Usuários de planos de saúde vão ficar nesta quinta-feira (7) sem poder se consultar ou fazer cirurgias programadas em todo o país, por conta de uma paralisação organizada pelos médicos. No Pará, três entidades médicas tomam a frente da manifestação, que espera reunir dois mil médicos a partir das 8 horas da manhã em frente ao Conselho Regional de Medicina.
A paralisação - que deve chegar a 160 mil médicos em todo o Brasil - é uma advertência aos planos de saúde. “Nossa relação com os planos de saúde é muito ruim, queremos que o valor mínimo pago para consultas chegue ao menos aos R$ 60. A maior parte paga R$ 40. Boa parte dos médicos não consegue manter suas despesas, como luz, secretária. De cinco anos para cá, 50% dos pediatras tiveram que fechar seus consultórios”, justifica João Gouveia, diretor istrativo do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa).
Mas nem todos os atendimentos vão parar, como explica Gouveia. “Os médicos seguem trabalhando na urgência e emergência e atendem pacientes internados”.
De acordo com o diretor do Sindmepa, o Coeficiente Brasileiro de Hierarquização de Procedimento Médico (CBHPM), criado pelo Conselho Regional de Medicina, não vem sendo respeitado. “é uma tabela de procedimentos médicos e seus custos, e é atualizado a cada nova descoberta científica aplicada no Brasil”.
Presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos e diretor do Conselho Regional de Medicina, Marcos Vinícius Brito informou que o piso salarial base para médico é de R$ 1.500,00, com reajuste de 6% a 8% ao ano. “Se formos ver o reajuste no preço dos planos de saúde, o usuário sofre, na maior parte das vezes, o mesmo reajuste que nós ao ano. Porém, em alguns planos o reajuste chega a 400% ao ano, o que é absurdo”, frisou. Ele completa que a população e o Ministério Público têm que saber como os planos de saúde agem para poder solicitar melhorias.
“Aqui na cidade são 58 planos de saúde atuando. Nenhum deles segue a contratualização instituída pela Agência Nacional de Saúde, onde deve constar a periodicidade do reajuste e quando ele será feito”, pontuou Brito.
Segundo o Conselho Regional de Medicina, as 1.060 operadoras de planos de saúde devem faturar este ano mais de R$ 70 bilhões. Ainda segundo o conselho, o incremento na movimentação financeira dessas empresas foi de 129% somente nos últimos sete anos, ando de R$ 28 bilhões para R$ 64,2 bilhões. No mesmo período, o valor da consulta pago pelos planos aos médicos subiu 44%.
ODONTÓLOGOS
Armando Dourado, que é vice-presidente da Federação Nacional de Odontologistas, informou que a classe aderiu nacionalmente à paralisação dos médicos por ter as mesmas reivindicações: “Existem planos odontológicos que não reajustam há 12 anos. As consultas não são pagas como deveriam e os procedimentos odontológicos têm um custo alto. Se não alcançarmos melhorias, vamos paralisar as atividades em planos de saúde, particular e público no dia 25 de outubro, que é o Dia do Dentista, para sermos atendidos”, avisou.
O Sindicato dos Estabelecimentos dos Serviços de Saúde do Estado do Pará (Sindesspa) declarou em nota que é favorável à paralisação dos médicos. O presidente do sindicato, Breno Monteiro, informa que serão mantidos nos hospitais particulares os serviços de urgência e emergência, mas nenhuma consulta ou cirurgia eletiva será realizada. (Diário do Pará)
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