Empreendedorismo jovem: a nova geração dominando o mercado

A participação de jovens, entre 18 e 30 anos, no mercado empreendedor do Pará cresceu mais de 14%, nos últimos seis anos, segundo os dados divulgados pela Junta Comercial do Estado do Pará (JUCEPA). De acordo com especialistas, o aumento se dá por conta da atual metodologia aplicada na educação escolar, onde o empreendedorismo tem sido foco de vários debates.

No Brasil, o desejo de abrir o próprio negócio surge cedo, o que mostra um novo perfil de empreendedores. No Pará, não é diferente. Os setores econômicos comandados por um público jovem são muitos.

Segundo Cilene Sabino, presidente da JUCEPA, mais de 93 mil empresas no estado são dirigidas por pessoas de até 30 anos. Jovens que buscam a autorrealização e, com isso, pesquisam muito para definirem um planejamento de negócios bem-sucedido.

De acordo com Cilene, atualmente, com a internet, a praticidade é maior para quem quer abrir o próprio negócio. “Nós somos a porta de entrada, quando uma pessoa resolve abrir uma empresa, é aqui que ela começa o procedimento de abertura. Então se antes ela percorria uma via sacra, hoje em dia ela já não o faz mais. Hoje é tudo pela internet, 100% digital”, disse a presidente.

Dados da JUCEPA apontam Belém, Ananindeua, Marabá, Santarém e Parauapebas como os municípios que têm o maior número de abertura de empresas registradas, no Pará.

Eduarda Gabriela, de 23 anos, é uma das muitas jovens empreendedoras espalhadas pelo estado. Há aproximadamente um ano e meio, Duda – como gosta de ser chamada - investiu na venda de produtos de beleza e maquiagem, originando a marca “Duda Make Shop”. As vendas começaram inicialmente através da internet. Mas, há um mês, a loja física foi inaugurada, na periferia de Belém.

A jovem conta que o desejo de ser sua “própria chefe” vem desde pequena. “Eu sempre tive esse espírito de empreendedora. Ajudava a minha mãe desde os 13 anos”, relatou Duda.

Com o surgimento da pandemia de Covid-19, ainda em 2020, Eduarda ou a enxergar a internet como uma forma de divulgar o seu trabalho. “Deu muito certo. Consegui abrir a minha loja física há um mês e é daqui que eu vivo. Tudo isso é fruto de muito trabalho, minha rotina é um pouco pesada. Trabalho de domingo a domingo, não tenho folga. Mas, trabalho com o que eu amo”, concluiu a empreendedora.

Através das redes sociais, Duda ensina aos seus clientes e seguidores a melhor forma de utilização dos produtos, o que agrega valor ao negócio e, consequentemente, aumenta as vendas.

Alan Klem, também faz parte da lista de jovens empreendedores paraenses, e é um exemplo de pessoa criativa e visionária. Um problema no aquário do rapaz, foi inspiração para que ele se tornasse um requisitado fabricador de aquários.

“Esse sempre foi um hobby meu. Certo dia, um aquário que eu tinha começou a vazar e na busca por um profissional que pudesse fazer o reparo, eu senti muita dificuldade. Com isso, eu mesmo decidi fazer. Pesquisei vários vídeos e aí eu tentei. O primeiro não ficou muito bom, mas eu resolvi o problema”, disse o jovem.

Com a situação, Alan resolveu aprimorar os conhecimentos no ramo. “Fui aprendendo cada vez mais, pesquisando, montando e, depois de muitas montagens, o hobby ou a ser a minha profissão. Eu saí do meu antigo emprego e segui nessa visão de empreender no ramo”, contou. “Nada começa grande, tudo precisa de um início. Eu creio que logo eu estarei em um ponto comercial com funcionários, para atender melhor os meus clientes”, concluiu Alan.

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Para o Analista do Sebrae-PA, Péricles Diniz, o empreendedorismo faz com que os jovens sejam inclusos no mercado de trabalho, fator importante na promoção do desenvolvimento socioeconômico. Autoconfiança, planejamento, ser eficiente e proativo são características de um jovem empreendedor.

Planejamento é a chave para todo bom negócio fluir. O número de empresas que fecham por conta da falta de planejamento é de até 90%, segundo o analista. “Não tenha pressa nesse momento. As vezes há uma grande necessidade de abrir a empresa logo, mas, é necessário ter cautela”.

Confira na íntegra a fala de Péricles Diniz, do Sebrae-PA.

Muitos novos empreendedores abriram o próprio negócio por terem identificado uma oportunidade no mercado. Luiza Paschoal, de 21 anos, atua na área da beleza. Ainda na adolescência, a jovem investiu em cursos voltados à estética. Com isso, começou os seus primeiros atendimentos na sala de sua casa.

A procura se tornou cada vez maior e, com isso, a designer de sobrancelhas e micropigmentadora abriu o próprio espaço de beleza há seis meses.

“Comecei a trabalhar desde a adolescência. Meu primeiro emprego foi como manicure, sempre gostei muito da área da beleza. Através da internet, eu conheci os procedimentos estéticos faciais e me encantei pelo design de sobrancelhas. Conforme eu trabalhava, juntava dinheiro para abrir meu próprio negócio e, neste ano, eu consegui comprar o espaço que trabalho hoje”, relatou.

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As histórias são de pessoas que conseguiram crescer empreendendo e servem de inspiração. Jovens que entenderam que para estar no mercado de trabalho não são necessários anos de experiência, ou mesmo uma carteira assinada. Planejamento, pesquisa e criatividade são fatores fundamentais para quem quer ter sua independência financeira.

O Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), inclusive, confirmam: empreender é o 4° maior sonho entre os brasileiros. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), “esse movimento não tem sido decorrente apenas da pandemia, mas se firmado como uma tendência nos últimos cinco anos”.

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