57.5-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Agência Brasil","url":"/noticias/brasil/864366/numero-de-refugiados-cresce-8-e-chega-a-120-milhoes"},"image":"/img/Artigo-Destaque/860000/Untitled-design---2024-06-20T153526786_00864366_0_.jpg?xid=2881489","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Conflitos armados e questões climáticas têm contribuído para aumento desse contingente","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Mais de 120 milh\\u0026#245;es de pessoas em todo o mundo est\\u0026#227;o deslocadas \\u0026#224; for\\u0026#231;a de suas casas devido a persegui\\u0026#231;\\u0026#245;es, conflitos, viol\\u0026#234;ncia e viola\\u0026#231;\\u0026#227;o de direitos. 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Al\\u0026#233;m disso, destaca Pachioni, isso tamb\\u0026#233;m deriva da incapacidade de solu\\u0026#231;\\u0026#245;es para essas crises, principalmente a curto prazo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;O crescimento que se deu de 8% na popula\\u0026#231;\\u0026#227;o refugiada entre os anos de 2022 e 2023 vai nos dizer que os conflitos armados hoje existentes no mundo est\\u0026#227;o mais distribu\\u0026#237;dos pelo globo, ou seja, h\\u0026#225; mais conflitos e mais emerg\\u0026#234;ncias humanit\\u0026#225;rias no mundo e eles est\\u0026#227;o se tornando mais duradouros do que no ado. Isso representa, de fato, uma crise do sistema pol\\u0026#237;tico global por n\\u0026#227;o conseguir resolver conflitos que acabam perdurando ao longo de anos\\u0026quot;, afirma Pachioni, citando como exemplos as situa\\u0026#231;\\u0026#245;es enfrentadas por Ucr\\u0026#226;nia, Iraque, Sud\\u0026#227;o e Afeganist\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Outro fator que tem ajudado a aumentar o n\\u0026#250;mero de deslocados no mundo envolve eventos clim\\u0026#225;ticos extremos. \\u0026quot;A quest\\u0026#227;o clim\\u0026#225;tica tamb\\u0026#233;m vem se impondo e fazendo com que pessoas tenham que deixar os seus locais de origem em raz\\u0026#227;o tanto do contexto das mudan\\u0026#231;as clim\\u0026#225;ticas como tamb\\u0026#233;m do contexto de desastres naturais, que s\\u0026#227;o concomitantes\\u0026quot;, enfatiza.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;At\\u0026#233; dezembro de 2023, quase 75% das pessoas deslocadas \\u0026#224; for\\u0026#231;a viviam em pa\\u0026#237;ses de alta ou extrema exposi\\u0026#231;\\u0026#227;o a riscos relacionados ao clima. Elas j\\u0026#225; estavam em um processo muito fragilizado. E cerca de metade dessas pessoas deslocadas \\u0026#224; for\\u0026#231;a vivia em pa\\u0026#237;ses onde permanecia exposta a conflitos e a esses mesmos riscos relacionados ao clima\\u0026quot;, ressalta.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para ele, a quest\\u0026#227;o do clima n\\u0026#227;o \\u0026#233; s\\u0026#243; uma urg\\u0026#234;ncia no mundo: ela tem impactado tamb\\u0026#233;m o sistema de financiamento das ajudas humanit\\u0026#225;rias. \\u0026quot;N\\u0026#227;o temos como prever em 2025 que locais tendem a ter um deslocamento for\\u0026#231;ado em raz\\u0026#227;o do contexto das mudan\\u0026#231;as clim\\u0026#225;ticas. Esse tipo de faro a gente j\\u0026#225; tem em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o a conflitos armados. O conflito n\\u0026#227;o acontece da noite para o dia - a gente tem ind\\u0026#237;cios de conjunturas pol\\u0026#237;ticas, em especial, que fazem com que se tenha um entendimento sobre \\u0026#225;reas onde conflitos podem ser iniciados. Mas o mesmo n\\u0026#227;o acontece de forma t\\u0026#227;o clara quanto \\u0026#224; quest\\u0026#227;o clim\\u0026#225;tica\\u0026quot;, acrescenta.