Conheça Otto, cão sapeca e carinhoso que precisa de um lar

Você já teve a oportunidade de ter um cachorro em algum momento da vida? Se sim, sabe que surge um amor que chega a doer, onde amos a vê-los como filhos. A rotina muda, a casa fica mais alegre e agitada. Eles estão sempre do nosso lado, nos tornam mais responsáveis, melhoram a nossa socialização e deixam os dias menos estressantes.

Mas para ter um animal, acima de tudo, é preciso de responsabilidade e muito amor. Por conta disso, a história do cãozinho Otto Bolt, de apenas um ano de idade e paraplégico, chegou ao DOL. Ottinho, como é carinhosamente chamado, é mestiço da raça husky siberiano e precisa de uma família. Hoje, ele está sob responsabilidade da Danicele Lima, de 43 anos, que estuda medicina veterinária na Unama.

“Não sabemos a história de vida que ele teve antes. A convivência nos mostra que foi uma vida um pouco difícil, porque existem movimentos que eu faço que ele acha que vai apanhar. Ele chegou em casa extremamente nervoso. No primeiro dia, estava muito estressado, gritava muito de dor. Ele é bem hiperativo. Não sossega e isso sobrecarrega a coluna dele. Estamos tentando devolver a qualidade de vida dele. Ele está tomando gabapentina, que reduz a dor e dá uma sensação de bem-estar para ele viver melhor até a cirurgia. De acordo com a dentição dele e com o resultado do raio-x, a idade dele é de criança. Resgatamos com 7 meses e agora está com 1 ano de idade", revelou.

Conversando com a nossa reportagem, ela revelou que conheceu Otto por conta da LT (Lar Temporário), que é quando a pessoa recebe uma espécie de salário em troca de tomar conta do animal. Ela aceitou isso para custear também as despesas de outros 20 animais que toma conta. Porém, o grupo de pessoas que a contratou deixou as responsabilidades de lado.

“Eu entrei como LT do Otto e ia precisar cuidar dele, enquanto ele tivesse em casa. No entanto, as pessoas do grupo que resgataram ele seriam responsáveis pela alimentação, pelas fraldas, idas ao médico, fisioterapia. Eu fui me envolvendo com o Otto, gostando, criamos laços fortes nesse período. O grupo, em contrapartida, foi ficando apático, menos ativo cada vez mais e eu não fiquei quieta. Fiz um Instagram na intenção de conseguir ajuda. Postei vídeos dele e por lá consegui as fisioterapias, caronas solidárias para ele ir ao médico, ração gastrointestinal, porque ele teve pancreatite logo quando resgatamos e quase morreu. Ele ficou uma semana internado. Então, ele só pode comer ração especial", contou.

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No Instagram, Danicele conseguiu encontrar novas pessoas, onde realizaram uma rifa solidária e arrecadaram o valor da primeira cirurgia que o cãozinho precisa fazer nas patas. Apesar disso, ela precisa voltar a estudar e também a trabalhar. A estudante revelou que nesta sexta-feira (20) precisou abrir mão de um emprego para ficar com Otto.

"No Instagram, consegui notoriedade para ele. No grupo, existem 43 pessoas, mas só umas cinco ajudam. Tem um amigo que fez uma rifa independente para ajudar na cirurgia e várias pessoas ajudaram. Conseguimos o valor da primeira cirurgia. Eu, por outro lado, precisei parar meus planos. Eu faço faculdade e preciso trabalhar, mas o grupo abandonou ele comigo. Ele precisa de atenção, trocar a fralda, ser vigiado, principalmente após a cirurgia, que ele não vai poder fazer as peraltices. Eu consegui um emprego, achando que ia contar com o grupo, mas ninguém se responsabilizou. Tinha que dar uma resposta até hoje para o RH da empresa, mas eu não vou poder. Vou fazer o que com o Otto? Jogar na rua? Colocar em um abrigo? Não tenho o que fazer. Estou de mãos atadas. Embora eu precise muito, não posso me recusar a ajuda-lo", revelou

Otto foi abandonado no Bairro do Tapanã, em Belém, e resgatado por um senhor, que não pôde ficar com ele, já que morava em um kit net e não podia ter barulho de animais. Este senhor informou a situação no facebook e foi quando encontrou as pessoas que sugeriram a LT. Com Danicelle, Otto foi levado ao Hospital Veterinário do Tapanã, porém não foi bem atendido. Foi quando ela conheceu os veterinários Carlos e Fernando.

“O Otto foi levado em dois veterinários, que é o dr. Carlos, da Neuropet, e o doutor Fernando, da UFRA, que deram o mesmo diagnóstico. Ele nasceu com uma doença degenerativa, que ele precisa solucionar, pois ela tende a piorar. É como se as patinhas ficassem cada vez mais rígidas, duras, tensas. Sendo assim, ele precisa desligar o músculo do joelho com as patas, já que ele sente dores e mal-estar. Só com cirurgia para corrigir", ressaltou.

“Ele começou a fazer fisioterapia e notamos uma melhora. Ele já consegue mexer as patinhas, coçar o corpo com elas. Antes ele não mexia e agora começa a ter um pouco de controle, graças a fisioterapia, a hidro esteira, bolsa térmica, com um aparelho magnético e uma série de tratamentos. A cadeirinha também está ajudando a voltar para a posição anatômica, já que ele fica o tempo todo sentado, corre sentado, então ele precisa aprender a andar na posição correta. Ele está aprendendo com a cadeira de rodas e a fisioterapia.

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“Ele precisa fazer duas cirurgias (R$ 2.800 cada), uma em cada pata. Ele precisa fazer a primeira na próxima quarta-feira (25), às 8h da manhã. Ele vai precisar ser internado, para começar a reabilitar a mobilidade dele. Depois, vai seguir na fisioterapia, tomar as medicações e ganhar tempo para fazer a segunda cirurgia", finalizou.

No Instagram do Otto você pode conhecer mais sobre esse cãozinho que precisa de atenção, cuidados, carinho e muito amor. Caso você não possa ficar com ele, pode estar compartilhando a história em grupos e com outras pessoas, além de colaborar com doações. Danicela deixou uma lista do que ele precisa:

Fralda geriatrica P

Pomada Crema A 6 ( feridas do atrito com o chão)

Pomada de assadura

Ração Gastrointestinal

Fisioterapia

Medicação pra dor (Gabapentina)

Carona solidária (ida às consultas, exames e fisioterapia)

Chave Pix: 69477027200 - Danicele de Lima Tavares

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