{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/707260/educacao-os-primeiros-os-para-o-futuro","headline":"Educação: os primeiros os para o futuro","datePublished":"2022-04-10T05:40:55-03:00","dateModified":"2022-04-10T06:39:02-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Cintia Magno / Diário do Pará","url":"/noticias/para/707260/educacao-os-primeiros-os-para-o-futuro"},"image":"/img/Artigo-Destaque/700000/CELSO-RODRIGUES_00707260_0_.jpg?xid=1760552","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Um cursinho em Icoaraci ajuda jovens a se preparar para ingressar na universidade e com isso transformar a vida de dezenas de famílias","articleBody":"\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify; \\u0026quot;\\u0026gt;O o a uma universidade p\\u0026#250;blica pode representar mais do que uma conquista pessoal, mas um movimento coletivo para que outros estudantes vindos de escolas p\\u0026#250;blicas ou das periferias da cidade tamb\\u0026#233;m encontrem a chance de estar nesse mesmo lugar. Foi pensando em construir essa ponte de o entre as periferias e a universidade p\\u0026#250;blica que um grupo de estudantes ativistas do movimento estudantil se reuniu para, voluntariamente, criar um cursinho gratuito centrado na educa\\u0026#231;\\u0026#227;o popular e nos direitos humanos, o \\u0026#193;gora. Em atividade no distrito de Icoaraci desde 2017, a iniciativa j\\u0026#225; ajudou a transformar a realidade de outros jovens e moradores do distrito.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Eduarda e Marcelle ajudam a mudar a realidade de pessoas do distrito atrav\\u0026amp;#233;s da educa\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o popular e gratuita\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/700000/767x0/CELSO-RODRIGUES_00707260_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F700000%2FCELSO-RODRIGUES_00707260_0_.jpg%3Fxid%3D1760557%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747954568\\u0026amp;amp;xid=1760557\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/700000/767x0/CELSO-RODRIGUES_00707260_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F700000%2FCELSO-RODRIGUES_00707260_0_.jpg%3Fxid%3D1760557%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747954568\\u0026amp;amp;xid=1760557\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Eduarda e Marcelle ajudam a mudar a realidade de pessoas do distrito atrav\\u0026amp;#233;s da educa\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o popular e gratuita |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Celso Rodrigues / Di\\u0026amp;#225;rio do Par\\u0026amp;#225;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify; \\u0026quot;\\u0026gt;Foi dentro de uma sala de dire\\u0026#231;\\u0026#227;o de centro estudantil, que os alunos de diferentes licenciaturas da Universidade do Estado do Par\\u0026#225; (Uepa) decidiram colocar no papel o projeto que deu origem ao Cursinho Popular \\u0026#193;gora, contemplando o que eles acreditavam que deveria ser o papel de uma universidade p\\u0026#250;blica. Ainda estudante da gradua\\u0026#231;\\u0026#227;o, Marcelle Lebrego, 27 anos, era uma entre os que deram in\\u0026#237;cio ao projeto. Hoje, j\\u0026#225; graduada, a professora de filosofia \\u0026#233; coordenadora geral do cursinho. “Basicamente, o projeto surgiu dentro do movimento estudantil do campus de educa\\u0026#231;\\u0026#227;o da universidade”, lembra. “A gente via que a maioria das pessoas pensavam que estavam ali para se formar e, quando sa\\u0026#237;sse dali, conseguir um emprego e seguir com a sua vida. Mas a gente pensava que, talvez, a universidade n\\u0026#227;o devesse ser isso, que a universidade poderia ser um caminho, tamb\\u0026#233;m, para a gente construir uma sociedade melhor”.