{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/brasil/872701/regiao-norte-tera-cirurgias-de-redesignacao-sexual-pelo-sus","headline":"Região Norte terá cirurgias de redesignação sexual pelo SUS","datePublished":"2024-08-25T13:50:19.53-03:00","dateModified":"2024-08-25T13:50:10.963-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Cristina Indio do Brasil / Agência Brasil","url":"/noticias/brasil/872701/regiao-norte-tera-cirurgias-de-redesignacao-sexual-pelo-sus"},"image":"/img/Artigo-Destaque/870000/43_00872701_0_.jpg?xid=2916588","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Descubra como a Região Norte do Brasil está avançando nas cirurgias de redesignação sexual pelo SUS, com a primeira jornada multiprofissional organizada pelo Ministério da Saúde.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Vinte e tr\\u0026#234;s pessoas intersexo e trans v\\u0026#227;o ar pelo processo de redesigna\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual durante a 1\\u0026#170; Jornada Multiprofissional de Cirurgias de Modifica\\u0026#231;\\u0026#245;es Corporais em Pessoas Trans e Intersexo organizada pelo Minist\\u0026#233;rio da Sa\\u0026#250;de e pelo Hospital Universit\\u0026#225;rio Get\\u0026#250;lio Vargas, vinculado \\u0026#224; Empresa Brasileira de Servi\\u0026#231;os Hospitalares (Ebseh) e \\u0026#224; Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam). Esta ser\\u0026#225; a primeira vez que procedimentos v\\u0026#227;o ocorrer por meio do Sistema \\u0026#218;nico de Sa\\u0026#250;de (SUS) na Regi\\u0026#227;o Norte.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As cirurgias voltadas a ind\\u0026#237;genas intersexo e mulheres trans ser\\u0026#227;o realizadas em tr\\u0026#234;s salas simult\\u0026#226;neas por uma equipe de oito cirurgi\\u0026#245;es urol\\u0026#243;gicos, selecionados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Entre as pessoas que ar\\u0026#227;o pelos procedimentos, tr\\u0026#234;s s\\u0026#227;o ind\\u0026#237;genas intersexo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O evento cl\\u0026#237;nico, que vai ocorrer em Manaus, no Amazonas, entre a pr\\u0026#243;xima ter\\u0026#231;a-feira (27) e o s\\u0026#225;bado (31), reunir\\u0026#225; 150 profissionais e acad\\u0026#234;micos e ainda vai capacitar cerca de 150 profissionais do direito, servi\\u0026#231;o social e da sa\\u0026#250;de como m\\u0026#233;dicos, psic\\u0026#243;logos, enfermeiros, e fisioterapeutas, o que \\u0026#233; considerado pelos organizadores um marco para a regi\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Acreditamos que o evento promover\\u0026#225; desenvolvimento regional, uma vez que o HUGV tem projeto de habilita\\u0026#231;\\u0026#227;o das cirurgias que ser\\u0026#227;o realizadas na Jornada, podendo dar seguimento \\u0026#224; demanda cir\\u0026#250;rgica crescente em nosso Estado, tornando-se o primeiro hospital da Amaz\\u0026#244;nia Ocidental a realizar cirurgias do processo transexualizador”, afirmou a presidente da comiss\\u0026#227;o organizadora da Jornada, Concei\\u0026#231;\\u0026#227;o Maria Guedes Crozara, na nota da SBU.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Pacientes que querem fazer as cirurgias de conformidade e redesigna\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual, tamb\\u0026#233;m denominadas de cirurgias do processo transexualizador, aguardam h\\u0026#225; muito tempo por esta oportunidade no SUS.