{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/881310/finados-avores-eternizam-memoria-e-legado-de-quem-ja-partiu","headline":"Finados: ávores eternizam memória e legado de quem já partiu","datePublished":"2024-11-02T10:29:01-03:00","dateModified":"2024-11-02T10:59:35.983-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Vanessa Monteiro, especial para o DOL e DIÁRIO","url":"/noticias/para/881310/finados-avores-eternizam-memoria-e-legado-de-quem-ja-partiu"},"image":"/img/Artigo-Destaque/880000/ipe-finados_00881310_0_.jpg?xid=2953145","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Descubra como as árvores ipês se tornaram símbolos de memória e amor em Monte Alegre e Belém, unindo famílias e homenageando entes queridos.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Logo que chega para visitar a fam\\u0026#237;lia em Monte Alegre, oeste do Par\\u0026#225;, Jussara Kishi atravessa um corredor de ip\\u0026#234;s. Mas ao contr\\u0026#225;rio do que ocorre com a maioria das pessoas, para ela n\\u0026#227;o \\u0026#233; s\\u0026#243; o tamanho e o colorido dos ip\\u0026#234;s que chama a aten\\u0026#231;\\u0026#227;o ainda na entrada da cidade. “\\u0026#201; bonito ver que em agosto e setembro a cidade est\\u0026#225; florindo. E me emociona saber que tem o toque do meu pai nisso tudo”, diz. O pai de Jussara, Seu Kishi, morreu h\\u0026#225; 20 anos, mas sua mem\\u0026#243;ria segue viva naquele bosque.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A hist\\u0026#243;ria come\\u0026#231;a na d\\u0026#233;cada de 70, quando o jovem agr\\u0026#244;nomo Yasuo Kishi resolveu deixar o Jap\\u0026#227;o, seguir o sonho antigo de morar no Brasil e fincar ra\\u0026#237;zes na Amaz\\u0026#244;nia. Ao chegar em Monte Alegre, Kishi conseguiu se estabelecer e formar uma fam\\u0026#237;lia ao lado de Elcenir Sena e teve tr\\u0026#234;s filhos. Ele s\\u0026#243; n\\u0026#227;o contava que por aqui iria descobrir tamb\\u0026#233;m uma nova paix\\u0026#227;o: os ip\\u0026#234;s.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Minha m\\u0026#227;e diz que da mesma forma que no Brasil n\\u0026#243;s achamos o ip\\u0026#234; parecido com a flor de cerejeira, que \\u0026#233; t\\u0026#237;pica do Jap\\u0026#227;o, meu pai tamb\\u0026#233;m fez essa conex\\u0026#227;o assim que chegou. Mas ele achava o ip\\u0026#234; ainda mais bonito”, explica Jussara.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Jussara e o pai, Yasuo Kishi, que veio do Jap\\u0026amp;#227;o para descobrir o amor pela Amaz\\u0026amp;#244;nia e os ip\\u0026amp;#234;s.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/finados-1_00881310_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Ffinados-1_00881310_0_.jpg%3Fxid%3D2953147%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002817\\u0026amp;amp;xid=2953147\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/finados-1_00881310_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Ffinados-1_00881310_0_.jpg%3Fxid%3D2953147%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002817\\u0026amp;amp;xid=2953147\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Jussara e o pai, Yasuo Kishi, que veio do Jap\\u0026amp;#227;o para descobrir o amor pela Amaz\\u0026amp;#244;nia e os ip\\u0026amp;#234;s. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O pai dizia que a semente do ip\\u0026#234; era cara, ent\\u0026#227;o reunia os filhos e amigos para procurar elas nas matas de Monte Alegre, chegando at\\u0026#233; mesmo a pegar de uma \\u0026#225;rvore que tinha na Pra\\u0026#231;a Waldemar Henrique, em Bel\\u0026#233;m, e levar para plantar na cidade.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mas al\\u0026#233;m de arborizar o s\\u0026#237;tio da fam\\u0026#237;lia, a ideia era enfeitar a cidade com ip\\u0026#234;s. Sempre muito engajado em melhorias na regi\\u0026#227;o, Seu Kishi teve a iniciativa de fazer um projeto para arborizar a entrada de Monte Alegre, contando com apoio de amigos e organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es da cidade.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Kishi tinha um favorito: os ip\\u0026#234;s roxos. Ent\\u0026#227;o em um lado foram plantados ip\\u0026#234;s roxos e do outro ip\\u0026#234;s amarelos. Mas ele n\\u0026#227;o parava. “Paralelo a isso ele foi plantando em outros lugares tamb\\u0026#233;m”, diz Jussara.