{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/893838/secretario-de-educacao-de-belem-fala-sobre-nova-gestao","headline":"Secretário de Educação de Belém fala sobre nova gestão","datePublished":"2025-02-09T08:43:40-03:00","dateModified":"2025-02-09T08:49:23.11-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Rafael Rocha/Diário do Pará","url":"/noticias/para/893838/secretario-de-educacao-de-belem-fala-sobre-nova-gestao"},"image":"/img/Artigo-Destaque/890000/imagemotimizada---2025-02-09T081458255_00893838_0_.jpg?xid=3004644","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"O novo secretário de Educação de Belém fala sobre as prioridades da nova gestão, como a formação de professores e a avaliação educacional dos alunos, além da estrutura de trabalho, que nortearão projetos e investimentos. Confira!","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Anunciado como novo integrante da gest\\u0026#227;o municipal pelo prefeito de Bel\\u0026#233;m Igor Normando no dia 27 de novembro do ano ado, o Secret\\u0026#225;rio Municipal de Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o Patrick Tranjan, 32, tem diferentes experi\\u0026#234;ncias no curr\\u0026#237;culo, em especial na \\u0026#225;rea da educa\\u0026#231;\\u0026#227;o. Paulista, o secret\\u0026#225;rio \\u0026#233; formado em istra\\u0026#231;\\u0026#227;o P\\u0026#250;blica pela Funda\\u0026#231;\\u0026#227;o Get\\u0026#250;lio Vargas (FGV-SP), com p\\u0026#243;s-gradua\\u0026#231;\\u0026#245;es pelo Insper e pelo Centro de Lideran\\u0026#231;a P\\u0026#250;blica (CLP) nas \\u0026#225;reas de lideran\\u0026#231;a e gest\\u0026#227;o p\\u0026#250;blica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Patrick Tranjan atuou na Secretaria de Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o do Esp\\u0026#237;rito Santo, foi coordenador do Programa de Ensino em Tempo Integral do Minist\\u0026#233;rio da Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o e Secret\\u0026#225;rio Executivo de Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o do Estado de S\\u0026#227;o Paulo. No Par\\u0026#225;, exerceu a fun\\u0026#231;\\u0026#227;o de Secret\\u0026#225;rio Adjunto de Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o B\\u0026#225;sica e Secret\\u0026#225;rio Adjunto de Planejamento e Finan\\u0026#231;as, na Secretaria de Estado de Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o do Par\\u0026#225; (Seduc).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em entrevista concedida ao DI\\u0026#193;RIO, o secret\\u0026#225;rio conversou sobre temas fundamentais para a educa\\u0026#231;\\u0026#227;o municipal, como forma\\u0026#231;\\u0026#227;o continuada de professores, educa\\u0026#231;\\u0026#227;o inclusiva e uso da tecnologia na educa\\u0026#231;\\u0026#227;o b\\u0026#225;sica. Tamb\\u0026#233;m falou dos desafios da pasta nos pr\\u0026#243;ximos anos, como a melhoria da infraestrutura das escolas e as metas das pol\\u0026#237;ticas educacionais dos pr\\u0026#243;ximos anos, assim como fez cr\\u0026#237;ticas \\u0026#224; gest\\u0026#227;o municipal anterior por descaso com a educa\\u0026#231;\\u0026#227;o. Confira os destaques da entrevista a seguir.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Como o senhor avalia a qualidade da educa\\u0026#231;\\u0026#227;o nas escolas municipais de Bel\\u0026#233;m atualmente?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A gente tem uma dificuldade. Estamos falando de uma\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/892119/belem-60-mil-alunos-da-rede-municipal-voltam-as-aulas?