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;Refugiados no Brasil\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Parte desses 43 milh\\u0026#245;es de refugiados tem encontrado no Brasil um lugar de acolhimento. Isso decorre da Lei de Ref\\u0026#250;gio brasileira (Lei n\\u0026#186; 9.474/1997) ser considerada uma das mais avan\\u0026#231;adas no mundo. Quando essas pessoas chegam ao Brasil e t\\u0026#234;m sua condi\\u0026#231;\\u0026#227;o de refugiadas reconhecida pelo governo brasileiro elas n\\u0026#227;o podem ser expulsas, nem extraditadas para o pa\\u0026#237;s onde dizem sofrer a persegui\\u0026#231;\\u0026#227;o. \\u0026quot;A gente tem uma legisla\\u0026#231;\\u0026#227;o muito favor\\u0026#225;vel ao acolhimento e prote\\u0026#231;\\u0026#227;o das pessoas que solicitam a condi\\u0026#231;\\u0026#227;o de refugiadas aqui\\u0026quot;, acentua Pachioni.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O governo brasileiro reconheceu 77.193 pessoas como refugiadas em 2023, o maior quantitativo verificado ao longo de toda hist\\u0026#243;ria do sistema de ref\\u0026#250;gio nacional e que representou varia\\u0026#231;\\u0026#227;o positiva de 1.232,1%, se comparado a 2022. Ao todo, 143.033 pessoas j\\u0026#225; s\\u0026#227;o reconhecidas pelo Brasil como refugiadas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo o oficial de comunica\\u0026#231;\\u0026#227;o da Acnur, pessoas de 150 nacionalidades diferentes solicitaram a condi\\u0026#231;\\u0026#227;o de ref\\u0026#250;gio no Brasil. \\u0026quot;Isso mostra como diversa \\u0026#233; a popula\\u0026#231;\\u0026#227;o que vem ao Brasil em busca de prote\\u0026#231;\\u0026#227;o\\u0026quot;, explica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mas embora seja considerado um pa\\u0026#237;s acolhedor, o Brasil ainda necessita melhorar seu processo de integra\\u0026#231;\\u0026#227;o local, ressaltou o representante da Acnur.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;O Brasil \\u0026#233; acolhedor. Mas o ponto crucial, a virada de chave necess\\u0026#225;ria [situa-se] no processo de integra\\u0026#231;\\u0026#227;o, em fazer com que essas pessoas estejam no Brasil e possam exercer de forma plena suas atividades para que sejam autossuficientes\\u0026quot;, observa.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Uma das primeiras barreiras que o refugiado encontra ao chegar por aqui \\u0026#233; a l\\u0026#237;ngua. \\u0026quot;Tem um dado important\\u0026#237;ssimo: em torno de 69% da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o refugiada hoje no mundo situa-se em pa\\u0026#237;s vizinho ao seu. Quando olhamos para a perspectiva do Brasil, uma primeira barreira que essas pessoas enfrentam \\u0026#233; a lingu\\u0026#237;stica. N\\u0026#227;o h\\u0026#225; lus\\u0026#243;fonos entre nossos vizinhos. Ent\\u0026#227;o, a barreira lingu\\u0026#237;stica \\u0026#233; uma barreira inicial nesse enfrentamento\\u0026quot;, salienta Pachioni.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;Olhar discriminat\\u0026#243;rio\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Outras complica\\u0026#231;\\u0026#245;es que podem existir por aqui decorrem do olhar discriminat\\u0026#243;rio de algumas pessoas e da desinforma\\u0026#231;\\u0026#227;o sobre o processo de empregabilidade dos refugiados, principalmente relacionados ao desconhecimento dos departamentos de recursos humanos das empresas sobre as documenta\\u0026#231;\\u0026#245;es.