{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/879496/trabalho-infantil-recua-146-em-um-ano-segundo-ibge","headline":"Trabalho infantil recua 14,6% em um ano, segundo IBGE","datePublished":"2024-10-18T14:26:11.803-03:00","dateModified":"2024-10-18T14:26:01.057-03:00","author":{"@type":"Person","name":"DOL","url":"/noticias/para/879496/trabalho-infantil-recua-146-em-um-ano-segundo-ibge"},"image":"/img/Artigo-Destaque/870000/Untitled-design---2024-10-18T135009683_00879496_0_.jpg?xid=2946079","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"O IBGE define o trabalho infantil como aquele considerado perigoso e prejudicial para a saúde e desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na sua escolarização.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Considerado uma forma de viol\\u0026#234;ncia, o trabalho infantil pode causar grandes problemas f\\u0026#237;sicos e psicol\\u0026#243;gicos em crian\\u0026#231;as e adolescentes, afetando seu processo de crescimento e desenvolvimento. 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O dado revela queda de 22,5% em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o a 2022 (756 mil)\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Esse indicador tamb\\u0026#233;m atingiu o menor patamar da s\\u0026#233;rie iniciada em 2016. Foram consideradas de risco aquelas atividades elencadas na Lista de Piores Formas de Trabalho Infantil, conhecida como Lista TIP, segundo o Decreto 6.481/2008.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Entre as v\\u0026#237;timas nesta situa\\u0026#231;\\u0026#227;o no ano ado, 84 mil tinham de 5 a 13 anos e 153 mil tinha 14 e 15 anos. Os outros 349 mil tinham 16 e 17 anos. De acordo com o IBGE, a maioria era homens (76,4%) e pessoas de cor preta ou parda (67,5%).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em 2023, o trabalho perigoso era exercido por 65,7% das crian\\u0026#231;as de 5 a 13 anos de idade que realizavam atividades econ\\u0026#244;micas e por 55,7% dos adolescentes de 14 e 15 anos que faziam esse tipo de atividade. Entre aqueles de 16 e 17 anos, o percentual chegou a 34,1%.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;Tempo gasto\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo a Pnad, 20,6% das crian\\u0026#231;as e adolescentes envolvidas no trabalho infantil estavam submetidas a essa situa\\u0026#231;\\u0026#227;o por 40 horas ou mais por semana. O maior percentual foi encontrado na faixa et\\u0026#225;ria mais velha (16 e 17 anos): 31,1%.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Entre os jovens com 14 e 15 anos, essa parcela chegava a 14,1% e, entre os mais novos (5 a 13 anos) o \\u0026#237;ndice era de 0,4%.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Entre as crian\\u0026#231;as de 5 a 13 anos, o IBGE constatou que o trabalho infantil n\\u0026#227;o chegava a comprometer a frequ\\u0026#234;ncia escolar, uma vez que aquelas sujeitas a esse tipo de atividade tinha taxa de frequ\\u0026#234;ncia de 99,6%, superior \\u0026#224; m\\u0026#233;dia dessa popula\\u0026#231;\\u0026#227;o (99%).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“S\\u0026#243; que a gente observa que, \\u0026#224; medida que a idade avan\\u0026#231;a, h\\u0026#225; um maior comprometimento da frequ\\u0026#234;ncia escolar”, destaca Fontes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A pesquisa verificou que a taxa de frequ\\u0026#234;ncia escolar entre os adolescentes de 14 e 15 anos em situa\\u0026#231;\\u0026#227;o de trabalho infantil era de 94% (ante 98,3% da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o geral nessa faixa), e entre aqueles de 16 e 17 anos ca\\u0026#237;a para 81,8% (ante 90% da m\\u0026#233;dia da faixa et\\u0026#225;ria).