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt; rede de 204 escolas, cerca de 60 mil a 65 mil alunos na rede, entre educa\\u0026#231;\\u0026#227;o infantil e ensino fundamental\\u0026lt;/a\\u0026gt;. Na educa\\u0026#231;\\u0026#227;o infantil s\\u0026#227;o beb\\u0026#234;s e crian\\u0026#231;as de 0 a 6 anos. Nesta etapa n\\u0026#227;o existe avalia\\u0026#231;\\u0026#227;o, n\\u0026#227;o existe uma prova para aferir conhecimento. Ent\\u0026#227;o, a avalia\\u0026#231;\\u0026#227;o se d\\u0026#225; pelas condi\\u0026#231;\\u0026#245;es basicamente de infraestrutura do espa\\u0026#231;o, disponibilidade de equipamentos para os professores trabalharem e demais itens que apoiam na alfabetiza\\u0026#231;\\u0026#227;o, como brinquedos. A gente pode medir algumas outras coisas nessas crian\\u0026#231;as e beb\\u0026#234;s que conseguem nos dar uma pista se o desenvolvimento deles \\u0026#233; adequado para a idade, como rea\\u0026#231;\\u0026#227;o a alguns est\\u0026#237;mulos e o desenvolvimento lingu\\u0026#237;stico. A Semec n\\u0026#227;o fez esse processo. Ent\\u0026#227;o eu n\\u0026#227;o consigo aferir a qualidade do que foi desenvolvido do ponto de vista qualitativo nessa etapa. Bel\\u0026#233;m \\u0026#233; a terceira pior capital do Brasil do ponto de vista de aprendizagem de portugu\\u0026#234;s e matem\\u0026#225;tica no quinto ano. N\\u0026#227;o sou eu que estou falando, \\u0026#233; o governo federal que aplica essa avalia\\u0026#231;\\u0026#227;o. Vamos ter praticamente metade das crian\\u0026#231;as em n\\u0026#237;veis inadequados de alfabetiza\\u0026#231;\\u0026#227;o. Ou seja, existe um problema pedag\\u0026#243;gico, de diretriz pedag\\u0026#243;gica, muito s\\u0026#233;rio aqui na rede. Esse problema, a meu ver, est\\u0026#225; relacionado \\u0026#224; falta de monitoramento constante da aprendizagem. Monitorar ao longo do tempo exige gest\\u0026#227;o. Voc\\u0026#234; precisa ter os instrumentos de avalia\\u0026#231;\\u0026#227;o apropriados dentro de uma escala, e quando eu digo escala \\u0026#233; aplicar as quest\\u0026#245;es de provas para diversos alunos para entender se o grau de dificuldade est\\u0026#225; adequado ou n\\u0026#227;o, o que gera uma escala. Isso s\\u0026#243; \\u0026#233; poss\\u0026#237;vel fazer com gest\\u0026#227;o, que n\\u0026#227;o pode sobrepor ao pedag\\u0026#243;gico. S\\u0026#243; que o pedag\\u0026#243;gico para acontecer precisa ter indicador que vai produzir a gest\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Quais os desafios enfrentados pelas escolas municipais de Bel\\u0026#233;m?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No monitoramento da aprendizagem, existe um primeiro desafio o qual crian\\u0026#231;as com idades de 0 a 3 anos n\\u0026#227;o \\u0026#233; obrigat\\u0026#243;ria a matr\\u0026#237;cula; j\\u0026#225; 4 e 5 anos, a matr\\u0026#237;cula \\u0026#233; exigida. \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/politica/884367/igor-normando-anuncia-os-primeiros-secretarios-de-sua-gestao?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;As fam\\u0026#237;lias n\\u0026#227;o podem optar por n\\u0026#227;o colocar os filhos nas escolas, se a Constitui\\u0026#231;\\u0026#227;o Federal exige que a matr\\u0026#237;cula seja feita\\u0026lt;/a\\u0026gt;. O ponto \\u0026#233; que a prefeitura n\\u0026#227;o oferece a matr\\u0026#237;cula, n\\u0026#227;o existe vaga para todo mundo. Esse \\u0026#233; um primeiro ponto que quando a gente discute, a prefeitura n\\u0026#227;o tinha avan\\u0026#231;ado nessas etapas, j\\u0026#225; que ela n\\u0026#227;o cumpriu nem o b\\u0026#225;sico que \\u0026#233; atender os alunos na pr\\u0026#233;-escola com creches. O primeiro desafio que a Semec tem para o ano de 2025 \\u0026#233; garantir que todas as crian\\u0026#231;as de 4 a 5 anos tenham atendimento dentro da rede. Atualmente, a Secretaria trabalha basicamente com tr\\u0026#234;s formatos: ou o pr\\u0026#233;dio da escola \\u0026#233; alugado, ou \\u0026#233; pr\\u0026#243;prio, ou o pr\\u0026#233;dio \\u0026#233; de uma entidade que recebe per capita um valor por aluno matriculado. A Semec precisa come\\u0026#231;ar a pensar em outros jeitos de atender esses alunos, inclusive utilizando a estrutura que o estado tem. A gente tem que come\\u0026#231;ar a entender que o desafio \\u0026#233; trabalhar a rede p\\u0026#250;blica. J\\u0026#225; come\\u0026#231;amos uma conversa com o governo do estado no sentido de utilizar parte da estrutura para atender os alunos que est\\u0026#227;o sem vaga hoje na rede municipal. Um segundo desafio \\u0026#233; que precisa ter crit\\u0026#233;rio na educa\\u0026#231;\\u0026#227;o infantil. Precisamos ter um indicador de trabalho desenvolvido, porque sen\\u0026#227;o o professor fica perdido e n\\u0026#227;o sabe qual o resultado do trabalho dele. Se n\\u0026#227;o sabemos o que estamos gerando, n\\u0026#227;o conseguimos corrigir falhas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;O senhor falou em pr\\u0026#233;dios escolares. Como voc\\u0026#234; avalia a infraestrutura das escolas municipais de Bel\\u0026#233;m?