{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/907029/reciclagem-o-que-para-voce-e-lixo-para-eles-e-esperanca-de-vida","headline":"Reciclagem: o que para você é lixo, para eles é esperança de vida","datePublished":"2025-05-18T08:51:30.503-03:00","dateModified":"2025-05-18T08:51:20.717-03:00","author":{"@type":"Person","name":"(Cíntia Magno/ Diário do Pará)","url":"/noticias/para/907029/reciclagem-o-que-para-voce-e-lixo-para-eles-e-esperanca-de-vida"},"image":"/img/Artigo-Destaque/900000/imagemotimizada---2025-05-18T083114808_00907029_0_.jpg?xid=3057347","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Além da importância para o meio ambiente, o trabalho dos catadores de materiais recicláveis ajuda a sustentar muitas famílias e criar histórias de superação e amor. Conheça algumas delas.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Cerca de 31,8 mil toneladas de res\\u0026#237;duos foram coletados e destinados para a reciclagem no Par\\u0026#225;, em 2023. Um setor que, segundo apontam os dados estimados pelo Anu\\u0026#225;rio da Reciclagem 2024, geram um faturamento anual de R$20,8 milh\\u0026#245;es \\u0026#224;s organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es de catadores que atuam no Estado. Em todo o Brasil, a soma do total faturado anualmente pelas organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es mapeadas chega a R$1,36 bilh\\u0026#227;o. Por tr\\u0026#225;s dos n\\u0026#250;meros levantados pelo estudo elaborado pelo Instituto Caminhos Sustent\\u0026#225;veis, est\\u0026#225; a atua\\u0026#231;\\u0026#227;o di\\u0026#225;ria daqueles que fazem a reciclagem acontecer no pa\\u0026#237;s : os catadores.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Aos 71 anos de idade, Lourdes Santos da Costa tem orgulho da trajet\\u0026#243;ria constru\\u0026#237;da h\\u0026#225; 14 anos como catadora. Dos res\\u0026#237;duos garimpados ao longo da vida, a m\\u0026#227;e solo conseguiu n\\u0026#227;o apenas garantir o alimento e o sustento para a sua fam\\u0026#237;lia, como tamb\\u0026#233;m os estudos da \\u0026#250;nica filha. “Eu n\\u0026#227;o tinha a inten\\u0026#231;\\u0026#227;o de trabalhar com reciclagem. S\\u0026#243; que eu tinha um costume dos meus pais, que eles gostavam de limpeza”, recorda. “Ent\\u0026#227;o, quando eu colocava o lixo dom\\u0026#233;stico na rua, eu arrumava tudinho e a\\u0026#237; vinham aqueles catadores e abriam, faziam aquela algazarra danada. A\\u0026#237; eu comecei me interessar em tirar a reciclagem, separar do lixo e dar para eles porque eu achava que ficava feio ficar espalhando”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Um dia, sem que Lourdes esperasse, uma cooperativa de reciclagem se mudou para o seu bairro. Uma vizinha que ava e a via varrendo a frente de casa e separando os materiais recicl\\u0026#225;veis decidiu perguntar por que ela n\\u0026#227;o tentava trabalhar na cooperativa. “Essa vizinha me perguntou: ‘Voc\\u0026#234; n\\u0026#227;o quer ganhar dinheiro? Tu j\\u0026#225; faz isso de gra\\u0026#231;a, por que tu n\\u0026#227;o faz ganhando?’. A\\u0026#237; eu fui l\\u0026#225;, digamos, ver se eu ia me acostumar e pronto. N\\u0026#227;o sa\\u0026#237; mais disso”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com o conhecimento adquirido na cooperativa, Lourdes n\\u0026#227;o conseguia mais ar pelas ruas, ver uma garrafa pl\\u0026#225;stica despejada e n\\u0026#227;o a recolher. Mais do que um item sem serventia descartado irregularmente, o que ela via era a possibilidade de complementar a sua renda. “Eu tenho uma filha s\\u0026#243; e ela se formou em servi\\u0026#231;o social, eu trabalhando em cooperativa. Hoje ela mora no Paran\\u0026#225; e trabalha l\\u0026#225;”, conta, orgulhosa. “Ela trabalhava numa firma e quando ela quis ir fazer a faculdade, eles disseram: ‘Ou voc\\u0026#234; trabalha ou voc\\u0026#234; estuda’. A\\u0026#237; eu disse: ‘Minha filha, n\\u0026#227;o responda mal. Diga que ela fa\\u0026#231;a o que ela achar que deva fazer, n\\u0026#233;?’. A\\u0026#237; ela despachou a minha filha. Foi quando eu disse para ela: ‘Voc\\u0026#234; quer estudar de verdade?’ e ela disse que queria”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Lourdes n\\u0026#227;o esconde que os quatro anos tendo que bancar a faculdade da filha n\\u0026#227;o foram f\\u0026#225;ceis, mas tamb\\u0026#233;m se orgulha de contar o bom desempenho que ela sempre teve. Ao final da jornada, tamb\\u0026#233;m foi o dinheiro conquistado com muito esfor\\u0026#231;o atrav\\u0026#233;s da reciclagem que permitiu que a filha tivesse uma festa de formatura. “Foi uma luta. Quando eu terminei de pagar tudo, que eu paguei o ano todinho, a festa, eu chorei tanto porque eu fiquei pensando: ‘Meu Deus, eu consegui. N\\u0026#243;s conseguimos, n\\u0026#233;?’. Eu com o dinheiro e ela com o estudo”, lembra.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As hist\\u0026#243;rias de conquistas atrav\\u0026#233;s do trabalho com materiais recicl\\u0026#225;veis se estendem por entre v\\u0026#225;rios catadores cooperados da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicl\\u0026#225;veis (Concaves), com sede no bairro do Jurunas, em Bel\\u0026#233;m. Em muitos casos, a coleta e sele\\u0026#231;\\u0026#227;o de materiais recicl\\u0026#225;veis \\u0026#233; a oportunidade encontrada para levar comida \\u0026#224; mesa, sobretudo entre mulheres chefes de fam\\u0026#237;lia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer mais not\\u0026#237;cias sobre Par\\u0026#225;? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e nosso canal no WhatsApp\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Aldenira dos Santos estava desempregada quando uma vizinha que trabalhava como catadora lhe fez um convite. \\u0026#192; \\u0026#233;poca, ela lembra que n\\u0026#227;o entendia nada sobre reciclagem, mas na cooperativa p\\u0026#244;de aprender tudo o que lhe vem permitindo trabalhar na \\u0026#225;rea j\\u0026#225; h\\u0026#225; sete anos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A hist\\u0026#243;ria dela com o galp\\u0026#227;o instalado na Avenida Bernardo Say\\u0026#227;o j\\u0026#225; vinha de longa data. Antes, o local abrigava uma f\\u0026#225;brica de palmito, local em que n\\u0026#227;o apenas ela trabalhou como a sua pr\\u0026#243;pria m\\u0026#227;e. Quis o destino que, depois de ados tantos anos, ela retornasse ao local que agora abriga a cooperativa. “Nessa f\\u0026#225;brica eu trabalhei. Eu, a minha fam\\u0026#237;lia, a minha m\\u0026#227;e. Inclusive, a minha m\\u0026#227;ezinha que j\\u0026#225; faz 20 dias que faleceu, se aposentou por aqui pela f\\u0026#225;brica de palmito. Eu trabalhei 3 anos na f\\u0026#225;brica, depois acabou e, tempos depois, eu voltei para trabalhar com a reciclagem”, conta. “Ent\\u0026#227;o, a reciclagem para mim \\u0026#233; uma fonte de renda. Eu pago minhas contas, eu compro o meu alimento, o meu vestir, o meu cal\\u0026#231;ar para as minhas filhas. \\u0026#201; um servi\\u0026#231;o que eu gosto de fazer”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Aldenira, hoje com 52 anos, reconhece a import\\u0026#226;ncia que o seu trabalho tem tamb\\u0026#233;m para o meio ambiente. E para quem trabalha com as aten\\u0026#231;\\u0026#245;es voltadas para esse tipo de material, n\\u0026#227;o \\u0026#233; dif\\u0026#237;cil perceber que muita gente ainda destina de forma incorreta um res\\u0026#237;duo que vale dinheiro. “Quando a gente a, assim, nas valas, a gente v\\u0026#234; muito pl\\u0026#225;stico dentro dos rios, das valas, a\\u0026#237; entope quando chove, entope tudo. Ent\\u0026#227;o, \\u0026#233; muito importante a gente fazer esse servi\\u0026#231;o porque a gente tira o material da rua, do esgoto, a gente limpa o meio ambiente. \\u0026#201; isso que a gente faz na nossa reciclagem”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;LIX\\u0026#195;O\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O valor do material jogado no lixo por grande parte da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o foi reconhecido h\\u0026#225; muitos anos pela tamb\\u0026#233;m catadora Zoneide Costa da Silva, 63 anos. Antes de decidir atuar na cooperativa, o que ocorreu h\\u0026#225; cerca de 10 anos, ela ou 15 anos trabalhando no ent\\u0026#227;o lix\\u0026#227;o do Aur\\u0026#225;. “Era dif\\u0026#237;cil porque eu