{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/policia/807298/mais-de-100-traficantes-paraenses-estao-escondidos-no-rj","headline":"Mais de 100 traficantes paraenses estão escondidos no RJ","datePublished":"2023-04-30T07:04:30-03:00","dateModified":"2023-04-30T07:26:05-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Ana Célia Pinheiro/Diário do Pará","url":"/noticias/policia/807298/mais-de-100-traficantes-paraenses-estao-escondidos-no-rj"},"image":"/img/Artigo-Destaque/800000/presos_00807298_0_.jpg?xid=2620024","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Segundo o Ministério Público, eles estão em favelas da capital carioca sob a proteção do Comando Vermelho e tiveram de deixar o Pará a partir de ações intensivas do Estado e guerra entre facções.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Entre 100 e 120 traficantes paraenses estariam escondidos em favelas da cidade do Rio de Janeiro, sob a prote\\u0026#231;\\u0026#227;o do Comando Vermelho (CV), uma das principais fac\\u0026#231;\\u0026#245;es nacionais do tr\\u0026#225;fico de drogas, e \\u0026#224; qual s\\u0026#227;o ligados.\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A estimativa \\u0026#233; da promotora de Justi\\u0026#231;a Ana Maria Magalh\\u0026#227;es de Carvalho, coordenadora do Grupo de Atua\\u0026#231;\\u0026#227;o Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Minist\\u0026#233;rio P\\u0026#250;blico do Par\\u0026#225; (MP-PA).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo ela, a “migra\\u0026#231;\\u0026#227;o” desses criminosos \\u0026#233; decorrente das ofensivas do Governo Estadual, MP-PA e Judici\\u0026#225;rio, para desarticular o tr\\u0026#225;fico de drogas, no estado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Veja tamb\\u0026#233;m:\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/policia/807045/video-apos-briga-de-bar-mulher-leva-tiro-no-rosto-e-morre?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;V\\u0026#237;deo: Ap\\u0026#243;s briga de bar, mulher leva tiro no rosto e morre\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/policia/806809/mulher-e-encontrada-morta-em-motel-familia-busca-respostas?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Mulher \\u0026#233; encontrada morta em motel; fam\\u0026#237;lia busca respostas\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A promotora destaca, tamb\\u0026#233;m, o papel de pesquisadores acad\\u0026#234;micos nessa ofensiva, j\\u0026#225; que as suas pesquisas ajudaram a entender tanto o funcionamento do CV e do Primeiro Comando da Capital (PCC), a outra grande fac\\u0026#231;\\u0026#227;o que domina o tr\\u0026#225;fico no pa\\u0026#237;s; quanto dos grupos criminosos regionais, aos quais o CV e o PCC se aliaram, em suas disputas sangrentas pelo controle das rotas do tr\\u0026#225;fico.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Acredita-se que o CV se reestruturou em 2007 ou 2008, para dominar o mercado nacional de entorpecentes, j\\u0026#225; que o com\\u0026#233;rcio com o exterior \\u0026#233; dominado pelo PCC.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Foi mais ou menos nessa \\u0026#233;poca que o CV chegou ao Par\\u0026#225;. Pouco depois, ou a dar as cartas dentro das penitenci\\u0026#225;rias, o que se prolongou por cerca de 15 anos, ou seja, at\\u0026#233; meados de 2019. Ao longo desse per\\u0026#237;odo, segundo a promotora, os criminosos do CV eram os “conselheiros finais” que determinavam as regras nas pris\\u0026#245;es paraenses: tinham “o poder de vida e de morte sobre os detentos” e cobravam taxas por visitas \\u0026#237;ntimas, uso de ventiladores, recebimento de alimentos trazidos pelos parentes dos presos, idas ao f\\u0026#243;rum para as audi\\u0026#234;ncias, por exemplo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mas a situa\\u0026#231;\\u0026#227;o viria a piorar ainda mais, a partir de 2016 e 2017, segundo pesquisadores. Em junho de 2016, ocorreu o assassinato do traficante Jorge Rafaat, que controlava a chamada “rota caipira”: a porta de entrada de entorpecentes no Brasil, atrav\\u0026#233;s das cidades de Ponta Por\\u0026#227;, no estado do Mato Grosso do Sul, e de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Com isso, o PCC assumiu o controle daquela rota e o CV perdeu o o aos seus fornecedores, atrav\\u0026#233;s daquela regi\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Assim, teve que buscar rotas alternativas. E acabou fortalecendo as suas alian\\u0026#231;as com grupos criminosos da Regi\\u0026#227;o Norte, para controlar a “rota do Solim\\u0026#245;es”, cuja porta de entrada \\u0026#233; no estado do Amazonas, na regi\\u0026#227;o das fronteiras entre o Brasil, Peru e Col\\u0026#244;mbia, os dois \\u0026#250;ltimos, junto com a Bol\\u0026#237;via, os grandes produtores mundiais de coca\\u0026#237;na.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A “rota do Solim\\u0026#245;es” a pelo Par\\u0026#225;, de onde a droga \\u0026#233; transportada para outros estados e, tamb\\u0026#233;m, para o exterior. “O skunk vai para o Nordeste e tamb\\u0026#233;m fica por aqui, no Par\\u0026#225;. J\\u0026#225; a coca\\u0026#237;na vai para o exterior”, diz a promotora. Segundo ela, mais de 60% da droga apreendida na Europa, nos \\u0026#250;ltimos 5 anos, saiu do Brasil atrav\\u0026#233;s do porto de Vila do Conde, no munic\\u0026#237;pio de Barcarena.