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Do ponto de vista da infraestrutura, eu j\\u0026#225; visitei diversas unidades e \\u0026#233; ruim em muitas escolas. Elas carecem n\\u0026#227;o s\\u0026#243; da estrutura f\\u0026#237;sica do pr\\u0026#233;dio adequada, como tamb\\u0026#233;m do conjunto de equipamentos que permitam o desenvolvimento do trabalho pelos professores, porque n\\u0026#227;o d\\u0026#225; para querer cobrar que a rede tenha um desempenho bom se n\\u0026#227;o h\\u0026#225; o e necess\\u0026#225;rio do \\u0026#243;rg\\u0026#227;o central, falando da educa\\u0026#231;\\u0026#227;o infantil. E n\\u0026#227;o \\u0026#233; s\\u0026#243; a infraestrutura, principalmente falando de educa\\u0026#231;\\u0026#227;o infantil. A realidade hoje \\u0026#233; que temos uma rede e um n\\u0026#250;mero consider\\u0026#225;vel de escolas que ou por reforma nos \\u0026#250;ltimos anos, e isso \\u0026#233; positivo. \\u0026#201; importante a gente fazer isso. S\\u0026#243; que de nada adianta ter infraestrutura se n\\u0026#227;o existirem equipamentos para os professores e que eles saibam como utiliz\\u0026#225;-los. Quando eu digo equipamentos, eu vou desde o equipamento tecnol\\u0026#243;gico at\\u0026#233; brinquedos que v\\u0026#227;o ser utilizados na educa\\u0026#231;\\u0026#227;o infantil para come\\u0026#231;ar um processo de letramento matem\\u0026#225;tico. Ent\\u0026#227;o, \\u0026#233; importante dar mais autonomia para as escolas para que elas tenham um processo de aquisi\\u0026#231;\\u0026#227;o de equipamentos de acordo com a realidade deles. N\\u0026#227;o adianta comprar o mesmo equipamento para a escola no bairro do Marco e tamb\\u0026#233;m para a escola em Cotijuba. A realidade do professor \\u0026#233; diferente, a cultura do local \\u0026#233; distinta, os alunos aprendem de jeitos variados. O segundo vem sobre a discuss\\u0026#227;o de forma\\u0026#231;\\u0026#227;o continuada dos professores. \\u0026#201; preciso garantir isso, porque independentemente do material que o professor vai usar, tem coisas que s\\u0026#227;o padronizadas para toda a rede.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer mais not\\u0026#237;cias sobre Par\\u0026#225;? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e nosso canal no WhatsApp\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Como a Semec tem analisado essa forma\\u0026#231;\\u0026#227;o?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quando n\\u0026#227;o se faz monitoramento de aprendizagem, \\u0026#233; sempre um sinal de que h\\u0026#225; um problema instalado. Quando voc\\u0026#234; n\\u0026#227;o tem monitoramento, a pol\\u0026#237;tica de forma\\u0026#231;\\u0026#227;o continuada \\u0026#233; uma discuss\\u0026#227;o sem fim. A quest\\u0026#227;o \\u0026#233; que precisa ter avalia\\u0026#231;\\u0026#227;o, o que n\\u0026#227;o necessariamente precisa ser por meio de provas, mas precisa ter algum jeito de avaliar o aprendizado dos estudantes, porque se um aluno n\\u0026#227;o consegue aprender as quatro opera\\u0026#231;\\u0026#245;es b\\u0026#225;sicas da matem\\u0026#225;tica, talvez o professor n\\u0026#227;o esteja conseguindo ensinar. Eu preciso apoiar e dar e para esse professor. \\u0026#201; frustrante quando voc\\u0026#234; est\\u0026#225; dando o seu melhor na sala de aula e o resultado n\\u0026#227;o vem. E muitas vezes n\\u0026#227;o vem porque voc\\u0026#234; n\\u0026#227;o tem um conjunto de informa\\u0026#231;\\u0026#245;es que precisa para poder mudar sua pr\\u0026#225;tica. A forma\\u0026#231;\\u0026#227;o continuada \\u0026#233; para ajudar o professor a resolver o problema dele dentro da sala de aula. Ent\\u0026#227;o, a forma\\u0026#231;\\u0026#227;o agora na Secretaria a a ter um teor mais pr\\u0026#225;tico para ajudar o professor com os desafios que ele tem diariamente dentro da sala de aula.