{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/891636/bernardo-sayao-ocupacao-da-via-proxima-ao-rio-guama","headline":"Bernardo Sayão: ocupação da via próxima ao Rio Guamá","datePublished":"2025-01-23T10:15:54.04-03:00","dateModified":"2025-01-23T10:15:28.55-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Cintia Magno / Diário do Pará","url":"/noticias/para/891636/bernardo-sayao-ocupacao-da-via-proxima-ao-rio-guama"},"image":"/img/Artigo-Destaque/890000/BERNARDO-SAYAO_00891636_0_.jpg?xid=2995160","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Explore a história da Avenida Bernardo Sayão e seu papel na ocupação da área próxima ao Rio Guamá em Belém, desde o período colonial até os dias atuais.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;O percurso de quase 6 km que se estende a partir do Arsenal da Marinha at\\u0026#233; onde hoje se encontra o Campus Guam\\u0026#225; da Universidade Federal do Par\\u0026#225; (UFPA) caracteriza um per\\u0026#237;odo hist\\u0026#243;rico em que se d\\u0026#225; o in\\u0026#237;cio do processo de drenagem da \\u0026#225;rea que margeava o Rio Guam\\u0026#225; em Bel\\u0026#233;m.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Inicialmente chamada de Estrada Nova, a atual avenida Bernardo Say\\u0026#227;o ajuda a conhecer n\\u0026#227;o apenas o processo de ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o daquela \\u0026#225;rea da cidade, mas at\\u0026#233; mesmo parte das rela\\u0026#231;\\u0026#245;es estabelecidas pelo Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;CONTE\\u0026#218;DOS RELACIONADOS\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/891018/ja-sabia-travessa-14-de-marco-em-belem-ja-foi-um-igarape?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;J\\u0026#225; sabia? Travessa 14 de Mar\\u0026#231;o, em Bel\\u0026#233;m, j\\u0026#225; foi um igarap\\u0026#233;\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/891009/barco-achado-no-canal-da-nova-doca-ara-por-restauro?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Barco achado no canal da Nova Doca ar\\u0026#225; por restauro\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/891346/arquitetura-religiosa-e-uma-das-marcas-da-padre-prudencio?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Arquitetura religiosa \\u0026#233; uma das marcas da Padre Prud\\u0026#234;ncio\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Diretamente relacionada ao que se conhece como Bacia da Estrada Nova, a avenida Bernardo Say\\u0026#227;o tem sua hist\\u0026#243;ria ligada a elementos que v\\u0026#234;m desde o per\\u0026#237;odo colonial. O doutor em hist\\u0026#243;ria social e professor da Universidade do Estado do Par\\u0026#225; (Uepa), Amilson Pinheiro, explica que, inicialmente, o que havia era uma ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o ainda muito incipiente naquela regi\\u0026#227;o, o que foi se modificando com o ar do tempo e das transforma\\u0026#231;\\u0026#245;es promovidas na \\u0026#225;rea.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Existem trabalhos como o do Ant\\u0026#244;nio da Rocha Penteado, que \\u0026#233; um trabalho muito importante para a gente entender essa quest\\u0026#227;o geogr\\u0026#225;fica do desenvolvimento urbano de Bel\\u0026#233;m, em que a gente j\\u0026#225; consegue ver que desde o per\\u0026#237;odo Colonial j\\u0026#225; havia uma ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o nessa \\u0026#225;rea de forma muito incipiente, porque havia uma adversidade natural muito grande para se estabelecer moradia naquela regi\\u0026#227;o, uma vez que era constante o processo de alagamento dessa \\u0026#225;rea”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Nesse sentido, o historiador esclarece que mesmo que aquela regi\\u0026#227;o estivesse, do ponto de vista espacial geogr\\u0026#225;fico, pr\\u0026#243;xima do centro da cidade na \\u0026#233;poca, ao longo dos s\\u0026#233;culos havia informa\\u0026#231;\\u0026#245;es apenas de algumas choupanas muito isoladas instaladas ali, devido \\u0026#224; grande dificuldade de se construir um processo de ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o mais denso naquela regi\\u0026#227;o ainda marcada como uma \\u0026#225;rea muito insalubre, de muito alagamento e de muitas doen\\u0026#231;as.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer ler mais not\\u0026#237;cias do Par\\u0026#225;? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e o nosso canal no WhatsApp!\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Via se estende a partir do Arsenal da Marinha at\\u0026amp;#233; onde se encontra o Campus Guam\\u0026amp;#225; da UFPA\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/generate-image_00891636_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fgenerate-image_00891636_0_.jpg%3Fxid%3D2995162%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747927368\\u0026amp;amp;xid=2995162\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/generate-image_00891636_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fgenerate-image_00891636_0_.jpg%3Fxid%3D2995162%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747927368\\u0026amp;amp;xid=2995162\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Via se estende a partir do Arsenal da Marinha at\\u0026amp;#233; onde se encontra o Campus Guam\\u0026amp;#225; da UFPA |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Foto: Wagner Almeira / Di\\u0026amp;#225;rio do Par\\u0026amp;#225;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Por\\u0026#233;m, Amilson explica que, a partir de meados do s\\u0026#233;culo 20, houve um momento hist\\u0026#243;rico que transformou aquela \\u0026#225;rea que margeava o Rio Guam\\u0026#225; de uma \\u0026#225;rea praticamente desabitada, para uma \\u0026#225;rea povoada e que se tornou important\\u0026#237;ssima para que os bairros da Condor, Jurunas e Guam\\u0026#225; tivessem uma ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o populacional maior.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“No in\\u0026#237;cio da Segunda Guerra Mundial o Brasil se manteve neutro, mas, devido a acontecimentos hist\\u0026#243;ricos, a partir de 1942 o Brasil entra na Segunda Guerra, Vargas declara guerra sobretudo contra pa\\u0026#237;ses do Eixo, como Alemanha, It\\u0026#225;lia e a\\u0026#237; se alia aos Estados Unidos, por exemplo”, contextualiza.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“\\u0026#201; nesse processo que os Estados Unidos v\\u0026#227;o criar algumas bases em alguns lugares estrat\\u0026#233;gicos devido a autonomia dos avi\\u0026#245;es ser bastante limitada naquele momento, eles n\\u0026#227;o conseguiam voar longos percursos sem ser reabastecidos. Ent\\u0026#227;o, se criava a base onde se montavam e abasteciam avi\\u0026#245;es e uma dessas bases foi em Bel\\u0026#233;m”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Neste processo, muitos soldados militares americanos vieram para c\\u0026#225; e foram acometidos de v\\u0026#225;rias doen\\u0026#231;as tropicais devido \\u0026#224; grande quantidade de insetos e mosquitos que havia em Bel\\u0026#233;m. Doen\\u0026#231;as como a febre amarela e a mal\\u0026#225;ria contaminavam bastante esses militares e um dos motivos percebidos que ocasionava essa contamina\\u0026#231;\\u0026#227;o era exatamente a exist\\u0026#234;ncia dessas \\u0026#225;reas que alagavam e que proporcionavam a reprodu\\u0026#231;\\u0026#227;o de muitos insetos e mosquitos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Ent\\u0026#227;o, resolveu-se fazer uma pol\\u0026#237;tica de boa vizinhan\\u0026#231;a com os americanos, que resolveram ajudar na constru\\u0026#231;\\u0026#227;o de um grande dique, uma constru\\u0026#231;\\u0026#227;o que pudesse conter o alagamento do rio sobre essas \\u0026#225;reas que margeiam o Rio Guam\\u0026#225;, em Bel\\u0026#233;m”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As obras de constru\\u0026#231;\\u0026#227;o do dique foram assinadas a partir de 1943 e tiveram in\\u0026#237;cio em 1944. O dique foi constru\\u0026#237;do e, dois anos depois, ele foi alargado, o que possibilitou a ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o de pessoas naquela regi\\u0026#227;o que, a partir das d\\u0026#233;cadas de 50 a 80, segundo explica o professor Amilson Pinheiro, vai se caracterizar como uma \\u0026#225;rea de ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o de uma popula\\u0026#231;\\u0026#227;o muito mais pobre e migrante, vinda sobretudo do interior.