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Hoje o o a este tipo de cirurgia que envolve a reconstru\\u0026#231;\\u0026#227;o genital de pessoas com intersexo e pessoas trans ainda \\u0026#233; muito e as filas s\\u0026#227;o enormes. Para intersexo principalmente h\\u0026#225; pouqu\\u0026#237;ssimas pessoas fazendo porque a visibilidade \\u0026#233; muito menor do que as pessoas trans. Essas pessoas ficam no limbo, invis\\u0026#237;veis e sem conseguirem atendimento”, disse o urologista Ubirajara Barroso Jr, organizador da equipe cir\\u0026#250;rgica de urologia da Jornada, refer\\u0026#234;ncia em cirurgias de redesigna\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual e intersexo e chefe do Departamento de Cirurgia Afirmativa de G\\u0026#234;nero da SBU, em entrevista \\u0026#224; Ag\\u0026#234;ncia Brasil.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Eu n\\u0026#227;o vejo, no geral, grandes a\\u0026#231;\\u0026#245;es para juntar experts e eles irem ao local para fazer uma demanda grande de cirurgias em pessoas que precisam, ent\\u0026#227;o, este \\u0026#233; um evento que estamos dando uma assist\\u0026#234;ncia de qualidade em um lugar onde as pessoas est\\u0026#227;o precisando”, afirmou Barroso Jr.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A equipe do urologista \\u0026#233; que far\\u0026#225; o atendimento aos tr\\u0026#234;s ind\\u0026#237;genas intersexo, que ar\\u0026#227;o por procedimentos para adequa\\u0026#231;\\u0026#227;o do \\u0026#243;rg\\u0026#227;o genital ao sexo biol\\u0026#243;gico. “Numa cultura completamente diferente, que tiveram problemas com rela\\u0026#231;\\u0026#227;o a isso, que andam nus e s\\u0026#227;o expostos a genit\\u0026#225;lia desde cedo”, comentou o m\\u0026#233;dico sobre o que \\u0026#233; para um ind\\u0026#237;gena ser intersexo, que em alguns casos chega a ser expulso de tribos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Pesquisa\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A jornada vai servir tamb\\u0026#233;m para os m\\u0026#233;dicos coletarem informa\\u0026#231;\\u0026#245;es da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o ind\\u0026#237;gena intersexo para publica\\u0026#231;\\u0026#227;o de um estudo cient\\u0026#237;fico pioneiro que envolver\\u0026#227;o tamb\\u0026#233;m m\\u0026#233;dicos residentes e alunos de gradua\\u0026#231;\\u0026#227;o. “Como foi o reflexo de ter uma genit\\u0026#225;lia at\\u0026#237;pica com caracter\\u0026#237;sticas masculinas e femininas? O que \\u0026#233; ter isso dentro de uma tribo ind\\u0026#237;gena. Como foi a inf\\u0026#226;ncia na tribo, o que sofreram ou n\\u0026#227;o sofreram, como foi a viv\\u0026#234;ncia deles que s\\u0026#227;o adultos e est\\u0026#227;o fazendo a cirurgia por decis\\u0026#227;o pr\\u0026#243;pria?”, disse o urologista, indicando alguns questionamentos que ser\\u0026#227;o feitos na pesquisa.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;CONTE\\u0026#218;DOS RELACIONADOS:\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/brasil/872389/brasil-inaugura-fabrica-de-remedios-de-obesidade-e-diabetes?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Brasil inaugura f\\u0026#225;brica de rem\\u0026#233;dios de obesidade e diabetes\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/brasil/872694/conheca-4-habitos-no-carro-que-colocam-sua-vida-em-risco?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Conhe\\u0026#231;a os riscos e cuidados com as unhas de Gel\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo o m\\u0026#233;dico, at\\u0026#233; o momento n\\u0026#227;o h\\u0026#225; informa\\u0026#231;\\u0026#227;o de quantas pessoas intersexo ind\\u0026#237;genas vivem no Brasil. “Vou procurar me aprofundar l\\u0026#225;, perguntando at\\u0026#233; para os pr\\u0026#243;prios pacientes porque, \\u0026#224;s vezes, isso \\u0026#233; familiar. Casos de intersexo tem uma chance maior de serem familiar. \\u0026#201; poss\\u0026#237;vel que existam outras pessoas que a gente n\\u0026#227;o saiba. N\\u0026#227;o sei quantos t\\u0026#234;m, nasceu mais um agora que ainda crian\\u0026#231;a est\\u0026#225; sob investiga\\u0026#231;\\u0026#227;o. Vou avaliar l\\u0026#225;”, disse, acrescentando que \\u0026#233; mais f\\u0026#225;cil realizar a cirurgia quando a pessoa ainda \\u0026#233; crian\\u0026#231;a, mas destacou que em situa\\u0026#231;\\u0026#245;es em que h\\u0026#225; d\\u0026#250;vida de identidade de g\\u0026#234;nero \\u0026#233; melhor esperar para a pessoa decidir.