{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/brasil/877062/fogo-cresceu-em-velocidade-superior-a-resposta-dos-governos","headline":"Fogo cresceu em velocidade superior a resposta dos governos","datePublished":"2024-09-29T16:44:00.48-03:00","dateModified":"2024-09-29T16:43:50.33-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Ranier Bragon e João Gabriel/Folhapress","url":"/noticias/brasil/877062/fogo-cresceu-em-velocidade-superior-a-resposta-dos-governos"},"image":"/img/Artigo-Destaque/870000/portrit---2024-09-29T160634363_00877062_0_.jpg?xid=2934940","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"O incremento de brigadistas e aeronaves, tanto do governo federal, mas também dos estados (que compartilham a obrigação legal de combate), também cresceu no período, mas em proporção insuficiente para conter a crise.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Os 13 boletins divulgados desde o final de junho pelo \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/mundo-noticias/876808/ministra-do-meio-ambiente-alerta-sobre-queimadas-no-brasil?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Minist\\u0026#233;rio do Meio Ambiente sobre a crise das queimadas mostram que a escalada do fogo\\u0026lt;/a\\u0026gt; no pantanal, amaz\\u0026#244;nia e cerrado ocorreu em velocidade bem superior ao incremento no combate aos inc\\u0026#234;ndios feito pelos governos federal, estaduais e municipais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo os documentos, de julho at\\u0026#233; agora o acumulado da \\u0026#225;rea queimada no pantanal triplicou de tamanho, chegando a 2 milh\\u0026#245;es de hectares -13,4% do bioma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Na amaz\\u0026#244;nia, \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/brasil/876846/queimadas-sao-concentradas-em-terras-indigenas-e-fazendas?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;a \\u0026#225;rea queimada mais que dobrou neste m\\u0026#234;s de setembro -11,7 milh\\u0026#245;es de hectares, ou 2,8% do bioma.\\u0026lt;/a\\u0026gt; O cerrado j\\u0026#225; teve 12,3 milh\\u0026#245;es de hectares queimados em 2024, o que representa 6,2% de sua \\u0026#225;rea total, com aumento de quase 40% s\\u0026#243; nos \\u0026#250;ltimos 15 dias.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O incremento de brigadistas e aeronaves, tanto do governo federal, mas tamb\\u0026#233;m dos estados (que compartilham a obriga\\u0026#231;\\u0026#227;o legal de combate), tamb\\u0026#233;m cresceu no per\\u0026#237;odo, mas em propor\\u0026#231;\\u0026#227;o insuficiente para conter a crise.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No pantanal, da primeira quinzena de julho at\\u0026#233; agosto (auge da crise no bioma), o n\\u0026#250;mero de profissionais federais em campo -do Ibama, ICMBio, For\\u0026#231;as Armadas e For\\u0026#231;a Nacional-- cresceu 20%, chegando a cerca de 1.000, enquanto a quantidade de aeronaves foi de 14 para 19 no per\\u0026#237;odo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Atualmente, com o arrefecimento da crise no bioma, o efetivo est\\u0026#225; na casa dos 800 agentes, com 11 aeronaves -os outros foram deslocados para outras partes do pa\\u0026#237;s.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A Folha de S.Paulo questionou Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sobre o efetivo empenhado no combate, mas s\\u0026#243; o segundo estado respondeu. 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QUEIMADAS NO BRASIL

Fogo cresceu em velocidade superior a resposta dos governos

O incremento de brigadistas e aeronaves, tanto do governo federal, mas também dos estados (que compartilham a obrigação legal de combate), também cresceu no período, mas em proporção insuficiente para conter a crise.

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Imagem ilustrativa da notícia Fogo cresceu em velocidade superior a resposta dos governos camera O combate não tem sido o suficiente, aponta boletim | Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os 13 boletins divulgados desde o final de junho pelo Ministério do Meio Ambiente sobre a crise das queimadas mostram que a escalada do fogo no pantanal, amazônia e cerrado ocorreu em velocidade bem superior ao incremento no combate aos incêndios feito pelos governos federal, estaduais e municipais.

Segundo os documentos, de julho até agora o acumulado da área queimada no pantanal triplicou de tamanho, chegando a 2 milhões de hectares -13,4% do bioma.

Na amazônia, a área queimada mais que dobrou neste mês de setembro -11,7 milhões de hectares, ou 2,8% do bioma. O cerrado já teve 12,3 milhões de hectares queimados em 2024, o que representa 6,2% de sua área total, com aumento de quase 40% só nos últimos 15 dias.

O incremento de brigadistas e aeronaves, tanto do governo federal, mas também dos estados (que compartilham a obrigação legal de combate), também cresceu no período, mas em proporção insuficiente para conter a crise.

