{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/mundo-noticias/853103/conselho-de-seguranca-da-onu-aprova-cessar-fogo-em-gaza","headline":"Conselho de Segurança da ONU aprova cessar-fogo em Gaza","datePublished":"2024-03-25T17:32:22.79-03:00","dateModified":"2024-03-25T17:32:10.857-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Adams Mercês","url":"/noticias/mundo-noticias/853103/conselho-de-seguranca-da-onu-aprova-cessar-fogo-em-gaza"},"image":"/img/Artigo-Destaque/850000/conselho-de-seguranca_00853103_0_.jpg?xid=2835279","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Nesta segunda-feira (25), uma resolução que pede cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza foi aprovada pelos países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas. EUA se absteve da votação.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;O Conselho de Seguran\\u0026#231;a das Na\\u0026#231;\\u0026#245;es Unidas aprovou nesta segunda-feira (25) uma resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o que demanda um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza durante o Ramad\\u0026#227;, per\\u0026#237;odo sagrado para os mu\\u0026#231;ulmanos, que come\\u0026#231;ou em 11 de mar\\u0026#231;o e deve terminar em 9 de abril.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O texto foi proposto pelo grupo de dez membros n\\u0026#227;o permanentes (Equador, Jap\\u0026#227;o, Malta, Mo\\u0026#231;ambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslov\\u0026#234;nia, Su\\u0026#237;\\u0026#231;a, Arg\\u0026#233;lia e Guiana) e aprovado por 14 dos 15 integrantes —apenas os EUA se abstiveram. \\u0026#201; a primeira vez que o \\u0026#243;rg\\u0026#227;o aprova uma resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o que fala em cessar-fogo imediato e a terceira em que d\\u0026#225; aval a um texto que trata do conflito.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;CONTE\\u0026#218;DO RELACIONADO:\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/mundo-noticias/831069/entenda-a-guerra-entre-israel-e-o-grupo-extremista-hamas\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Entenda a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/mundo-noticias/846492/guerra-israel-mata10-mil-combatentes-do-grupo-hamas\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Guerra: Israel mata 10 mil combatentes do grupo Hamas\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O texto aprovado pede ainda a soltura imediata e incondicional dos ref\\u0026#233;ns pelo Hamas e a garantia do o humanit\\u0026#225;rio \\u0026#224; regi\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O secret\\u0026#225;rio-geral da ONU, Ant\\u0026#243;nio Guterres, afirmou em seu perfil no X que a resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o deve ser implementada. \\u0026quot;O fracasso seria imperdo\\u0026#225;vel\\u0026quot;, escreveu. Segundo autoridades palestinas, cerca de 32 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crian\\u0026#231;as, foram mortas desde o in\\u0026#237;cio da guerra, em 7 de outubro.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer mais not\\u0026#237;cias do mundo? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;e nosso canal no WhatsApp!\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que a resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o \\u0026#233; bem-vinda, mas destacou que o conselho demorou seis meses para demandar um cessar-fogo. \\u0026quot;Isso deve ser um ponto de virada, isso deve levar a salvar vidas em campo. Isso deve sinalizar o fim dessas atrocidades contra nosso povo\\u0026quot;, disse.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;J\\u0026#225; o embaixador israelense, Gilad Erdan, afirmou que o texto \\u0026quot;faz parecer como se a guerra tivesse come\\u0026#231;ado sozinha\\u0026quot;. \\u0026quot;Israel n\\u0026#227;o come\\u0026#231;ou essa guerra e n\\u0026#227;o queria essa guerra.