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Como esses procedimentos ainda n\\u0026#227;o s\\u0026#227;o realizados na Regi\\u0026#227;o Norte, para o urologista, \\u0026#233; fundamental a capacita\\u0026#231;\\u0026#227;o e familiariza\\u0026#231;\\u0026#227;o das equipes locais nas t\\u0026#233;cnicas estabelecidas e j\\u0026#225; definidas na tabela do SUS. “A gente vai qualificar um grupo de cirurgi\\u0026#245;es de l\\u0026#225; para deixar um processo perene em que as pessoas possam a partir de ent\\u0026#227;o fazerem as cirurgias. Estamos descentralizando e replicando o conhecimento, nesse que \\u0026#233; um procedimento que n\\u0026#227;o \\u0026#233; simples de fazer”, completou.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Nos quatro dias da Jornada, os participantes poder\\u0026#227;o acompanhar palestras e fazer minicursos direcionados \\u0026#224; amplia\\u0026#231;\\u0026#227;o do conhecimento e da visibilidade sobre transexualidade e intersexualidade no \\u0026#226;mbito do atendimento do servi\\u0026#231;o p\\u0026#250;blico de sa\\u0026#250;de.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O presidente da SBU, Luiz Ot\\u0026#225;vio Torres, defendeu que o pa\\u0026#237;s precisa ser preparado para atender a essa parcela da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o. Nesse caminho, a SBU tem intensificado nos seus congressos, treinamentos cir\\u0026#250;rgicos para pessoas trans e intersexo e educa\\u0026#231;\\u0026#227;o continuada online com estudos de caso para os associados.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“\\u0026#201; urgente que nosso pa\\u0026#237;s esteja preparado e possa atender com qualidade e acolhimento as pessoas intersexo e trans. E \\u0026#233; nossa miss\\u0026#227;o enquanto sociedade de especialidade promover e participar ativamente dessas a\\u0026#231;\\u0026#245;es que promovem o conhecimento e a inclus\\u0026#227;o social”, afirmou Torres, em nota da entidade.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“N\\u0026#227;o se acham m\\u0026#233;dicos em qualquer regi\\u0026#227;o que sejam qualificados para isso, que \\u0026#233; uma cirurgia muito espec\\u0026#237;fica. S\\u0026#227;o poucos cirurgi\\u0026#245;es no Brasil que realizam este tipo de procedimento”, completou Barroso Jr.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Intersexo\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Anteriormente, a pessoa intersexo, era conhecido como hermafrodita, mas o termo hoje est\\u0026#225; em desuso por ser pejorativo. De acordo com a SBU, \\u0026#233; uma condi\\u0026#231;\\u0026#227;o biol\\u0026#243;gica que atinge entre 0,5 e 1,7% da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o mundial, “caracterizando-se por uma inconformidade entre o sexo cromoss\\u0026#244;mico (XX ou XY) e o sexo fenot\\u0026#237;pico (vagina e p\\u0026#234;nis). Ou seja, a pessoa pode nascer XY e ter o \\u0026#243;rg\\u0026#227;o sexual feminino”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer saber mais not\\u0026#237;cias do Brasil?