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Seu Kishi faleceu em 2004, aos 62 anos, antes de ver as \\u0026#225;rvores adultas e frondosas. A heran\\u0026#231;a ficou para os filhos e os netos. “\\u0026#201; t\\u0026#227;o bonito ver o quanto ele valorizava a Amaz\\u0026#244;nia, a beleza natural daqui, mesmo vindo de t\\u0026#227;o distante. Acho que existe beleza e poesia na pessoa que faz algo e que n\\u0026#227;o vai ver. Me emociona ver que ele se preocupava em ajudar a comunidade, em deixar a cidade mais bonita”, diz.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Jussara diz que os ip\\u0026amp;#234;s roxos eram os favoritos do pai.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/ipe-monte-alegre_00881310_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fipe-monte-alegre_00881310_1_.jpg%3Fxid%3D2953148%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002817\\u0026amp;amp;xid=2953148\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/ipe-monte-alegre_00881310_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fipe-monte-alegre_00881310_1_.jpg%3Fxid%3D2953148%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002817\\u0026amp;amp;xid=2953148\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Jussara diz que os ip\\u0026amp;#234;s roxos eram os favoritos do pai. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Agr\\u0026#244;nomo formado em uma das mais tradicionais universidades de Tokyo, Seu Kishi gostava de ser chamado mesmo era de agricultor. Dos tr\\u0026#234;s filhos, dois herdaram do pai o gosto de trabalhar com a natureza e se formaram em agronomia e engenharia florestal. Jussara, que atualmente mora fora do Brasil, se formou em jornalismo e espera cultivar a mem\\u0026#243;ria do pai de outra forma: escrevendo um livro. “N\\u0026#227;o pretendo publicar ou vender, mas \\u0026#233; um projeto pessoal, para ter essa mem\\u0026#243;ria registrada, da vida dele no Brasil e no Jap\\u0026#227;o”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mesmo com saudade, ela diz que gosta de pensar no pai quando observa as \\u0026#225;rvores. “Eu sinto muito mais a presen\\u0026#231;a do meu pai nos ip\\u0026#234;s que ele plantou e na casa onde a gente cresceu, do que quando visito o t\\u0026#250;mulo dele”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;O IP\\u0026#202;-PAPAI\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Jussara n\\u0026#227;o \\u0026#233; a \\u0026#250;nica filha que lembra do pai quando olha para um ip\\u0026#234;. \\u0026#201; em meio a outras \\u0026#225;rvores que um ip\\u0026#234; ainda jovem se destaca no jardim do pr\\u0026#233;dio das p\\u0026#243;s-gradua\\u0026#231;\\u0026#245;es do Instituto de Tecnologia (Ppgitec) na Universidade Federal do Par\\u0026#225; (UFPA), em Bel\\u0026#233;m. “Ele \\u0026#233; alto e magro”, igual o papai. “E tem quatro ramos, assim como meu pai, que teve quatro filhos”, diz a servidora p\\u0026#250;blica Luma Pontes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As compara\\u0026#231;\\u0026#245;es s\\u0026#227;o em refer\\u0026#234;ncia ao professor Marco Pontes, pai de Luma e que foi docente da UFPA desde a d\\u0026#233;cada de 90. O professor faleceu em mar\\u0026#231;o de 2021. “Ele adoeceu de forma muito repentina e faleceu de forma muito r\\u0026#225;pida. N\\u0026#243;s decidimos crem\\u0026#225;-lo, somos uma fam\\u0026#237;lia esp\\u0026#237;rita, ent\\u0026#227;o n\\u0026#227;o temos o h\\u0026#225;bito de visitar t\\u0026#250;mulos”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Luma e o pai, Marco Pontes, professor da UFPA que faleceu em 2021.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/luma-marcos-paulo_00881310_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fluma-marcos-paulo_00881310_2_.jpg%3Fxid%3D2953149%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002817\\u0026amp;amp;xid=2953149\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/luma-marcos-paulo_00881310_2_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fluma-marcos-paulo_00881310_2_.jpg%3Fxid%3D2953149%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002817\\u0026amp;amp;xid=2953149\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Luma e o pai, Marco Pontes, professor da UFPA que faleceu em 2021. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Inicialmente a fam\\u0026#237;lia pensou em jogar as cinzas no rio Guam\\u0026#225;, na frente da universidade onde ele atuou por quase 30 anos e que tamb\\u0026#233;m considerava como casa. Foi quando veio a ideia de plantar uma \\u0026#225;rvore.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ap\\u0026#243;s entrar em contato com o Bosque da UFPA, a fam\\u0026#237;lia ganhou uma muda de ip\\u0026#234;. Parte das cinzas foram jogadas no rio e a outra parte foi plantada junto \\u0026#224; muda da \\u0026#225;rvore.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Desde ent\\u0026#227;o Marco Pontes se transformou no Ip\\u0026#234;-Papai, como carinhosamente \\u0026#233; chamado por Luma. “Ele amava a universidade, ent\\u0026#227;o s\\u0026#243; jogar as cinzas no rio nos pareceu muito ef\\u0026#234;mero. Foi quando decidimos plantar uma \\u0026#225;rvore, para que no terreno em que ele j\\u0026#225; cultivou tanto, ele tamb\\u0026#233;m florescesse”, diz Luma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Luma: “Hoje em dia eu visito as cinzas do meu pai no lugar em que ele foi feliz\\u0026amp;quot;\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/luma-ipe-papai_00881310_3_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fluma-ipe-papai_00881310_3_.jpg%3Fxid%3D2953150%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002818\\u0026amp;amp;xid=2953150\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/luma-ipe-papai_00881310_3_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fluma-ipe-papai_00881310_3_.jpg%3Fxid%3D2953150%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002818\\u0026amp;amp;xid=2953150\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Luma: “Hoje em dia eu visito as cinzas do meu pai no lugar em que ele foi feliz\\u0026amp;quot; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Vanessa Monteiro\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ainda n\\u0026#227;o se sabe qual a cor das flores, mas a expectativa \\u0026#233; grande. Luma tem uma aposta. “Meu pai era muito da paz, eu gostaria que fosse branco, estamos esperando ansiosamente para que flores\\u0026#231;a”, diz.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O Ip\\u0026#234;-Papai ganhou uma placa de identifica\\u0026#231;\\u0026#227;o dois anos ap\\u0026#243;s o plantio, para que alunos e amigos pudessem visit\\u0026#225;-lo e tivessem a \\u0026#225;rvore como um memorial. Tamb\\u0026#233;m j\\u0026#225; ganhou um la\\u0026#231;o no dia do anivers\\u0026#225;rio de Mauro Pontes e recebe visitas constantes de Luma, que atualmente faz doutorado na institui\\u0026#231;\\u0026#227;o. \\u0026#201; nessas visitas que o Ip\\u0026#234;-Papai muitas vezes consegue trazer o conforto do abra\\u0026#231;o que ela sente tanta falta.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;style\\u0026gt;\\r\\n .dol-article-citation {\\r\\n width: 100%;\\r\\n max-width: 755px;\\r\\n height: fit-content;\\r\\n background: #FFFFFF 0% 0% no-repeat padding-box;\\r\\n box-shadow: 0px 0px 20px #1E64B41A;\\r\\n border: 0.5px solid #1E64B478;\\r\\n border-radius: 12px;\\r\\n display: flex;\\r\\n padding: 35px 25px;\\r\\n gap: 20px;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation \\u0026gt; .dol-citation-img{\\r\\n height: 100%;\\r\\n display: flex;\\r\\n justify-content: flex-start;\\r\\n min-height: 180px;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation \\u0026gt; div \\u0026gt; img {\\r\\n width: 53px;\\r\\n height: 46px;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation-container {\\r\\n display: flex;\\r\\n flex-direction: column;\\r\\n gap: 10px;\\r\\n align-items: center;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation-container h2 {\\r\\n font-family: \\u0026quot;Nunito Bold\\u0026quot;;\\r\\n font-size: 28px;\\r\\n line-height: 32px;\\r\\n color: #51768B;\\r\\n text-align: center;\\r\\n }\\r\\n .dol-article-citation-container span {\\r\\n font-family: \\u0026quot;Nunito Regular\\u0026quot;;\\r\\n font-size: 16px;\\r\\n line-height: 22px;\\r\\n color: #51768B;\\r\\n text-align: center;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n \\r\\n @media (max-width: 768px) {\\r\\n .dol-article-citation-container h2 {\\r\\n font-size: 14px;\\r\\n line-height: 19px;\\r\\n margin: 0 !important;\\r\\n }\\r\\n .dol-article-citation-container span {\\r\\n font-size: 12px;\\r\\n line-height: 16px;\\r\\n }\\r\\n .dol-citation-img-left {\\r\\n display: none !important;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation \\u0026gt; .dol-citation-img {\\r\\n min-height: unset;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation \\u0026gt; div \\u0026gt; img {\\r\\n width: 20px;\\r\\n height: 20px;\\r\\n }\\r\\n\\r\\n .dol-article-citation {\\r\\n flex-direction: column;\\r\\n align-items: center;\\r\\n gap: 10px;\\r\\n padding: 15px !important;\\r\\n }\\r\\n }\\r\\n\\u0026lt;/style\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\u0026lt;div class=\\u0026quot;dol-article-citation\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;div class=\\u0026quot;dol-citation-img\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;img src=\\u0026quot;/themes/DOL/assets/img/quote-icon-left.svg\\u0026quot; alt=\\u0026quot;quote icon\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/div\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;div class=\\u0026quot;dol-article-citation-container\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;h2\\u0026gt;Eu fa\\u0026amp;#231;o doutorado porque meu pai me inspirou a fazer isso. \\u0026amp;#192;s vezes quando me sinto muito perdida, venho aqui, abra\\u0026amp;#231;o, choro e me reconecto com o que me motivou a seguir a carreira e fazer o doutorado. E lembrar que meu pai t\\u0026amp;#225; aqui e que ele \\u0026amp;#233; a raiz disso, \\u0026amp;#233; muito reconfortante\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;Luma Pontes, filha do professor Marco Pontes\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/div\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;div class=\\u0026quot;dol-citation-img dol-citation-img-left \\u0026quot; style=\\u0026quot;align-items: end;\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;img src=\\u0026quot;/themes/DOL/assets/img/quote-icon.svg\\u0026quot; alt=\\u0026quot;quote icon\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/div\\u0026gt;\\r\\n\\u0026lt;/div\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para Luma, celebrar a mem\\u0026#243;ria do pai a partir da natureza, no lugar que ele amava, foi a melhor decis\\u0026#227;o. “Hoje em dia eu visito as cinzas do meu pai no lugar em que ele foi feliz, onde eu sou feliz, onde todos os filhos dele estudaram. \\u0026#201; como se fosse uma continuidade, \\u0026#233; a vida brotando novamente”, finaliza.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026#193;RVORES PARA PESSOAS\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Gina Calzavara, a do Bosque da UFPA\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/cida-bosque-ufpa_00881310_4_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fcida-bosque-ufpa_00881310_4_.jpg%3Fxid%3D2953151%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002818\\u0026amp;amp;xid=2953151\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/cida-bosque-ufpa_00881310_4_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fcida-bosque-ufpa_00881310_4_.jpg%3Fxid%3D2953151%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002818\\u0026amp;amp;xid=2953151\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Gina Calzavara, a do Bosque da UFPA |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Vanessa Monteiro\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O Ip\\u0026#234;-Papai n\\u0026#227;o \\u0026#233; a \\u0026#250;nica \\u0026#225;rvore que homenageia a mem\\u0026#243;ria de servidores e alunos que j\\u0026#225; partiram. Gina Calzavara, a do Bosque da UFPA, diz que j\\u0026#225; perdeu as contas de quantas \\u0026#225;rvores plantadas para homenagear pessoas existem na institui\\u0026#231;\\u0026#227;o. “Sempre gostei de plantar por pessoas, vivas ou mortas. Plantar \\u0026#233; algo necess\\u0026#225;rio”. E a escolha das \\u0026#225;rvores nem sempre \\u0026#233; por acaso. Ela lembra que recentemente um pesquisador faleceu e a fam\\u0026#237;lia plantou goiabeiras. “Ele amava goiabas. A fam\\u0026#237;lia optou por plant\\u0026#225;-las e isso acabou fazendo com que os irm\\u0026#227;os se unissem mais a partir daquele momento, para cuidar daquela \\u0026#225;rvore e preservar aquela mem\\u0026#243;ria”, diz.