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Quais projetos o senhor considera priorit\\u0026#225;rios para a educa\\u0026#231;\\u0026#227;o de Bel\\u0026#233;m em 2025?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O primeiro ponto s\\u0026#227;o os servi\\u0026#231;os suplementares. Eles n\\u0026#227;o s\\u0026#227;o o foco da escola, mas s\\u0026#227;o fundamentais: alimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o e transporte escolar. A alimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o escolar foi uma crise na \\u0026#250;ltima gest\\u0026#227;o, a qual diversas escolas ficaram sem merenda nos \\u0026#250;ltimos seis meses. Isso n\\u0026#227;o pode acontecer porque atrapalha o desenvolvimento da crian\\u0026#231;a, principalmente aquela de 0 a 6 anos, como tamb\\u0026#233;m afasta as crian\\u0026#231;as da escola, porque muitas v\\u0026#227;o na expectativa de ter uma alimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o. Quando n\\u0026#227;o tem, elas ficam em casa. Ent\\u0026#227;o, esses dois servi\\u0026#231;os (alimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o e transporte escolar) a gente j\\u0026#225; tem trabalhado fortemente. Esse ano de 2025, o card\\u0026#225;pio na rede atual j\\u0026#225; \\u0026#233; diferente do card\\u0026#225;pio que funcionava na rede do ano ado, pois tivemos uma melhoria. Mas n\\u0026#227;o podemos esquecer que o objetivo da escola \\u0026#233; garantir a aprendizagem. N\\u0026#227;o me adianta ter a melhor merenda, transporte e as crian\\u0026#231;as sa\\u0026#237;rem da escola sem saber ler e escrever. A\\u0026#237; s\\u0026#227;o crian\\u0026#231;as com 12 anos, 13 anos que n\\u0026#227;o foram alfabetizadas, que \\u0026#233; uma realidade na rede. Precisamos entender qual \\u0026#233; o conjunto de pol\\u0026#237;ticas pedag\\u0026#243;gicas para garantirmos o direito ao aprendizado na idade correta. \\u0026#201; fechar a torneira do problema e garantir que a rede tenha ferramentas para fazer um processo de monitoramento constante da alfabetiza\\u0026#231;\\u0026#227;o. Paralelamente a isso, a gente tem um problema de gera\\u0026#231;\\u0026#245;es que est\\u0026#227;o hoje na escola e que n\\u0026#227;o aprenderam o b\\u0026#225;sico. A quantidade de crian\\u0026#231;as assim \\u0026#233; enorme na rede municipal. Este n\\u0026#227;o \\u0026#233; um problema espec\\u0026#237;fico de Bel\\u0026#233;m, isso \\u0026#233; uma realidade a n\\u0026#237;vel de Brasil, mas aqui a gente tem um problema grande porque a alfabetiza\\u0026#231;\\u0026#227;o n\\u0026#227;o se d\\u0026#225; no n\\u0026#237;vel correto e esse problema se estende por muito tempo. Ent\\u0026#227;o, fechar a torneira dos problemas \\u0026#233; garantir um processo que vamos chamar de recomposi\\u0026#231;\\u0026#227;o da aprendizagem.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Como a Semec est\\u0026#225; lidando com a implementa\\u0026#231;\\u0026#227;o de tecnologias no processo educacional?\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Tecnologia voc\\u0026#234; tem duas frentes: equipamento e quem usa o equipamento. Vou citar um caso concreto. Salas de inform\\u0026#225;tica. A portaria de lota\\u0026#231;\\u0026#227;o pega um professor e coloca ele dentro de uma turma que foi formada. Isso \\u0026#233; um processo de lota\\u0026#231;\\u0026#227;o que gera carga hor\\u0026#225;ria. \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/para/892061/60-mil-alunos-voltam-as-aulas-em-belem-nesta-segunda-27?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;A Secretaria vinha trabalhando com o que chamava de salas de inform\\u0026#225;tica, projeto de inform\\u0026#225;tica.\\u0026lt;/a\\u0026gt; A portaria falava que deveria haver um curso para quem \\u0026#233; lotado na sala de inform\\u0026#225;tica. Voc\\u0026#234; acha que o curso foi realizado? Nunca foi realizado. As pessoas estavam lotadas na sala de inform\\u0026#225;tica sem o treinamento para trabalhar. 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ENTREVISTA