trabalhava \\u0026#224; noite. Eu ia 18h e voltava para minha casa 6h da manh\\u0026#227;. Eu catava esses materiais todos, levava pra casa, da\\u0026#237; eu separava como eu estou separando aqui agora”, recorda, ao exemplificar o perigo que ela e outros catadores avam na \\u0026#233;poca. “At\\u0026#233; que o trator bateu na minha perna, fiquei dois meses em casa”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Foram 15 anos se arriscando entre as montanhas de lixo acumulado at\\u0026#233; que surgisse a cooperativa. Uma mudan\\u0026#231;a que transformou a sua realidade. “Mudou demais porque l\\u0026#225; (no lix\\u0026#227;o) a gente tinha que prestar aten\\u0026#231;\\u0026#227;o em trator, carro. \\u0026#201; por isso que eu trabalhava mais de noite, porque n\\u0026#227;o tinha muito esse neg\\u0026#243;cio de carro”, compara. “Aqui tem luva, a gente almo\\u0026#231;a, tem o nosso descanso at\\u0026#233; o hor\\u0026#225;rio para voltar o trabalho. Aqui a gente \\u0026#233; unido. Tudo o que a gente come \\u0026#233; dividido. E h\\u0026#225; 25 anos o meu sustento \\u0026#233; do material recicl\\u0026#225;vel. Hoje eu tenho a minha casinha, gra\\u0026#231;as a Deus”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Zoneide Costa.\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/Zoneide-Costa_00907029_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FZoneide-Costa_00907029_0_.jpg%3Fxid%3D3057349%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747854703\\u0026amp;amp;xid=3057349\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/900000/767x0/Zoneide-Costa_00907029_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F900000%2FZoneide-Costa_00907029_0_.jpg%3Fxid%3D3057349%26resize%3D380%252C200%26t%3D1747854703\\u0026amp;amp;xid=3057349\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; Zoneide Costa. |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;(Foto: Irene Almeida / Di\\u0026amp;#225;rio do Par\\u0026amp;#225;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\t\\t\\t\\u0026lt;br\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A import\\u0026#226;ncia desse trabalho cooperado \\u0026#233; destacada pela presidente da Concaves, D\\u0026#233;bora Ba\\u0026#237;a. Foi atrav\\u0026#233;s do trabalho na cooperativa que ela conseguiu se formar em gest\\u0026#227;o ambiental e hoje aplica os conhecimentos adquiridos na pr\\u0026#243;pria atividade. “O cooperativismo \\u0026#233; uma ferramenta fundamental porque al\\u0026#233;m de integrar sem distin\\u0026#231;\\u0026#227;o de ra\\u0026#231;a, de g\\u0026#234;nero e at\\u0026#233; mesmo a quest\\u0026#227;o estudantil, \\u0026#233; uma oportunidade que a gente tem, principalmente quem n\\u0026#227;o tem possibilidades no mercado formal”, avalia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Atualmente, 22 pessoas est\\u0026#227;o associadas \\u0026#224; cooperativa que faz a coleta e destina\\u0026#231;\\u0026#227;o tanto do papel, quanto do pl\\u0026#225;stico, do vidro, de metais em geral e tamb\\u0026#233;m eletroeletr\\u0026#244;nicos. Com o galp\\u0026#227;o em obras, hoje a produ\\u0026#231;\\u0026#227;o est\\u0026#225; um pouco reduzida em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o ao que costumavam fazer, mas, ainda assim, eles conseguem recolher 45 toneladas de res\\u0026#237;duos por m\\u0026#234;s. “Inclusive, a gente est\\u0026#225; fazendo um estudo para saber qual \\u0026#233; o papel das cooperativas dentro da cidade de Bel\\u0026#233;m nessa gest\\u0026#227;o de res\\u0026#237;duos. Justamente para mostrar que tudo aquilo que a gente coleta de res\\u0026#237;duos que poderiam estar indo para lix\\u0026#245;es e poderiam estar gerando um custo mais alto para a nossa cidade, est\\u0026#225; se transformando em renda, em inclus\\u0026#227;o social e, principalmente, est\\u0026#225; preservando o meio ambiente”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;DIA MUNDIAL\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No dia 17 de maio \\u0026#233; comemorado o Dia Mundial da Reciclagem. 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Reciclagem: o que para você é lixo, para eles é esperança de vida