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;\\u0026#192; medida em que as pessoas refugiadas - que est\\u0026#227;o formadas em diferentes \\u0026#225;reas de conhecimento e com seus diferentes idiomas - tenham oportunidades de estar integradas, essas oportunidades transformam-se tamb\\u0026#233;m em rentabilidade para a economia local de onde elas est\\u0026#227;o inseridas. Ent\\u0026#227;o, se a gente pensar que um afeg\\u0026#227;o abrir\\u0026#225; o seu pr\\u0026#243;prio neg\\u0026#243;cio no Brasil, como um neg\\u0026#243;cio de gastronomia, a mat\\u0026#233;ria-prima que ele consumir\\u0026#225; desse neg\\u0026#243;cio \\u0026#233; fruto da produ\\u0026#231;\\u0026#227;o brasileira; o meio de distribui\\u0026#231;\\u0026#227;o desses alimentos tamb\\u0026#233;m vai ser fruto da distribui\\u0026#231;\\u0026#227;o de outros servi\\u0026#231;os brasileiros. Se a gente propiciar que essas pessoas, com todas as suas capacidades, tenham oportunidades, essa ser\\u0026#225; uma virada de chave importante para fazer com que a sociedade, onde ela est\\u0026#225; inserida, tamb\\u0026#233;m se desenvolva social, econ\\u0026#244;mica e politicamente\\u0026quot;, afirma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer mais not\\u0026#237;cias do Brasil? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e o nosso canal no WhatsApp\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Todas essas dificuldades, aponta a Acnur, poderiam ser superadas por meio de uma responsabilidade compartilhada. \\u0026quot;A articula\\u0026#231;\\u0026#227;o entre poder p\\u0026#250;blico, iniciativa privada e institui\\u0026#231;\\u0026#245;es como, por exemplo, a academia, s\\u0026#227;o fundamentais para que a gente possa construir ambientes mais favor\\u0026#225;veis de integra\\u0026#231;\\u0026#227;o e desenvolvimento social e econ\\u0026#244;mico como um todo\\u0026quot;, opina Pachioni.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ele acrescenta que \\u0026quot;\\u0026#233; preciso que haja uma sinergia em favor do processo de integra\\u0026#231;\\u0026#227;o dessas pessoas. E essa sinergia depende dos amplos aspectos sociais que comp\\u0026#245;em a nossa sociedade. Eu estou falando aqui, por exemplo, de uma mobiliza\\u0026#231;\\u0026#227;o do setor privado que esteja mais engajado sobre o potencial de empregabilidade dessas pessoas e o quanto elas agregam, por exemplo, em inova\\u0026#231;\\u0026#227;o e bem-estar social dentro dos ambientes de trabalho. Estou falando tamb\\u0026#233;m de pol\\u0026#237;ticas p\\u0026#250;blicas que considerem novamente o potencial que essas pessoas trazem para as suas forma\\u0026#231;\\u0026#245;es. Outro ponto relevante \\u0026#233; a articula\\u0026#231;\\u0026#227;o de pol\\u0026#237;ticas p\\u0026#250;blicas voltadas para essa popula\\u0026#231;\\u0026#227;o\\u0026quot;, afirma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;Eventos\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para celebrar o Dia Mundial do Refugiado, comemorado hoje, a Acnur vai promover eventos durante toda a semana. Com o tema Esperan\\u0026#231;a longe de casa: por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas, a programa\\u0026#231;\\u0026#227;o ocorre em v\\u0026#225;rias partes do Brasil. Em Bel\\u0026#233;m, por exemplo, um semin\\u0026#225;rio com a participa\\u0026#231;\\u0026#227;o de representantes da Acnur e do governo brasileiro debater\\u0026#225; os deslocamentos e as mudan\\u0026#231;as clim\\u0026#225;ticas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Tamb\\u0026#233;m hoje, em Boa Vista, capital de Roraima, atividades ser\\u0026#227;o realizadas no Centro de Sustentabilidade, envolvendo pessoas refugiadas e migrantes em a\\u0026#231;\\u0026#245;es de compostagem, bioconstru\\u0026#231;\\u0026#227;o e horta urbana. No Rio de Janeiro, o evento Rio Refugia ser\\u0026#225; realizado entre amanh\\u0026#227; (21) e s\\u0026#225;bado (22) celebrando a for\\u0026#231;a e resili\\u0026#234;ncia das pessoas refugiadas por meio da m\\u0026#250;sica, dan\\u0026#231;a e outras manifesta\\u0026#231;\\u0026#245;es culturais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"deslocados força mundial,proteção internacional refugiados,Lei Refúgio Brasil,integração refugiados Brasil,eventos Dia Mundial Refugiado,impacto mudanças climáticas refugiados"}
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DIA MUNDIAL DO REFUGIADO