No pantanal, da primeira quinzena de julho até agosto (auge da crise no bioma), o número de profissionais federais em campo -do Ibama, ICMBio, Forças Armadas e Força Nacional-- cresceu 20%, chegando a cerca de 1.000, enquanto a quantidade de aeronaves foi de 14 para 19 no período.

Atualmente, com o arrefecimento da crise no bioma, o efetivo está na casa dos 800 agentes, com 11 aeronaves -os outros foram deslocados para outras partes do país.

A Folha de S.Paulo questionou Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sobre o efetivo empenhado no combate, mas só o segundo estado respondeu. Disse que terminou junho com 70 bombeiros em ação, número que cresceu para 138 neste momento.

Na amazônia, o efetivo federal subiu pouco do final de agosto (quando o número começou a ser divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente) até agora: de 1.468 para 1.608, com 10 aeronaves.

O estado de Tocantins afirmou que o combate ao fogo ainda não havia começado em junho, mas que agora há 355 bombeiros mobilizados. No Amazonas, neste período, o efetivo cresceu de 333 para 706. Já o Pará não respondeu -os três são recordistas de queimadas no Norte.

As médias móveis semanais de área queimada no cerrado começaram a subir de forma acelerada em agosto e atingiram o pico nas primeiras semanas de setembro.

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Os boletins do Ministério do Meio Ambiente aram a divulgar dados sobre o bioma somente no último dia 10. De acordo com o documento, o número de profissionais federais em campo mais que dobrou nesses últimos 15 dias, de 436 para 1.102. São 8 aeronaves em uso (eram 7 no boletim do dia 10).

"Existe uma responsabilidade compartilhada. Jogar toda a contabilidade no número de brigadistas federais não é honesto, é como se toda a responsabilidade de incêndios do Brasil fosse do governo federal, isso não é real", diz o secretário extraordinário de Controle de Desmatamento do ministério, André Lima.

Segundo ele, 85% do fogo no cerrado e 73% do fogo no pantanal foram registrados em propriedades privadas, cuja responsabilidade de resposta primeiramente é dos estados e municípios --a União precisa cuidar de áreas de preservação e terras indígenas, majoritariamente.

"Se não tiver propriedade privada com suas brigadas, municípios com brigadas locais, bombeiros, estados com corpo de bombeiros, também aumentando o número de gente disponível, não tem condição de o governo federal resolver o problema", diz ele.

Lima cita o exemplo de São Paulo. Segundo ele, no estado há uma menor cobrança em relação ao governo federal porque "são áreas estaduais e privadas e existe um efetivo, tanto privado, das grandes empresas, como do estado, de bombeiros".

O governo do Amazonas diz, por outro lado, que atualmente mais de 70% dos focos de calor combatidos pelas equipes estaduais estão em áreas de responsabilidade federal e reclama que já em abril solicitava apoio à União.

Já em Rondônia, o Tribunal de Contas do Estado abriu um processo para apurar possível omissão do governo local no combate ao fogo. A reportagem procurou a gestão regional para comentar, mas não teve resposta.

O Brasil enfrenta em 2024 uma disparada das queimadas em meio à pior seca já registrada no país desde pelo menos os anos 1950.

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e o próprio presidente Lula (PT) reconheceram que o governo federal, estados e municípios não estavam preparados para enfrentar a situação.

Além do Ministério do Meio Ambiente, a Folha também procurou as pastas da Justiça, Defesa, Agricultura, Desenvolvimento Regional e a Casa Civil, que coordena as ações.

A Casa Civil destacou a criação da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, em 1º de janeiro de 2023, destacando que "as competências de combate aos incêndios florestais e à estiagem não são exclusivas da União" e que "estados e municípios também têm papel fundamental".

Sobre a estrutura federal, a pasta respondeu que o Ibama e o ICMBio têm mais de 3.000 brigadistas em atuação neste ano e que em agosto foi autorizado incremento temporário em 20 estados, além da contratação pelo Ibama de mais 5 aeronaves.

A pasta destaca ainda a medida provisória que autorizou R$ 137 milhões para combate aos incêndios, entre outros aportes.

A Justiça disse que atua desde maio contra queimadas, com uso de 312 bombeiros da Força de Segurança em 22 municípios da Amazônia Legal e pantanal.

"O ministério aumentou em mais de 400% os rees para operações de proteção aos biomas e combate aos incêndios florestais, na comparação com todo o ano de 2022", disse ainda a pasta, que registrou os 52 inquéritos abertos pela Polícia Federal e a atuação da Polícia Rodoviária Federal em patrulhamento intensificado nas margens das rodovias federais.

A Defesa disse que desde o fim de junho cerca de 550 militares têm atuado no pantanal, com o apoio de 161 viaturas, 224 embarcações e nove aeronaves.

Agricultura afirmou que faz parceria com autoridades federais, locais e representantes dos produtores rurais e que está monitorando os impactos das estiagens sobre a produção agropecuária.

Desenvolvimento Regional não respondeu.

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