Tempo chuvoso faz a venda de repelentes disparar em Belém

A chegada do inverno e o aumento das chuvas alertam sobre o aumento da principal doença desta época do ano: a dengue. Isso porque com maior proliferação de mosquitos, como o Aedes aegypti, também cresce o risco de doenças como dengue, zika e chikungunya. Diante desse cenário, o uso de repelente se torna uma medida essencial para a proteção individual e coletiva, evitando os surtos da doença. A especialistas alertam que a aplicação correta e frequente do produto é uma das formas mais eficazes de evitar a transmissão de arboviroses.

De acordo com a dermatologista Adriana Simões, o repelente é uma substância que cria uma certa “nuvem” na superfície da pele responsável por afastar pernilongos, carrapatos, pulgas e demais insetos do corpo humano. O produto deve ser aplicado em dois principais momentos do dia: no nascer do sol e no pôr do sol, os horários mais favoráveis à ação desses insetos. A aplicação do produto deve ser feita de forma cautelosa e em áreas do corpo que estão expostas, sem a barreira física das roupas.

“A aplicação correta seria no nascer do sol ou no pôr do sol, nas horas mais favoráveis aos insetos. É preciso que a aplicação seja em pequenas áreas do corpo. A intenção é que as pessoas estejam de roupa para aplicar nas áreas expostas, na pele que sobrar para fora da roupa porque o que você tem de barreira física já ajuda contra os insetos. O que não é recomendado é ar ao redor do olho, da boca, em locais que vai ter inalação ou ingestão, além de em cima de feridas ou queimaduras”, recomenda a médica.

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Em crianças, o produto é recomendado em forma de loção ou creme. Na faixa etária acima de seis meses até dois anos o produto deve ser aplicado apenas uma vez ao dia. Em adultos, o produto pode ser em qualquer forma, seja gel, spray, creme ou loção, duas vezes ao dia. Mas atenção: repelente em spray ou em gel não deve ser aplicado em crianças de qualquer idade, já que há grande possibilidade de inalação das partículas.

“A Anvisa recomenda que o produto seja usado acima de seis meses. Mas repelente em spray ou gel não é recomendado para crianças no geral porque há chance de inalação de partículas em suspensão. Então, spray e gel devem ser usados somente por adultos. Tudo o que a gente a na pele tem capacidade de absorção e pode causar intoxicação através da própria pele”, afirma a dermatologista Adriana.

“Qualquer tipo de pele pode usar repelente. O IR3535 é praticamente considerado atóxico, a Icaridina é de baixa absorção do organismo e, consequentemente, tem baixa irritação cutânea, baixa toxicidade oral e dérmica. Já o DEET é de mais alta absorção na pele. Mas se tens um bebê vais ar um DEET? Não. Apenas acima de dois anos”, disse a especialista.

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PROCURA

A procura pelos repelentes tem aumentado nas farmácias da capital paraense com a chegada do inverno amazônico. Em uma drogaria, localizada na avenida Duque de Caxias, as vendas desse produto se intensificaram ainda esse mês. Por lá, é possível encontrar repelente em spray, loção ou em gel para todos os tipos de público, desde crianças até adultos e idosos. Os preços variam entre R$16 a R$43, dependendo do tipo do produto, peso e marca.

“A gente já se prepara pela procura de repelente nessa época de inverno amazônico porque é justamente nesse período que há um aumento das doenças tropicais, uma delas é a dengue. Então aqui já tem saído bastante, muitas pessoas têm vindo procurar pelo produto justamente para se proteger, já que a prevenção é a principal arma que temos contra a dengue. Temos de todas as formas, em gel, ou loção, para adultos, crianças e idosos que costumam ter a pele mais frágil”, disse a farmacêutica Alessandra Pinheiro.

CUIDADO

A aposentada Maria do Carmo Lemos, de 75 anos, não deixa de se cuidar contra o Aedes Aegypti, principalmente durante o período chuvoso em Belém. Avó de duas crianças, ela também usa o produto nos netos, principalmente durante a noite, na hora de dormir. “Eu uso direto em mim e nos meus netos, é muito bom para prevenir a dengue. Eu uso todo dia e o neles também, principalmente durante a noite antes de dormir para me proteger. Já imaginou pegar dengue nessa idade? Fica complicado até para as crianças”, disse.

Já Márcia Oliveira, 52 anos, costuma aplicar o repelente apenas quando viaja ao interior devido ao grande número de mosquitos, maruins e mutucas. Assim como ela e o marido, os netos também são incentivados a ar o cosmético para afastar os mosquitos vetores de doenças. “Eu uso repelente mais quando eu vou para o interior porque é época de mutuca e tem muito carapanã. Aqui em Belém, tenho que itir que dou uma relaxada. Eu também incentivo que meus netos usem, sempre compro para que a mãe deles em neles também”, afirmou a técnica em enfermagem.

Tipos

eficácia

• O grau de eficácia desse cosmético está relacionada a três principais princípios ativos, sendo eles: IR3535, Icaridina e DEET. O primeiro é geralmente vendido com uma concentração de 20%, sendo considerado o composto de mais baixa duração na pele, cerca de apenas quatro horas. O DEET, vendido entre 20 a 30% de concentração, protege um pouco mais de cinco horas. Por fim, a composição com Icaridina é a que tem maior proteção, podendo chegar a 10 horas na pele.