Número de refugiados cresce 8% e chega a 120 milhões

Conflitos armados e questões climáticas têm contribuído para aumento desse contingente

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Imagem ilustrativa da notícia Número de refugiados cresce 8% e chega a 120 milhões camera Mais de 120 milhões precisam ser deslocadas à força no mundo. | Divulgação/ONG ARRO

Mais de 120 milhões de pessoas em todo o mundo estão deslocadas à força de suas casas devido a perseguições, conflitos, violência e violação de direitos. Isso representou, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Se todas essas pessoas vivessem atualmente em um mesmo território, elas formariam o 12º país mais populoso do mundo.

Esse número é mais do que o dobro do que havia há dez anos: em 2014, a Acnur apontava 59 milhões de pessoas vivendo nessa condição. "Se a cada 10 anos a gente dobrar o total de pessoas forçadas a se deslocarem, inevitavelmente os recursos já escassos não darão conta de responder a esse deslocamento", observa Miguel Pachioni, oficial de comunicação da Acnur, em entrevista à Agência Brasil.

Desse contingente deslocado em todo o mundo, mais de 43 milhões são refugiados que necessitam de proteção internacional.

Refugiada, cujo dia é celebrado hoje (20) em todo o mundo, é a pessoa que foi forçada a deixar seu país de origem em razão de conflitos, perseguições ou uma grave e generalizada violação dos seus direitos humanos. São pessoas que não se sentem seguras em seus países de origem e partem em busca de proteção atravessando fronteiras.

"A pessoa refugiada é aquela que foi forçada a se deslocar em razão de perseguições associadas à sua nacionalidade, orientação sexual, religião, opinião política, enfim, diferentes fatores que fazem com que ela se sinta perseguida. Nesse ato, ela tem que deixar o seu país de origem para buscar proteção internacional em outra nação. Então, pelo fato dela atravessar uma fronteira, deixar o seu país de origem e buscar a condição de refugiada em outro local, em outro país, ela já é considerada solicitante da condição de refúgio", explica Pachioni.

Essa condição difere da encontrada por um imigrante porque o refugiado não pode retornar ao seu país de origem sob risco de sua própria vida. Já um imigrante pode buscar melhores oportunidades econômicas em outra nação e retornar ao seu país quando quiser.

Crescimento

O número de pessoas deslocadas tem crescido nos últimos anos porque os conflitos estão mais espalhados pelo mundo. Além disso, destaca Pachioni, isso também deriva da incapacidade de soluções para essas crises, principalmente a curto prazo.

"O crescimento que se deu de 8% na população refugiada entre os anos de 2022 e 2023 vai nos dizer que os conflitos armados hoje existentes no mundo estão mais distribuídos pelo globo, ou seja, há mais conflitos e mais emergências humanitárias no mundo e eles estão se tornando mais duradouros do que no ado. Isso representa, de fato, uma crise do sistema político global por não conseguir resolver conflitos que acabam perdurando ao longo de anos", afirma Pachioni, citando como exemplos as situações enfrentadas por Ucrânia, Iraque, Sudão e Afeganistão.

Outro fator que tem ajudado a aumentar o número de deslocados no mundo envolve eventos climáticos extremos. "A questão climática também vem se impondo e fazendo com que pessoas tenham que deixar os seus locais de origem em razão tanto do contexto das mudanças climáticas como também do contexto de desastres naturais, que são concomitantes", enfatiza.

"Até dezembro de 2023, quase 75% das pessoas deslocadas à força viviam em países de alta ou extrema exposição a riscos relacionados ao clima. Elas já estavam em um processo muito fragilizado. E cerca de metade dessas pessoas deslocadas à força vivia em países onde permanecia exposta a conflitos e a esses mesmos riscos relacionados ao clima", ressalta.

Para ele, a questão do clima não é só uma urgência no mundo: ela tem impactado também o sistema de financiamento das ajudas humanitárias. "Não temos como prever em 2025 que locais tendem a ter um deslocamento forçado em razão do contexto das mudanças climáticas. Esse tipo de faro a gente já tem em relação a conflitos armados. O conflito não acontece da noite para o dia - a gente tem indícios de conjunturas políticas, em especial, que fazem com que se tenha um entendimento sobre áreas onde conflitos podem ser iniciados. Mas o mesmo não acontece de forma tão clara quanto à questão climática", acrescenta.

Refugiados no Brasil

Parte desses 43 milhões de refugiados tem encontrado no Brasil um lugar de acolhimento. Isso decorre da Lei de Refúgio brasileira (Lei nº 9.474/1997) ser considerada uma das mais avançadas no mundo. Quando essas pessoas chegam ao Brasil e têm sua condição de refugiadas reconhecida pelo governo brasileiro elas não podem ser expulsas, nem extraditadas para o país onde dizem sofrer a perseguição. "A gente tem uma legislação muito favorável ao acolhimento e proteção das pessoas que solicitam a condição de refugiadas aqui", acentua Pachioni.

