{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/queer/813393/pastora-paraense-trans-acolhe-lgbts-em-igreja-de-sao-paulo","headline":"Pastora paraense trans acolhe LGBTs+ em igreja de São Paulo","datePublished":"2023-06-09T09:35:23-03:00","dateModified":"2023-06-19T11:35:14-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Com informações da Ecoa UOL","url":"/noticias/queer/813393/pastora-paraense-trans-acolhe-lgbts-em-igreja-de-sao-paulo"},"image":"/img/Artigo-Destaque/810000/Meu-projeto-28_00813393_0_.jpg?xid=2660132","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Nascida em Belém, Jacqueline Chanel abriu a primeira igreja trans de São Paulo e hoje acolhe a toda a comunidade LGBTQIAP+.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Muitas vezes orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual e identidade de g\\u0026#234;nero andam separadas da religi\\u0026#227;o. Por\\u0026#233;m, algumas pessoas conseguem incluir pessoas LGBTs+ em momentos de ora\\u0026#231;\\u0026#227;o e representar um Deus acolhedor, como \\u0026#233; o caso da Pastora trans Jacqueline Chanel.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Nascida em Bel\\u0026#233;m, Jacqueline era levada aos cultos da Igreja Quadrangular pela fam\\u0026#237;lia frequentemente, at\\u0026#233; ser abandonada pela m\\u0026#227;e na mesma igreja onde ou a morar no quarto dos fundos dos 13 aos 19 anos. Foi criada pelo pastor Rui Beckman, que a acolheu ap\\u0026#243;s receber um bilhete dizendo que a partir daquele momento ele seria respons\\u0026#225;vel por Jacqueline.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;+ \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/812357/bissexualidade-amor-e-atracao-por-dois-generos?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Bissexualidade: amor e atra\\u0026#231;\\u0026#227;o por dois g\\u0026#234;neros\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;+ \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/brasil/660101/lgbtqia-entenda-o-que-significa-cada-letra-da-sigla?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;LGBTQIA+: entenda o que significa cada letra da sigla\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A desculpa dada pela m\\u0026#227;e da Pastora era de que a religi\\u0026#227;o seria a \\u0026#250;nica forma de \\u0026quot;corrigir o jeito afeminado\\u0026quot; dela. O Pastor Rui aceitou cuidar de Jacqueline at\\u0026#233; ser morto a tiros por traficantes em 1983. Jacque fez a transi\\u0026#231;\\u0026#227;o aos 23 anos e era conhecida como Vatusa Beckman, em homenagem a quem ela se refere como \\u0026quot;pai\\u0026quot;. Hoje, aos 59 anos, chame-se Jacqueline Chanel.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ela se mudou para S\\u0026#227;o Paulo, tornou-se cabeleireira,\\u0026amp;nbsp;oi eleita organizadora da Caminhada Trans da capital paulista, ordenada pastora, abriu a primeira igreja trans de S\\u0026#227;o Paulo e n\\u0026#227;o anda s\\u0026#243;. Debaixo de suas asas, acolhe parte da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o LGBTs+ que j\\u0026#225; ou por exclus\\u0026#227;o social.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Um dia, trabalhando no sal\\u0026#227;o de beleza, recebeu um homem gay que disse ser pastor e a convidou para um culto em uma igreja inclusiva, que trabalhava com o acolhimento de LGBTs+. \\u0026quot;Fui por curiosidade. Chegando l\\u0026#225;, encontrei um p\\u0026#250;blico de pessoas LGBTQI+, e o pastor cumprimentava um por um com um abra\\u0026#231;o antes da ora\\u0026#231;\\u0026#227;o. Quando ele come\\u0026#231;ou a pregar falando como Deus era bom e amava todos sem fazer distin\\u0026#231;\\u0026#227;o, eu pensei: finalmente encontrei um Deus inclusivo, um Deus que acolhe\\u0026quot;, conta Jacqueline.