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;Sexo e ra\\u0026#231;a\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Os dados da Pnad mostram ainda que em 2023 o trabalho infantil afetava crian\\u0026#231;as e adolescentes de forma diferente, dependendo do sexo e da cor ou ra\\u0026#231;a.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Pretos ou pardos respondiam por 65,2% daqueles em situa\\u0026#231;\\u0026#227;o de trabalho infantil, percentual que supera a parcela deste grupo de cor ou ra\\u0026#231;a na popula\\u0026#231;\\u0026#227;o total de 5 a 17 anos no pa\\u0026#237;s (59,3%).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Os meninos eram 63,8% dos trabalhadores infantis, enquanto sua propor\\u0026#231;\\u0026#227;o na popula\\u0026#231;\\u0026#227;o total desta faixa et\\u0026#225;ria \\u0026#233; de apenas 51,2%.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;Rendimento\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Parte das crian\\u0026#231;as e adolescentes em trabalho infantil atuavam no com\\u0026#233;rcio e repara\\u0026#231;\\u0026#227;o de ve\\u0026#237;culos (26,7%) ou na agricultura, pecu\\u0026#225;ria, produ\\u0026#231;\\u0026#227;o florestal, pesca e aquicultura (21,6%).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A m\\u0026#233;dia de rendimento mensal de crian\\u0026#231;as e adolescentes envolvidos no trabalho infantil era de R$ 771, abaixo da m\\u0026#233;dia de trabalhadores dessa faixa et\\u0026#225;ria que n\\u0026#227;o estavam nessa situa\\u0026#231;\\u0026#227;o (R$ 1.074). Para aqueles submetidos ao trabalho infantil perigoso, a m\\u0026#233;dia de rendimento era ainda menor (R$ 735).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Foram encontradas tamb\\u0026#233;m diferen\\u0026#231;as de sexo e cor ou ra\\u0026#231;a mesmo entre aqueles em situa\\u0026#231;\\u0026#227;o de trabalho infantil. Enquanto a renda para brancos era de R$ 875, para os pretos e pardos, era de R$ 707. Para os meninos, a m\\u0026#233;dia era de R$ 815, acima dos R$ 695 recebidos pelas meninas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Do total de crian\\u0026#231;as e adolescentes de 5 a 17 anos, 3,7% realizavam atividades econ\\u0026#244;micas (1,427 milh\\u0026#227;o). Entre crian\\u0026#231;as e adolescentes residindo em domic\\u0026#237;lios beneficiados pelo programa de transfer\\u0026#234;ncia de renda Bolsa Fam\\u0026#237;lia, a preval\\u0026#234;ncia era um pouco menor: 3,4% delas (ou 466 mil) realizavam atividades econ\\u0026#244;micas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o aos afazeres dom\\u0026#233;sticos, as crian\\u0026#231;as e adolescentes que trabalhavam em atividades econ\\u0026#244;micas estavam mais envolvidos nessas tarefas (75,5%) do que aqueles que n\\u0026#227;o trabalhavam (51,7%).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O trabalho em atividades econ\\u0026#244;micas n\\u0026#227;o eximia crian\\u0026#231;as e adolescentes dos afazeres dom\\u0026#233;sticos. Na verdade, a propor\\u0026#231;\\u0026#227;o dos envolvidos em afazeres dom\\u0026#233;sticos era maior entre os que trabalhavam (75,5%) do que entre os que n\\u0026#227;o realizavam nenhuma atividade econ\\u0026#244;mica (51,7%).\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"trabalho infantil Brasil,impactos do trabalho infantil,dados trabalho infantil 2023,legislação trabalho infantil,trabalho infantil perigoso,frequência escolar trabalho infantil"}
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PERIGOSO E PREJUDICIAL

