{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/brasil/891224/cinco-primeiros-trilionarios-devem-surgir-em-uma-decada","headline":"Cinco primeiros trilionários devem surgir em uma década","datePublished":"2025-01-20T13:32:39-03:00","dateModified":"2025-01-20T13:36:15.12-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Guilherme Jeronymo/Agência Brasil","url":"/noticias/brasil/891224/cinco-primeiros-trilionarios-devem-surgir-em-uma-decada"},"image":"/img/Artigo-Destaque/890000/imagemotimizada-3_00891224_0_.jpg?xid=2993523","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Cinco primeiros trilionários podem surgir em uma década.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Relat\\u0026#243;rio da organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o n\\u0026#227;o governamental (ONG) internacional Oxfam sobre concentra\\u0026#231;\\u0026#227;o de renda e suas condi\\u0026#231;\\u0026#245;es mostra que o ritmo de concentra\\u0026#231;\\u0026#227;o em 2024 teve novo pico, a exemplo do que ocorreu durante a pandemia de covid-19. Surgiram 204 novos bilion\\u0026#225;rios no planeta, e o ritmo de enriquecimento dos super-ricos aumentou tr\\u0026#234;s vezes em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o a 2023. O relat\\u0026#243;rio antecede o encontro anual do F\\u0026#243;rum Econ\\u0026#244;mico de Davos, que concentra diretores das principais institui\\u0026#231;\\u0026#245;es empresariais e l\\u0026#237;deres de governos em reuni\\u0026#245;es de neg\\u0026#243;cios e lobby na cidade su\\u0026#237;\\u0026#231;a.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Os bilion\\u0026#225;rios, pouco mais de 2.900 pessoas, enriqueceram, em m\\u0026#233;dia, US$ 2 milh\\u0026#245;es por dia. Os dez mais ricos, por sua vez, enriqueceram em m\\u0026#233;dia US$ 100 milh\\u0026#245;es por dia. Algu\\u0026#233;m que receba um sal\\u0026#225;rio m\\u0026#237;nimo no Brasil demoraria 109 anos para receber R$ 2 milh\\u0026#245;es e, pela cota\\u0026#231;\\u0026#227;o atual, 650 anos para receber U$$ 2 milh\\u0026#245;es.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;PREVIS\\u0026#195;O DE TRILION\\u0026#193;RIO \\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“No ano ado, a Oxfam previu um trilion\\u0026#225;rio em uma d\\u0026#233;cada. Se as tend\\u0026#234;ncias atuais continuarem, haver\\u0026#225; agora cinco trilion\\u0026#225;rios em uma d\\u0026#233;cada. Enquanto isso, de acordo com o Banco Mundial, o n\\u0026#250;mero de pessoas que vivem na pobreza praticamente n\\u0026#227;o mudou desde 1990”, destaca o relat\\u0026#243;rio, que aponta que os 44% mais pobres do mundo vivem com menos de US$ 6,85 por dia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para efeito de compara\\u0026#231;\\u0026#227;o, o Produto Interno Bruto (PIB) Global, segundo a Organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o para a Coopera\\u0026#231;\\u0026#227;o e Desenvolvimento Econ\\u0026#244;mico (OCDE), teve aumento de cerca de 3,2%, para uma popula\\u0026#231;\\u0026#227;o que a Organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o das Na\\u0026#231;\\u0026#245;es Unidas (ONU) estima de 8 bilh\\u0026#245;es de pessoas. Segundo o Banco Mundial, o PIB Global era de US$ 33,86 trilh\\u0026#245;es em 2000, e chegou aos US$ 106,7 trilh\\u0026#245;es em 2023, ainda que com diminui\\u0026#231;\\u0026#227;o dos \\u0026#237;ndices de extrema pobreza (aqueles que recebem menos de U$$ 2,15 por dia), que eram 29,3% da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o mundial em 2000 e s\\u0026#227;o ainda 9% da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o nos dados de 2023. A Oxfam destacou que os 10% mais ricos, por sua vez, det\\u0026#233;m 45% de toda a riqueza do mundo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;VEJA TAMB\\u0026#201;M\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/brasil/891215/inscricoes-para-o-sisu-terminam-nesta-terca-feira-21?