\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;Todos esses assuntos a respeito do papel das universidades p\\u0026#250;blicas eram normalmente debatidos pelos estudantes e, a partir dessas reflex\\u0026#245;es, surgiu a ideia do cursinho. “A gente pensou ‘porque a gente n\\u0026#227;o monta um cursinho e oferece aula de forma gratuita para essa galera fazer o vestibular?’. Mas a gente n\\u0026#227;o queria oferecer apenas a aula da matriz do Enem, mas tamb\\u0026#233;m trabalhar conceitos de direitos humanos e cidadania para que eles tamb\\u0026#233;m entendessem que estar na universidade p\\u0026#250;blica n\\u0026#227;o \\u0026#233; s\\u0026#243; para eles, individualmente, mas para a constru\\u0026#231;\\u0026#227;o de uma sociedade melhor, principalmente para a gente, que mora na periferia”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;Os envolvidos no projeto eram todos alunos de gradua\\u0026#231;\\u0026#227;o de v\\u0026#225;rios cursos, desde pedagogia, hist\\u0026#243;ria, filosofia, geografia, at\\u0026#233; os cursos da \\u0026#225;rea de ci\\u0026#234;ncias biol\\u0026#243;gicas. Com isso, os coordenadores do projeto foram convocando outros estudantes que quisessem ser volunt\\u0026#225;rios no cursinho. Desde o in\\u0026#237;cio, ainda em 2017, o cursinho sempre funcionou em parceria com escolas p\\u0026#250;blicas localizadas no distrito de Icoaraci, que disponibilizam o espa\\u0026#231;o f\\u0026#237;sico para que as aulas aconte\\u0026#231;am. Durante o per\\u0026#237;odo da pandemia, as atividades presenciais foram suspensas, mas as aulas continuaram de forma on-line, mesmo com todas as dificuldades que o modelo imp\\u0026#245;e. “Tivemos uma dificuldade muito grande porque muitos dos nossos alunos, que s\\u0026#227;o o p\\u0026#250;blico-alvo do projeto, n\\u0026#227;o t\\u0026#234;m dinheiro para manter uma internet de qualidade, toda uma estrutura necess\\u0026#225;ria para fazer as aulas on-line”, aponta Marcelle. “Mesmo assim, ainda conseguiram fazer a prova e a gente teve algumas aprova\\u0026#231;\\u0026#245;es desse grupo que ficou on-line, que conseguiu ficar”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;Seja nas aulas presenciais, ou nas aulas on-line motivadas pela situa\\u0026#231;\\u0026#227;o da pandemia, todo o trabalho desenvolvido pelos professores e pela coordena\\u0026#231;\\u0026#227;o do cursinho \\u0026#233; volunt\\u0026#225;rio e o curso \\u0026#233; inteiramente gratuito, voltado para alunos e egressos de escolas p\\u0026#250;blicas. “Mesmo o cursinho j\\u0026#225; tendo iniciado aqui em Icoaraci, a gente conseguiu muitos professores de outros bairros. Tem muita gente de Ananindeua, da Pedreira, do Guam\\u0026#225;, da Terra Firme que se desloca para c\\u0026#225; para ministrar as aulas voluntariamente”, explica a coordenadora geral, ao apontar que, entre coordenadores e professores, o curso conta com 53 volunt\\u0026#225;rios. “A gente mant\\u0026#233;m uma equipe de no m\\u0026#237;nimo quatro professores por disciplina e cada professor vem dar aula um final de semana por m\\u0026#234;s”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Pr\\u0026#225;tica\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;Graduanda de sociologia, Eduarda Canuto, 24 anos, \\u0026#233; uma das professoras volunt\\u0026#225;rias do \\u0026#193;gora, al\\u0026#233;m de integrar a