{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/gastronomia/894820/culinaria-paraense-qual-prato-tipico-e-o-seu-favorito","headline":"Culinária paraense: qual prato típico é o seu favorito?","datePublished":"2025-02-16T07:57:38.677-03:00","dateModified":"2025-02-16T07:57:31.093-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Luiz Flávio","url":"/noticias/gastronomia/894820/culinaria-paraense-qual-prato-tipico-e-o-seu-favorito"},"image":"/img/Artigo-Destaque/890000/Design-sem-nome---2025-02-16T074844271_00894820_0_.png?xid=3009027","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"A culinária paraense é marcante e cheia de sabores, criados a partir das várias influências dos povos no Estado. Não é a toa que somos reconhecidos mundialmente por isso. Confira algumas de nossas comidas típicas","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Considerada uma das mais aut\\u0026#234;nticas do Brasil a culin\\u0026#225;ria paraense se tornou express\\u0026#227;o importante da diversidade gastron\\u0026#244;mica brasileira, refletindo a rica hist\\u0026#243;ria e cultura do Estado do Par\\u0026#225; e da Amaz\\u0026#244;nia, incorporando ingredientes nativos e pr\\u0026#225;ticas culin\\u0026#225;rias tradicionais exclusivas dessa regi\\u0026#227;o com forte influ\\u0026#234;ncia africana, africana e portuguesa, tornando a mistura de povos como o elemento mais marcante dos nossos sabores.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Esses povos se utilizaram da criatividade para associar especiarias locais com alimentos de fora, criando assim uma cozinha aut\\u0026#234;ntica e rica em cheiros, cores e sabores. O sucesso da comida feita aqui se deve muito ao fato de que oferece sabores \\u0026#250;nicos e uma grande variedade de pratos, muitos n\\u0026#227;o s\\u0026#227;o encontrados em outras partes do Brasil, como o Tambaqui assado na brasa t\\u0026#237;pico de Santar\\u0026#233;m ou o Tucunar\\u0026#233; cozido no leite da castanha-do-par\\u0026#225;, tradicional prato marabaense, ando pelo tradicional Fil\\u0026#233; de B\\u0026#250;falo com queijo do Maraj\\u0026#243;, bastante consumido no arquip\\u0026#233;lago que leva o mesmo nome do prato.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;Leia mais:\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/883058/rodolfo-chermont-na-marambaia-vira-point-de-gastronomia?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; rel=\\u0026quot;nofollow noopener noreferrer sponsored ugc\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Rodolfo Chermont, na Marambaia, vira point de gastronomia\\u0026lt;/a\\u0026gt; \\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/gastronomia/862290/sabores-da-cop-gastronomia-paraense-segue-em-destaque?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; rel=\\u0026quot;nofollow noopener noreferrer sponsored ugc\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Sabores da COP: gastronomia paraense segue em destaque\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Cada prato guarda um sentido \\u0026#250;nico que representa os tra\\u0026#231;os da cultura e do patrim\\u0026#244;nio de cada local, o que contribui para a divulga\\u0026#231;\\u0026#227;o da culin\\u0026#225;ria paraense Brasil e mundo afora. Essa originalidade fez Bel\\u0026#233;m ser reconhecida pela Organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o das Na\\u0026#231;\\u0026#245;es Unidas como “Cidade Criativa da Gastronomia”, dando destaque mundial \\u0026#224; cozinha paraense.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A culin\\u0026#225;ria paraense \\u0026#233; muito ligada \\u0026#224; biodiversidade da Amaz\\u0026#244;nia. O uso sustent\\u0026#225;vel dos recursos naturais, com a coleta de frutas, peixes e outros ingredientes de maneira equilibrada, destaca a import\\u0026#226;ncia da preserva\\u0026#231;\\u0026#227;o ambiental.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer saber mais not\\u0026#237;cias do Par\\u0026#225;? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; rel=\\u0026quot;nofollow noopener noreferrer sponsored ugc\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e o nosso canal no WhatsApp!