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Inscri\\u0026#231;\\u0026#245;es para o Sisu terminam nesta ter\\u0026#231;a-feira, 21\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/brasil/891041/com-queda-de-7-brasil-teve-38-mil-homicidios-em-2024?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Com queda de 7%, Brasil teve 38 mil homic\\u0026#237;dios em 2024\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/brasil/890824/entenda-os-direitos-que-as-diaristas-tem?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Entenda os direitos que as diaristas t\\u0026#234;m\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No Brasil, a l\\u0026#243;gica n\\u0026#227;o \\u0026#233; diferente. Segundo Viviana Santiago, diretora executiva da Oxfam Brasil, de uma maneira geral, somos levados a pensar a desigualdade no Brasil a partir da chave da pobreza, mas o que torna a realidade brasileira complexa \\u0026#233; pensar o outro lado da moeda. \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;Ao mesmo tempo em que temos milh\\u0026#245;es de pessoas em situa\\u0026#231;\\u0026#227;o de fome e inseguran\\u0026#231;a alimentar, a imensa popula\\u0026#231;\\u0026#227;o de rua, ou quando pensamos as pessoas sem o \\u0026#224; \\u0026#225;gua e ao saneamento b\\u0026#225;sico, temos o outro extremo, que s\\u0026#227;o aquelas muito ricas, bilion\\u0026#225;rias. Durante a pandemia, enquanto vimos pessoas perdendo tudo e tendo de ir morar na rua, surgiram dez novos bilion\\u0026#225;rios no pa\\u0026#237;s. Hoje, menos de 100 pessoas no pa\\u0026#237;s tem R$ 146 bilh\\u0026#245;es\\u0026quot;, esclareceu.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;Ao mesmo tempo, temos pessoas que trabalham e n\\u0026#227;o conseguem garantir o seu sustento enquanto, no mesmo momento, h\\u0026#225; pessoas que est\\u0026#227;o acumulando milh\\u0026#245;es de reais. Essas pessoas est\\u0026#227;o se apropriando de riquezas que deveriam ser melhor divididas e n\\u0026#227;o o s\\u0026#227;o pois temos um sistema fiscal que n\\u0026#227;o taxa adequadamente essas riquezas e a transmiss\\u0026#227;o por heran\\u0026#231;a. Temos um pa\\u0026#237;s que favorece a evas\\u0026#227;o fiscal e elis\\u0026#227;o fiscal, enquanto o trabalhador n\\u0026#227;o tem como evitar esses impostos e continua, com isso, inevitavelmente pobre, mesmo ap\\u0026#243;s toda a reforma feita sobre o consumo. A popula\\u0026#231;\\u0026#227;o pobre tem 70% de sua renda comprometida com o consumo, sobre o qual incidem impostos\\u0026quot;, explicou Viviana Santiago, para quem a correla\\u0026#231;\\u0026#227;o entre ganhos de poucos e mis\\u0026#233;ria de muitos est\\u0026#225; atrelada, especialmente no Brasil, ao papel que as pessoas que se beneficiam dessa l\\u0026#243;gica exercem dentro das institui\\u0026#231;\\u0026#245;es que as mant\\u0026#233;m. \\u0026#201; o que o estudo principal identifica como presen\\u0026#231;a constante de vantagens, seja motivada por correla\\u0026#231;\\u0026#245;es olig\\u0026#225;rquicas ou subornos, que por sua vez est\\u0026#227;o entre as principais condi\\u0026#231;\\u0026#245;es para as riquezas extremas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O estudo identifica tamb\\u0026#233;m a correla\\u0026#231;\\u0026#227;o entre a manuten\\u0026#231;\\u0026#227;o do colonialismo, a centralidade das institui\\u0026#231;\\u0026#245;es financeiras no chamado Norte Global e a concentra\\u0026#231;\\u0026#227;o das institui\\u0026#231;\\u0026#245;es culturais, com universidades de ponta e empresas de tecnologia, com a dificuldade em combater a concentra\\u0026#231;\\u0026#227;o. Essa din\\u0026#226;mica tem, por sua vez, correla\\u0026#231;\\u0026#227;o com a l\\u0026#243;gica de transfer\\u0026#234;ncia, com taxa\\u0026#231;\\u0026#227;o de alimentos e insumos usados por toda a popula\\u0026#231;\\u0026#227;o e com maior peso nas popula\\u0026#231;\\u0026#245;es pobres, como medicamentos, al\\u0026#233;m de imposi\\u0026#231;\\u0026#227;o de taxas altas de empr\\u0026#233;stimos e l\\u0026#243;gica draconiana de pagamento de d\\u0026#237;vidas externas, por organismos internacionais como o Fundo Monet\\u0026#225;rio Internacional. O estudo aponta que a situa\\u0026#231;\\u0026#227;o global s\\u0026#243; n\\u0026#227;o est\\u0026#225; pior por conta do crescimento asi\\u0026#225;tico, sobretudo chin\\u0026#234;s, que foi respons\\u0026#225;vel por tirar centenas de milhares da pobreza.