Vitamina D é grande aliada da boa saúde; veja os benefícios

A vitamina D é conceitualmente um pró-hormônio que desempenha papel fundamental na concentração do cálcio e metabolismo ósseo. Além da ação nestas funções, a vitamina D está envolvida na regulação de mais de 1.000 genes, o que sugere que possa ter um papel em muitos outros processos fisiológicos, conforme o documento científico “Hipovitaminose D em pediatria: diagnóstico, tratamento e prevenção - Atualização”, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

No ano ado, a entidade médica ou a recomendar a suplementação de vitamina D para toda criança e adolescente até os 18 anos. As diretrizes anteriores sugeriam essa complementação apenas até um ano de idade. A alteração na diretriz foi publicada no início de novembro de 2024 pela SBP. A decisão ocorreu após a constatação de que crianças e adolescentes estão produzindo menos vitamina D. Os motivos incluem redução da exposição à luz solar e baixa ingestão de alimentos ricos no nutriente.

A professora substituta da Universidade Federal do Pará (UFPA) e médica pediatra Kíssila Ferraro avalia positivamente a recomendação da SBP para a faixa etária, observadas as especificidades deste público. “A vitamina D é uma substância muito importante a nível de metabolismo ósseo, a nível de metabolismo global envolvendo até a regulação de genes”, destaca.

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CRESCIMENTO

“Até os 18 anos ocorre um crescimento celular a nível global que não só é um crescimento esquelético, mas principalmente esquelético. Porque nós temos estirões de crescimento, picos de crescimento. O primeiro pico é no bebê, o lactente; o segundo na fase pré-escolar, com três anos de idade; o terceiro pico é na adolescência, o estirão do crescimento antes da menina menstruar e antes do menino entrar na puberdade”, explica, sobre a importância da vitamina D para o crescimento humano.

Segundo a SBP, estima-se que a deficiência de vitamina D atinja um bilhão de pessoas no mundo. A depender de sua gravidade e duração, a hipovitaminose D pode ser assintomática ou se manifestar como atraso do crescimento e desenvolvimento, irritabilidade, dores ósseas e, quando grave e prolongada, pode causar raquitismo em crianças, e osteomalácia (enfraquecimento e desmineralização óssea) em adolescentes e adultos

Aproximadamente 90% da vitamina D no organismo é proveniente da síntese cutânea após exposição solar e menos de 10% é obtida por fontes alimentares, como fígado de boi, óleo de fígado de bacalhau e peixes gordurosos de água fria, como atum e salmão. Ferraro ressalta que estes alimentos fontes de vitamina D não são culturalmente tão aceitos por este público, daí a necessidade da suplementação.

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Porém, é importante realizar a suplementação de forma adequada. De acordo com a pediatra, caso a suplementação seja insuficiente, pode resultar em hipovitaminose. Caso haja o excesso, pode gerar uma intoxicação por vitamina D.

“Se ela é responsável pelo metabolismo, reabsorção de cálcio no intestino, no rim, pode ser que gere cálculos renais e que esse paciente tenha um aumento grande de cálcio no corpo. É muito importante você ter o acompanhamento de um especialista que olhe a pessoa como um todo; tem que se avaliar sempre o risco e benefício de cada substância usada”.

Suplementação

Crianças e adolescentes que costumam realizar muitas atividades ao ar livre, a priori, não precisariam de suplementação. Entretanto, aquelas que ficam a maior parte do tempo em ambientes fechados podem precisar. A suplementação também pode ser sazonal, como apenas no inverno, quando atividades ao ar livre costumam ser mais restritas, principalmente em regiões onde o frio é mais intenso.

“Eu vejo como um desafio, principalmente quando a gente fala de uma substância que você precisa comprar, pois nem todo mundo tem um poder aquisitivo para isso. É uma recomendação pela SBP, mas ainda não é fornecido pelo Ministério da Saúde via unidades básicas e estratégias de saúde da família, por exemplo. Então acaba sendo por esse motivo um desafio de suplementação”, comenta Kíssila Ferraro.