\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Alguns pratos t\\u0026#237;picos do Par\\u0026#225;, como o tacac\\u0026#225;, o pato no tucupi, a mani\\u0026#231;oba e o caruru, s\\u0026#227;o \\u0026#237;cones que marcam a culin\\u0026#225;ria brasileira, destacando a singularidade dos sabores da Amaz\\u0026#244;nia e ampliando o repert\\u0026#243;rio gastron\\u0026#244;mico nacional.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A prepara\\u0026#231;\\u0026#227;o de alimentos com t\\u0026#233;cnicas antigas, como o uso do tucupi (caldo extra\\u0026#237;do da mandioca) e o preparo da mani\\u0026#231;oba (semelhante \\u0026#224; feijoada, mas feita com folhas da mandioca), mant\\u0026#233;m vivas tradi\\u0026#231;\\u0026#245;es que t\\u0026#234;m s\\u0026#233;culos de hist\\u0026#243;ria e que fazem parte da cultura e identidade do Brasil.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Os elementos encontrados na regi\\u0026#227;o da Amaz\\u0026#244;nia formam a base de seus pratos, com o acr\\u0026#233;scimo do camar\\u0026#227;o, caranguejo, pato e dos peixes, todos temperados com folhas e frutas nativas. Destacam-se: a\\u0026#231;a\\u0026#237;, bacaba, cupua\\u0026#231;u, castanha-do-par\\u0026#225;, jaca, manga, bacuri, pupunha, tucum\\u0026#227;, muruci, piqui\\u0026#225; e tapereb\\u0026#225; –, pimentas de cheiro e ervas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Os mais tradicionais s\\u0026#227;o cozidos em as de barro ou assados em moqu\\u0026#233;ns e embebidos de tucupi, caldo amarelo extra\\u0026#237;do da mandioca. Ali\\u0026#225;s, a raiz \\u0026#233; uma das bases da culin\\u0026#225;ria paraense, e sua farinha n\\u0026#227;o pode faltar nos pratos locais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ap\\u0026#243;s ar por processos manuais e industriais as frutas paraenses e amaz\\u0026#244;nicas puderam ser agregadas a uma variedade de pratos t\\u0026#237;picos da regi\\u0026#227;o, formados com bases nesses sabores \\u0026#250;nicos: \\u0026#233; imensa a variedades de sorvetes, sucos, licores, doces, bombons e sobremesas que agu\\u0026#231;am a curiosidade de visitantes e encantam pelo sabor e originalidade de um paladar \\u0026#250;nico do Brasil.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;MANI\\u0026#199;OBA\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Um dos pratos mais emblem\\u0026#225;ticos do Estado, a mani\\u0026#231;oba \\u0026#233; de origem ind\\u0026#237;gena, muitas vezes assusta pelo visual mas apaixona pelo rico sabor, intenso e defumado. Do tupi Man\\u0026#237;, deusa da mandioca, o prato demora pelo menos uma semana para ser feito, pois a folha da maniva (planta da mandioca), depois de mo\\u0026#237;da, deve ser cozida durante, pelo menos, quatro dias com a inten\\u0026#231;\\u0026#227;o de eliminar o \\u0026#225;cido cian\\u0026#237;drico que cont\\u0026#233;m. Depois disso s\\u0026#227;o acrescentados ingredientes como charque, toucinho, bucho, mocot\\u0026#243;, orelha, p\\u0026#233; e costelas salgadas de porco, al\\u0026#233;m de chouri\\u0026#231;o, lingui\\u0026#231;a e paio, praticamente os mesmos ingredientes da tradicional feijoada brasileira. \\u0026#201; servido com arroz branco, farinha d’\\u0026#225;gua e pimenta de cheiro a gosto.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;PATO NO TUCUPI\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Considerado uma esp\\u0026#233;cie de “coringa” da culin\\u0026#225;ria paraense, o tucupi se tornou conhecido e consumido nacionalmente, servindo de base para v\\u0026#225;rios pratos. \\u0026#201; um caldo amarelo, produzido a partir da fermenta\\u0026#231;\\u0026#227;o da mandioca, raiz da maniva, servido com os mais diferentes tipos de carnes e tamb\\u0026#233;m como base para variados molhos. Mas \\u0026#233; com o pato que o tucupi ganha sabor extraordin\\u0026#225;rio e status de carro-chefe da culin\\u0026#225;ria paraense. O caldo do tucupi deve ser bem fervido para eliminar o \\u0026#225;cido cian\\u0026#237;drico, presente na mandioca. Em seguida, tempera-se o caldo a gosto com sal, alho, chic\\u0026#243;ria e pimenta de cheiro. A carne do pato deve ser temperada com sal, alho e pimenta do reino a gosto de prefer\\u0026#234;ncia na v\\u0026#233;spera. Antes do preparo do prato, vai ao forno para assar. O prato tamb\\u0026#233;m leva jambu. \\u0026#201; servido com arroz branco e farinha de mandioca.