
Após anos de alertas ignorados, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu agir de forma mais dura. A partir do próximo dia 4 de junho, está suspenso o transporte aéreo de cargas dos Correios, após a constatação de falhas no cumprimento das normas de segurança, especialmente no envio de materiais perigosos como baterias de íon de lítio, altamente inflamáveis.
A medida afeta diretamente as operações das duas únicas empresas contratadas pelos Correios para o transporte aéreo: Sideral Linhas Aéreas e Total Linhas Aéreas. Ambas foram notificadas da suspensão, assim como a estatal.
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A decisão da Anac veio na esteira de um incidente ocorrido em novembro de 2023, quando uma aeronave da Total, a serviço dos Correios, sofreu um princípio de incêndio causado por uma carga irregular contendo baterias de lítio.
O avião precisou fazer um pouso de emergência no Aeroporto de Guarulhos. O caso ainda é investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Desde 2016, a Anac exige que o transporte de materiais perigosos obedeça a normas específicas. No entanto, os Correios, segundo a agência, vêm descumprindo essas exigências sistematicamente.
A estatal envia as malas postais lacradas, sem declarar corretamente os conteúdos às companhias aéreas, o que impede que as cargueiras adotem os procedimentos adequados de segurança.
Embora as empresas contratadas sejam certificadas para transportar cargas perigosas, elas precisam conhecer o conteúdo exato e as quantidades para aplicar os protocolos corretos. Nesse modelo de operação, as companhias apenas embarcam o material embalado pelos Correios, sem possibilidade de inspeção, o que contraria a regulação.
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A suspensão, segundo a Anac, poderá ser revertida caso os Correios e as transportadoras aéreas adotem, com urgência, todas as medidas de adequação às normas. Em dezembro do ano ado, já havia sido imposto um conjunto de medidas cautelares, mas a maior parte delas não foi cumprida integralmente.
Até o fechamento desta reportagem, os Correios não haviam se manifestado. A Anac também não comentou oficialmente a decisão.
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