\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt; \\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e nosso canal no Whatsapp\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Na vis\\u0026#227;o de Barroso Jr, o caso da lutadora argelina Imane Khelif nas Olimp\\u0026#237;adas de Paris que sofreu preconceito em suas lutas \\u0026#233; um exemplo de como a sociedade ainda desconhece o intersexo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Redesigna\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;De acordo com a SBU, a redesigna\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual, tamb\\u0026#233;m chamada de cirurgia genital afirmativa de g\\u0026#234;nero, \\u0026#233; um procedimento que pode ser hormonal e/ou cir\\u0026#250;rgico para adequar os \\u0026#243;rg\\u0026#227;os genitais do sexo biol\\u0026#243;gico do indiv\\u0026#237;duo ao g\\u0026#234;nero pelo qual o paciente se identifica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O cirurgi\\u0026#227;o especialista comparou a satisfa\\u0026#231;\\u0026#227;o de uma pessoa trans ap\\u0026#243;s o procedimento a de um paciente de transplante renal. “Quando o paciente come\\u0026#231;a a urinar, se v\\u0026#234; uma alegria na fam\\u0026#237;lia, uma coisa espetacular. Quando se faz uma cirurgia de modifica\\u0026#231;\\u0026#227;o genital afirmativa de g\\u0026#234;nero, \\u0026#233; transformador na vida da pessoa que tem esse inc\\u0026#244;modo, essa agonia psicol\\u0026#243;gica com o \\u0026#243;rg\\u0026#227;o genital. A demanda existe e \\u0026#233; preciso que cada vez mais centros sejam habilitados a fazer”, pontuou Barroso Jr.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A demanda maior por cirurgia \\u0026#233; de mulheres trans, o que para ele tamb\\u0026#233;m \\u0026#233; uma quest\\u0026#227;o de desinforma\\u0026#231;\\u0026#227;o. O m\\u0026#233;dico exemplificou a portaria do SUS que trata do assunto. “As mulheres trans podem fazer a cirurgia, mas no caso dos homens \\u0026#233; experimental. N\\u0026#243;s fazemos aqui, na nossa Universidade, porque temos projetos de pesquisa, e n\\u0026#227;o recebemos nada por isso. Isso j\\u0026#225; mostra um distanciamento do homem em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o \\u0026#224; cirurgia”, esclareceu Barroso Jr. que foi o cirurgi\\u0026#227;o respons\\u0026#225;vel pela primeira cirurgia de redesigna\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual realizada na Bahia por meio do SUS.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Ubirajara Barroso Jr.\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Chefe da Divis\\u0026#227;o de Cirurgia Urol\\u0026#243;gica Reconstrutora e Urologia Pedi\\u0026#225;trica do Hospital da Universidade Federal da Bahia, Ubirajara Barroso Jr., realizou a primeira cirurgia afirmativa de g\\u0026#234;nero no estado pelo SUS, em agosto de 2023. Tem mais de 200 artigos publicados, mais de 20 cap\\u0026#237;tulos de livros, dois livros editados e um livro co-editado, abordando t\\u0026#233;cnicas cir\\u0026#250;rgicas inovadoras e novos tratamentos para reconstru\\u0026#231;\\u0026#227;o genital e incontin\\u0026#234;ncia urin\\u0026#225;ria. \\u0026#201; conferencista nacional e internacional.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Al\\u0026#233;m da participa\\u0026#231;\\u0026#227;o presencial, equipes de sa\\u0026#250;de do interior, interessadas no encontro, poder\\u0026#227;o acompanhar as atividades em transmiss\\u0026#245;es ao vivo pelo canal do HUGV no YouTube.\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"cirurgia de redesignação sexual,SUS cirurgias trans,saúde intersexo no Brasil,cirurgias trans no Norte,o a cirurgias de gênero pelo SUS"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
O AO SUS