\\u0026quot;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ele afirmou que n\\u0026#227;o h\\u0026#225; como recuperar os ref\\u0026#233;ns sem uma opera\\u0026#231;\\u0026#227;o militar, chamando de \\u0026quot;contradi\\u0026#231;\\u0026#227;o moral\\u0026quot; o Conselho de Seguran\\u0026#231;a demandar um cessar-fogo sem atrel\\u0026#225;-lo \\u0026#224; soltura das pessoas sob poder do Hamas. Ele disse ainda que a inst\\u0026#226;ncia \\u0026#233; enviesada contra Tel Aviv.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;NOVA TENTATIVA DE CESSAR-FOGO\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o ocorre ap\\u0026#243;s um fracasso de um texto semelhante proposto pelos EUA na \\u0026#250;ltima sexta (22), vetado por R\\u0026#250;ssia e China sob a justificativa de que ele n\\u0026#227;o seria claro o suficiente sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato. Os pa\\u0026#237;ses tamb\\u0026#233;m acusaram Washington de hipocrisia, por ter previamente vetado outras resolu\\u0026#231;\\u0026#245;es que pediam uma cessa\\u0026#231;\\u0026#227;o das hostilidades.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o vinha sendo negociada h\\u0026#225; dias e chegou a ser prevista para ser votada no s\\u0026#225;bado, mas foi adiada para permitir mais discuss\\u0026#245;es.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mesmo n\\u0026#227;o tendo votado a favor, a absten\\u0026#231;\\u0026#227;o americana \\u0026#233; um forte gesto de distanciamento de Israel —at\\u0026#233; agora, Washington vinha bloqueando resolu\\u0026#231;\\u0026#245;es que pedissem cessar-fogo. Em resposta, Tel Aviv cancelou a visita de uma delega\\u0026#231;\\u0026#227;o do pa\\u0026#237;s aos Estados Unidos no final desta semana.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O porta-voz do Conselho de Seguran\\u0026#231;a Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que os EUA gostariam de ter apoiado a resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o, mas tiveram que se abster porque o texto n\\u0026#227;o faz uma condena\\u0026#231;\\u0026#227;o expl\\u0026#237;cita dos atos cometidos pelo Hamas. \\u0026quot;N\\u0026#243;s estamos muito desapontados\\u0026quot;, afirmou ele sobre o cancelamento.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;Esta falha em condenar o Hamas \\u0026#233; particularmente dif\\u0026#237;cil de entender, vindo dias ap\\u0026#243;s o mundo mais uma vez testemunhar os atos horr\\u0026#237;veis que grupos terroristas cometem\\u0026quot;, afirmou, em nota, o secret\\u0026#225;rio de Estado americano, Antony Blinken.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Nesta segunda, o diplomata recebe em Washington o ministro de Defesa israelense, Yoav Gallant, previsto para a tarde desta segunda, est\\u0026#225; mantido, disse o porta-voz. O encontro ainda eve acontecer, afirmou Kirby.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;RELA\\u0026#199;\\u0026#213;ES CONFLITUOSAS ENTRE EUA E ISRAEL\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O forte apoio americano ao seu maior aliado no Oriente M\\u0026#233;dio a por um per\\u0026#237;odo turbulento diante das cr\\u0026#237;ticas \\u0026#224;s opera\\u0026#231;\\u0026#245;es de Israel.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Pressionado dentro e fora dos EUA, o presidente Joe Biden mudou seu discurso e ou a cobrar publicamente o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Em conex\\u0026#227;o com a postura mais cr\\u0026#237;tica ao aliado, Washington tamb\\u0026#233;m implementou san\\u0026#231;\\u0026#245;es contra colonos judeus na Cisjord\\u0026#226;nia associados a epis\\u0026#243;dios de viol\\u0026#234;ncia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No ano ado, os EUA vetaram uma resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o proposta pelo Brasil pouco tempo ap\\u0026#243;s a eclos\\u0026#227;o do conflito que falava em pausas humanit\\u0026#225;rias, sob a justificativa de que o texto n\\u0026#227;o reconhecia o direito de Israel de se defender.