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;CRIANDO UM GRUPO RELIGIOSO TRANS\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ap\\u0026#243;s conhecer o trabalho das igrejas inclusivas, Jacque n\\u0026#227;o parou de frequent\\u0026#225;-las e ou a cobrar diariamente por mais l\\u0026#237;deres religiosos desenvolvessem trabalhos para pessoas Trans. Foi quando recebeu uma resposta da\\u0026amp;nbsp;CCNE (Congrega\\u0026#231;\\u0026#227;o Crist\\u0026#227; Nova Esperan\\u0026#231;a), em S\\u0026#227;o Paulo, a autonomia para criar o Minist\\u0026#233;rio S\\u0026#233;foras, um grupo de louvor voltado para transexuais e travestis. Para ajudar cada vez mais pessoas, Jacqueline transformou o minist\\u0026#233;rio em uma ONG.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Todos os investimentos dos jantares das reuni\\u0026#245;es da ONG saem do bolso da pr\\u0026#243;pria Pastora, que paga de R$100 a R$150 reais semanalmente. Al\\u0026#233;m disso, ela sempre aparece com\\u0026amp;nbsp;\\u0026amp;nbsp;com roupas e sapatos novos, que ficam dispon\\u0026#237;veis para doa\\u0026#231;\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quem geralmente cozinha \\u0026#233; Rafaela Lima, grande parceira de Jacque. Rafaela, que atualmente est\\u0026#225; em situa\\u0026#231;\\u0026#227;o de rua, tamb\\u0026#233;m vai \\u0026#224;quela igreja e aos encontros do projeto S\\u0026#233;foras toda semana.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;As meninas e meninos que v\\u0026#234;m at\\u0026#233; a Jacque t\\u0026#234;m um hist\\u0026#243;rico parecido. Crescemos acreditando nesse Deus que acha pecado quem gosta de algu\\u0026#233;m do mesmo sexo. A gente cresce acreditando nesse Deus que abomina a liberdade. E, consequentemente, amos a nos odiar por ser tudo que nos ensinam que Deus condena. A oportunidade que a gente tem com esse projeto \\u0026#233; a de conseguir falar sobre o verdadeiro amor de Deus. Sobre o Deus que n\\u0026#227;o \\u0026#233; esse carrasco, mas sim um Deus de amor\\u0026quot;, diz Rafaela.\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Hoje, \\u0026#224; frente da ONG S\\u0026#233;fora, ela prega a\\u0026amp;nbsp;\\u0026quot;inclus\\u0026#227;o radical\\u0026quot; na religi\\u0026#227;o. Um texto que fica na parede da\\u0026amp;nbsp;ICM-SP, bem ao lado do altar, est\\u0026#225; um texto chamado \\u0026quot;Confiss\\u0026#227;o de F\\u0026#233; Inclusa\\u0026quot;, que Jacque classifica como o resumo de toda a ideia de inclus\\u0026#227;o que prega em reuni\\u0026#245;es religiosas com transexuais e travestis. Nele est\\u0026#225; escrito: \\u0026quot;Creio nos direitos humanos, na solidariedade entre os povos, na for\\u0026#231;a da n\\u0026#227;o-viol\\u0026#234;ncia. Creio que todos os homens e mulheres s\\u0026#227;o igualmente humanos. Creio que s\\u0026#243; existe um direito igual para todos os seres humanos, e que eu n\\u0026#227;o sou livre enquanto uma pessoa permanecer escrava.\\u0026quot;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Jacque Chanel e as participantes das reuni\\u0026amp;#245;es da ONG S\\u0026amp;#233;foras.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/810000/767x0/Meu-projeto-29_00813393_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F810000%2FMeu-projeto-29_00813393_0_.jpg%3Fxid%3D2660135%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748160175\\u0026amp;amp;xid=2660135\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/810000/767x0/Meu-projeto-29_00813393_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F810000%2FMeu-projeto-29_00813393_0_.jpg%3Fxid%3D2660135%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748160175\\u0026amp;amp;xid=2660135\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Jacque Chanel e as participantes das reuni\\u0026amp;#245;es da ONG S\\u0026amp;#233;foras. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Tuane Fernandes/UOL)\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"Séfora, Pastora, Trans, Jacqueline Chanel, Igreja."}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 25°
cotação atual R$