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ela acredita que esses acordos, para o controle da “rota do Solim\\u0026#245;es” s\\u0026#227;o o motivo mais prov\\u0026#225;vel para a aceita\\u0026#231;\\u0026#227;o dos traficantes paraenses, nas favelas cariocas, sob a prote\\u0026#231;\\u0026#227;o do CV. A prefer\\u0026#234;ncia da c\\u0026#250;pula do tr\\u0026#225;fico paraense pelo Rio de Janeiro seria, sim, devido \\u0026#224; essa prote\\u0026#231;\\u0026#227;o e, tamb\\u0026#233;m, devido \\u0026#224; configura\\u0026#231;\\u0026#227;o daquela cidade, j\\u0026#225; que os morros dificultam a a\\u0026#231;\\u0026#227;o policial, dando tempo para que os criminosos fujam ou se escondam.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No entanto, ela observa que essa “migra\\u0026#231;\\u0026#227;o” tamb\\u0026#233;m ocorre para outros estados, onde j\\u0026#225; ocorreram v\\u0026#225;rias pris\\u0026#245;es: 8 no Cear\\u0026#225;, 5 em Santa Catarina e duas em Minas Gerais. “Nesses outros estados, eles tentam levar uma vida como se n\\u0026#227;o fossem bandidos, \\u0026#224;s vezes at\\u0026#233; para que as fam\\u0026#237;lias deles levem uma vida mais normal, j\\u0026#225; que o Rio de Janeiro acaba sendo como uma pris\\u0026#227;o, uma vez que n\\u0026#227;o podem sair das favelas, porque correm o risco de ser presos”, comenta. E o fato da busca por outras paragens n\\u0026#227;o se limitar ao Rio, \\u0026#233; que a faz salientar o papel da ofensiva do Par\\u0026#225; contra o tr\\u0026#225;fico de drogas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;MEDIDAS\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo a promotora, a partir de 2019, o Par\\u0026#225; adotou um conjunto de medidas que fizeram com que as lideran\\u0026#231;as do crime organizado “se sentissem vulner\\u0026#225;veis em permanecer no nosso estado, levando-as a essa migra\\u0026#231;\\u0026#227;o”. Na \\u0026#233;poca, houve a decis\\u0026#227;o pol\\u0026#237;tica de reestruturar o sistema carcer\\u0026#225;rio paraense: ap\\u0026#243;s o massacre de traficantes do CV, na penitenci\\u0026#225;ria de Altamira, por criminosos locais aliados do PCC, o governador pediu ajuda ao Minist\\u0026#233;rio da Justi\\u0026#231;a.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com isso, foi enviada ao Par\\u0026#225; a For\\u0026#231;a-Tarefa de Interven\\u0026#231;\\u0026#227;o Penitenci\\u0026#225;ria (FTIP), que aqui permaneceu entre julho de 2019 e agosto de 2020. “Tivemos a implementa\\u0026#231;\\u0026#227;o de mudan\\u0026#231;as significativas nas pol\\u0026#237;ticas p\\u0026#250;blicas, no sistema penitenci\\u0026#225;rio paraense”, recorda.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Entre elas, a mudan\\u0026#231;a da estrutura do sistema penitenci\\u0026#225;rio, que deixou de ser apenas uma autarquia e ganhou o status de secretaria estadual. “N\\u0026#227;o vou listar todas as medidas, que foram muitas”, escreveu ela, em um texto enviado \\u0026#224; reportagem. “Mas afirmo que, a partir delas, o Estado assumiu o controle do ambiente carcer\\u0026#225;rio, com reflexos para dentro e fora dos muros das unidades penitenci\\u0026#225;rias”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A perda do controle das penitenci\\u0026#225;rias pelas fac\\u0026#231;\\u0026#245;es funcionou como um aviso aos seus integrantes: se forem presos, cumprir\\u0026#227;o suas penas sem a possibilidade de comandar o crime dentro ou fora das pris\\u0026#245;es, como, ali\\u0026#225;s, sempre deveria ter sido.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Al\\u0026#233;m disso, o Estado tamb\\u0026#233;m criou uma delegacia espec\\u0026#237;fica de combate \\u0026#224;s fac\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas, para identificar as lideran\\u0026#231;as desses grupos, o que levou, j\\u0026#225; em 2021, ao indiciamento dos cabe\\u0026#231;as paraenses do CV, ou os seus “conselheiros finais”, como s\\u0026#227;o chamados. Segundo a promotora, o inqu\\u0026#233;rito virou uma a\\u0026#231;\\u0026#227;o penal, que est\\u0026#225; prestes a ser sentenciada.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Entre os acusados estava o “presidente da filial” do CV paraense, Leonardo Costa Ara\\u0026#250;jo, o “L\\u0026#233;o 41”. Mas o processo contra ele foi extinto, j\\u0026#225; que ele morreu no Rio de Janeiro, no \\u0026#250;ltimo 23 de mar\\u0026#231;o, junto com mais 8 traficantes paraenses, que trocaram tiros com os policiais que tentavam prend\\u0026#234;-los. L\\u0026#233;o 41 estava foragido desde 2019.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No Rio, al\\u0026#233;m de ostentar uma vida de luxo, ordenava extors\\u0026#245;es e outros crimes, l\\u0026#225; e c\\u0026#225;, incluindo a matan\\u0026#231;a de policiais do Par\\u0026#225;. Segundo a promotora, as melhorias na pol\\u0026#237;cia, no Gaeco e tamb\\u0026#233;m na Vara de Combate ao Crime Organizado, j\\u0026#225; resultaram na condena\\u0026#231;\\u0026#227;o de mais de 20 integrantes do CV.\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"traficantes paraenses escondidos no rio de janeiro, trafico de drogas paraenses escondidos no rj"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 29°
cotação atual R$