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;TACAC\\u0026#193;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Junto com a mani\\u0026#231;oba e o pato no tucupi, forma a “tr\\u0026#237;ade” da tradicional culin\\u0026#225;ria. Tamb\\u0026#233;m de origem ind\\u0026#237;gena, o Tacac\\u0026#225; se tornou o “queridinho” do Brasil ap\\u0026#243;s o sucesso da m\\u0026#250;sica “Voando pro Par\\u0026#225;”, que estourou em todo o pa\\u0026#237;s ano ado na voz da cantora paraense Joelma. A goma \\u0026#233; feita \\u0026#224; parte, uma esp\\u0026#233;cie de mingau de amido de consist\\u0026#234;ncia bem leve. O jambu \\u0026#233; cozido com \\u0026#225;gua e um pouco de sal e depois escorrido. O camar\\u0026#227;o seco deve ser limpo e bem lavado. Para montagem do prato, usa-se uma cuia ind\\u0026#237;gena: primeiro \\u0026#233; colocada a goma, depois o tucupi, o jambu e os camar\\u0026#245;es (a gosto). A sopa \\u0026#233; servida bem quente pelas “tacacazeiras” em pequenas e t\\u0026#237;picas carrocinhas nas esquinas de Bel\\u0026#233;m. Pode-se acrescentar molho de pimenta de cheiro, feito com o pr\\u0026#243;prio tucupi.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;ARROZ PARAENSE\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Outra iguaria que tem como base o jambu e o tucupi. Aqui, sai a goma de tapioca e entra o arroz branco. O arroz paraense \\u0026#233; um prato que tem uma prepara\\u0026#231;\\u0026#227;o bem simples, mas que exige ingredientes espec\\u0026#237;ficos e muita aten\\u0026#231;\\u0026#227;o na hora de cozinhar: o arroz \\u0026#233; cozido em uma a com \\u0026#225;gua e sal at\\u0026#233; ficar macio, e depois \\u0026#233; misturado com o jambu e o tucupi, que d\\u0026#227;o um sabor \\u0026#250;nico e marcante ao prato. Atualmente \\u0026#233; vendido junto com o tacac\\u0026#225;, a mani\\u0026#231;oba, o caruru e o vatap\\u0026#225; nas centenas de tacacazeiras espalhadas pelas esquinas de Bel\\u0026#233;m.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;A\\u0026#199;A\\u0026#205;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Fruto nativo da regi\\u0026#227;o amaz\\u0026#244;nica, particularmente do Par\\u0026#225;, o a\\u0026#231;a\\u0026#237; \\u0026#233; uma das principais fontes aliment\\u0026#237;cias da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o local, sendo base importante da dieta na Amaz\\u0026#244;nia, onde o fruto tem sido consumido por s\\u0026#233;culos, tanto por ind\\u0026#237;genas quanto por comunidades ribeirinhas. \\u0026#201; tomado gelado ou in natura com farinha de mandioca ou tapioca. Mas \\u0026#233; comum aqui se comer o a\\u0026#231;a\\u0026#237; em forma de pir\\u0026#227;o feito com farinha d’\\u0026#225;gua, acompanhado de peixe assado, camar\\u0026#227;o, carne seca. H\\u0026#225; ainda os que preferem o suco com a\\u0026#231;\\u0026#250;car. Nos \\u0026#250;ltimos anos, o consumo de a\\u0026#231;a\\u0026#237; se espalhou por todo o Brasil por sua associa\\u0026#231;\\u0026#227;o com uma alimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o saud\\u0026#225;vel e energ\\u0026#233;tica. A cultura fitness e o crescimento das dietas voltadas para o bem-estar f\\u0026#237;sico ajudaram a impulsionar o consumo do fruto como parte de uma alimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o equilibrada, especialmente em forma de tigelas, complementado com frutas e gr\\u0026#227;os, fazendo com que o a\\u0026#231;a\\u0026#237; se tornasse um alimento globalmente conhecido. A produ\\u0026#231;\\u0026#227;o local fez o Brasil o maior exportador de a\\u0026#231;a\\u0026#237; do mundo: hoje mais de 90% da produ\\u0026#231;\\u0026#227;o nacional \\u0026#233; paraense.