home
MÊS DO ORGULHO LGBT+

Pastora paraense trans acolhe LGBTs+ em igreja de São Paulo

Nascida em Belém, Jacqueline Chanel abriu a primeira igreja trans de São Paulo e hoje acolhe parte comunidade LGBTQIAP+.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Pastora paraense trans acolhe LGBTs+ em igreja de São Paulo camera A pastora Jacqueline Chanel. | (Tuane Fernandes/UOL)

Muitas vezes orientação sexual e identidade de gênero andam separadas da religião. Porém, algumas pessoas conseguem incluir pessoas LGBTs+ em momentos de oração e representar um Deus acolhedor, como é o caso da Pastora trans Jacqueline Chanel.

Nascida em Belém, Jacqueline era levada aos cultos da Igreja Quadrangular pela família frequentemente, até ser abandonada pela mãe na mesma igreja onde ou a morar no quarto dos fundos dos 13 aos 19 anos. Foi criada pelo pastor Rui Beckman, que a acolheu após receber um bilhete dizendo que a partir daquele momento ele seria responsável por Jacqueline.

+ Bissexualidade: amor e atração por dois gêneros

+ LGBTQIA+: entenda o que significa cada letra da sigla

A desculpa dada pela mãe da Pastora era de que a religião seria a única forma de "corrigir o jeito afeminado" dela. O Pastor Rui aceitou cuidar de Jacqueline até ser morto a tiros por traficantes em 1983. Jacque fez a transição aos 23 anos e era conhecida como Vatusa Beckman, em homenagem a quem ela se refere como "pai". Hoje, aos 59 anos, chame-se Jacqueline Chanel.

Ela se mudou para São Paulo, tornou-se cabeleireira, oi eleita organizadora da Caminhada Trans da capital paulista, ordenada pastora, abriu a primeira igreja trans de São Paulo e não anda só. Debaixo de suas asas, acolhe parte da população LGBTs+ que já ou por exclusão social.

Um dia, trabalhando no salão de beleza, recebeu um homem gay que disse ser pastor e a convidou para um culto em uma igreja inclusiva, que trabalhava com o acolhimento de LGBTs+. "Fui por curiosidade. Chegando lá, encontrei um público de pessoas LGBTQI+, e o pastor cumprimentava um por um com um abraço antes da oração. Quando ele começou a pregar falando como Deus era bom e amava todos sem fazer distinção, eu pensei: finalmente encontrei um Deus inclusivo, um Deus que acolhe", conta Jacqueline.

CRIANDO UM GRUPO RELIGIOSO TRANS

Após conhecer o trabalho das igrejas inclusivas, Jacque não parou de frequentá-las e ou a cobrar diariamente por mais líderes religiosos desenvolvessem trabalhos para pessoas Trans. Foi quando recebeu uma resposta da CCNE (Congregação Cristã Nova Esperança), em São Paulo, a autonomia para criar o Ministério Séforas, um grupo de louvor voltado para transexuais e travestis. Para ajudar cada vez mais pessoas, Jacqueline transformou o ministério em uma ONG.

Todos os investimentos dos jantares das reuniões da ONG saem do bolso da própria Pastora, que paga de R$100 a R$150 reais semanalmente. Além disso, ela sempre aparece com com roupas e sapatos novos, que ficam disponíveis para doação.

Quem geralmente cozinha é Rafaela Lima, grande parceira de Jacque. Rafaela, que atualmente está em situação de rua, também vai àquela igreja e aos encontros do projeto Séforas toda semana.

"As meninas e meninos que vêm até a Jacque têm um histórico parecido. Crescemos acreditando nesse Deus que acha pecado quem gosta de alguém do mesmo sexo. A gente cresce acreditando nesse Deus que abomina a liberdade. E, consequentemente, amos a nos odiar por ser tudo que nos ensinam que Deus condena. A oportunidade que a gente tem com esse projeto é a de conseguir falar sobre o verdadeiro amor de Deus. Sobre o Deus que não é esse carrasco, mas sim um Deus de amor", diz Rafaela.

Hoje, à frente da ONG Séfora, ela prega a "inclusão radical" na religião. Um texto que fica na parede da ICM-SP, bem ao lado do altar, está um texto chamado "Confissão de Fé Inclusa", que Jacque classifica como o resumo de toda a ideia de inclusão que prega em reuniões religiosas com transexuais e travestis. Nele está escrito: "Creio nos direitos humanos, na solidariedade entre os povos, na força da não-violência. Creio que todos os homens e mulheres são igualmente humanos. Creio que só existe um direito igual para todos os seres humanos, e que eu não sou livre enquanto uma pessoa permanecer escrava."

Jacque Chanel e as participantes das reuniões da ONG Séforas.
📷 Jacque Chanel e as participantes das reuniões da ONG Séforas. |(Tuane Fernandes/UOL)
VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em QUEER

    Leia mais notícias de QUEER. Clique aqui!

    Últimas Notícias