{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/889655/opiniao-8-de-janeiro-o-dia-que-ainda-nao-terminou","headline":"Opinião: 8 de Janeiro, o dia que ainda não terminou","datePublished":"2025-01-08T10:36:13.19-03:00","dateModified":"2025-01-08T10:35:46.973-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Governador do Pará, Helder Barbalho","url":"/noticias/para/889655/opiniao-8-de-janeiro-o-dia-que-ainda-nao-terminou"},"image":"/img/Artigo-Destaque/880000/imagemotimizada-1_00889655_0_.jpg?xid=2987197","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"É momento de celebrar a força de nossas instituições e de exorcizar os adoradores da opressão","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Se a tentativa de golpe do 8 de Janeiro tivesse prosperado e uma ditadura tivesse sido implantada no Brasil, voc\\u0026#234; n\\u0026#227;o estaria lendo este texto. Em vez dos muitos que criticam o Supremo Tribunal Federal, ningu\\u0026#233;m poderia criticar ningu\\u0026#233;m. Talvez eu, voc\\u0026#234;, seu vizinho, um parente, um amigo pud\\u0026#233;ssemos estar sendo perseguidos, desaparecidos. Haveria muito sil\\u0026#234;ncio, muito medo e a ditadura se tornaria cada vez menos dita e cada vez mais dura.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Foi disso que o Brasil escapou em 8 de janeiro de 2023, quando as institui\\u0026#231;\\u0026#245;es da democracia venceram a barb\\u0026#225;rie. E n\\u0026#227;o termos afundado no abismo n\\u0026#227;o significa que ele n\\u0026#227;o exista e que n\\u0026#227;o estivemos \\u0026#224; beira do precip\\u0026#237;cio. \\u0026#201; momento de celebrar a for\\u0026#231;a de nossas institui\\u0026#231;\\u0026#245;es e de exorcizar os adoradores da opress\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Sa\\u0026#237; profundamente impactado quando assisti ao hoje mundialmente celebrado e premiado filme Ainda Estou Aqui, que tem a proeza de reconectar todos os que n\\u0026#227;o viveram os anos de chumbo no Brasil, e com a clara sensa\\u0026#231;\\u0026#227;o de dor e desespero do que significa n\\u0026#227;o viver numa democracia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para todos que estamos numa democracia e convivemos com suas in\\u0026#250;meras imperfei\\u0026#231;\\u0026#245;es – e podemos critic\\u0026#225;-la, nos decepcionar com a lentid\\u0026#227;o dos resultados pr\\u0026#225;ticos, das mudan\\u0026#231;as, num mundo cada vez mais complexo –, basta um vislumbre dos por\\u0026#245;es de uma ditadura para entendermos a frase de Winston Churchill: “A democracia \\u0026#233; o pior sistema pol\\u0026#237;tico, tirando todos os demais”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Num livro iluminado sobre a ditadura militar, o ir\\u0026#225;vel jornalista e escritor Zuenir Ventura escolheu como t\\u0026#237;tulo 1968: o Ano que N\\u0026#227;o Terminou. Na obra, ele parte do efervescente ano de 1968, com toda a agita\\u0026#231;\\u0026#227;o estudantil nas ruas de Paris, o aprofundamento da ditadura no Brasil e o surgimento de in\\u0026#250;meros l\\u0026#237;deres e talentos que iriam se destacar a partir daquele momento pelas pr\\u0026#243;ximas d\\u0026#233;cadas em diversos segmentos da sociedade brasileira, para mostrar que as ideias e os ideias daquele ano continuaram ecoando e, n\\u0026#227;o, 1968 n\\u0026#227;o terminou.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Continuou vivo em desdobramentos, no legado, no idealismo e nas lutas que inspirou e serviu de inspira\\u0026#231;\\u0026#227;o para muitos que vieram depois.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Usando o mesmo prisma, n\\u0026#227;o podemos aceitar que o 8 de Janeiro terminou no \\u0026#250;ltimo segundo daquele dia nefasto. N\\u0026#227;o podemos nunca nos esquecer e nunca baixar a guarda.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A democracia resistiu, mas temos de lidar com os inimigos da liberdade como se o 8 de Janeiro nunca tivesse terminado. Como se sua sombra estivesse – e est\\u0026#225;! – sempre \\u0026#224; espreita.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O 8 de Janeiro n\\u0026#227;o terminou. Pois nunca ir\\u0026#227;o sumir os inimigos da democracia. Por isso, toda a vigil\\u0026#226;ncia e a uni\\u0026#227;o de todos para punir os que desrespeitam, desrespeitaram ou desrespeitarem o Estado Democr\\u0026#225;tico de Direito. Democracia sempre. Ditadura nunca mais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h5\\u0026gt;Helder Barbalho\\u0026lt;br\\u0026gt;Governador do Par\\u0026#225;\\u0026lt;/h5\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;*\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-style: italic; font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Este artigo foi publicado no dia 8 de janeiro, de 2025, no Estad\\u0026#227;o.\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"8 de Janeiro,democracia no Brasil,ditadura,direitos humanos,Helder Barbalho"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 29°
cotação atual R$