coordena\\u0026#231;\\u0026#227;o. Ela conta que ficou sabendo do projeto dentro da pr\\u0026#243;pria universidade e viu no voluntariado uma oportunidade de exercitar a pr\\u0026#225;tica da doc\\u0026#234;ncia, al\\u0026#233;m de contribuir para que outras pessoas pudessem chegar ao ensino superior. “Eu fiquei sabendo do cursinho na universidade, me inscrevi para a sele\\u0026#231;\\u0026#227;o de professores volunt\\u0026#225;rios e iniciei em 2018. \\u0026#201; claro que a gente n\\u0026#227;o inicia j\\u0026#225; dando aula, come\\u0026#231;amos como monitores e depois que a gente vai adquirindo experi\\u0026#234;ncia, a gente come\\u0026#231;a a dar aula sozinho”, explica. “A educa\\u0026#231;\\u0026#227;o popular tem um sentimento muito importante que \\u0026#233; o de levar uma educa\\u0026#231;\\u0026#227;o democr\\u0026#225;tica para todo mundo. Ent\\u0026#227;o, quando a gente inicia dentro de um cursinho popular, a gente j\\u0026#225; tem que ir com essa consci\\u0026#234;ncia de que a gente est\\u0026#225; fazendo parte de um movimento maior que \\u0026#233; a educa\\u0026#231;\\u0026#227;o popular”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;Moradora do distrito de Icoaraci, Eduarda n\\u0026#227;o esconde a satisfa\\u0026#231;\\u0026#227;o de poder contribuir com a democratiza\\u0026#231;\\u0026#227;o do o \\u0026#224; universidade dentro da comunidade em que ela pr\\u0026#243;pria vive. “\\u0026#201; uma das coisas que me orgulho muito porque eu venho do ensino p\\u0026#250;blico. Eu n\\u0026#227;o tive oportunidade de fazer um cursinho popular, ent\\u0026#227;o, poder fazer parte de um projeto que est\\u0026#225; atendendo uma comunidade que \\u0026#233; carente \\u0026#233; muito importante para mim, sendo moradora daqui, indo para uma universidade que ainda \\u0026#233; dif\\u0026#237;cil o o das pessoas que moram na parte perif\\u0026#233;rica de Bel\\u0026#233;m e voltar para c\\u0026#225; atuando dentro de um cursinho popular \\u0026#233; muito significativo”, considera. “Uma coisa importante \\u0026#233; que o cursinho n\\u0026#227;o forma os alunos apenas para o Enem, a gente tamb\\u0026#233;m trabalha a quest\\u0026#227;o da cidadania. A gente tem no nosso lema trazer um pouco dos direitos humanos, abordando temas socioambientais, raciais, de g\\u0026#234;nero”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Amanda foi aprovada no cursinho e voltou como professora\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/700000/767x0/caloura_00707260_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F700000%2Fcaloura_00707260_1_.jpg%3Fxid%3D1760558%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747954568\\u0026amp;amp;xid=1760558\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/700000/767x0/caloura_00707260_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F700000%2Fcaloura_00707260_1_.jpg%3Fxid%3D1760558%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747954568\\u0026amp;amp;xid=1760558\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Amanda foi aprovada no cursinho e voltou como professora |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Reprodu\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;A forma\\u0026#231;\\u0026#227;o cr\\u0026#237;tica proporcionada pelo cursinho fez a diferen\\u0026#231;a na hist\\u0026#243;ria da graduanda em letras – l\\u0026#237;ngua portuguesa, Amanda Pessoa, 21 anos. Ex-aluna do \\u0026#193;gora, ela n\\u0026#227;o apenas conseguiu conquistar uma vaga na universidade p\\u0026#250;blica, como fez quest\\u0026#227;o de retornar ao cursinho, agora, como professora