Secretário de Educação de Belém fala sobre nova gestão

O novo secretário de Educação de Belém fala sobre as prioridades da nova gestão, como a formação de professores e a avaliação educacional dos alunos, além da estrutura de trabalho, que nortearão projetos e investimentos. Confira!

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Imagem ilustrativa da notícia Secretário de Educação de Belém fala sobre nova gestão camera Patrick Tranjan, 32 foi anunciado como novo integrante da gestão munial e atua como novo Secretário Muncipal de Educação de Belém. | Octávio Cardoso

Anunciado como novo integrante da gestão municipal pelo prefeito de Belém Igor Normando no dia 27 de novembro do ano ado, o Secretário Municipal de Educação Patrick Tranjan, 32, tem diferentes experiências no currículo, em especial na área da educação. Paulista, o secretário é formado em istração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), com pós-graduações pelo Insper e pelo Centro de Liderança Pública (CLP) nas áreas de liderança e gestão pública.

Patrick Tranjan atuou na Secretaria de Educação do Espírito Santo, foi coordenador do Programa de Ensino em Tempo Integral do Ministério da Educação e Secretário Executivo de Educação do Estado de São Paulo. No Pará, exerceu a função de Secretário Adjunto de Educação Básica e Secretário Adjunto de Planejamento e Finanças, na Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc).

Em entrevista concedida ao DIÁRIO, o secretário conversou sobre temas fundamentais para a educação municipal, como formação continuada de professores, educação inclusiva e uso da tecnologia na educação básica. Também falou dos desafios da pasta nos próximos anos, como a melhoria da infraestrutura das escolas e as metas das políticas educacionais dos próximos anos, assim como fez críticas à gestão municipal anterior por descaso com a educação. Confira os destaques da entrevista a seguir.

