Escolas de samba fazem ensaio geral em Belém 

Marcada por samba e animação, a tarde de domingo (16) reuniu agremiações, intérpretes e amantes da folia, que participaram do Ensaio Geral das Escolas de Samba Associadas (ESA) de Belém. O evento, que já se consolidou como um dos principais termômetros para o Carnaval da cidade, teve o cortejo saindo do Complexo Ver-o-Rio e seguiu em direção ao Parque Urbano Belém Porto Futuro, comandado pelo grupo Batuque Cabano.

“Carnaval de escola de samba é povo na rua, é comunidade”, diz Fernando Guga, presidente da ESA. “A gente está chamando de Ensaio Geral, que é o bloco que reúne todas as escolas filiadas à ESA. É esse grande cortejo, cantando samba-enredo, misturando ritmos para contemplar todo mundo. É uma festa completa para quem gosta de carnaval”, destacou.

Com um repertório diversificado, o grupo Batuque Cabano contou com Luizinho Moura, um dos intérpretes do grupo, que destacou, além da energia animadora do projeto, um momento de “furar a bolha” para além de sambas-enredos.

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“Já faço parte do Carnaval há 8 anos, e quase 5 anos de Batuque, e via que Belém precisava de um projeto como esse, que animasse mais esse período. A gente trouxe também clássicos do axé e músicas adaptadas, algo que o público não está tão acostumado a ouvir em nossas vozes”, comentou.

Entre as escolas presentes, estava a Embaixada Império Pedreirense, acompanhada pelo presidente Paulo Roberto. “As escolas já estão preparadas, os barracões estão funcionando a mil [de energia] e os ensaios estão acontecendo. Vai ter muita novidade, mas sem perder a tradição e a força das comunidades”, afirmou.

O músico Augusto Neto, 39, saiu de Icoaraci para se divertir. Apaixonado pelo samba e pelo Carnaval de Belém, o ensaio é mais do que um evento: é uma tradição. Vestido de rei, para ele, a folia “já virou parte da identidade”. “Todos os anos a gente acompanha, quando dá, pessoalmente. A gente é fanático por Carnaval. Entramos no clima, então é isso: Carnaval está no sangue e no coração”, comentou, acompanhado dos familiares.

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O cozinheiro Sérgio Quemel, de 63 anos, não deixa de participar da folia desde criança, e dessa vez não foi diferente. “Eu gosto disso, de um bom Carnaval de rua, igual aqueles que tínhamos desde que eu me entendo por gente. Porque aqui é momento de diversão, de nos soltarmos, de ser livre. Sou um eterno apaixonado pelo Carnaval”.

O ensaio geral foi apenas um aperitivo do que os brincantes podem esperar até março. Segundo Guga, os preparativos agora ganham mais intensidade. “A partir de hoje, os ensaios acontecem nos bairros, nas comunidades e na Aldeia Cabana, com os ensaios técnicos. Agora é Carnaval no meio da semana, no fim de semana, não para”.

Depois das 20h, os foliões puderam aproveitar as atrações musicais, incluindo a banda Fruto Sensual e o intérprete oficial da Mocidade Independente de Padre Miguel, Zé Paulo Sierra, vindo diretamente do Rio de Janeiro. O ensaio serviu como um aquecimento para os desfiles que acontecerão nos dias 14 e 15 de março na Aldeia Cabana.

Hotéis e alimentação

Estamos a poucos dias do Carnaval 2025, importante época para o setor de bares e hotéis no estado. De acordo com o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SHRBS-PA), os carnavais no interior do estado são as principais escolhas dos foliões que buscam as agitações.

Segundo o assessor jurídico do SHRBS-PA, Fernando Soares, o período, assim como em outras épocas do ano, é marcado pela sazonalidade, quando proprietários de estabelecimentos procuram atrair o cliente para garantir faturamento. “A época do Carnaval é marcada por quem quer curtir a folia e também por quem quer aproveitar alguma praia no interior paraense. A expectativa do setor para o momento são as melhores”, destaca.

Para quem busca curtir a folia, Fernando ressalta que os principais destinos são no nordeste paraense, com o Carnaval de Cametá; Vigia, embalado pelos blocos Cabrasurdos e Virgienses; e Curuçá com o Pretinhos do Mangue. “Esses municípios são tradicionalmente conhecidos com os blocos que arrastam muitas pessoas, o que é positivo para o setor, por exemplo, de hospedagens”.

Fernando Soares destaca, ainda, que além das opções momescas com muita folia, há quem prefira ar os dias de Carnaval de forma menos agitada e mais tranquila em alguma praia, a exemplo de Alter do Chão, em Santarém, e as praias de Salinas. “São locais que oferecem boas e muitas opções de hospedagens, com diferentes preços, a depender do gosto e do bolso de quem deseja”.

O setor que mais fatura neste contexto é o da alimentação fora do lar, conforme explica o assessor jurídico do SHRBS-PA. “Muita gente vai ar dias no Carnaval e não vai querer fazer comida tendo a praticidade de comprar já pronta a refeição. Por isso, os estabelecimentos no ramo da alimentação são os que mais lucram nestas épocas”.