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Falta, por\\u0026#233;m, comprometimento institucional para mudar essa situa\\u0026#231;\\u0026#227;o, como indica o seguinte trecho do relat\\u0026#243;rio: ˜Usando os dados or\\u0026#231;ament\\u0026#225;rios mais recentes sobre a situa\\u0026#231;\\u0026#227;o dos trabalhadores, n\\u0026#237;veis de tributa\\u0026#231;\\u0026#227;o e gastos p\\u0026#250;blicos de 161 pa\\u0026#237;ses, a Oxfam e a Development Finance International apresentam um quadro mais atualizado no \\u0026#205;ndice de Compromisso com a Redu\\u0026#231;\\u0026#227;o da Desigualdade 2024.125 O \\u0026#237;ndice revela tend\\u0026#234;ncias negativas na grande maioria dos pa\\u0026#237;ses desde 2022. Quatro em cada cinco pa\\u0026#237;ses reduzir\\u0026#227;o a fatia de seus or\\u0026#231;amentos destinada \\u0026#224; educa\\u0026#231;\\u0026#227;o, sa\\u0026#250;de e/ou prote\\u0026#231;\\u0026#227;o social; quatro em cada cinco pa\\u0026#237;ses reduziram a tributa\\u0026#231;\\u0026#227;o progressiva; e nove em cada dez pa\\u0026#237;ses retrocederam em direitos trabalhistas e sal\\u0026#225;rios m\\u0026#237;nimos˜.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo Viviana, infelizmente, h\\u0026#225; outra realidade que se repete no Brasil. ˜Quando a gente v\\u0026#234; elites que seguem na l\\u0026#243;gica de um pa\\u0026#237;s voltado para a produ\\u0026#231;\\u0026#227;o, mas n\\u0026#227;o atento para a necessidade da distribui\\u0026#231;\\u0026#227;o social da riqueza, a mesma l\\u0026#243;gica colonial de apropria\\u0026#231;\\u0026#227;o, a mesma l\\u0026#243;gica colonial de explora\\u0026#231;\\u0026#227;o de trabalhos, de vidas e de territ\\u0026#243;rios e de n\\u0026#227;o constru\\u0026#231;\\u0026#227;o de uma din\\u0026#226;mica que promova qualidade de vida para as pessoas˜, pondera Viviana.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer ver mais not\\u0026#237;cias do Brasil? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e nosso canal no WhatsApp\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;Seriam moinhos de vento?\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em janeiro de 1605, foi publicada a obra-prima de Miguel de Cervantes, o romance Don Quixote de La Mancha, cujo personagem que d\\u0026#225; t\\u0026#237;tulo \\u0026#224; trama afirma, em livre tradu\\u0026#231;\\u0026#227;o, que “mudar o mundo, meu amigo Sancho, n\\u0026#227;o \\u0026#233; loucura, n\\u0026#227;o \\u0026#233; utopia, \\u0026#233; justi\\u0026#231;a”. Quatrocentos e vinte anos depois, com a industrializa\\u0026#231;\\u0026#227;o e o desenvolvimento do sistema financeiro nesse interst\\u0026#237;cio, as conclus\\u0026#245;es apontadas no relat\\u0026#243;rio apresentado hoje ainda s\\u0026#227;o muito pr\\u0026#243;ximas. \\u0026#201; poss\\u0026#237;vel mudar a situa\\u0026#231;\\u0026#227;o e se trata de fazer justi\\u0026#231;a. As propostas da Oxfam para tornar o mundo mais justo s\\u0026#227;o:\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Reduzir radicalmente a desigualdade, estabelecendo metas globais e nacionais para isso. \\u0026lt;/span\\u0026gt;Acabar com a riqueza extrema. Se comprometer com uma meta global de desigualdade que reduz drasticamente a desigualdade entre o Norte Global e o Sul Global; como exemplo, a renda dos 10% mais ricos n\\u0026#227;o deve ser maior do que a dos 40% mais pobres em todo o mundo. Estabelecer metas semelhantes com prazo determinado para reduzir a desigualdade econ\\u0026#244;mica nacional, visando que a renda total dos 10% mais ricos n\\u0026#227;o seja maior do que a renda total dos 40% mais pobres.