Além da importância para o meio ambiente, o trabalho dos catadores de materiais recicláveis ajuda a sustentar muitas famílias e criar histórias de superação e amor. Conheça algumas delas.

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Imagem ilustrativa da notícia Reciclagem: o que para você é lixo, para eles é esperança de vida camera Aos 71 anos de idade, Lourdes Santos da Costa tem orgulho da trajetória construída há 14 anos como catadora. | (Foto: Irene Almeida / Diário do Pará

Cerca de 31,8 mil toneladas de resíduos foram coletados e destinados para a reciclagem no Pará, em 2023. Um setor que, segundo apontam os dados estimados pelo Anuário da Reciclagem 2024, geram um faturamento anual de R$20,8 milhões às organizações de catadores que atuam no Estado. Em todo o Brasil, a soma do total faturado anualmente pelas organizações mapeadas chega a R$1,36 bilhão. Por trás dos números levantados pelo estudo elaborado pelo Instituto Caminhos Sustentáveis, está a atuação diária daqueles que fazem a reciclagem acontecer no país : os catadores.

Aos 71 anos de idade, Lourdes Santos da Costa tem orgulho da trajetória construída há 14 anos como catadora. Dos resíduos garimpados ao longo da vida, a mãe solo conseguiu não apenas garantir o alimento e o sustento para a sua família, como também os estudos da única filha. “Eu não tinha a intenção de trabalhar com reciclagem. Só que eu tinha um costume dos meus pais, que eles gostavam de limpeza”, recorda. “Então, quando eu colocava o lixo doméstico na rua, eu arrumava tudinho e aí vinham aqueles catadores e abriam, faziam aquela algazarra danada. Aí eu comecei me interessar em tirar a reciclagem, separar do lixo e dar para eles porque eu achava que ficava feio ficar espalhando”.

Um dia, sem que Lourdes esperasse, uma cooperativa de reciclagem se mudou para o seu bairro. Uma vizinha que ava e a via varrendo a frente de casa e separando os materiais recicláveis decidiu perguntar por que ela não tentava trabalhar na cooperativa. “Essa vizinha me perguntou: ‘Você não quer ganhar dinheiro? Tu já faz isso de graça, por que tu não faz ganhando?’. Aí eu fui lá, digamos, ver se eu ia me acostumar e pronto. Não saí mais disso”.