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;O bosque Professora Selma Ohashi, em homenagem \\u0026amp;#224;s v\\u0026amp;#237;timas da Covid-19.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/bosque-da-paz_00881310_5_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fbosque-da-paz_00881310_5_.jpg%3Fxid%3D2953152%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002818\\u0026amp;amp;xid=2953152\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/bosque-da-paz_00881310_5_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fbosque-da-paz_00881310_5_.jpg%3Fxid%3D2953152%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002818\\u0026amp;amp;xid=2953152\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; O bosque Professora Selma Ohashi, em homenagem \\u0026amp;#224;s v\\u0026amp;#237;timas da Covid-19. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Pet Florestal\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O campus da UFPA, em Bel\\u0026#233;m, tamb\\u0026#233;m possui outro bosque, onde existem 150 \\u0026#225;rvores e 98 Bougainvilles, n\\u0026#250;mero que homenageia as v\\u0026#237;timas do Covid-19 na institui\\u0026#231;\\u0026#227;o. O cultivo iniciou em 2021, pr\\u0026#243;ximo ao hospital universit\\u0026#225;rio. Segundo Gina, as flores chamam a aten\\u0026#231;\\u0026#227;o de quem a pelo local e descobre o porqu\\u0026#234; de estarem plantadas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Essa conex\\u0026#227;o com as flores faz com que as pessoas saibam que a homenagem \\u0026#233; pelas fam\\u0026#237;lias enlutadas e querem homenagear seus entes queridos tamb\\u0026#233;m. Se surpreendem, dizem que nunca plantaram por algu\\u0026#233;m”, diz. Um novo plantio j\\u0026#225; est\\u0026#225; sendo organizado, para homenagear mais pessoas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Alunos plantam no Bosque da Paz, em homenagem \\u0026amp;#224;s v\\u0026amp;#237;timas da covid, na Ufra\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/bosque-da-paz-2_00881310_6_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fbosque-da-paz-2_00881310_6_.jpg%3Fxid%3D2953153%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002818\\u0026amp;amp;xid=2953153\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/880000/767x0/bosque-da-paz-2_00881310_6_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F880000%2Fbosque-da-paz-2_00881310_6_.jpg%3Fxid%3D2953153%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748002818\\u0026amp;amp;xid=2953153\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Alunos plantam no Bosque da Paz, em homenagem \\u0026amp;#224;s v\\u0026amp;#237;timas da covid, na Ufra |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Pet Florestal\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A homenagem aos que partiram no per\\u0026#237;odo da pandemia tamb\\u0026#233;m motivou a cria\\u0026#231;\\u0026#227;o de um bosque na Universidade Federal Rural da Amaz\\u0026#244;nia (Ufra) em 2021. Organizado pela professora Gracialda Ferreira, alunos de engenharia florestal e o apoio da prefeitura do campus, o local recebeu o nome de “Bosque da Paz: professora Selma Ohashi”, em mem\\u0026#243;ria \\u0026#224; docente que faleceu em 2020, ap\\u0026#243;s 35 anos dedicados \\u0026#224; institui\\u0026#231;\\u0026#227;o. O bosque reuniu 75 mudas, de 25 esp\\u0026#233;cies diferentes, como mogno, ip\\u0026#234;s, cuieiras, a\\u0026#231;a\\u0026#237; e cacau. Gracialda diz que a homenagem conforta as pessoas e contribui para o planeta. “As plantas s\\u0026#227;o seres vivos que se mant\\u0026#234;m no planeta por muito tempo, representam perenidade, for\\u0026#231;a, resist\\u0026#234;ncia e cuidado. Plantar para homenagear algu\\u0026#233;m \\u0026#233; transformar esse luto em uma lembran\\u0026#231;a viva”, finaliza.\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"ipês,memória,natureza,homenagem,arborização,Amazônia"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 28°
cotação atual R$