Como o senhor avalia a qualidade da educação nas escolas municipais de Belém atualmente?

A gente tem uma dificuldade. Estamos falando de uma rede de 204 escolas, cerca de 60 mil a 65 mil alunos na rede, entre educação infantil e ensino fundamental. Na educação infantil são bebês e crianças de 0 a 6 anos. Nesta etapa não existe avaliação, não existe uma prova para aferir conhecimento. Então, a avaliação se dá pelas condições basicamente de infraestrutura do espaço, disponibilidade de equipamentos para os professores trabalharem e demais itens que apoiam na alfabetização, como brinquedos. A gente pode medir algumas outras coisas nessas crianças e bebês que conseguem nos dar uma pista se o desenvolvimento deles é adequado para a idade, como reação a alguns estímulos e o desenvolvimento linguístico. A Semec não fez esse processo. Então eu não consigo aferir a qualidade do que foi desenvolvido do ponto de vista qualitativo nessa etapa. Belém é a terceira pior capital do Brasil do ponto de vista de aprendizagem de português e matemática no quinto ano. Não sou eu que estou falando, é o governo federal que aplica essa avaliação. Vamos ter praticamente metade das crianças em níveis inadequados de alfabetização. Ou seja, existe um problema pedagógico, de diretriz pedagógica, muito sério aqui na rede. Esse problema, a meu ver, está relacionado à falta de monitoramento constante da aprendizagem. Monitorar ao longo do tempo exige gestão. Você precisa ter os instrumentos de avaliação apropriados dentro de uma escala, e quando eu digo escala é aplicar as questões de provas para diversos alunos para entender se o grau de dificuldade está adequado ou não, o que gera uma escala. Isso só é possível fazer com gestão, que não pode sobrepor ao pedagógico. Só que o pedagógico para acontecer precisa ter indicador que vai produzir a gestão.

Quais os desafios enfrentados pelas escolas municipais de Belém?

No monitoramento da aprendizagem, existe um primeiro desafio o qual crianças com idades de 0 a 3 anos não é obrigatória a matrícula; já 4 e 5 anos, a matrícula é exigida. As famílias não podem optar por não colocar os filhos nas escolas, se a Constituição Federal exige que a matrícula seja feita. O ponto é que a prefeitura não oferece a matrícula, não existe vaga para todo mundo. Esse é um primeiro ponto que quando a gente discute, a prefeitura não tinha avançado nessas etapas, já que ela não cumpriu nem o básico que é atender os alunos na pré-escola com creches. O primeiro desafio que a Semec tem para o ano de 2025 é garantir que todas as crianças de 4 a 5 anos tenham atendimento dentro da rede. Atualmente, a Secretaria trabalha basicamente com três formatos: ou o prédio da escola é alugado, ou é próprio, ou o prédio é de uma entidade que recebe per capita um valor por aluno matriculado. A Semec precisa começar a pensar em outros jeitos de atender esses alunos, inclusive utilizando a estrutura que o estado tem. A gente tem que começar a entender que o desafio é trabalhar a rede pública. Já começamos uma conversa com o governo do estado no sentido de utilizar parte da estrutura para atender os alunos que estão sem vaga hoje na rede municipal. Um segundo desafio é que precisa ter critério na educação infantil. Precisamos ter um indicador de trabalho desenvolvido, porque senão o professor fica perdido e não sabe qual o resultado do trabalho dele. Se não sabemos o que estamos gerando, não conseguimos corrigir falhas.

O senhor falou em prédios escolares. Como você avalia a infraestrutura das escolas municipais de Belém?