volunt\\u0026#225;ria. “O \\u0026#193;gora me ajudou muito, principalmente na minha forma\\u0026#231;\\u0026#227;o cr\\u0026#237;tica. Eu tinha uma vis\\u0026#227;o muito fechada e centrada de mundo. Dentro do \\u0026#193;gora t\\u0026#237;nhamos bastante aulas voltadas para os direitos humanos e foi muito importante nessa constru\\u0026#231;\\u0026#227;o cr\\u0026#237;tica, o que tamb\\u0026#233;m me ajudou muito com o repert\\u0026#243;rio social para a reda\\u0026#231;\\u0026#227;o do Enem”, lembra. “Me ajudou a entender qual \\u0026#233; a import\\u0026#226;ncia desses movimentos sociais para a sociedade porque foi por interm\\u0026#233;dio do \\u0026#193;gora que eu consegui adentrar na universidade”.\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;Amanda lembra que foi durante as aulas do cursinho popular que ela percebeu que queria seguir a carreira da doc\\u0026#234;ncia, prestando vestibular para o curso de letras. “Como o \\u0026#193;gora tinha tido uma extrema import\\u0026#226;ncia na minha vida, eu decidi, desde que eu entrei na universidade, que eu iria ajudar da melhor forma o cursinho. Quando abriu a seletiva para professores volunt\\u0026#225;rios em 2020, e fui tentar”, conta. “\\u0026#201; uma sensa\\u0026#231;\\u0026#227;o maravilhosa ajudar o \\u0026#193;gora, esse projeto social que \\u0026#233; muito importante para que cada vez mais pessoas de baixa renda adentrarem nas universidades. Mesmo depois de formada, eu vou continuar no \\u0026#193;gora porque foi uma experi\\u0026#234;ncia muito boa, me ajudou muito e o que me motivou a voltar como professora foi tamb\\u0026#233;m poder ajudar a entregar para as pessoas essa oportunidade de poder adentrar as universidades p\\u0026#250;blicas”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Popular\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;Mais do que transformar a pr\\u0026#243;pria vida atrav\\u0026#233;s do o a uma universidade p\\u0026#250;blica, um grupo de alunos de diferentes gradua\\u0026#231;\\u0026#245;es da Uepa decidiu se unir para contribuir com a transforma\\u0026#231;\\u0026#227;o de outras pessoas, oriundas das escolas p\\u0026#250;blicas, atrav\\u0026#233;s do ensino superior. Assim nasceu, em 2017, o Cursinho Popular \\u0026#193;gora, que atrav\\u0026#233;s do trabalho inteiramente volunt\\u0026#225;rio de professores e coordenadores, disponibiliza aulas gratuitas para alunos oriundos de escolas p\\u0026#250;blicas que est\\u0026#227;o em prepara\\u0026#231;\\u0026#227;o para o Exame Nacional do Ensino M\\u0026#233;dio (Enem).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Educa\\u0026amp;#231;\\u0026amp;#227;o: os primeiros os para o futuro\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/700000/767x0/anuncio_00707260_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F700000%2Fanuncio_00707260_2_.jpg%3Fxid%3D1760559%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747954568\\u0026amp;amp;xid=1760559\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/700000/767x0/anuncio_00707260_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F700000%2Fanuncio_00707260_2_.jpg%3Fxid%3D1760559%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747954568\\u0026amp;amp;xid=1760559\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p style=\\u0026quot;text-align: justify;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"cursinho, vestibular, educacao, educacao popular, icoaraci, para que orgulha e transforma, universidade publica,"}
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Educação: os primeiros os para o futuro