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;VATAP\\u0026#193; PARAENSE\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O vatap\\u0026#225; paraense \\u0026#233; uma das iguarias mais consumidas por aqui: no preparo usa-se o caldo resultante do cozimento das cabe\\u0026#231;as e das cascas de camar\\u0026#227;o salgado. Nesse caldo, temperado com chic\\u0026#243;ria, alhos e cheiro verde, adiciona-se farinha de trigo, obtendo-se um mingau mais ou menos consistente. Acrescenta-se o leite de coco puro, natural ou industrializado, camar\\u0026#245;es previamente limpos e dessalgados e, por \\u0026#250;ltimo, o azeite de dend\\u0026#234;. Ao prato, assim como na mani\\u0026#231;oba, acrescenta-se a farinha d’\\u0026#225;gua, o molho de pimenta, algumas folhas de jambu e camar\\u0026#245;es cozidos no tucupi.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;CARURU PARAENSE\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No Par\\u0026#225;, o caruru \\u0026#233; feito com quiabos, camar\\u0026#245;es secos e inteiros, muito tempero verde, e farinha seca, bem fininha. Cozinham-se os quiabos, cortados em rodelas e as cabe\\u0026#231;as dos camar\\u0026#245;es, aproveitando-se o caldo resultante. Nesse caldo, temperado com chic\\u0026#243;ria e cheiro verde, \\u0026#233; que vai ser feito o mingau com a farinha seca, base da prepara\\u0026#231;\\u0026#227;o do prato. Com a base pronta, adiciona-se os quiabos bem escorridos, o camar\\u0026#227;o j\\u0026#225; refogado com todos os temperos e, por \\u0026#250;ltimo, o azeite de dend\\u0026#234;, para dar o gosto e a cor caracter\\u0026#237;sticos da iguaria. Serve-se com arroz branco, “farinha baguda” e molho de pimenta.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;CALDERADA DE FILHOTE\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O prato tem como base o Filhote, tradicional peixe de \\u0026#225;gua doce da regi\\u0026#227;o amaz\\u0026#244;nica, que atinge, em m\\u0026#233;dia, 30 kg. Quando adulto podendo atingir at\\u0026#233; 2,5 metros e pesar 300 Kg, quando ent\\u0026#227;o \\u0026#233; chamado de Pira\\u0026#237;ba. Possui carne branca e tenra, um fil\\u0026#233; alto e comprido, muito apreciado na culin\\u0026#225;ria local. Para o preparo, corta-se os fil\\u0026#233;s do peixe em peda\\u0026#231;os, acrescentando cebolas, tomates, piment\\u0026#245;es, alho, batatas e ovos cozidos e coloca-se para cozimento com \\u0026#225;gua ou tucupi. \\u0026#201; servido com um pir\\u0026#227;o de farinha feito com o caldo do pr\\u0026#243;prio cozimento dos ingredientes. A caldeirada \\u0026#233; servida em uma a de barro, acompanhada de arroz branco.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;PEIXE MOQUEADO\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026#201; uma tradicional receita ind\\u0026#237;gena que at\\u0026#233; hoje \\u0026#233; executada pelos pescadores da regi\\u0026#227;o amaz\\u0026#244;nica. O peixe \\u0026#233; assado no “moqu\\u0026#233;m”, esp\\u0026#233;cie de grelha com varas armadas sobre um braseiro de ch\\u0026#227;o, que d\\u0026#225; nome ao prato. O segredo \\u0026#233; deixar a grelha a um metro do fogo. E n\\u0026#227;o ter pressa. J\\u0026#225; que o peixe, enrrolado em folhas de bananeira, \\u0026#233; temperado apenas com sal e lim\\u0026#227;o deve levar at\\u0026#233; 3 horas cozinhando. Come-se a iguaria com a m\\u0026#227;o, retirando os peda\\u0026#231;os e polvilhando sobre eles sal, lim\\u0026#227;o e pimenta. Para acompanhar, farinha d’\\u0026#225;gua.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;PIRACU\\u0026#205;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Piracu\\u0026#237; \\u0026#233; uma farinha de peixe produzida a partir de peixes salgados, secos e triturados. \\u0026#201; um alimento tradicional da regi\\u0026#227;o norte do Brasil, especialmente da Amaz\\u0026#244;nia. Pode ser consumido puro ou usado em pratos como bolinhos, sopas, massas e farofas. A palavra piracu\\u0026#237; vem do tupi, onde “pira” significa peixe e “cu\\u0026#237;” significa farinha. 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Culinária paraense: qual prato típico é o seu favorito?