Com o conhecimento adquirido na cooperativa, Lourdes não conseguia mais ar pelas ruas, ver uma garrafa plástica despejada e não a recolher. Mais do que um item sem serventia descartado irregularmente, o que ela via era a possibilidade de complementar a sua renda. “Eu tenho uma filha só e ela se formou em serviço social, eu trabalhando em cooperativa. Hoje ela mora no Paraná e trabalha lá”, conta, orgulhosa. “Ela trabalhava numa firma e quando ela quis ir fazer a faculdade, eles disseram: ‘Ou você trabalha ou você estuda’. Aí eu disse: ‘Minha filha, não responda mal. Diga que ela faça o que ela achar que deva fazer, né?’. Aí ela despachou a minha filha. Foi quando eu disse para ela: ‘Você quer estudar de verdade?’ e ela disse que queria”.

Lourdes não esconde que os quatro anos tendo que bancar a faculdade da filha não foram fáceis, mas também se orgulha de contar o bom desempenho que ela sempre teve. Ao final da jornada, também foi o dinheiro conquistado com muito esforço através da reciclagem que permitiu que a filha tivesse uma festa de formatura. “Foi uma luta. Quando eu terminei de pagar tudo, que eu paguei o ano todinho, a festa, eu chorei tanto porque eu fiquei pensando: ‘Meu Deus, eu consegui. Nós conseguimos, né?’. Eu com o dinheiro e ela com o estudo”, lembra.

As histórias de conquistas através do trabalho com materiais recicláveis se estendem por entre vários catadores cooperados da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis (Concaves), com sede no bairro do Jurunas, em Belém. Em muitos casos, a coleta e seleção de materiais recicláveis é a oportunidade encontrada para levar comida à mesa, sobretudo entre mulheres chefes de família.

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Aldenira dos Santos estava desempregada quando uma vizinha que trabalhava como catadora lhe fez um convite. À época, ela lembra que não entendia nada sobre reciclagem, mas na cooperativa pôde aprender tudo o que lhe vem permitindo trabalhar na área já há sete anos.

A história dela com o galpão instalado na Avenida Bernardo Sayão já vinha de longa data. Antes, o local abrigava uma fábrica de palmito, local em que não apenas ela trabalhou como a sua própria mãe. Quis o destino que, depois de ados tantos anos, ela retornasse ao local que agora abriga a cooperativa. “Nessa fábrica eu trabalhei. Eu, a minha família, a minha mãe. Inclusive, a minha mãezinha que já faz 20 dias que faleceu, se aposentou por aqui pela fábrica de palmito. Eu trabalhei 3 anos na fábrica, depois acabou e, tempos depois, eu voltei para trabalhar com a reciclagem”, conta. “Então, a reciclagem para mim é uma fonte de renda. Eu pago minhas contas, eu compro o meu alimento, o meu vestir, o meu calçar para as minhas filhas. É um serviço que eu gosto de fazer”.

Aldenira, hoje com 52 anos, reconhece a importância que o seu trabalho tem também para o meio ambiente. E para quem trabalha com as atenções voltadas para esse tipo de material, não é difícil perceber que muita gente ainda destina de forma incorreta um resíduo que vale dinheiro. “Quando a gente a, assim, nas valas, a gente vê muito plástico dentro dos rios, das valas, aí entope quando chove, entope tudo. Então, é muito importante a gente fazer esse serviço porque a gente tira o material da rua, do esgoto, a gente limpa o meio ambiente. É isso que a gente faz na nossa reciclagem”.

LIXÃO

O valor do material jogado no lixo por grande parte da população foi reconhecido há muitos anos pela também catadora Zoneide Costa da Silva, 63 anos. Antes de decidir atuar na cooperativa, o que ocorreu há cerca de 10 anos, ela ou 15 anos trabalhando no então lixão do Aurá. “Era difícil porque eu trabalhava à noite. Eu ia 18h e voltava para minha casa 6h da manhã. Eu catava esses materiais todos, levava pra casa, daí eu separava como eu estou separando aqui agora”, recorda, ao exemplificar o perigo que ela e outros catadores avam na época. “Até que o trator bateu na minha perna, fiquei dois meses em casa”.