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Avenida Bernardo Say\\u0026amp;#227;o em 1944\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/generate-image2_00891636_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fgenerate-image2_00891636_1_.png%3Fxid%3D2995163%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747927368\\u0026amp;amp;xid=2995163\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/890000/767x0/generate-image2_00891636_1_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F890000%2Fgenerate-image2_00891636_1_.png%3Fxid%3D2995163%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747927368\\u0026amp;amp;xid=2995163\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Avenida Bernardo Say\\u0026amp;#227;o em 1944 |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;Foto: Acervo Arquivo Nacional\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“A luta pela terra, pela ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o urbana se intensifica durante a Ditadura Militar, nos anos das d\\u0026#233;cadas de 60, 70 e 80, e essa popula\\u0026#231;\\u0026#227;o mais pobre, sem condi\\u0026#231;\\u0026#245;es de morar e ocupar \\u0026#225;reas mais nobres de Bel\\u0026#233;m, vai ocupando essas \\u0026#225;reas de baixada, \\u0026#225;reas alagadi\\u0026#231;as de v\\u0026#225;rzeas que estavam margeando o Rio Guam\\u0026#225;. E \\u0026#233; em torno desse dique que vai surgir o que a gente chama de Estrada Nova”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Naquele momento, a Estrada Nova era caracterizada por condi\\u0026#231;\\u0026#245;es de ocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o muito prec\\u0026#225;rias, sem condi\\u0026#231;\\u0026#245;es de saneamento b\\u0026#225;sico, esgoto ou o a \\u0026#225;gua encanada. O historiador aponta que essa vai ser uma marca daquela regi\\u0026#227;o durante d\\u0026#233;cadas. “Somente a partir de 1996 \\u0026#233; que come\\u0026#231;a um projeto para se tentar mudar, drenar e fazer uma outra estrutura nesta regi\\u0026#227;o”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;BERNARDO SAY\\u0026#195;O\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O processo de drenagem, constru\\u0026#231;\\u0026#227;o do dique e surgimento de uma estrada margeando o Rio Guam\\u0026#225;, em Bel\\u0026#233;m, coincidiu com o Governo de Juscelino Kubitschek, a partir da segunda metade da d\\u0026#233;cada de 50 do s\\u0026#233;culo 20. E uma das figuras que teve uma participa\\u0026#231;\\u0026#227;o importante para colocar em pr\\u0026#225;tica as medidas implantadas por JK foi justamente o homem que, hoje, \\u0026#233; homenageado pela atual avenida.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Uma das marcas do governo do Juscelino Kubitschek foi a abertura de rodovias e estradas, caracterizada, sobretudo, pela Bel\\u0026#233;m-Bras\\u0026#237;lia e um dos principais engenheiros que vai atuar nesse processo e que vai ser um bra\\u0026#231;o direito do JK foi o engenheiro Bernardo Say\\u0026#227;o, que era conhecido como um abridor de estradas”, explica Amilson Pinheiro.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Ele nasceu no Rio de Janeiro, por volta de 1903, e era conhecido como um criador de povoa\\u0026#231;\\u0026#245;es, pol\\u0026#237;tico - ele chegou a ser vice-governador de Goi\\u0026#225;s - e foi inserido nesse processo durante a constru\\u0026#231;\\u0026#227;o da Bel\\u0026#233;m-Bras\\u0026#237;lia de forma muito atuante”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Foi durante essa sua atua\\u0026#231;\\u0026#227;o profissional que Bernardo Say\\u0026#227;o acabou falecendo no ano de 1959, em decorr\\u0026#234;ncia de um acidente na divisa do Par\\u0026#225; com o Maranh\\u0026#227;o, pr\\u0026#243;ximo de onde hoje est\\u0026#225; o munic\\u0026#237;pio de Viseu. “Ele estava em uma barraca, estavam construindo a abertura de estradas, e uma grande \\u0026#225;rvore desabou em cima da barraca em que ele estava. Ele ainda foi socorrido, com vida, em um helic\\u0026#243;ptero, mas acabou n\\u0026#227;o resistindo e ficou como um marco dessa abertura de rodovias, estradas, desse processo de liga\\u0026#231;\\u0026#227;o do Brasil durante o governo do Juscelino Kubitschek”, aponta o historiador.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Nesse mesmo per\\u0026#237;odo estava se tornando mais importante para Bel\\u0026#233;m essa Estrada Nova, que ligava essa v\\u0026#225;rzea que margeava o Rio Guam\\u0026#225;. 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SÉRIE 'RUAS DE BELÉM'

