Cosme e Damião: conheça a história e a tradição dos doces

Poucos santos são tão conhecidos entre as pessoas seguidoras de diferentes vertentes religiosas quanto São Cosme e São Damião. Os dois irmãos gêmeos são importantes figuras de religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, e crenças originárias da Europa, como o catolicismo.

Uma das curiosidades que poucas pessoas sabem a respeito de Cosme e Damião é que o dia em que eles são celebrados varia de acordo com a crença. Na vertente católica, o dia dos santos é 26 de setembro. Já entre as religiões africanas, a data escolhida é 27 de setembro.

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Mas o que muita gente sabe é que o dia 27 é a data perfeita do ano para adocicar a vida, pois muitos locais juntam grandes quantidades de doces e guloseimas para doar às crianças e jovens, independente da crença.

Você já deve ter se perguntado sobre o motivo desta tradição, não é mesmo? Pois é. Antes mesmo de falar sobre como tudo teve origem, é importante conhecer a história dos próprios santos.

Os gêmeos têm origem árabe e eram cristãos. Eles ficaram conhecidos por todo o território em que viviam pelos aprendizados médicos e pela caridade ao curar pessoas e animais sem cobrar dinheiro. Vítimas de perseguição constante, eles foram mortos no ano 300 d.C.

A relação entre eles com as crianças e os doces se origina justamente das obras de caridade que faziam e, em grande parte, do sincretismo religioso, fenômeno que o Brasil viveu por longos anos, quando os escravos trazidos da África aram a associar a imagem dos santos católicos com a dos orixás, das suas religiões de origem.

Os orixás Ibejis, filhos de Xangô e Iansã e denominados protetores das crianças, foram associados aos santos Cosme e Damião pelos escravos, que buscavam enganar os senhores de engenho, se ando por cristãos católicos.

E a mudança da data em que se celebram os santos também vem na mesma esteira. O dia 27 de setembro faz referência à festa dos erês (considerados como a criança que existe em cada um) e é marcado há décadas, muitas vezes, pela distribuição de doces como forma de homenagear ou cumprir promessas feitas aos irmãos.

Já na crença católica, eles são considerados os padroeiros dos farmacêuticos, dos médicos e faculdades de medicina.