home
SAUDADE QUE FLORESCE

Finados: ávores eternizam memória e legado de quem já partiu

O plantio de árvores se tornou uma linda forma de homenagear quem já partiu e deixar viva a memória dos entes queridos

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Finados: ávores eternizam memória e legado de quem já partiu camera Jussara, a mãe e os sobrinhos no ipê plantado pelo pai, Seu Kishi. Um amor que venceu a morte e floresceu em forma de natureza. | Arquivo pessoal

Logo que chega para visitar a família em Monte Alegre, oeste do Pará, Jussara Kishi atravessa um corredor de ipês. Mas ao contrário do que ocorre com a maioria das pessoas, para ela não é só o tamanho e o colorido dos ipês que chama a atenção ainda na entrada da cidade. “É bonito ver que em agosto e setembro a cidade está florindo. E me emociona saber que tem o toque do meu pai nisso tudo”, diz. O pai de Jussara, Seu Kishi, morreu há 20 anos, mas sua memória segue viva naquele bosque.

A história começa na década de 70, quando o jovem agrônomo Yasuo Kishi resolveu deixar o Japão, seguir o sonho antigo de morar no Brasil e fincar raízes na Amazônia. Ao chegar em Monte Alegre, Kishi conseguiu se estabelecer e formar uma família ao lado de Elcenir Sena e teve três filhos. Ele só não contava que por aqui iria descobrir também uma nova paixão: os ipês.

“Minha mãe diz que da mesma forma que no Brasil nós achamos o ipê parecido com a flor de cerejeira, que é típica do Japão, meu pai também fez essa conexão assim que chegou. Mas ele achava o ipê ainda mais bonito”, explica Jussara.

Jussara e o pai, Yasuo Kishi, que veio do Japão para descobrir o amor pela Amazônia e os ipês.
📷 Jussara e o pai, Yasuo Kishi, que veio do Japão para descobrir o amor pela Amazônia e os ipês. |

O pai dizia que a semente do ipê era cara, então reunia os filhos e amigos para procurar elas nas matas de Monte Alegre, chegando até mesmo a pegar de uma árvore que tinha na Praça Waldemar Henrique, em Belém, e levar para plantar na cidade.