Criado em Icoaraci em 2017, cursinho popular ajuda a transformar a realidade de jovens e moradores do distrito com educação gratuita. Uma iniciativa que gera esperança a partir dos bancos das salas de aula

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Imagem ilustrativa da notícia Educação: os primeiros os para o futuro camera Eduarda e Marcelle ajudam a mudar a realidade de pessoas do distrito através da educação popular e gratuita | Celso Rodrigues / Diário do Pará

O o a uma universidade pública pode representar mais do que uma conquista pessoal, mas um movimento coletivo para que outros estudantes vindos de escolas públicas ou das periferias da cidade também encontrem a chance de estar nesse mesmo lugar. Foi pensando em construir essa ponte de o entre as periferias e a universidade pública que um grupo de estudantes ativistas do movimento estudantil se reuniu para, voluntariamente, criar um cursinho gratuito centrado na educação popular e nos direitos humanos, o Ágora. Em atividade no distrito de Icoaraci desde 2017, a iniciativa já ajudou a transformar a realidade de outros jovens e moradores do distrito.

Eduarda e Marcelle ajudam a mudar a realidade de pessoas do distrito através da educação popular e gratuita
📷 Eduarda e Marcelle ajudam a mudar a realidade de pessoas do distrito através da educação popular e gratuita |Celso Rodrigues / Diário do Pará

Foi dentro de uma sala de direção de centro estudantil, que os alunos de diferentes licenciaturas da Universidade do Estado do Pará (Uepa) decidiram colocar no papel o projeto que deu origem ao Cursinho Popular Ágora, contemplando o que eles acreditavam que deveria ser o papel de uma universidade pública. Ainda estudante da graduação, Marcelle Lebrego, 27 anos, era uma entre os que deram início ao projeto. Hoje, já graduada, a professora de filosofia é coordenadora geral do cursinho. “Basicamente, o projeto surgiu dentro do movimento estudantil do campus de educação da universidade”, lembra. “A gente via que a maioria das pessoas pensavam que estavam ali para se formar e, quando saísse dali, conseguir um emprego e seguir com a sua vida. Mas a gente pensava que, talvez, a universidade não devesse ser isso, que a universidade poderia ser um caminho, também, para a gente construir uma sociedade melhor”.

Todos esses assuntos a respeito do papel das universidades públicas eram normalmente debatidos pelos estudantes e, a partir dessas reflexões, surgiu a ideia do cursinho. “A gente pensou ‘porque a gente não monta um cursinho e oferece aula de forma gratuita para essa galera fazer o vestibular?’. Mas a gente não queria oferecer apenas a aula da matriz do Enem, mas também trabalhar conceitos de direitos humanos e cidadania para que eles também entendessem que estar na universidade pública não é só para eles, individualmente, mas para a construção de uma sociedade melhor, principalmente para a gente, que mora na periferia”.

Os envolvidos no projeto eram todos alunos de graduação de vários cursos, desde pedagogia, história, filosofia, geografia, até os cursos da área de ciências biológicas. Com isso, os coordenadores do projeto foram convocando outros estudantes que quisessem ser voluntários no cursinho. Desde o início, ainda em 2017, o cursinho sempre funcionou em parceria com escolas públicas localizadas no distrito de Icoaraci, que disponibilizam o espaço físico para que as aulas aconteçam. Durante o período da pandemia, as atividades presenciais foram suspensas, mas as aulas continuaram de forma on-line, mesmo com todas as dificuldades que o modelo impõe. “Tivemos uma dificuldade muito grande porque muitos dos nossos alunos, que são o público-alvo do projeto, não têm dinheiro para manter uma internet de qualidade, toda uma estrutura necessária para fazer as aulas on-line”, aponta Marcelle. “Mesmo assim, ainda conseguiram fazer a prova e a gente teve algumas aprovações desse grupo que ficou on-line, que conseguiu ficar”.

Seja nas aulas presenciais, ou nas aulas on-line motivadas pela situação da pandemia, todo o trabalho desenvolvido pelos professores e pela coordenação do cursinho é voluntário e o curso é inteiramente gratuito, voltado para alunos e egressos de escolas públicas. “Mesmo o cursinho já tendo iniciado aqui em Icoaraci, a gente conseguiu muitos professores de outros bairros. Tem muita gente de Ananindeua, da Pedreira, do Guamá, da Terra Firme que se desloca para cá para ministrar as aulas voluntariamente”, explica a coordenadora geral, ao apontar que, entre coordenadores e professores, o curso conta com 53 voluntários. “A gente mantém uma equipe de no mínimo quatro professores por disciplina e cada professor vem dar aula um final de semana por mês”.