Do ponto de vista da infraestrutura, eu já visitei diversas unidades e é ruim em muitas escolas. Elas carecem não só da estrutura física do prédio adequada, como também do conjunto de equipamentos que permitam o desenvolvimento do trabalho pelos professores, porque não dá para querer cobrar que a rede tenha um desempenho bom se não há o e necessário do órgão central, falando da educação infantil. E não é só a infraestrutura, principalmente falando de educação infantil. A realidade hoje é que temos uma rede e um número considerável de escolas que ou por reforma nos últimos anos, e isso é positivo. É importante a gente fazer isso. Só que de nada adianta ter infraestrutura se não existirem equipamentos para os professores e que eles saibam como utilizá-los. Quando eu digo equipamentos, eu vou desde o equipamento tecnológico até brinquedos que vão ser utilizados na educação infantil para começar um processo de letramento matemático. Então, é importante dar mais autonomia para as escolas para que elas tenham um processo de aquisição de equipamentos de acordo com a realidade deles. Não adianta comprar o mesmo equipamento para a escola no bairro do Marco e também para a escola em Cotijuba. A realidade do professor é diferente, a cultura do local é distinta, os alunos aprendem de jeitos variados. O segundo vem sobre a discussão de formação continuada dos professores. É preciso garantir isso, porque independentemente do material que o professor vai usar, tem coisas que são padronizadas para toda a rede.

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Como a Semec tem analisado essa formação?

Quando não se faz monitoramento de aprendizagem, é sempre um sinal de que há um problema instalado. Quando você não tem monitoramento, a política de formação continuada é uma discussão sem fim. A questão é que precisa ter avaliação, o que não necessariamente precisa ser por meio de provas, mas precisa ter algum jeito de avaliar o aprendizado dos estudantes, porque se um aluno não consegue aprender as quatro operações básicas da matemática, talvez o professor não esteja conseguindo ensinar. Eu preciso apoiar e dar e para esse professor. É frustrante quando você está dando o seu melhor na sala de aula e o resultado não vem. E muitas vezes não vem porque você não tem um conjunto de informações que precisa para poder mudar sua prática. A formação continuada é para ajudar o professor a resolver o problema dele dentro da sala de aula. Então, a formação agora na Secretaria a a ter um teor mais prático para ajudar o professor com os desafios que ele tem diariamente dentro da sala de aula.

Quais projetos o senhor considera prioritários para a educação de Belém em 2025?

O primeiro ponto são os serviços suplementares. Eles não são o foco da escola, mas são fundamentais: alimentação e transporte escolar. A alimentação escolar foi uma crise na última gestão, a qual diversas escolas ficaram sem merenda nos últimos seis meses. Isso não pode acontecer porque atrapalha o desenvolvimento da criança, principalmente aquela de 0 a 6 anos, como também afasta as crianças da escola, porque muitas vão na expectativa de ter uma alimentação. Quando não tem, elas ficam em casa. Então, esses dois serviços (alimentação e transporte escolar) a gente já tem trabalhado fortemente. Esse ano de 2025, o cardápio na rede atual já é diferente do cardápio que funcionava na rede do ano ado, pois tivemos uma melhoria. Mas não podemos esquecer que o objetivo da escola é garantir a aprendizagem. Não me adianta ter a melhor merenda, transporte e as crianças saírem da escola sem saber ler e escrever. Aí são crianças com 12 anos, 13 anos que não foram alfabetizadas, que é uma realidade na rede. Precisamos entender qual é o conjunto de políticas pedagógicas para garantirmos o direito ao aprendizado na idade correta. É fechar a torneira do problema e garantir que a rede tenha ferramentas para fazer um processo de monitoramento constante da alfabetização. Paralelamente a isso, a gente tem um problema de gerações que estão hoje na escola e que não aprenderam o básico. A quantidade de crianças assim é enorme na rede municipal. Este não é um problema específico de Belém, isso é uma realidade a nível de Brasil, mas aqui a gente tem um problema grande porque a alfabetização não se dá no nível correto e esse problema se estende por muito tempo. Então, fechar a torneira dos problemas é garantir um processo que vamos chamar de recomposição da aprendizagem.

Como a Semec está lidando com a implementação de tecnologias no processo educacional?