Região Norte terá cirurgias de redesignação sexual pelo SUS

Essas cirurgias são inéditas e os indígenas estão entre os pacientes que farão o procedimento clínico, além de pessoas intersexo e trans

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Região Norte terá cirurgias de redesignação sexual pelo SUS camera É a primeira vez que procedimentos vão ocorrer por meio SUS na Região Norte. | Foto: Arquivo/Ag. Brasil

Vinte e três pessoas intersexo e trans vão ar pelo processo de redesignação sexual durante a 1ª Jornada Multiprofissional de Cirurgias de Modificações Corporais em Pessoas Trans e Intersexo organizada pelo Ministério da Saúde e pelo Hospital Universitário Getúlio Vargas, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebseh) e à Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam). Esta será a primeira vez que procedimentos vão ocorrer por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) na Região Norte.

As cirurgias voltadas a indígenas intersexo e mulheres trans serão realizadas em três salas simultâneas por uma equipe de oito cirurgiões urológicos, selecionados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Entre as pessoas que arão pelos procedimentos, três são indígenas intersexo.

O evento clínico, que vai ocorrer em Manaus, no Amazonas, entre a próxima terça-feira (27) e o sábado (31), reunirá 150 profissionais e acadêmicos e ainda vai capacitar cerca de 150 profissionais do direito, serviço social e da saúde como médicos, psicólogos, enfermeiros, e fisioterapeutas, o que é considerado pelos organizadores um marco para a região.

“Acreditamos que o evento promoverá desenvolvimento regional, uma vez que o HUGV tem projeto de habilitação das cirurgias que serão realizadas na Jornada, podendo dar seguimento à demanda cirúrgica crescente em nosso Estado, tornando-se o primeiro hospital da Amazônia Ocidental a realizar cirurgias do processo transexualizador”, afirmou a presidente da comissão organizadora da Jornada, Conceição Maria Guedes Crozara, na nota da SBU.

Pacientes que querem fazer as cirurgias de conformidade e redesignação sexual, também denominadas de cirurgias do processo transexualizador, aguardam há muito tempo por esta oportunidade no SUS.

“Hoje o o a este tipo de cirurgia que envolve a reconstrução genital de pessoas com intersexo e pessoas trans ainda é muito e as filas são enormes. Para intersexo principalmente há pouquíssimas pessoas fazendo porque a visibilidade é muito menor do que as pessoas trans. Essas pessoas ficam no limbo, invisíveis e sem conseguirem atendimento”, disse o urologista Ubirajara Barroso Jr, organizador da equipe cirúrgica de urologia da Jornada, referência em cirurgias de redesignação sexual e intersexo e chefe do Departamento de Cirurgia Afirmativa de Gênero da SBU, em entrevista à Agência Brasil.

“Eu não vejo, no geral, grandes ações para juntar experts e eles irem ao local para fazer uma demanda grande de cirurgias em pessoas que precisam, então, este é um evento que estamos dando uma assistência de qualidade em um lugar onde as pessoas estão precisando”, afirmou Barroso Jr.

A equipe do urologista é que fará o atendimento aos três indígenas intersexo, que arão por procedimentos para adequação do órgão genital ao sexo biológico. “Numa cultura completamente diferente, que tiveram problemas com relação a isso, que andam nus e são expostos a genitália desde cedo”, comentou o médico sobre o que é para um indígena ser intersexo, que em alguns casos chega a ser expulso de tribos.

Pesquisa

A jornada vai servir também para os médicos coletarem informações da população indígena intersexo para publicação de um estudo científico pioneiro que envolverão também médicos residentes e alunos de graduação. “Como foi o reflexo de ter uma genitália atípica com características masculinas e femininas? O que é ter isso dentro de uma tribo indígena. Como foi a infância na tribo, o que sofreram ou não sofreram, como foi a vivência deles que são adultos e estão fazendo a cirurgia por decisão própria?”, disse o urologista, indicando alguns questionamentos que serão feitos na pesquisa.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:

Segundo o médico, até o momento não há informação de quantas pessoas intersexo indígenas vivem no Brasil. “Vou procurar me aprofundar lá, perguntando até para os próprios pacientes porque, às vezes, isso é familiar. Casos de intersexo tem uma chance maior de serem familiar. É possível que existam outras pessoas que a gente não saiba. Não sei quantos têm, nasceu mais um agora que ainda criança está sob investigação. Vou avaliar lá”, disse, acrescentando que é mais fácil realizar a cirurgia quando a pessoa ainda é criança, mas destacou que em situações em que há dúvida de identidade de gênero é melhor esperar para a pessoa decidir.

Como esses procedimentos ainda não são realizados na Região Norte, para o urologista, é fundamental a capacitação e familiarização das equipes locais nas técnicas estabelecidas e já definidas na tabela do SUS. “A gente vai qualificar um grupo de cirurgiões de lá para deixar um processo perene em que as pessoas possam a partir de então fazerem as cirurgias. Estamos descentralizando e replicando o conhecimento, nesse que é um procedimento que não é simples de fazer”, completou.