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Reparar as feridas do colonialismo.\\u0026lt;/span\\u0026gt; Os ex-governos coloniais devem reconhecer e se desculpar formalmente por toda a gama de crimes cometidos durante o colonialismo e garantir que esses crimes entrem na mem\\u0026#243;ria p\\u0026#250;blica. As repara\\u0026#231;\\u0026#245;es \\u0026#224;s v\\u0026#237;timas devem ser feitas para garantir a restitui\\u0026#231;\\u0026#227;o, proporcionar satisfa\\u0026#231;\\u0026#227;o, compensar os danos sofridos, garantir a reabilita\\u0026#231;\\u0026#227;o e evitar futuros abusos. O custo das repara\\u0026#231;\\u0026#245;es deve ser arcado pelos mais ricos, que foram os que mais se beneficiaram com o colonialismo.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Acabar com os sistemas de colonialismo moderno\\u0026lt;/span\\u0026gt;. O FMI, o Banco Mundial, a ONU e outras institui\\u0026#231;\\u0026#245;es globais devem mudar completamente sua governan\\u0026#231;a para acabar com o dom\\u0026#237;nio formal e informal do Norte Global e com os interesses de suas elites e corpora\\u0026#231;\\u0026#245;es ricas. O dom\\u0026#237;nio das na\\u0026#231;\\u0026#245;es e corpora\\u0026#231;\\u0026#245;es ricas sobre os mercados financeiros e as regras comerciais deve ser encerrado. Em seu lugar, \\u0026#233; necess\\u0026#225;rio um novo sistema que promova a soberania econ\\u0026#244;mica dos governos do Sul Global e permita o o a sal\\u0026#225;rios e pr\\u0026#225;ticas trabalhistas justas para todos os trabalhadores. Pol\\u0026#237;ticas e acordos de livre com\\u0026#233;rcio desiguais devem ser revogados.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Tributar os mais ricos para acabar com a riqueza extrema.\\u0026lt;/span\\u0026gt; A pol\\u0026#237;tica tribut\\u0026#225;ria global deve se enquadrar em nova conven\\u0026#231;\\u0026#227;o tribut\\u0026#225;ria da ONU e facilitar o pagamento de impostos mais altos pelas pessoas e empresas mais ricas para reduzir radicalmente a desigualdade e acabar com a riqueza extrema.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Promover a coopera\\u0026#231;\\u0026#227;o e a solidariedade Sul-Sul.\\u0026lt;/span\\u0026gt; Os governos do Sul Global devem formar alian\\u0026#231;as e acordos regionais que priorizem trocas equitativas e mutuamente ben\\u0026#233;ficas, promovam a Independ\\u0026#234;ncia econ\\u0026#244;mica e reduzam a depend\\u0026#234;ncia de antigas pot\\u0026#234;ncias coloniais ou das economias do Norte Global. Coletivamente, devem exigir reformas nas institui\\u0026#231;\\u0026#245;es internacionais, como o Banco Mundial e o FMI, e promover o desenvolvimento coletivo por meio do compartilhamento, reconhecimento, tecnologia e recursos para apoiar o desenvolvimento sustent\\u0026#225;vel e resistir aos sistemas globais exploradores. Ao mesmo tempo, os governos devem fortalecer os servi\\u0026#231;os p\\u0026#250;blicos e implementar reformas agr\\u0026#225;rias para garantir o o \\u0026#224; terra.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Acabar com o colonialismo formal em curso em todas as suas formas.\\u0026lt;/span\\u0026gt; Os territ\\u0026#243;rios n\\u0026#227;o aut\\u0026#244;nomos remanescentes devem ser apoiados para garantir seus direitos \\u0026#224; igualdade de e \\u0026#224; autodetermina\\u0026#231;\\u0026#227;o, de acordo com o Artigo 1(2) da Carta das Na\\u0026#231;\\u0026#245;es Unidas e a Declara\\u0026#231;\\u0026#227;o das Na\\u0026#231;\\u0026#245;es Unidas sobre a Concess\\u0026#227;o de Independ\\u0026#234;ncia aos Pa\\u0026#237;ses e Povos Coloniais.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"concentração de renda,Oxfam 2024,desigualdade econômica,bilionários,pobreza"}
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CONCENTRAÇÃO DE RENDA

