Paraense é destaque em programa científico de Astronomia 

Cada vez mais cedo, novos talentos estão sendo descobertos. Seja no universo dos esportes ou no campo das ciências, crianças e adolescentes têm se interessado mais para aprender e divulgar novas habilidades e competências.

Com isso, inúmeros projetos possibilitam que os jovens exercitem os seus conhecimentos e produzam, cada vez mais, ciência e novas atividades.

Uma das iniciativas é Habitat Marte, projeto do professor Júlio Rezende, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que procura simular situações de sobrevivência e melhoramentos tecnológicos em regiões que guardam alguma semelhança ou condições climáticas extremas, como as existentes em Marte. E uma pessoa que se destacou no projeto, foi a pequena cientista Isabella Fernanda, de apenas 11 anos.

Paraense, natural de Belém, Isabella se tornou a primeira criança no mundo a receber o título de Astronauta Análoga, com apenas 10 anos.

A mãe da jovem, Larissa Gomes, contou que a filha sempre se interessou por astronomia e tinha muita curiosidade sobre o tema. Mas, foi durante o pico da pandemia da covid-19 que ela ou a buscar mais conhecimento sobre o assunto e conheceu o projeto por meio da internet.

Imediatamente, Isabella pediu para participar da iniciativa e, junto com a mãe, foram para o Rio Grande do Norte, onde o projeto funciona. A pequena participou da Missão 86 Sian, realizada em Caiçara do Rio dos Ventos, no Rio Grande do Norte.

“Na Estação Espacial Análoga, foram simulados estudos em laboratório sobre o solo, o clima e a atmosfera do Planeta Marte. O local também está preparado para receber simulações de expedições ao planeta, utilizando-se trajes espaciais feitos especialmente para os cientistas. E foi realizada também uma atividade de exploração no Bioma Caatinga, no Semiárido Nordestino. Percurso de aproximadamente 3 km com sensação térmica de 50”, contou a mãe.

Larissa ressaltou que a participação de Isabella foi muito importante para ela, pois a filha pode vivenciar um pouco do que seria viver em Marte e ainda aprendeu sobre sustentabilidade e autonomia. O treinamento presencial durou apenas três, mas foram meses de planejamento com o professor responsável pelo projeto.

Cientista Junior

Isabella se tornou multimedalhista em Olimpíadas Científicas Internacionais e Nacional, com mais de 28 premiações – a primeira delas foi nas Olimpíadas Internacional, aos 9 anos.

Recentemente, a paraense se formou no programa Amazon Scientists pelo Instituto Nacional Leva Ciência e é uma cientista junior.

“O Instituto Nacional Leva Ciência é uma organização de ciência e tecnologia, com atividades STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts and Matematica), e promove a inserção de crianças e jovens no universo científico”, explicou Larissa.

A paraense concorreu a vaga após fazer a inscrição no programa e ar em todos os testes, que incluíram entrevistas e alinhamentos para a iniciação científica.

“Depois deste alinhamento, ela foi direcionada para um orientador para dar início ao processo de construção do projeto científico. E dentro do Instituto tem atividades e minicursos, como lançamentos de foguetes, produção de projetos, modelagem 3D, mão na massa mesmo. E a Isabella teve a oportunidade de participar destes cursos.

O Amazon Scientists é uma iniciativa patrocinada pela Embaixada dos Estados Unidos, que fornece equipamentos e estruturas para o projeto.

Isabella ressaltou que a participação no programa foi muito gratificante e contou que trabalhou muito e fez muitos amigos.

“Minha experiência no programa foi muito intensa, de muito trabalho, mas também muito divertida. Fazer um projeto precisa de disciplina, organização, de leituras e muitos estudos. E isso eu consigo junto com o meu orientador e apoio da minha família”, relatou a jovem.

"Educação muda vidas"

Atualmente, ela tem dois projetos científicos dentro do Instituto. Um é o Cultivo de Fungos Aspergillus Flavus na Microgravidade e o Mini Lab Steam. Ela também foi finalista no Mostramazônia, em Macapá.

Além disso, Isabella participa também do Programa Caça Asteroides da NASA. Segundo Larissa, até o momento, ela já tem 12 detecções e, com isso, ela é a paraense com mais Asteroides detectados em preliminares.

Com um currículo de gente grande, a pequena cientista vai trilhando o seu caminho rumo a elite da ciência brasileira e quem sabe mundial. Orgulhosa, a mãe de Isabella apoia e acompanha de pertinho a carreira da filha, que deve e quer voos mais altos.

“Isabella já é Cientista Junior. e no futuro quer ser Engenheira Aeroespacial e continuar como cientista para se aprofundar cada vez mais na área da Ciência. Isabella sempre diz: a educação muda vidas. É através dela que vamos conseguir realizar nossos sonhos e transformar o mundo em um lugar melhor. E um dos seus sonhos já foi realizado ser cientista”, finalizou Larissa Gomes.