Bernardo Sayão: ocupação da via próxima ao Rio Guamá

Inicialmente chamada de Estrada Nova, a Bernardo Sayão ajuda a conhecer não apenas o processo de ocupação daquela área de Belém, mas até mesmo parte das relações estabelecidas pelo Brasil durante a Segunda Guerra

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Imagem ilustrativa da notícia Bernardo Sayão: ocupação da via próxima ao Rio Guamá camera Via se estende a partir do Arsenal da Marinha até onde se encontra o Campus Guamá da UFPA | Foto: Wagner Almeira / Diário do Pará

O percurso de quase 6 km que se estende a partir do Arsenal da Marinha até onde hoje se encontra o Campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA) caracteriza um período histórico em que se dá o início do processo de drenagem da área que margeava o Rio Guamá em Belém.

Inicialmente chamada de Estrada Nova, a atual avenida Bernardo Sayão ajuda a conhecer não apenas o processo de ocupação daquela área da cidade, mas até mesmo parte das relações estabelecidas pelo Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.

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Diretamente relacionada ao que se conhece como Bacia da Estrada Nova, a avenida Bernardo Sayão tem sua história ligada a elementos que vêm desde o período colonial. O doutor em história social e professor da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Amilson Pinheiro, explica que, inicialmente, o que havia era uma ocupação ainda muito incipiente naquela região, o que foi se modificando com o ar do tempo e das transformações promovidas na área.

“Existem trabalhos como o do Antônio da Rocha Penteado, que é um trabalho muito importante para a gente entender essa questão geográfica do desenvolvimento urbano de Belém, em que a gente já consegue ver que desde o período Colonial já havia uma ocupação nessa área de forma muito incipiente, porque havia uma adversidade natural muito grande para se estabelecer moradia naquela região, uma vez que era constante o processo de alagamento dessa área”.

Nesse sentido, o historiador esclarece que mesmo que aquela região estivesse, do ponto de vista espacial geográfico, próxima do centro da cidade na época, ao longo dos séculos havia informações apenas de algumas choupanas muito isoladas instaladas ali, devido à grande dificuldade de se construir um processo de ocupação mais denso naquela região ainda marcada como uma área muito insalubre, de muito alagamento e de muitas doenças.

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Via se estende a partir do Arsenal da Marinha até onde se encontra o Campus Guamá da UFPA
📷 Via se estende a partir do Arsenal da Marinha até onde se encontra o Campus Guamá da UFPA |Foto: Wagner Almeira / Diário do Pará

Porém, Amilson explica que, a partir de meados do século 20, houve um momento histórico que transformou aquela área que margeava o Rio Guamá de uma área praticamente desabitada, para uma área povoada e que se tornou importantíssima para que os bairros da Condor, Jurunas e Guamá tivessem uma ocupação populacional maior.

“No início da Segunda Guerra Mundial o Brasil se manteve neutro, mas, devido a acontecimentos históricos, a partir de 1942 o Brasil entra na Segunda Guerra, Vargas declara guerra sobretudo contra países do Eixo, como Alemanha, Itália e aí se alia aos Estados Unidos, por exemplo”, contextualiza.

“É nesse processo que os Estados Unidos vão criar algumas bases em alguns lugares estratégicos devido a autonomia dos aviões ser bastante limitada naquele momento, eles não conseguiam voar longos percursos sem ser reabastecidos. Então, se criava a base onde se montavam e abasteciam aviões e uma dessas bases foi em Belém”.