Cinco primeiros trilionários devem surgir em uma década

Cinco primeiros trilionários podem surgir em uma década.

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Imagem ilustrativa da notícia Cinco primeiros trilionários devem surgir em uma década camera Se de um lado o mundo observa o crescimento no número de bilionários, a quantidade de pobres se concentra por todo o planeta | Divulgação

Relatório da organização não governamental (ONG) internacional Oxfam sobre concentração de renda e suas condições mostra que o ritmo de concentração em 2024 teve novo pico, a exemplo do que ocorreu durante a pandemia de covid-19. Surgiram 204 novos bilionários no planeta, e o ritmo de enriquecimento dos super-ricos aumentou três vezes em relação a 2023. O relatório antecede o encontro anual do Fórum Econômico de Davos, que concentra diretores das principais instituições empresariais e líderes de governos em reuniões de negócios e lobby na cidade suíça.

Os bilionários, pouco mais de 2.900 pessoas, enriqueceram, em média, US$ 2 milhões por dia. Os dez mais ricos, por sua vez, enriqueceram em média US$ 100 milhões por dia. Alguém que receba um salário mínimo no Brasil demoraria 109 anos para receber R$ 2 milhões e, pela cotação atual, 650 anos para receber U$$ 2 milhões.

PREVISÃO DE TRILIONÁRIO

“No ano ado, a Oxfam previu um trilionário em uma década. Se as tendências atuais continuarem, haverá agora cinco trilionários em uma década. Enquanto isso, de acordo com o Banco Mundial, o número de pessoas que vivem na pobreza praticamente não mudou desde 1990”, destaca o relatório, que aponta que os 44% mais pobres do mundo vivem com menos de US$ 6,85 por dia.