A culinária paraense é marcante e cheia de sabores, criados a partir das várias influências dos povos no Estado. Não é a toa que somos reconhecidos mundialmente por isso. Confira algumas de nossas comidas típicas

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Imagem ilustrativa da notícia Culinária paraense: qual prato típico é o seu favorito? camera Açaí com peixe frito e tacacá | (Foto: Irene Almeida)

Considerada uma das mais autênticas do Brasil a culinária paraense se tornou expressão importante da diversidade gastronômica brasileira, refletindo a rica história e cultura do Estado do Pará e da Amazônia, incorporando ingredientes nativos e práticas culinárias tradicionais exclusivas dessa região com forte influência africana, africana e portuguesa, tornando a mistura de povos como o elemento mais marcante dos nossos sabores.

Esses povos se utilizaram da criatividade para associar especiarias locais com alimentos de fora, criando assim uma cozinha autêntica e rica em cheiros, cores e sabores. O sucesso da comida feita aqui se deve muito ao fato de que oferece sabores únicos e uma grande variedade de pratos, muitos não são encontrados em outras partes do Brasil, como o Tambaqui assado na brasa típico de Santarém ou o Tucunaré cozido no leite da castanha-do-pará, tradicional prato marabaense, ando pelo tradicional Filé de Búfalo com queijo do Marajó, bastante consumido no arquipélago que leva o mesmo nome do prato.

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Cada prato guarda um sentido único que representa os traços da cultura e do patrimônio de cada local, o que contribui para a divulgação da culinária paraense Brasil e mundo afora. Essa originalidade fez Belém ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas como “Cidade Criativa da Gastronomia”, dando destaque mundial à cozinha paraense.

A culinária paraense é muito ligada à biodiversidade da Amazônia. O uso sustentável dos recursos naturais, com a coleta de frutas, peixes e outros ingredientes de maneira equilibrada, destaca a importância da preservação ambiental.

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Alguns pratos típicos do Pará, como o tacacá, o pato no tucupi, a maniçoba e o caruru, são ícones que marcam a culinária brasileira, destacando a singularidade dos sabores da Amazônia e ampliando o repertório gastronômico nacional.

A preparação de alimentos com técnicas antigas, como o uso do tucupi (caldo extraído da mandioca) e o preparo da maniçoba (semelhante à feijoada, mas feita com folhas da mandioca), mantém vivas tradições que têm séculos de história e que fazem parte da cultura e identidade do Brasil.

Os elementos encontrados na região da Amazônia formam a base de seus pratos, com o acréscimo do camarão, caranguejo, pato e dos peixes, todos temperados com folhas e frutas nativas. Destacam-se: açaí, bacaba, cupuaçu, castanha-do-pará, jaca, manga, bacuri, pupunha, tucumã, muruci, piquiá e taperebá –, pimentas de cheiro e ervas.

Os mais tradicionais são cozidos em as de barro ou assados em moquéns e embebidos de tucupi, caldo amarelo extraído da mandioca. Aliás, a raiz é uma das bases da culinária paraense, e sua farinha não pode faltar nos pratos locais.

Após ar por processos manuais e industriais as frutas paraenses e amazônicas puderam ser agregadas a uma variedade de pratos típicos da região, formados com bases nesses sabores únicos: é imensa a variedades de sorvetes, sucos, licores, doces, bombons e sobremesas que aguçam a curiosidade de visitantes e encantam pelo sabor e originalidade de um paladar único do Brasil.