O governo brasileiro reconheceu 77.193 pessoas como refugiadas em 2023, o maior quantitativo verificado ao longo de toda história do sistema de refúgio nacional e que representou variação positiva de 1.232,1%, se comparado a 2022. Ao todo, 143.033 pessoas já são reconhecidas pelo Brasil como refugiadas.

Segundo o oficial de comunicação da Acnur, pessoas de 150 nacionalidades diferentes solicitaram a condição de refúgio no Brasil. "Isso mostra como diversa é a população que vem ao Brasil em busca de proteção", explica.

Mas embora seja considerado um país acolhedor, o Brasil ainda necessita melhorar seu processo de integração local, ressaltou o representante da Acnur.

"O Brasil é acolhedor. Mas o ponto crucial, a virada de chave necessária [situa-se] no processo de integração, em fazer com que essas pessoas estejam no Brasil e possam exercer de forma plena suas atividades para que sejam autossuficientes", observa.

Uma das primeiras barreiras que o refugiado encontra ao chegar por aqui é a língua. "Tem um dado importantíssimo: em torno de 69% da população refugiada hoje no mundo situa-se em país vizinho ao seu. Quando olhamos para a perspectiva do Brasil, uma primeira barreira que essas pessoas enfrentam é a linguística. Não há lusófonos entre nossos vizinhos. Então, a barreira linguística é uma barreira inicial nesse enfrentamento", salienta Pachioni.

Olhar discriminatório

Outras complicações que podem existir por aqui decorrem do olhar discriminatório de algumas pessoas e da desinformação sobre o processo de empregabilidade dos refugiados, principalmente relacionados ao desconhecimento dos departamentos de recursos humanos das empresas sobre as documentações.

"À medida em que as pessoas refugiadas - que estão formadas em diferentes áreas de conhecimento e com seus diferentes idiomas - tenham oportunidades de estar integradas, essas oportunidades transformam-se também em rentabilidade para a economia local de onde elas estão inseridas. Então, se a gente pensar que um afegão abrirá o seu próprio negócio no Brasil, como um negócio de gastronomia, a matéria-prima que ele consumirá desse negócio é fruto da produção brasileira; o meio de distribuição desses alimentos também vai ser fruto da distribuição de outros serviços brasileiros. Se a gente propiciar que essas pessoas, com todas as suas capacidades, tenham oportunidades, essa será uma virada de chave importante para fazer com que a sociedade, onde ela está inserida, também se desenvolva social, econômica e politicamente", afirma.

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Todas essas dificuldades, aponta a Acnur, poderiam ser superadas por meio de uma responsabilidade compartilhada. "A articulação entre poder público, iniciativa privada e instituições como, por exemplo, a academia, são fundamentais para que a gente possa construir ambientes mais favoráveis de integração e desenvolvimento social e econômico como um todo", opina Pachioni.

Ele acrescenta que "é preciso que haja uma sinergia em favor do processo de integração dessas pessoas. E essa sinergia depende dos amplos aspectos sociais que compõem a nossa sociedade. Eu estou falando aqui, por exemplo, de uma mobilização do setor privado que esteja mais engajado sobre o potencial de empregabilidade dessas pessoas e o quanto elas agregam, por exemplo, em inovação e bem-estar social dentro dos ambientes de trabalho. Estou falando também de políticas públicas que considerem novamente o potencial que essas pessoas trazem para as suas formações. Outro ponto relevante é a articulação de políticas públicas voltadas para essa população", afirma.

Eventos

Para celebrar o Dia Mundial do Refugiado, comemorado hoje, a Acnur vai promover eventos durante toda a semana. Com o tema Esperança longe de casa: por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas, a programação ocorre em várias partes do Brasil. Em Belém, por exemplo, um seminário com a participação de representantes da Acnur e do governo brasileiro debaterá os deslocamentos e as mudanças climáticas.

Também hoje, em Boa Vista, capital de Roraima, atividades serão realizadas no Centro de Sustentabilidade, envolvendo pessoas refugiadas e migrantes em ações de compostagem, bioconstrução e horta urbana. No Rio de Janeiro, o evento Rio Refugia será realizado entre amanhã (21) e sábado (22) celebrando a força e resiliência das pessoas refugiadas por meio da música, dança e outras manifestações culturais.

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