Para efeito de comparação, o Produto Interno Bruto (PIB) Global, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), teve aumento de cerca de 3,2%, para uma população que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima de 8 bilhões de pessoas. Segundo o Banco Mundial, o PIB Global era de US$ 33,86 trilhões em 2000, e chegou aos US$ 106,7 trilhões em 2023, ainda que com diminuição dos índices de extrema pobreza (aqueles que recebem menos de U$$ 2,15 por dia), que eram 29,3% da população mundial em 2000 e são ainda 9% da população nos dados de 2023. A Oxfam destacou que os 10% mais ricos, por sua vez, detém 45% de toda a riqueza do mundo.

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No Brasil, a lógica não é diferente. Segundo Viviana Santiago, diretora executiva da Oxfam Brasil, de uma maneira geral, somos levados a pensar a desigualdade no Brasil a partir da chave da pobreza, mas o que torna a realidade brasileira complexa é pensar o outro lado da moeda.

"Ao mesmo tempo em que temos milhões de pessoas em situação de fome e insegurança alimentar, a imensa população de rua, ou quando pensamos as pessoas sem o à água e ao saneamento básico, temos o outro extremo, que são aquelas muito ricas, bilionárias. Durante a pandemia, enquanto vimos pessoas perdendo tudo e tendo de ir morar na rua, surgiram dez novos bilionários no país. Hoje, menos de 100 pessoas no país tem R$ 146 bilhões", esclareceu.

"Ao mesmo tempo, temos pessoas que trabalham e não conseguem garantir o seu sustento enquanto, no mesmo momento, há pessoas que estão acumulando milhões de reais. Essas pessoas estão se apropriando de riquezas que deveriam ser melhor divididas e não o são pois temos um sistema fiscal que não taxa adequadamente essas riquezas e a transmissão por herança. Temos um país que favorece a evasão fiscal e elisão fiscal, enquanto o trabalhador não tem como evitar esses impostos e continua, com isso, inevitavelmente pobre, mesmo após toda a reforma feita sobre o consumo. A população pobre tem 70% de sua renda comprometida com o consumo, sobre o qual incidem impostos", explicou Viviana Santiago, para quem a correlação entre ganhos de poucos e miséria de muitos está atrelada, especialmente no Brasil, ao papel que as pessoas que se beneficiam dessa lógica exercem dentro das instituições que as mantém. É o que o estudo principal identifica como presença constante de vantagens, seja motivada por correlações oligárquicas ou subornos, que por sua vez estão entre as principais condições para as riquezas extremas.

O estudo identifica também a correlação entre a manutenção do colonialismo, a centralidade das instituições financeiras no chamado Norte Global e a concentração das instituições culturais, com universidades de ponta e empresas de tecnologia, com a dificuldade em combater a concentração. Essa dinâmica tem, por sua vez, correlação com a lógica de transferência, com taxação de alimentos e insumos usados por toda a população e com maior peso nas populações pobres, como medicamentos, além de imposição de taxas altas de empréstimos e lógica draconiana de pagamento de dívidas externas, por organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional. O estudo aponta que a situação global só não está pior por conta do crescimento asiático, sobretudo chinês, que foi responsável por tirar centenas de milhares da pobreza.

Falta, porém, comprometimento institucional para mudar essa situação, como indica o seguinte trecho do relatório: ˜Usando os dados orçamentários mais recentes sobre a situação dos trabalhadores, níveis de tributação e gastos públicos de 161 países, a Oxfam e a Development Finance International apresentam um quadro mais atualizado no Índice de Compromisso com a Redução da Desigualdade 2024.125 O índice revela tendências negativas na grande maioria dos países desde 2022. Quatro em cada cinco países reduzirão a fatia de seus orçamentos destinada à educação, saúde e/ou proteção social; quatro em cada cinco países reduziram a tributação progressiva; e nove em cada dez países retrocederam em direitos trabalhistas e salários mínimos˜.