MANIÇOBA

Um dos pratos mais emblemáticos do Estado, a maniçoba é de origem indígena, muitas vezes assusta pelo visual mas apaixona pelo rico sabor, intenso e defumado. Do tupi Maní, deusa da mandioca, o prato demora pelo menos uma semana para ser feito, pois a folha da maniva (planta da mandioca), depois de moída, deve ser cozida durante, pelo menos, quatro dias com a intenção de eliminar o ácido cianídrico que contém. Depois disso são acrescentados ingredientes como charque, toucinho, bucho, mocotó, orelha, pé e costelas salgadas de porco, além de chouriço, linguiça e paio, praticamente os mesmos ingredientes da tradicional feijoada brasileira. É servido com arroz branco, farinha d’água e pimenta de cheiro a gosto.

PATO NO TUCUPI

Considerado uma espécie de “coringa” da culinária paraense, o tucupi se tornou conhecido e consumido nacionalmente, servindo de base para vários pratos. É um caldo amarelo, produzido a partir da fermentação da mandioca, raiz da maniva, servido com os mais diferentes tipos de carnes e também como base para variados molhos. Mas é com o pato que o tucupi ganha sabor extraordinário e status de carro-chefe da culinária paraense. O caldo do tucupi deve ser bem fervido para eliminar o ácido cianídrico, presente na mandioca. Em seguida, tempera-se o caldo a gosto com sal, alho, chicória e pimenta de cheiro. A carne do pato deve ser temperada com sal, alho e pimenta do reino a gosto de preferência na véspera. Antes do preparo do prato, vai ao forno para assar. O prato também leva jambu. É servido com arroz branco e farinha de mandioca.

TACACÁ

Junto com a maniçoba e o pato no tucupi, forma a “tríade” da tradicional culinária. Também de origem indígena, o Tacacá se tornou o “queridinho” do Brasil após o sucesso da música “Voando pro Pará”, que estourou em todo o país ano ado na voz da cantora paraense Joelma. A goma é feita à parte, uma espécie de mingau de amido de consistência bem leve. O jambu é cozido com água e um pouco de sal e depois escorrido. O camarão seco deve ser limpo e bem lavado. Para montagem do prato, usa-se uma cuia indígena: primeiro é colocada a goma, depois o tucupi, o jambu e os camarões (a gosto). A sopa é servida bem quente pelas “tacacazeiras” em pequenas e típicas carrocinhas nas esquinas de Belém. Pode-se acrescentar molho de pimenta de cheiro, feito com o próprio tucupi.

ARROZ PARAENSE

Outra iguaria que tem como base o jambu e o tucupi. Aqui, sai a goma de tapioca e entra o arroz branco. O arroz paraense é um prato que tem uma preparação bem simples, mas que exige ingredientes específicos e muita atenção na hora de cozinhar: o arroz é cozido em uma a com água e sal até ficar macio, e depois é misturado com o jambu e o tucupi, que dão um sabor único e marcante ao prato. Atualmente é vendido junto com o tacacá, a maniçoba, o caruru e o vatapá nas centenas de tacacazeiras espalhadas pelas esquinas de Belém.

AÇAÍ

Fruto nativo da região amazônica, particularmente do Pará, o açaí é uma das principais fontes alimentícias da população local, sendo base importante da dieta na Amazônia, onde o fruto tem sido consumido por séculos, tanto por indígenas quanto por comunidades ribeirinhas. É tomado gelado ou in natura com farinha de mandioca ou tapioca. Mas é comum aqui se comer o açaí em forma de pirão feito com farinha d’água, acompanhado de peixe assado, camarão, carne seca. Há ainda os que preferem o suco com açúcar. Nos últimos anos, o consumo de açaí se espalhou por todo o Brasil por sua associação com uma alimentação saudável e energética. A cultura fitness e o crescimento das dietas voltadas para o bem-estar físico ajudaram a impulsionar o consumo do fruto como parte de uma alimentação equilibrada, especialmente em forma de tigelas, complementado com frutas e grãos, fazendo com que o açaí se tornasse um alimento globalmente conhecido. A produção local fez o Brasil o maior exportador de açaí do mundo: hoje mais de 90% da produção nacional é paraense.