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No in\\u0026#237;cio de dezembro, Washington tamb\\u0026#233;m derrubou o texto proposto pelos Emirados \\u0026#193;rabes Unidos alegando que ele era ut\\u0026#243;pico e \\u0026quot;incapaz de mudar a situa\\u0026#231;\\u0026#227;o em campo em termos pr\\u0026#225;ticos\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em fevereiro, os americanos usaram novamente seu poder de bloqueio contra uma resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o proposta pela Arg\\u0026#233;lia. O argumento foi que o texto n\\u0026#227;o vinculava o cessar-fogo \\u0026#224; soltura dos ref\\u0026#233;ns que continuam em Gaza e, portanto, poderia comprometer \\u0026quot;negocia\\u0026#231;\\u0026#245;es delicadas\\u0026quot; em curso.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;ATAQUES EM HOSPITAIS E \\u0026#193;REAS COM REFUGIADOS\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Nesta segunda, m\\u0026#233;dicos palestinos disseram que o Ex\\u0026#233;rcito de Israel matou dezenas de pessoas em novos ataques em Gaza. Ap\\u0026#243;s invadir o hospital Al-Shifa na semana ada, Tel Aviv mant\\u0026#233;m um bloqueio de dois hospitais sob a alega\\u0026#231;\\u0026#227;o de que h\\u0026#225; combatentes do Hamas nos pr\\u0026#233;dios —algo que a equipe de sa\\u0026#250;de e o grupo terrorista negam.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;For\\u0026#231;as israelenses tamb\\u0026#233;m estavam sitiando os hospitais Al-Amal e Nasser na cidade sulista de Khan Younis, disseram testemunhas palestinas, uma semana ap\\u0026#243;s entrarem no hospital Al Shifa em Gaza, o principal hospital da Faixa.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza onde mais de 1 milh\\u0026#227;o de palestinos se refugiam da guerra, foi um dos locais atingidos nos ataques mais recentes. \\u0026#218;ltimo conglomerado urbano do territ\\u0026#243;rio palestino que ainda n\\u0026#227;o foi alvo de uma opera\\u0026#231;\\u0026#227;o terrestre maci\\u0026#231;a das for\\u0026#231;as israelenses, Rafah se tornou uma quest\\u0026#227;o central para o desgaste entre o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo profissionais de sa\\u0026#250;de no territ\\u0026#243;rio, 30 pessoas foram mortas na cidade nas \\u0026#250;ltimas 24 horas. \\u0026quot;A cada bombardeio que ocorre, tememos que os tanques entrem. As \\u0026#250;ltimas 24 horas foram um dos piores dias desde que nos mudamos para Rafah\\u0026quot;, disse Abu Khaled, pai de sete filhos que se recusou a dar seu nome completo por medo de repres\\u0026#225;lias.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;Vivemos com medo. Estamos com fome, desabrigados e nosso futuro \\u0026#233; desconhecido. Sem um cessar-fogo \\u0026#224; vista, podemos acabar mortos ou deslocados para outro lugar\\u0026quot;, disse ele \\u0026#224; ag\\u0026#234;ncia de not\\u0026#237;cias Reuters por meio de um aplicativo de mensagens.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;ENTENDA O PODER DO CONSELHO DE SEGURAN\\u0026#199;A E DAS RESOLU\\u0026#199;\\u0026#213;ES\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;De acordo com Dawisson Bel\\u0026#233;m Lopes, professor de pol\\u0026#237;tica internacional e comparada da UFMG, os poderes do Conselho de Seguran\\u0026#231;a, em termos t\\u0026#233;cnicos, \\u0026quot;s\\u0026#227;o quase infinitos\\u0026quot;. \\u0026quot;O conselho pode determinar qualquer tipo de solu\\u0026#231;\\u0026#227;o pol\\u0026#237;tica para situa\\u0026#231;\\u0026#245;es que inspirem algum tipo de pronta rea\\u0026#231;\\u0026#227;o da comunidade internacional\\u0026quot;, diz.