Tecnologia você tem duas frentes: equipamento e quem usa o equipamento. Vou citar um caso concreto. Salas de informática. A portaria de lotação pega um professor e coloca ele dentro de uma turma que foi formada. Isso é um processo de lotação que gera carga horária. A Secretaria vinha trabalhando com o que chamava de salas de informática, projeto de informática. A portaria falava que deveria haver um curso para quem é lotado na sala de informática. Você acha que o curso foi realizado? Nunca foi realizado. As pessoas estavam lotadas na sala de informática sem o treinamento para trabalhar. Além disso, diversas escolas nem computadores possuem ou têm equipamentos velhos ou sucateados que pouco contribuem para o processo pedagógico. Sem contar que a área pedagógica da Secretaria não tinha nenhuma relação com o projeto de informática que as escolas faziam. Ou seja, não tem diretriz. Não é porque elas não queriam, não é porque as pessoas não tinham vontade de fazer um bom projeto de informática na escola, mas é porque a Secretaria não dava o e. Se a tecnologia não estiver a favor da aprendizagem e regulada por um adulto, as crianças am o dia no TikTok, Instagram e Facebook. Não estou falando que esse tipo de o não é importante, mas não dentro da sala de aula. Um outro tema importante de discutir enquanto rede é o conceito de sala de informática, que já é ultraado também. O ideal é que qualquer sala possa ser uma sala de informática. A gente precisa ter equipamento dentro da sala para que qualquer professor possa usar. Você acha que todas as 204 escolas da rede tem o mesmo nível de maturidade de tecnologia? Existem escolas que estão lá em cima e há outras que estão engatinhando.

Como o engajamento de pais, mães e responsáveis contribuem para a comunidade escolar?

Escolas que têm envolvimento da família têm melhores resultados. E aí uma coisa que precisa ficar muito claro é que a escola não é um depósito de criança, e sim um espaço de aprendizado, assim como é a casa desses estudantes. A família precisa dar o e para a escola e se envolver de verdade no processo educativo dentro da comunidade escolar. Entender o que está sendo ensinado para os seus filhos, se envolver no processo, entender como consegue ajudar o professor, o diretor, o coordenador pedagógico dentro das escolas. Enquanto poder público temos que entender que muitas famílias não têm esse tempo. Inclusive, tem crianças que não têm esse e de pai ou mãe para poder ajudá-las na escola. E a gente precisa dar e para as crianças. É preciso entender como pegar as boas práticas que existem para trazer para o conjunto da rede. O envolvimento da família não pode ser só para cobrar a escola, tem que ser para ajudar a escola também. E isso acontece na escola particular, e tem que ocorrer na escola pública.

Como a Semec vai trabalhar para melhorar o IDEB das escolas municipais?

R Vamos ter a unidade de ensino médio da Escola Bosque. Agora a gente tem uma rede maior quando olhamos para o quinto ano e para o ensino fundamental nos anos iniciais e anos finais. É reforçar a aprendizagem em português e matemática, fazer monitoramento em intervalos curtos de tempo, realizar formação continuada e os professores vão ter os equipamentos para trabalhar nas escolas. Isso é fundamental. Quando a gente fala de uma prova para um aluno, o que importa não é o que está escrito na questão, o que importa é qual a habilidade que foi trabalhada naquela questão. Não adianta fazer avaliação dos estudantes se as escolas não tiverem . Isso foi uma reclamação generalizada dos diretores de escola quando eu estive com eles aqui. Muitas ações foram realizadas e eles não recebiam um retorno do que era feito. Outro problema é a alfabetização. Então aqui eu estou falando de IDEB, porque o IDEB não vai medir a alfabetização. É proficiência em língua portuguesa e matemática. Mas existe um outro processo que é fundamental na alfabetização. Se a gente não corrige esse processo na essência, a gente vai carregando ao longo dos anos uma criança, que por não estar alfabetizada, não consegue aprender mais nada. Então, é focar na educação infantil, alfabetização e proficiência em língua portuguesa e matemática.

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