home
POR HELDER BARBALHO

Opinião: 8 de Janeiro, o dia que ainda não terminou

É momento de celebrar a força de nossas instituições e de exorcizar os adoradores da opressão

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Opinião: 8 de Janeiro, o dia que ainda não terminou camera Helder Zahluth Barbalho, governador do Pará | Reprodução

Se a tentativa de golpe do 8 de Janeiro tivesse prosperado e uma ditadura tivesse sido implantada no Brasil, você não estaria lendo este texto. Em vez dos muitos que criticam o Supremo Tribunal Federal, ninguém poderia criticar ninguém. Talvez eu, você, seu vizinho, um parente, um amigo pudéssemos estar sendo perseguidos, desaparecidos. Haveria muito silêncio, muito medo e a ditadura se tornaria cada vez menos dita e cada vez mais dura.

Foi disso que o Brasil escapou em 8 de janeiro de 2023, quando as instituições da democracia venceram a barbárie. E não termos afundado no abismo não significa que ele não exista e que não estivemos à beira do precipício. É momento de celebrar a força de nossas instituições e de exorcizar os adoradores da opressão.

Saí profundamente impactado quando assisti ao hoje mundialmente celebrado e premiado filme Ainda Estou Aqui, que tem a proeza de reconectar todos os que não viveram os anos de chumbo no Brasil, e com a clara sensação de dor e desespero do que significa não viver numa democracia.

Para todos que estamos numa democracia e convivemos com suas inúmeras imperfeições – e podemos criticá-la, nos decepcionar com a lentidão dos resultados práticos, das mudanças, num mundo cada vez mais complexo –, basta um vislumbre dos porões de uma ditadura para entendermos a frase de Winston Churchill: “A democracia é o pior sistema político, tirando todos os demais”.

Num livro iluminado sobre a ditadura militar, o irável jornalista e escritor Zuenir Ventura escolheu como título 1968: o Ano que Não Terminou. Na obra, ele parte do efervescente ano de 1968, com toda a agitação estudantil nas ruas de Paris, o aprofundamento da ditadura no Brasil e o surgimento de inúmeros líderes e talentos que iriam se destacar a partir daquele momento pelas próximas décadas em diversos segmentos da sociedade brasileira, para mostrar que as ideias e os ideias daquele ano continuaram ecoando e, não, 1968 não terminou.

Continuou vivo em desdobramentos, no legado, no idealismo e nas lutas que inspirou e serviu de inspiração para muitos que vieram depois.

Usando o mesmo prisma, não podemos aceitar que o 8 de Janeiro terminou no último segundo daquele dia nefasto. Não podemos nunca nos esquecer e nunca baixar a guarda.

A democracia resistiu, mas temos de lidar com os inimigos da liberdade como se o 8 de Janeiro nunca tivesse terminado. Como se sua sombra estivesse – e está! – sempre à espreita.

O 8 de Janeiro não terminou. Pois nunca irão sumir os inimigos da democracia. Por isso, toda a vigilância e a união de todos para punir os que desrespeitam, desrespeitaram ou desrespeitarem o Estado Democrático de Direito. Democracia sempre. Ditadura nunca mais.

Helder BarbalhoGovernador do Pará

*Este artigo foi publicado no dia 8 de janeiro, de 2025, no Estadão.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Pará

    Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

    Últimas Notícias