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Tire suas d\\u0026#250;vidas sobre os poderes do conselho e da resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o sobre o Oriente M\\u0026#233;dio, segundo Lopes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;- Que poderes tem o Conselho de Seguran\\u0026#231;a da ONU?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em termos t\\u0026#233;cnicos, os poderes s\\u0026#227;o quase infinitos. Ele tem um mandato que n\\u0026#227;o \\u0026#233; limitado tematicamente, ou seja, qualquer t\\u0026#243;pico pode ser securitizado. Por isso ele tem aumentado ao longo do tempo seu escopo tem\\u0026#225;tico. Ele pode dar sa\\u0026#237;das que envolvam ou n\\u0026#227;o o uso da for\\u0026#231;a. Contanto que se sigam certos procedimentos, ele pode atuar em qualquer lugar do planeta, pode ser mobilizado para discuss\\u0026#245;es concernentes a pa\\u0026#237;ses membros e n\\u0026#227;o membros da ONU. \\u0026#201; um \\u0026#243;rg\\u0026#227;o pol\\u0026#237;tico que pode fazer qualquer coisa para cuidar da seguran\\u0026#231;a internacional.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;- O que \\u0026#233; uma resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o \\u0026#233; um documento discutido e votado pelos membros do Conselho, formado por 15 pa\\u0026#237;ses, dos quais h\\u0026#225; 5 permanentes e 10 rotativos, com mandatos bienais. Essa normativa \\u0026#233; sempre casu\\u0026#237;stica, ou seja, \\u0026#233; sempre caso a caso. \\u0026#201; diferente da carta da ONU, que \\u0026#233; uma esp\\u0026#233;cie de Constitui\\u0026#231;\\u0026#227;o da ONU, a resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o \\u0026#233; um documento que resulta da converg\\u0026#234;ncia dos interesses, da posi\\u0026#231;\\u0026#245;es dos atores, lembrando sempre que para que uma resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o seja aprovada, requer-se que ela atinja 9 votos dos 15 poss\\u0026#237;veis. Al\\u0026#233;m disso, ele n\\u0026#227;o pode receber votos negativos dos membros permanentes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A natureza jur\\u0026#237;dica da resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o \\u0026#233; mandat\\u0026#243;ria, diferente do Assembleia-Geral da ONU, que tamb\\u0026#233;m produz resolu\\u0026#231;\\u0026#245;es, mas recomendat\\u0026#243;rias. O Conselho de Seguran\\u0026#231;a tem natureza obrigat\\u0026#243;ria, o que vem dele tem for\\u0026#231;a de coer\\u0026#231;\\u0026#227;o. Vem embutido ali um poder coercitivo do direito internacional. Os atores em tese devem cumprir.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;- O que acontece se uma resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o for descumprida?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O estado que descumpre uma resolu\\u0026#231;\\u0026#227;o comete um il\\u0026#237;cito internacional. Todo estado tem direitos e obriga\\u0026#231;\\u0026#245;es. Se ele infringe uma lei, ele deve ser punido, existem tribunais internacionais para apenar os Estados. A Corte Internacional de Justi\\u0026#231;a \\u0026#233;, por exemplo, uma esp\\u0026#233;cie de Poder Judici\\u0026#225;rio do sistema ONU, mas nem sempre h\\u0026#225; vontade pol\\u0026#237;tica para implementar essas penas, levar \\u0026#224;s \\u0026#250;ltimas consequ\\u0026#234;ncias.\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"guerra israel e hamas,cessar fogo,conselho de segurança da onu,faixa de gaza,guerra,Israel"}
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GUERRA ENTRE ISRAEL E HAMAS