Mas além de arborizar o sítio da família, a ideia era enfeitar a cidade com ipês. Sempre muito engajado em melhorias na região, Seu Kishi teve a iniciativa de fazer um projeto para arborizar a entrada de Monte Alegre, contando com apoio de amigos e organizações da cidade.

Kishi tinha um favorito: os ipês roxos. Então em um lado foram plantados ipês roxos e do outro ipês amarelos. Mas ele não parava. “Paralelo a isso ele foi plantando em outros lugares também”, diz Jussara.

Seu Kishi faleceu em 2004, aos 62 anos, antes de ver as árvores adultas e frondosas. A herança ficou para os filhos e os netos. “É tão bonito ver o quanto ele valorizava a Amazônia, a beleza natural daqui, mesmo vindo de tão distante. Acho que existe beleza e poesia na pessoa que faz algo e que não vai ver. Me emociona ver que ele se preocupava em ajudar a comunidade, em deixar a cidade mais bonita”, diz.

Jussara diz que os ipês roxos eram os favoritos do pai.
📷 Jussara diz que os ipês roxos eram os favoritos do pai. |

Agrônomo formado em uma das mais tradicionais universidades de Tokyo, Seu Kishi gostava de ser chamado mesmo era de agricultor. Dos três filhos, dois herdaram do pai o gosto de trabalhar com a natureza e se formaram em agronomia e engenharia florestal. Jussara, que atualmente mora fora do Brasil, se formou em jornalismo e espera cultivar a memória do pai de outra forma: escrevendo um livro. “Não pretendo publicar ou vender, mas é um projeto pessoal, para ter essa memória registrada, da vida dele no Brasil e no Japão”.

Mesmo com saudade, ela diz que gosta de pensar no pai quando observa as árvores. “Eu sinto muito mais a presença do meu pai nos ipês que ele plantou e na casa onde a gente cresceu, do que quando visito o túmulo dele”.

O IPÊ-PAPAI

Jussara não é a única filha que lembra do pai quando olha para um ipê. É em meio a outras árvores que um ipê ainda jovem se destaca no jardim do prédio das pós-graduações do Instituto de Tecnologia (Ppgitec) na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. “Ele é alto e magro”, igual o papai. “E tem quatro ramos, assim como meu pai, que teve quatro filhos”, diz a servidora pública Luma Pontes.

As comparações são em referência ao professor Marco Pontes, pai de Luma e que foi docente da UFPA desde a década de 90. O professor faleceu em março de 2021. “Ele adoeceu de forma muito repentina e faleceu de forma muito rápida. Nós decidimos cremá-lo, somos uma família espírita, então não temos o hábito de visitar túmulos”.

Luma e o pai, Marco Pontes, professor da UFPA que faleceu em 2021.
📷 Luma e o pai, Marco Pontes, professor da UFPA que faleceu em 2021. |

Inicialmente a família pensou em jogar as cinzas no rio Guamá, na frente da universidade onde ele atuou por quase 30 anos e que também considerava como casa. Foi quando veio a ideia de plantar uma árvore.

Após entrar em contato com o Bosque da UFPA, a família ganhou uma muda de ipê. Parte das cinzas foram jogadas no rio e a outra parte foi plantada junto à muda da árvore.

Desde então Marco Pontes se transformou no Ipê-Papai, como carinhosamente é chamado por Luma. “Ele amava a universidade, então só jogar as cinzas no rio nos pareceu muito efêmero. Foi quando decidimos plantar uma árvore, para que no terreno em que ele já cultivou tanto, ele também florescesse”, diz Luma.

Luma: “Hoje em dia eu visito as cinzas do meu pai no lugar em que ele foi feliz"
📷 Luma: “Hoje em dia eu visito as cinzas do meu pai no lugar em que ele foi feliz" |Vanessa Monteiro

Ainda não se sabe qual a cor das flores, mas a expectativa é grande. Luma tem uma aposta. “Meu pai era muito da paz, eu gostaria que fosse branco, estamos esperando ansiosamente para que floresça”, diz.