Nos quatro dias da Jornada, os participantes poderão acompanhar palestras e fazer minicursos direcionados à ampliação do conhecimento e da visibilidade sobre transexualidade e intersexualidade no âmbito do atendimento do serviço público de saúde.

O presidente da SBU, Luiz Otávio Torres, defendeu que o país precisa ser preparado para atender a essa parcela da população. Nesse caminho, a SBU tem intensificado nos seus congressos, treinamentos cirúrgicos para pessoas trans e intersexo e educação continuada online com estudos de caso para os associados.

“É urgente que nosso país esteja preparado e possa atender com qualidade e acolhimento as pessoas intersexo e trans. E é nossa missão enquanto sociedade de especialidade promover e participar ativamente dessas ações que promovem o conhecimento e a inclusão social”, afirmou Torres, em nota da entidade.

“Não se acham médicos em qualquer região que sejam qualificados para isso, que é uma cirurgia muito específica. São poucos cirurgiões no Brasil que realizam este tipo de procedimento”, completou Barroso Jr.

Intersexo

Anteriormente, a pessoa intersexo, era conhecido como hermafrodita, mas o termo hoje está em desuso por ser pejorativo. De acordo com a SBU, é uma condição biológica que atinge entre 0,5 e 1,7% da população mundial, “caracterizando-se por uma inconformidade entre o sexo cromossômico (XX ou XY) e o sexo fenotípico (vagina e pênis). Ou seja, a pessoa pode nascer XY e ter o órgão sexual feminino”.

Quer saber mais notícias do Brasil?e nosso canal no Whatsapp

Na visão de Barroso Jr, o caso da lutadora argelina Imane Khelif nas Olimpíadas de Paris que sofreu preconceito em suas lutas é um exemplo de como a sociedade ainda desconhece o intersexo.

Redesignação sexual

De acordo com a SBU, a redesignação sexual, também chamada de cirurgia genital afirmativa de gênero, é um procedimento que pode ser hormonal e/ou cirúrgico para adequar os órgãos genitais do sexo biológico do indivíduo ao gênero pelo qual o paciente se identifica.

O cirurgião especialista comparou a satisfação de uma pessoa trans após o procedimento a de um paciente de transplante renal. “Quando o paciente começa a urinar, se vê uma alegria na família, uma coisa espetacular. Quando se faz uma cirurgia de modificação genital afirmativa de gênero, é transformador na vida da pessoa que tem esse incômodo, essa agonia psicológica com o órgão genital. A demanda existe e é preciso que cada vez mais centros sejam habilitados a fazer”, pontuou Barroso Jr.

A demanda maior por cirurgia é de mulheres trans, o que para ele também é uma questão de desinformação. O médico exemplificou a portaria do SUS que trata do assunto. “As mulheres trans podem fazer a cirurgia, mas no caso dos homens é experimental. Nós fazemos aqui, na nossa Universidade, porque temos projetos de pesquisa, e não recebemos nada por isso. Isso já mostra um distanciamento do homem em relação à cirurgia”, esclareceu Barroso Jr. que foi o cirurgião responsável pela primeira cirurgia de redesignação sexual realizada na Bahia por meio do SUS.

Ubirajara Barroso Jr.

Chefe da Divisão de Cirurgia Urológica Reconstrutora e Urologia Pediátrica do Hospital da Universidade Federal da Bahia, Ubirajara Barroso Jr., realizou a primeira cirurgia afirmativa de gênero no estado pelo SUS, em agosto de 2023. Tem mais de 200 artigos publicados, mais de 20 capítulos de livros, dois livros editados e um livro co-editado, abordando técnicas cirúrgicas inovadoras e novos tratamentos para reconstrução genital e incontinência urinária. É conferencista nacional e internacional.

Além da participação presencial, equipes de saúde do interior, interessadas no encontro, poderão acompanhar as atividades em transmissões ao vivo pelo canal do HUGV no YouTube.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Brasil

    Leia mais notícias de Notícias Brasil. Clique aqui!

    Últimas Notícias