home
CRIME ORGANIZADO

Mais de 100 traficantes paraenses estão escondidos no RJ

Segundo o Ministério Público, eles estão em favelas da capital carioca sob a proteção do Comando Vermelho e tiveram de deixar o Pará a partir de ações intensivas do Estado e guerra entre facções.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Mais de 100 traficantes paraenses estão escondidos no RJ camera Estado criou secretaria penitenciária e atuou diretamente no reforço à segurança nos presídios, o que colaborou para a fuga dos presos e mudanças nas atividades criminosas | Marco Santos/Agência Pará

Entre 100 e 120 traficantes paraenses estariam escondidos em favelas da cidade do Rio de Janeiro, sob a proteção do Comando Vermelho (CV), uma das principais facções nacionais do tráfico de drogas, e à qual são ligados.

A estimativa é da promotora de Justiça Ana Maria Magalhães de Carvalho, coordenadora do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Pará (MP-PA).

Segundo ela, a “migração” desses criminosos é decorrente das ofensivas do Governo Estadual, MP-PA e Judiciário, para desarticular o tráfico de drogas, no estado.

Veja também:

Vídeo: Após briga de bar, mulher leva tiro no rosto e morre

Mulher é encontrada morta em motel; família busca respostas

A promotora destaca, também, o papel de pesquisadores acadêmicos nessa ofensiva, já que as suas pesquisas ajudaram a entender tanto o funcionamento do CV e do Primeiro Comando da Capital (PCC), a outra grande facção que domina o tráfico no país; quanto dos grupos criminosos regionais, aos quais o CV e o PCC se aliaram, em suas disputas sangrentas pelo controle das rotas do tráfico.

Acredita-se que o CV se reestruturou em 2007 ou 2008, para dominar o mercado nacional de entorpecentes, já que o comércio com o exterior é dominado pelo PCC.

Foi mais ou menos nessa época que o CV chegou ao Pará. Pouco depois, ou a dar as cartas dentro das penitenciárias, o que se prolongou por cerca de 15 anos, ou seja, até meados de 2019. Ao longo desse período, segundo a promotora, os criminosos do CV eram os “conselheiros finais” que determinavam as regras nas prisões paraenses: tinham “o poder de vida e de morte sobre os detentos” e cobravam taxas por visitas íntimas, uso de ventiladores, recebimento de alimentos trazidos pelos parentes dos presos, idas ao fórum para as audiências, por exemplo.

