Conflito entre Globo e TV Gazeta após prisão de Collor

Nesta sexta-feira (25), a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello em Maceió, município de Alagoas, foi destaque em diversos noticiários nacionais. Porém, um detalhe chamou atenção de alguns telespectadores: a emissora Globo optou por não utilizar a TV Gazeta Alagoas para cobrir o caso. Ela é afiliada Globo no estado e é ligada ao próprio Collor.

Desde março de 2023, a emissora Globo e a TV Gazeta estão em uma disputa judicial. A emissora carioca tenta encerrar o contrato de afiliação, mas vem sendo impedida por decisões do Judiciário alagoano, que mantêm as empresas atreladas. Uma decisão recente obrigou a renovação da parceria entre as emissoras por mais cinco anos, sob a justificativa de que o canal local não sobreviveria sem a marca Globo.

Para contornar a situação, a cobertura da Globo sobre a prisão de Collor foi realizada com apoio de repórteres de Brasília, como Gioconda Brasil e Márcio Falcão. Além disso, o comentarista político Gerson Camarotti também foi convocado. Na GloboNews, um repórter da CBN Alagoas, que pertence ao mesmo grupo da Globo, também participou da cobertura.

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Entenda o caso:

A TV Gazeta é afiliada da Globo desde 1975, mas a relação se desgastou após a condenação de Collor no Supremo Tribunal Federal. O processo citava a emissora alagoana como instrumento de recebimento de propinas. Desde então, a Globo tenta formalizar o rompimento com a parceira.

Em janeiro deste ano, a Globo recorreu ao presidente do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin, para tentar reverter as decisões que a obrigam a manter o vínculo. No processo, a emissora argumenta que a continuidade da afiliação compromete a qualidade e a independência editorial, afetando até mesmo a ordem pública.

Além disso, a Globo afirma já ter fechado acordo com o grupo TV Asa Branca, de Caruaru, município de Pernambuco, para garantir a transmissão da programação em Alagoas, caso o contrato com a TV Gazeta seja encerrado.

O caso está em fase de recurso final no STJ e uma definição é esperada para o primeiro semestre de 2025.