Trabalho infantil recua 14,6% em um ano, segundo IBGE

O IBGE define o trabalho infantil como aquele considerado perigoso e prejudicial para a saúde e desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na sua escolarização.

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Imagem ilustrativa da notícia Trabalho infantil recua 14,6% em um ano, segundo IBGE camera O percentual de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil representa 4,2% do total de pessoas nessa faixa etária. | Walter Campanato/Agência Brasil

Considerado uma forma de violência, o trabalho infantil pode causar grandes problemas físicos e psicológicos em crianças e adolescentes, afetando seu processo de crescimento e desenvolvimento. No Brasil, os números recuaram.

O número de crianças e adolescentes, de 5 a 13 anos, em situação de trabalho infantil chegou a 1,607 milhão em 2023, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados nesta sexta-feira (18). O contingente é 14,6% inferior ao registrado em 2022 (1,881 milhão) e o menor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2016.

O IBGE define o trabalho infantil como aquele considerado perigoso e prejudicial para a saúde e desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na sua escolarização. A legislação brasileira proíbe que crianças até 13 anos trabalhem, em qualquer circunstância.

Adolescentes de 14 e 15 anos só podem trabalhar na condição de aprendiz. Já aqueles com 16 e 17 anos podem ter empregos com carteira assinada, mas desde que não sejam em atividades insalubres, perigosas ou em horário noturno. Qualquer situação que fuja a essas regras é considerada trabalho infantil.

De acordo com o IBGE, de 2016 a 2019, o trabalho infantil apresentou quedas anuais, ando de 2,112 milhões no primeiro ano da série histórica para 1,758 milhão em 2019.

Depois de dois anos sem realizar pesquisas, devido à pandemia de covid-19, o IBGE constatou que, em 2022, o indicador havia subido pela primeira vez (7% em relação a 2019).

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O pesquisador do IBGE Gustavo Fontes disse que a pandemia pode ter influenciado o aumento, mas sem os dados de 2020 e 2021, é difícil fazer uma correlação entre a pandemia de covid-19 e a piora do dado em 2022.

Em 2023, o dado voltou a melhorar devido a fatores como a melhora da renda domiciliar.

“O ano 2023 foi bastante favorável para o mercado de trabalho. Teve um ganho importante na renda domiciliar per capita. Também houve um aumento importante do rendimento médio e do total de domicílios cobertos pelo Bolsa Família. Também pode ter efeitos de políticas públicas voltadas para essa meta de eliminação do trabalho infantil”, afirmou Fontes.

Recortes

O percentual de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil representa 4,2% do total de pessoas nessa faixa etária. Em 2022, a parcela chegou a 4,9%.

O total de crianças de 5 a 13 anos submetidas a trabalho infantil era 346 mil em 2023, enquanto aqueles com 14 e 15 anos chegou a 366 mil. O maior contingente era de adolescentes de 16 e 17 anos (895 mil).

De acordo com o IBGE, a incidência do trabalho infantil cresce com a idade: em 2023 1,3% das crianças de 5 a 13 anos de idade estavam em situação de trabalho; 6,2% enfrentavam essa situação no grupo de 14 e 15 anos; e 14,6% entre os adolescentes de 16 e 17 anos.

Do total de crianças e adolescentes envolvidos em trabalho infantil, 1,182 milhão estavam envolvidas em atividades econômicas, ou seja, para geração de renda. As outras 425 mil trabalhavam apenas para o autoconsumo, ou seja, a produção de bens para uso dos moradores do domicílio ou de parentes não moradores, como criação de animais, pesca e agricultura.

A região Norte concentrava a maior proporção de crianças e adolescentes em trabalho infantil (6,9%), seguida pelo Centro-Oeste (4,6%) e Nordeste (4,5%). Sudeste (3,3%) e Sul (3,7%) tinham as menores proporções.

Em números absolutos, o Nordeste tinha o maior contingente em trabalho infantil (506 mil). O Sul tinha o menor número (193 mil) e também apresentou a maior queda em relação a 2022 (-28,8%).

Trabalho perigoso

A pesquisa do IBGE também constatou que, dos 1,607 milhão de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, 586 mil desempenhavam atividades com riscos para a saúde ou para a segurança. O dado revela queda de 22,5% em relação a 2022 (756 mil)

Esse indicador também atingiu o menor patamar da série iniciada em 2016. Foram consideradas de risco aquelas atividades elencadas na Lista de Piores Formas de Trabalho Infantil, conhecida como Lista TIP, segundo o Decreto 6.481/2008.