O Ipê-Papai ganhou uma placa de identificação dois anos após o plantio, para que alunos e amigos pudessem visitá-lo e tivessem a árvore como um memorial. Também já ganhou um laço no dia do aniversário de Mauro Pontes e recebe visitas constantes de Luma, que atualmente faz doutorado na instituição. É nessas visitas que o Ipê-Papai muitas vezes consegue trazer o conforto do abraço que ela sente tanta falta.


quote icon

Eu faço doutorado porque meu pai me inspirou a fazer isso. Às vezes quando me sinto muito perdida, venho aqui, abraço, choro e me reconecto com o que me motivou a seguir a carreira e fazer o doutorado. E lembrar que meu pai tá aqui e que ele é a raiz disso, é muito reconfortante

Luma Pontes, filha do professor Marco Pontes
quote icon

Para Luma, celebrar a memória do pai a partir da natureza, no lugar que ele amava, foi a melhor decisão. “Hoje em dia eu visito as cinzas do meu pai no lugar em que ele foi feliz, onde eu sou feliz, onde todos os filhos dele estudaram. É como se fosse uma continuidade, é a vida brotando novamente”, finaliza.

ÁRVORES PARA PESSOAS

Gina Calzavara, a do Bosque da UFPA
📷 Gina Calzavara, a do Bosque da UFPA |Vanessa Monteiro

O Ipê-Papai não é a única árvore que homenageia a memória de servidores e alunos que já partiram. Gina Calzavara, a do Bosque da UFPA, diz que já perdeu as contas de quantas árvores plantadas para homenagear pessoas existem na instituição. “Sempre gostei de plantar por pessoas, vivas ou mortas. Plantar é algo necessário”. E a escolha das árvores nem sempre é por acaso. Ela lembra que recentemente um pesquisador faleceu e a família plantou goiabeiras. “Ele amava goiabas. A família optou por plantá-las e isso acabou fazendo com que os irmãos se unissem mais a partir daquele momento, para cuidar daquela árvore e preservar aquela memória”, diz.

O bosque Professora Selma Ohashi, em homenagem às vítimas da Covid-19.
📷 O bosque Professora Selma Ohashi, em homenagem às vítimas da Covid-19. |Pet Florestal

O campus da UFPA, em Belém, também possui outro bosque, onde existem 150 árvores e 98 Bougainvilles, número que homenageia as vítimas do Covid-19 na instituição. O cultivo iniciou em 2021, próximo ao hospital universitário. Segundo Gina, as flores chamam a atenção de quem a pelo local e descobre o porquê de estarem plantadas.

“Essa conexão com as flores faz com que as pessoas saibam que a homenagem é pelas famílias enlutadas e querem homenagear seus entes queridos também. Se surpreendem, dizem que nunca plantaram por alguém”, diz. Um novo plantio já está sendo organizado, para homenagear mais pessoas.

Alunos plantam no Bosque da Paz, em homenagem às vítimas da covid, na Ufra
📷 Alunos plantam no Bosque da Paz, em homenagem às vítimas da covid, na Ufra |Pet Florestal

A homenagem aos que partiram no período da pandemia também motivou a criação de um bosque na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) em 2021. Organizado pela professora Gracialda Ferreira, alunos de engenharia florestal e o apoio da prefeitura do campus, o local recebeu o nome de “Bosque da Paz: professora Selma Ohashi”, em memória à docente que faleceu em 2020, após 35 anos dedicados à instituição. O bosque reuniu 75 mudas, de 25 espécies diferentes, como mogno, ipês, cuieiras, açaí e cacau. Gracialda diz que a homenagem conforta as pessoas e contribui para o planeta. “As plantas são seres vivos que se mantêm no planeta por muito tempo, representam perenidade, força, resistência e cuidado. Plantar para homenagear alguém é transformar esse luto em uma lembrança viva”, finaliza.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Pará

    Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

    Últimas Notícias