Neste processo, muitos soldados militares americanos vieram para cá e foram acometidos de várias doenças tropicais devido à grande quantidade de insetos e mosquitos que havia em Belém. Doenças como a febre amarela e a malária contaminavam bastante esses militares e um dos motivos percebidos que ocasionava essa contaminação era exatamente a existência dessas áreas que alagavam e que proporcionavam a reprodução de muitos insetos e mosquitos.

“Então, resolveu-se fazer uma política de boa vizinhança com os americanos, que resolveram ajudar na construção de um grande dique, uma construção que pudesse conter o alagamento do rio sobre essas áreas que margeiam o Rio Guamá, em Belém”.

As obras de construção do dique foram assinadas a partir de 1943 e tiveram início em 1944. O dique foi construído e, dois anos depois, ele foi alargado, o que possibilitou a ocupação de pessoas naquela região que, a partir das décadas de 50 a 80, segundo explica o professor Amilson Pinheiro, vai se caracterizar como uma área de ocupação de uma população muito mais pobre e migrante, vinda sobretudo do interior.

Avenida Bernardo Sayão em 1944
📷 Avenida Bernardo Sayão em 1944 |Foto: Acervo Arquivo Nacional

“A luta pela terra, pela ocupação urbana se intensifica durante a Ditadura Militar, nos anos das décadas de 60, 70 e 80, e essa população mais pobre, sem condições de morar e ocupar áreas mais nobres de Belém, vai ocupando essas áreas de baixada, áreas alagadiças de várzeas que estavam margeando o Rio Guamá. E é em torno desse dique que vai surgir o que a gente chama de Estrada Nova”.

Naquele momento, a Estrada Nova era caracterizada por condições de ocupação muito precárias, sem condições de saneamento básico, esgoto ou o a água encanada. O historiador aponta que essa vai ser uma marca daquela região durante décadas. “Somente a partir de 1996 é que começa um projeto para se tentar mudar, drenar e fazer uma outra estrutura nesta região”.

BERNARDO SAYÃO

O processo de drenagem, construção do dique e surgimento de uma estrada margeando o Rio Guamá, em Belém, coincidiu com o Governo de Juscelino Kubitschek, a partir da segunda metade da década de 50 do século 20. E uma das figuras que teve uma participação importante para colocar em prática as medidas implantadas por JK foi justamente o homem que, hoje, é homenageado pela atual avenida.

“Uma das marcas do governo do Juscelino Kubitschek foi a abertura de rodovias e estradas, caracterizada, sobretudo, pela Belém-Brasília e um dos principais engenheiros que vai atuar nesse processo e que vai ser um braço direito do JK foi o engenheiro Bernardo Sayão, que era conhecido como um abridor de estradas”, explica Amilson Pinheiro.

“Ele nasceu no Rio de Janeiro, por volta de 1903, e era conhecido como um criador de povoações, político - ele chegou a ser vice-governador de Goiás - e foi inserido nesse processo durante a construção da Belém-Brasília de forma muito atuante”.

Foi durante essa sua atuação profissional que Bernardo Sayão acabou falecendo no ano de 1959, em decorrência de um acidente na divisa do Pará com o Maranhão, próximo de onde hoje está o município de Viseu. “Ele estava em uma barraca, estavam construindo a abertura de estradas, e uma grande árvore desabou em cima da barraca em que ele estava. Ele ainda foi socorrido, com vida, em um helicóptero, mas acabou não resistindo e ficou como um marco dessa abertura de rodovias, estradas, desse processo de ligação do Brasil durante o governo do Juscelino Kubitschek”, aponta o historiador.

“Nesse mesmo período estava se tornando mais importante para Belém essa Estrada Nova, que ligava essa várzea que margeava o Rio Guamá. E devido a comoção que foi a morte do Bernardo Sayão, se homenageou essa nova estrada como avenida Bernardo Sayão, nesse processo de urbanização que ela ou a partir desses anos em diante da segunda metade do século XX”.

Bernardo Sayão: ocupação da via próxima ao Rio Guamá
📷 |(Foto: Wagner Almeida)
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