Segundo Viviana, infelizmente, há outra realidade que se repete no Brasil. ˜Quando a gente vê elites que seguem na lógica de um país voltado para a produção, mas não atento para a necessidade da distribuição social da riqueza, a mesma lógica colonial de apropriação, a mesma lógica colonial de exploração de trabalhos, de vidas e de territórios e de não construção de uma dinâmica que promova qualidade de vida para as pessoas˜, pondera Viviana.

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Seriam moinhos de vento?

Em janeiro de 1605, foi publicada a obra-prima de Miguel de Cervantes, o romance Don Quixote de La Mancha, cujo personagem que dá título à trama afirma, em livre tradução, que “mudar o mundo, meu amigo Sancho, não é loucura, não é utopia, é justiça”. Quatrocentos e vinte anos depois, com a industrialização e o desenvolvimento do sistema financeiro nesse interstício, as conclusões apontadas no relatório apresentado hoje ainda são muito próximas. É possível mudar a situação e se trata de fazer justiça. As propostas da Oxfam para tornar o mundo mais justo são:

  • Reduzir radicalmente a desigualdade, estabelecendo metas globais e nacionais para isso. Acabar com a riqueza extrema. Se comprometer com uma meta global de desigualdade que reduz drasticamente a desigualdade entre o Norte Global e o Sul Global; como exemplo, a renda dos 10% mais ricos não deve ser maior do que a dos 40% mais pobres em todo o mundo. Estabelecer metas semelhantes com prazo determinado para reduzir a desigualdade econômica nacional, visando que a renda total dos 10% mais ricos não seja maior do que a renda total dos 40% mais pobres.
  • Reparar as feridas do colonialismo. Os ex-governos coloniais devem reconhecer e se desculpar formalmente por toda a gama de crimes cometidos durante o colonialismo e garantir que esses crimes entrem na memória pública. As reparações às vítimas devem ser feitas para garantir a restituição, proporcionar satisfação, compensar os danos sofridos, garantir a reabilitação e evitar futuros abusos. O custo das reparações deve ser arcado pelos mais ricos, que foram os que mais se beneficiaram com o colonialismo.
  • Acabar com os sistemas de colonialismo moderno. O FMI, o Banco Mundial, a ONU e outras instituições globais devem mudar completamente sua governança para acabar com o domínio formal e informal do Norte Global e com os interesses de suas elites e corporações ricas. O domínio das nações e corporações ricas sobre os mercados financeiros e as regras comerciais deve ser encerrado. Em seu lugar, é necessário um novo sistema que promova a soberania econômica dos governos do Sul Global e permita o o a salários e práticas trabalhistas justas para todos os trabalhadores. Políticas e acordos de livre comércio desiguais devem ser revogados.
  • Tributar os mais ricos para acabar com a riqueza extrema. A política tributária global deve se enquadrar em nova convenção tributária da ONU e facilitar o pagamento de impostos mais altos pelas pessoas e empresas mais ricas para reduzir radicalmente a desigualdade e acabar com a riqueza extrema.
  • Promover a cooperação e a solidariedade Sul-Sul. Os governos do Sul Global devem formar alianças e acordos regionais que priorizem trocas equitativas e mutuamente benéficas, promovam a Independência econômica e reduzam a dependência de antigas potências coloniais ou das economias do Norte Global. Coletivamente, devem exigir reformas nas instituições internacionais, como o Banco Mundial e o FMI, e promover o desenvolvimento coletivo por meio do compartilhamento, reconhecimento, tecnologia e recursos para apoiar o desenvolvimento sustentável e resistir aos sistemas globais exploradores. Ao mesmo tempo, os governos devem fortalecer os serviços públicos e implementar reformas agrárias para garantir o o à terra.
  • Acabar com o colonialismo formal em curso em todas as suas formas. Os territórios não autônomos remanescentes devem ser apoiados para garantir seus direitos à igualdade de e à autodeterminação, de acordo com o Artigo 1(2) da Carta das Nações Unidas e a Declaração das Nações Unidas sobre a Concessão de Independência aos Países e Povos Coloniais.
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