VATAPÁ PARAENSE

O vatapá paraense é uma das iguarias mais consumidas por aqui: no preparo usa-se o caldo resultante do cozimento das cabeças e das cascas de camarão salgado. Nesse caldo, temperado com chicória, alhos e cheiro verde, adiciona-se farinha de trigo, obtendo-se um mingau mais ou menos consistente. Acrescenta-se o leite de coco puro, natural ou industrializado, camarões previamente limpos e dessalgados e, por último, o azeite de dendê. Ao prato, assim como na maniçoba, acrescenta-se a farinha d’água, o molho de pimenta, algumas folhas de jambu e camarões cozidos no tucupi.

CARURU PARAENSE

No Pará, o caruru é feito com quiabos, camarões secos e inteiros, muito tempero verde, e farinha seca, bem fininha. Cozinham-se os quiabos, cortados em rodelas e as cabeças dos camarões, aproveitando-se o caldo resultante. Nesse caldo, temperado com chicória e cheiro verde, é que vai ser feito o mingau com a farinha seca, base da preparação do prato. Com a base pronta, adiciona-se os quiabos bem escorridos, o camarão já refogado com todos os temperos e, por último, o azeite de dendê, para dar o gosto e a cor característicos da iguaria. Serve-se com arroz branco, “farinha baguda” e molho de pimenta.

CALDERADA DE FILHOTE

O prato tem como base o Filhote, tradicional peixe de água doce da região amazônica, que atinge, em média, 30 kg. Quando adulto podendo atingir até 2,5 metros e pesar 300 Kg, quando então é chamado de Piraíba. Possui carne branca e tenra, um filé alto e comprido, muito apreciado na culinária local. Para o preparo, corta-se os filés do peixe em pedaços, acrescentando cebolas, tomates, pimentões, alho, batatas e ovos cozidos e coloca-se para cozimento com água ou tucupi. É servido com um pirão de farinha feito com o caldo do próprio cozimento dos ingredientes. A caldeirada é servida em uma a de barro, acompanhada de arroz branco.

PEIXE MOQUEADO

É uma tradicional receita indígena que até hoje é executada pelos pescadores da região amazônica. O peixe é assado no “moquém”, espécie de grelha com varas armadas sobre um braseiro de chão, que dá nome ao prato. O segredo é deixar a grelha a um metro do fogo. E não ter pressa. Já que o peixe, enrrolado em folhas de bananeira, é temperado apenas com sal e limão deve levar até 3 horas cozinhando. Come-se a iguaria com a mão, retirando os pedaços e polvilhando sobre eles sal, limão e pimenta. Para acompanhar, farinha d’água.

PIRACUÍ

Piracuí é uma farinha de peixe produzida a partir de peixes salgados, secos e triturados. É um alimento tradicional da região norte do Brasil, especialmente da Amazônia. Pode ser consumido puro ou usado em pratos como bolinhos, sopas, massas e farofas. A palavra piracuí vem do tupi, onde “pira” significa peixe e “cuí” significa farinha. O piracuí é uma fonte de proteína de alta qualidade e um recurso importante para a segurança alimentar de comunidades ribeirinhas, que o conservam para consumir quando o pescado é mais escasso.

CASQUINHO DE CARANGUEJO

Um dos pratos mais saborosos e requisitados como tira-gosto em restaurantes e barracas da área litorânea paraense, o casquinho de caranguejo consiste basicamente na carne do caranguejo refogada com vários legumes (tomate, cebola, pimentão, pimentinha de cheiro) que é servida com farofa na manteiga dentro da própria carapaça do crustáceo.

CHIBÉ

Na língua Tupi Chibé significa tupi, composto de Che (eu), meu (e) Ibe ou Tibe (caldo). É considerada por alguns especialistas como a mais paraense de todas as comidas, feita com farinha de mandioca e água. O chibé pode ser consumido como bebida ou papa, e pode ser temperado com sal, pimenta, azeite, ervas amazônicas e outros condimentos. O chibé é muito consumido por populações ribeirinhas da Amazônia, principalmente no Pará.