Foram 15 anos se arriscando entre as montanhas de lixo acumulado até que surgisse a cooperativa. Uma mudança que transformou a sua realidade. “Mudou demais porque lá (no lixão) a gente tinha que prestar atenção em trator, carro. É por isso que eu trabalhava mais de noite, porque não tinha muito esse negócio de carro”, compara. “Aqui tem luva, a gente almoça, tem o nosso descanso até o horário para voltar o trabalho. Aqui a gente é unido. Tudo o que a gente come é dividido. E há 25 anos o meu sustento é do material reciclável. Hoje eu tenho a minha casinha, graças a Deus”.

Zoneide Costa.
📷 Zoneide Costa. |(Foto: Irene Almeida / Diário do Pará

A importância desse trabalho cooperado é destacada pela presidente da Concaves, Débora Baía. Foi através do trabalho na cooperativa que ela conseguiu se formar em gestão ambiental e hoje aplica os conhecimentos adquiridos na própria atividade. “O cooperativismo é uma ferramenta fundamental porque além de integrar sem distinção de raça, de gênero e até mesmo a questão estudantil, é uma oportunidade que a gente tem, principalmente quem não tem possibilidades no mercado formal”, avalia.

Atualmente, 22 pessoas estão associadas à cooperativa que faz a coleta e destinação tanto do papel, quanto do plástico, do vidro, de metais em geral e também eletroeletrônicos. Com o galpão em obras, hoje a produção está um pouco reduzida em relação ao que costumavam fazer, mas, ainda assim, eles conseguem recolher 45 toneladas de resíduos por mês. “Inclusive, a gente está fazendo um estudo para saber qual é o papel das cooperativas dentro da cidade de Belém nessa gestão de resíduos. Justamente para mostrar que tudo aquilo que a gente coleta de resíduos que poderiam estar indo para lixões e poderiam estar gerando um custo mais alto para a nossa cidade, está se transformando em renda, em inclusão social e, principalmente, está preservando o meio ambiente”.

DIA MUNDIAL

No dia 17 de maio é comemorado o Dia Mundial da Reciclagem. A data foi instituída pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância da reciclagem e da gestão adequada dos resíduos.

EM NÚMEROS

A reciclagem no Brasil e no Pará

O Anuário da Reciclagem 2024 mapeou um total de 3.028 organizações de catadoras e catadores distribuídos em 1.722 municípios brasileiros, sendo 78 identificadas no Estado do Pará.

QUANTIDADE ESTIMADA

Estima-se que essas organizações podem ter coletado, em 2023, cerca de 1,68 milhão de toneladas de resíduos sólidos em todo o país.

Somente no Pará, a quantidade estimada é de 31.885 toneladas coletadas em 2023.

VOLUME POR TIPO DE RESÍDUO

Volume de resíduos recuperados pelas organizações por tipo de resíduo, no Estado do Pará

14.969,73

toneladas de papel

13.938,73

toneladas de plástico

1.830,53

toneladas de vidro

1.146,73

toneladas de metais

FATURAMENTO

Em 2023, as 3.028 organizações de catadoras e catadores mapeadas pelo Anuário da Reciclagem obtiveram um faturamento de R$ 1,36 bilhão com a comercialização de resíduos para reciclagem.

RENDA

Renda média dos catadores mapeados no Brasil: R$ 1.305,65

Renda média dos catadores mapeados no Estado do Pará: R$ 1.064,86

IMPACTOS AMBIENTAIS

O 1,68 milhão de toneladas de resíduos recolhidos pelas organizações de catadoras e catadores no Brasil em 2023 reduziram em 1,045 milhões de toneladas a emissão de CO2e para a atmosfera.

Fonte: Anuário da Reciclagem 2024. Disponível em: www.anuario dareciclagem.eco.br

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