Prática

Graduanda de sociologia, Eduarda Canuto, 24 anos, é uma das professoras voluntárias do Ágora, além de integrar a coordenação. Ela conta que ficou sabendo do projeto dentro da própria universidade e viu no voluntariado uma oportunidade de exercitar a prática da docência, além de contribuir para que outras pessoas pudessem chegar ao ensino superior. “Eu fiquei sabendo do cursinho na universidade, me inscrevi para a seleção de professores voluntários e iniciei em 2018. É claro que a gente não inicia já dando aula, começamos como monitores e depois que a gente vai adquirindo experiência, a gente começa a dar aula sozinho”, explica. “A educação popular tem um sentimento muito importante que é o de levar uma educação democrática para todo mundo. Então, quando a gente inicia dentro de um cursinho popular, a gente já tem que ir com essa consciência de que a gente está fazendo parte de um movimento maior que é a educação popular”.

Moradora do distrito de Icoaraci, Eduarda não esconde a satisfação de poder contribuir com a democratização do o à universidade dentro da comunidade em que ela própria vive. “É uma das coisas que me orgulho muito porque eu venho do ensino público. Eu não tive oportunidade de fazer um cursinho popular, então, poder fazer parte de um projeto que está atendendo uma comunidade que é carente é muito importante para mim, sendo moradora daqui, indo para uma universidade que ainda é difícil o o das pessoas que moram na parte periférica de Belém e voltar para cá atuando dentro de um cursinho popular é muito significativo”, considera. “Uma coisa importante é que o cursinho não forma os alunos apenas para o Enem, a gente também trabalha a questão da cidadania. A gente tem no nosso lema trazer um pouco dos direitos humanos, abordando temas socioambientais, raciais, de gênero”.

Amanda foi aprovada no cursinho e voltou como professora
📷 Amanda foi aprovada no cursinho e voltou como professora |Reprodução

A formação crítica proporcionada pelo cursinho fez a diferença na história da graduanda em letras – língua portuguesa, Amanda Pessoa, 21 anos. Ex-aluna do Ágora, ela não apenas conseguiu conquistar uma vaga na universidade pública, como fez questão de retornar ao cursinho, agora, como professora voluntária. “O Ágora me ajudou muito, principalmente na minha formação crítica. Eu tinha uma visão muito fechada e centrada de mundo. Dentro do Ágora tínhamos bastante aulas voltadas para os direitos humanos e foi muito importante nessa construção crítica, o que também me ajudou muito com o repertório social para a redação do Enem”, lembra. “Me ajudou a entender qual é a importância desses movimentos sociais para a sociedade porque foi por intermédio do Ágora que eu consegui adentrar na universidade”.

Amanda lembra que foi durante as aulas do cursinho popular que ela percebeu que queria seguir a carreira da docência, prestando vestibular para o curso de letras. “Como o Ágora tinha tido uma extrema importância na minha vida, eu decidi, desde que eu entrei na universidade, que eu iria ajudar da melhor forma o cursinho. Quando abriu a seletiva para professores voluntários em 2020, e fui tentar”, conta. “É uma sensação maravilhosa ajudar o Ágora, esse projeto social que é muito importante para que cada vez mais pessoas de baixa renda adentrarem nas universidades. Mesmo depois de formada, eu vou continuar no Ágora porque foi uma experiência muito boa, me ajudou muito e o que me motivou a voltar como professora foi também poder ajudar a entregar para as pessoas essa oportunidade de poder adentrar as universidades públicas”.

Popular

Mais do que transformar a própria vida através do o a uma universidade pública, um grupo de alunos de diferentes graduações da Uepa decidiu se unir para contribuir com a transformação de outras pessoas, oriundas das escolas públicas, através do ensino superior. Assim nasceu, em 2017, o Cursinho Popular Ágora, que através do trabalho inteiramente voluntário de professores e coordenadores, disponibiliza aulas gratuitas para alunos oriundos de escolas públicas que estão em preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

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