Musk não pode comprar a Globo nem com todo o money do mundo

Desde que ou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF), em especial o ministro Alexandre de Moraes, o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), Tesla e SpaceX, vem se tornando um verdadeiro ídolo da ala ideológica direitista e bolsonarista.

No último dia 21 de abril, o empresário sul-africano manifestou interesse sobre o quanto precisaria pagar para comprar a TV Globo, a maior e mais assistida emissora de televisão do Brasil.

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Musk respondeu o comentário de um perfil de humor brasileiro que afirmava que a Globo é o grande problema do Brasil e que, gastando alguns dólares, ele poderia adquirir a rede e "salvar o país". "Quanto isso custaria?", escreveu Musk. Na sequência, ele postou um emoji de risada, deixando claro o tom sarcástico.

No entanto, o assunto foi levado com seriedade por muitos, visto que dinheiro não falta ao bilionário. No ranking mais atual da revista ‘Forbes’, Elon Musk oscila do 1° ao 3° lugar entre os mais ricos do planeta. Na cotação de hoje, sua fortuna equivale a R$ 921 bilhões.

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De acordo com o mercado publicitário, se a TV Globo estivesse à venda, ela valeria em torno de R$ 30 bilhões para os interessados na compra. Já que Elon Musk tem muito mais que isso, ele poderia comprá-la sozinho?

TRATO FEITO?

A verdade é que, mesmo que quisesse, Elon Musk jamais poderia comprar a TV Globo sozinho, segundo a própria Constituição brasileira. “Apenas brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos e empresas brasileiras que tenham sede no país podem ser proprietários de empresa jornalística e de radiodifusão (TV e rádio)”, diz a legislação.

Já que sozinho Musk não poderia comprar a TV Globo, e se ele conseguisse sócios? A resposta também está na Constituição. “Em caso de sociedade com estrangeiros, pelo menos 70% do capital da empresa deve pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos”, aponta o texto.

Deste modo, mesmo que conseguisse sócios para viabilizar o negócio, o bilionário sul-africano, naturalizado norte-americano, não seria majoritário.