Remédios com semaglutida podem interferir na saúde da pele

No início deste mês, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) fez um alerta sobre o impacto do uso de medicamentos à base de semaglutida, como Ozempic, na saúde da pele. Esses medicamentos são destinados ao emagrecimento e controle da diabetes e podem causar efeitos colaterais como náuseas, vômitos, diarreia, constipação e dor abdominal.

Embora os efeitos adversos mais comuns sejam gastrointestinais, em relação à pele pesquisas identificaram efeitos menos comuns, mas relevantes. Entre eles estão queda de cabelo (alopecia), alterações na sensibilidade da pele (como formigamento, dor ou queimação) e reações no local da aplicação subcutânea do medicamento.

Conforme a médica dermatologista Caroline Palheta, um aspecto quanto ao uso desses medicamentos é o impacto do emagrecimento rápido, uma das principais consequências dos fármacos. “A sustentação da pele do rosto é feita também por gordura. Quando há perda de peso muito rápida, o paciente pode ficar com um aspecto de aparência envelhecida”.

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Palheta destaca, também, que, como resultado do rápido emagrecimento, há diferentes estudos que indicam a queda de colágeno na pele, o que resulta na flacidez cutânea. Entre os exemplos, há a redução do volume do bumbum e flacidez do abdome.

Para quem precisa fazer uso dos medicamentos à base de semaglutida, a recomendação é ter acompanhamentos médico e nutricional. “Nos casos de tratamento da flacidez, pode ser feita a reposição de colágeno por meio de bioestimuladores, e no rosto pode ser realizado preenchimento facial com ácido hialurônico”.

Para a SBD, a perda de peso rápida e acentuada pode comprometer os níveis de nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas e ácidos graxos, fundamentais para a manutenção da hidratação, elasticidade e barreira cutânea da pele.

A instituição ressalta que para pacientes com doenças dermatológicas preexistentes, não há contraindicações formais para o uso dos medicamentos à base de semaglutida, sendo recomendado que pacientes com histórico de doenças autoimunes cutâneas, como lúpus, sejam acompanhados pelo dermatologista, pois foram relatados casos de reativação ou surgimento destas condições durante o uso da semaglutida.

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A SBD reforça ainda que pacientes que utilizam Ozempic precisam ter acompanhamento dermatológico contínuo, especialmente para monitorar e tratar os efeitos adversos na pele, o que necessita de um olhar cuidadoso com a saúde cutânea.