Entre as vítimas nesta situação no ano ado, 84 mil tinham de 5 a 13 anos e 153 mil tinha 14 e 15 anos. Os outros 349 mil tinham 16 e 17 anos. De acordo com o IBGE, a maioria era homens (76,4%) e pessoas de cor preta ou parda (67,5%).

Em 2023, o trabalho perigoso era exercido por 65,7% das crianças de 5 a 13 anos de idade que realizavam atividades econômicas e por 55,7% dos adolescentes de 14 e 15 anos que faziam esse tipo de atividade. Entre aqueles de 16 e 17 anos, o percentual chegou a 34,1%.

Tempo gasto

Segundo a Pnad, 20,6% das crianças e adolescentes envolvidas no trabalho infantil estavam submetidas a essa situação por 40 horas ou mais por semana. O maior percentual foi encontrado na faixa etária mais velha (16 e 17 anos): 31,1%.

Entre os jovens com 14 e 15 anos, essa parcela chegava a 14,1% e, entre os mais novos (5 a 13 anos) o índice era de 0,4%.

Entre as crianças de 5 a 13 anos, o IBGE constatou que o trabalho infantil não chegava a comprometer a frequência escolar, uma vez que aquelas sujeitas a esse tipo de atividade tinha taxa de frequência de 99,6%, superior à média dessa população (99%).

“Só que a gente observa que, à medida que a idade avança, há um maior comprometimento da frequência escolar”, destaca Fontes.

A pesquisa verificou que a taxa de frequência escolar entre os adolescentes de 14 e 15 anos em situação de trabalho infantil era de 94% (ante 98,3% da população geral nessa faixa), e entre aqueles de 16 e 17 anos caía para 81,8% (ante 90% da média da faixa etária).

Sexo e raça

Os dados da Pnad mostram ainda que em 2023 o trabalho infantil afetava crianças e adolescentes de forma diferente, dependendo do sexo e da cor ou raça.

Pretos ou pardos respondiam por 65,2% daqueles em situação de trabalho infantil, percentual que supera a parcela deste grupo de cor ou raça na população total de 5 a 17 anos no país (59,3%).

Os meninos eram 63,8% dos trabalhadores infantis, enquanto sua proporção na população total desta faixa etária é de apenas 51,2%.

Rendimento

Parte das crianças e adolescentes em trabalho infantil atuavam no comércio e reparação de veículos (26,7%) ou na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (21,6%).

A média de rendimento mensal de crianças e adolescentes envolvidos no trabalho infantil era de R$ 771, abaixo da média de trabalhadores dessa faixa etária que não estavam nessa situação (R$ 1.074). Para aqueles submetidos ao trabalho infantil perigoso, a média de rendimento era ainda menor (R$ 735).

Foram encontradas também diferenças de sexo e cor ou raça mesmo entre aqueles em situação de trabalho infantil. Enquanto a renda para brancos era de R$ 875, para os pretos e pardos, era de R$ 707. Para os meninos, a média era de R$ 815, acima dos R$ 695 recebidos pelas meninas.

Do total de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, 3,7% realizavam atividades econômicas (1,427 milhão). Entre crianças e adolescentes residindo em domicílios beneficiados pelo programa de transferência de renda Bolsa Família, a prevalência era um pouco menor: 3,4% delas (ou 466 mil) realizavam atividades econômicas.

Em relação aos afazeres domésticos, as crianças e adolescentes que trabalhavam em atividades econômicas estavam mais envolvidos nessas tarefas (75,5%) do que aqueles que não trabalhavam (51,7%).

O trabalho em atividades econômicas não eximia crianças e adolescentes dos afazeres domésticos. Na verdade, a proporção dos envolvidos em afazeres domésticos era maior entre os que trabalhavam (75,5%) do que entre os que não realizavam nenhuma atividade econômica (51,7%).

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