Conselho de Segurança da ONU aprova cessar-fogo em Gaza

Nesta segunda-feira (25), uma resolução que pede cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza foi aprovada pelos países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas. EUA se absteve da votação.

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Imagem ilustrativa da notícia Conselho de Segurança da ONU aprova cessar-fogo em Gaza camera Conselho de Segurança da ONU aprovou um cessar-fogo inédito desde o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza | Divulgação/UN Photo

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira (25) uma resolução que demanda um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza durante o Ramadã, período sagrado para os muçulmanos, que começou em 11 de março e deve terminar em 9 de abril.

O texto foi proposto pelo grupo de dez membros não permanentes (Equador, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia, Suíça, Argélia e Guiana) e aprovado por 14 dos 15 integrantes —apenas os EUA se abstiveram. É a primeira vez que o órgão aprova uma resolução que fala em cessar-fogo imediato e a terceira em que dá aval a um texto que trata do conflito.

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O texto aprovado pede ainda a soltura imediata e incondicional dos reféns pelo Hamas e a garantia do o humanitário à região.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em seu perfil no X que a resolução deve ser implementada. "O fracasso seria imperdoável", escreveu. Segundo autoridades palestinas, cerca de 32 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, foram mortas desde o início da guerra, em 7 de outubro.

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O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que a resolução é bem-vinda, mas destacou que o conselho demorou seis meses para demandar um cessar-fogo. "Isso deve ser um ponto de virada, isso deve levar a salvar vidas em campo. Isso deve sinalizar o fim dessas atrocidades contra nosso povo", disse.

Já o embaixador israelense, Gilad Erdan, afirmou que o texto "faz parecer como se a guerra tivesse começado sozinha". "Israel não começou essa guerra e não queria essa guerra."

Ele afirmou que não há como recuperar os reféns sem uma operação militar, chamando de "contradição moral" o Conselho de Segurança demandar um cessar-fogo sem atrelá-lo à soltura das pessoas sob poder do Hamas. Ele disse ainda que a instância é enviesada contra Tel Aviv.

NOVA TENTATIVA DE CESSAR-FOGO

A aprovação ocorre após um fracasso de um texto semelhante proposto pelos EUA na última sexta (22), vetado por Rússia e China sob a justificativa de que ele não seria claro o suficiente sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato. Os países também acusaram Washington de hipocrisia, por ter previamente vetado outras resoluções que pediam uma cessação das hostilidades.

A resolução vinha sendo negociada há dias e chegou a ser prevista para ser votada no sábado, mas foi adiada para permitir mais discussões.

Mesmo não tendo votado a favor, a abstenção americana é um forte gesto de distanciamento de Israel —até agora, Washington vinha bloqueando resoluções que pedissem cessar-fogo. Em resposta, Tel Aviv cancelou a visita de uma delegação do país aos Estados Unidos no final desta semana.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que os EUA gostariam de ter apoiado a resolução, mas tiveram que se abster porque o texto não faz uma condenação explícita dos atos cometidos pelo Hamas. "Nós estamos muito desapontados", afirmou ele sobre o cancelamento.

"Esta falha em condenar o Hamas é particularmente difícil de entender, vindo dias após o mundo mais uma vez testemunhar os atos horríveis que grupos terroristas cometem", afirmou, em nota, o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Nesta segunda, o diplomata recebe em Washington o ministro de Defesa israelense, Yoav Gallant, previsto para a tarde desta segunda, está mantido, disse o porta-voz. O encontro ainda eve acontecer, afirmou Kirby.

RELAÇÕES CONFLITUOSAS ENTRE EUA E ISRAEL

O forte apoio americano ao seu maior aliado no Oriente Médio a por um período turbulento diante das críticas às operações de Israel.

Pressionado dentro e fora dos EUA, o presidente Joe Biden mudou seu discurso e ou a cobrar publicamente o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Em conexão com a postura mais crítica ao aliado, Washington também implementou sanções contra colonos judeus na Cisjordânia associados a episódios de violência.

No ano ado, os EUA vetaram uma resolução proposta pelo Brasil pouco tempo após a eclosão do conflito que falava em pausas humanitárias, sob a justificativa de que o texto não reconhecia o direito de Israel de se defender.

No início de dezembro, Washington também derrubou o texto proposto pelos Emirados Árabes Unidos alegando que ele era utópico e "incapaz de mudar a situação em campo em termos práticos".

Em fevereiro, os americanos usaram novamente seu poder de bloqueio contra uma resolução proposta pela Argélia. O argumento foi que o texto não vinculava o cessar-fogo à soltura dos reféns que continuam em Gaza e, portanto, poderia comprometer "negociações delicadas" em curso.