MUJICA

A mujica é um caldo preparado com água quente, ervas amazônicas (chicória, alfavaca, coentro, pimentinha), sobras de peixe, caranguejo e camarões salgados. É uma iguaria de reaproveitamento de alimentos, engrossada com farinha d’água fina. Esse caldinho tipicamente paraense é consumido especialmente por ribeirinhos no período do inverno amazônico para espantar o friozinho indesejado e indícios de gripe e reumatismo. Servido também em caso de febre para “fazer o caboco soar” como se diz no interior do Estado.

“A nossa comida reflete muito a nossa ancestralidade”

A mistura regionalíssima que caracteriza a gastronomia paraense fez com que a capital, Belém, se destacasse neste quesito como o destino brasileiro mais bem avaliado pelos turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 2016, segundo pesquisa do Ministério do Turismo. De acordo com o estudo, enquanto a gastronomia brasileira recebeu nota máxima (muito bom e bom), de 95,4% dos visitantes internacionais, a de Belém chegou ao topo, com 99,2% de aprovação.

Yamila Fernandes Mota Alves, graduada em nutrição e gastronomia e mestre em ciência e tecnologia dos alimentos diz não ser à toa que a gastronomia paraense mantém o selo da Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia. “Os nossos insumos são diferenciados em sabor e presença e nossa comida reflete muito a nossa ancestralidade”, justifica.

A culinária paraense, segundo Yamila, ganhou status nacional principalmente a partir de trocas de conhecimento de chefs locais, como Paulo Martins, com chefs nacionais, como Alex Atala. “E esses chefs, foram conquistando mais habilidade e técnica para usar os insumos regionais e aumentaram a demanda desses insumos que começaram a ser consumidos em várias regiões do país. Logo, aumentou também a fabricação e exportação desses produtos, que não ficaram só em território nacional”.

O açaí, diz, já foi um pouco diferente, ficando conhecido pelo seu lado funcional, através de pesquisas internacionais, se transformando num “superalimento”, “e isso chamou atenção do mundo, e o fruto já é usado e consumido mundo afora por suas propriedades antioxidantes”.

A gastronomia paraense, aponta, também se destaca por pratos que são autênticos e demonstram muito da influência indígena, como a maniçoba e o tacacá, pratos que, ao longo do tempo, sofreram modificações, mas demonstram muito da história da nossa colonização.

“Não se sabe ao certo a origem da maniçoba, mas a maniva e os embutidos já eram velhos conhecidos dos escravos africanos que aqui aportavam. Já o tacacá, provavelmente é um derivado de um outro caldo chamado mani poi, de origem indígena, e que levava peixe no lugar do camarão”.

A gastróloga cita ainda o caso do jambu, que teve seu conhecimento difundido de ambas as formas. “A planta já era bastante estudada e patenteada por vários países por sua substância, o espilantol, que causa o tremor na boca. E na gastronomia paraense o jambu se tornou um ingrediente quase que indispensável não só pelo tremor, mas também pelo sabor e principalmente pelo par perfeito formado com tucupi”.

Mas ainda faltam muitos insumos a serem valorizados, diz a professora. Esse é um resgaste importante. O aumento da demanda valoriza o produto e sua produção tende a aumentar, trazendo renda e movimentando economicamente os produtores locais.

“O comaru, uma fava aromática que era menosprezada, depois que conhecida na gastronomia como baunilha amazônica ganhou status. O camapu, primo da phisalis, deixou ser vista como frutinha do mato… Quem sabe, agora não temos a coroação de outras frutas, como o buriti ou a própria pupunha? Nossa biodiversidade de fauna e flora é impressionante e precisa ser preservada! Hoje com a formação de tecnólogos em gastronomia estamos nessa busca, para não precisar vir alguém de fora para valorizar é só assim despertar a curiosidade”, afirma.

Yamila, que é professora universitária e coordenadora do curso de gastronomia da Unama, avalia que a realização da COP 30 em Belém trará mais reconhecimento e procura ainda maior por alguns ingredientes da gastronomia paraense e amazônica. “Essa visibilidade é importante para trazer mais estudos, mais investimento e mais demanda para produtos nossos produtos regionais”, acredita.

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