ATAQUES EM HOSPITAIS E ÁREAS COM REFUGIADOS

Nesta segunda, médicos palestinos disseram que o Exército de Israel matou dezenas de pessoas em novos ataques em Gaza. Após invadir o hospital Al-Shifa na semana ada, Tel Aviv mantém um bloqueio de dois hospitais sob a alegação de que há combatentes do Hamas nos prédios —algo que a equipe de saúde e o grupo terrorista negam.

Forças israelenses também estavam sitiando os hospitais Al-Amal e Nasser na cidade sulista de Khan Younis, disseram testemunhas palestinas, uma semana após entrarem no hospital Al Shifa em Gaza, o principal hospital da Faixa.

Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza onde mais de 1 milhão de palestinos se refugiam da guerra, foi um dos locais atingidos nos ataques mais recentes. Último conglomerado urbano do território palestino que ainda não foi alvo de uma operação terrestre maciça das forças israelenses, Rafah se tornou uma questão central para o desgaste entre o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu.

Segundo profissionais de saúde no território, 30 pessoas foram mortas na cidade nas últimas 24 horas. "A cada bombardeio que ocorre, tememos que os tanques entrem. As últimas 24 horas foram um dos piores dias desde que nos mudamos para Rafah", disse Abu Khaled, pai de sete filhos que se recusou a dar seu nome completo por medo de represálias.

"Vivemos com medo. Estamos com fome, desabrigados e nosso futuro é desconhecido. Sem um cessar-fogo à vista, podemos acabar mortos ou deslocados para outro lugar", disse ele à agência de notícias Reuters por meio de um aplicativo de mensagens.

ENTENDA O PODER DO CONSELHO DE SEGURANÇA E DAS RESOLUÇÕES

De acordo com Dawisson Belém Lopes, professor de política internacional e comparada da UFMG, os poderes do Conselho de Segurança, em termos técnicos, "são quase infinitos". "O conselho pode determinar qualquer tipo de solução política para situações que inspirem algum tipo de pronta reação da comunidade internacional", diz.

Tire suas dúvidas sobre os poderes do conselho e da resolução sobre o Oriente Médio, segundo Lopes.

- Que poderes tem o Conselho de Segurança da ONU?

Em termos técnicos, os poderes são quase infinitos. Ele tem um mandato que não é limitado tematicamente, ou seja, qualquer tópico pode ser securitizado. Por isso ele tem aumentado ao longo do tempo seu escopo temático. Ele pode dar saídas que envolvam ou não o uso da força. Contanto que se sigam certos procedimentos, ele pode atuar em qualquer lugar do planeta, pode ser mobilizado para discussões concernentes a países membros e não membros da ONU. É um órgão político que pode fazer qualquer coisa para cuidar da segurança internacional.

- O que é uma resolução?

Resolução é um documento discutido e votado pelos membros do Conselho, formado por 15 países, dos quais há 5 permanentes e 10 rotativos, com mandatos bienais. Essa normativa é sempre casuística, ou seja, é sempre caso a caso. É diferente da carta da ONU, que é uma espécie de Constituição da ONU, a resolução é um documento que resulta da convergência dos interesses, da posições dos atores, lembrando sempre que para que uma resolução seja aprovada, requer-se que ela atinja 9 votos dos 15 possíveis. Além disso, ele não pode receber votos negativos dos membros permanentes.

A natureza jurídica da resolução é mandatória, diferente do Assembleia-Geral da ONU, que também produz resoluções, mas recomendatórias. O Conselho de Segurança tem natureza obrigatória, o que vem dele tem força de coerção. Vem embutido ali um poder coercitivo do direito internacional. Os atores em tese devem cumprir.

- O que acontece se uma resolução for descumprida?

O estado que descumpre uma resolução comete um ilícito internacional. Todo estado tem direitos e obrigações. Se ele infringe uma lei, ele deve ser punido, existem tribunais internacionais para apenar os Estados. A Corte Internacional de Justiça é, por exemplo, uma espécie de Poder Judiciário do sistema ONU, mas nem sempre há vontade política para implementar essas penas, levar às últimas consequências.

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