Mas a situação viria a piorar ainda mais, a partir de 2016 e 2017, segundo pesquisadores. Em junho de 2016, ocorreu o assassinato do traficante Jorge Rafaat, que controlava a chamada “rota caipira”: a porta de entrada de entorpecentes no Brasil, através das cidades de Ponta Porã, no estado do Mato Grosso do Sul, e de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Com isso, o PCC assumiu o controle daquela rota e o CV perdeu o o aos seus fornecedores, através daquela região.

Assim, teve que buscar rotas alternativas. E acabou fortalecendo as suas alianças com grupos criminosos da Região Norte, para controlar a “rota do Solimões”, cuja porta de entrada é no estado do Amazonas, na região das fronteiras entre o Brasil, Peru e Colômbia, os dois últimos, junto com a Bolívia, os grandes produtores mundiais de cocaína.

A “rota do Solimões” a pelo Pará, de onde a droga é transportada para outros estados e, também, para o exterior. “O skunk vai para o Nordeste e também fica por aqui, no Pará. Já a cocaína vai para o exterior”, diz a promotora. Segundo ela, mais de 60% da droga apreendida na Europa, nos últimos 5 anos, saiu do Brasil através do porto de Vila do Conde, no município de Barcarena.

Ela acredita que esses acordos, para o controle da “rota do Solimões” são o motivo mais provável para a aceitação dos traficantes paraenses, nas favelas cariocas, sob a proteção do CV. A preferência da cúpula do tráfico paraense pelo Rio de Janeiro seria, sim, devido à essa proteção e, também, devido à configuração daquela cidade, já que os morros dificultam a ação policial, dando tempo para que os criminosos fujam ou se escondam.

No entanto, ela observa que essa “migração” também ocorre para outros estados, onde já ocorreram várias prisões: 8 no Ceará, 5 em Santa Catarina e duas em Minas Gerais. “Nesses outros estados, eles tentam levar uma vida como se não fossem bandidos, às vezes até para que as famílias deles levem uma vida mais normal, já que o Rio de Janeiro acaba sendo como uma prisão, uma vez que não podem sair das favelas, porque correm o risco de ser presos”, comenta. E o fato da busca por outras paragens não se limitar ao Rio, é que a faz salientar o papel da ofensiva do Pará contra o tráfico de drogas.

MEDIDAS

Segundo a promotora, a partir de 2019, o Pará adotou um conjunto de medidas que fizeram com que as lideranças do crime organizado “se sentissem vulneráveis em permanecer no nosso estado, levando-as a essa migração”. Na época, houve a decisão política de reestruturar o sistema carcerário paraense: após o massacre de traficantes do CV, na penitenciária de Altamira, por criminosos locais aliados do PCC, o governador pediu ajuda ao Ministério da Justiça.

Com isso, foi enviada ao Pará a Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), que aqui permaneceu entre julho de 2019 e agosto de 2020. “Tivemos a implementação de mudanças significativas nas políticas públicas, no sistema penitenciário paraense”, recorda.

Entre elas, a mudança da estrutura do sistema penitenciário, que deixou de ser apenas uma autarquia e ganhou o status de secretaria estadual. “Não vou listar todas as medidas, que foram muitas”, escreveu ela, em um texto enviado à reportagem. “Mas afirmo que, a partir delas, o Estado assumiu o controle do ambiente carcerário, com reflexos para dentro e fora dos muros das unidades penitenciárias”.

A perda do controle das penitenciárias pelas facções funcionou como um aviso aos seus integrantes: se forem presos, cumprirão suas penas sem a possibilidade de comandar o crime dentro ou fora das prisões, como, aliás, sempre deveria ter sido.

Além disso, o Estado também criou uma delegacia específica de combate às facções criminosas, para identificar as lideranças desses grupos, o que levou, já em 2021, ao indiciamento dos cabeças paraenses do CV, ou os seus “conselheiros finais”, como são chamados. Segundo a promotora, o inquérito virou uma ação penal, que está prestes a ser sentenciada.

Entre os acusados estava o “presidente da filial” do CV paraense, Leonardo Costa Araújo, o “Léo 41”. Mas o processo contra ele foi extinto, já que ele morreu no Rio de Janeiro, no último 23 de março, junto com mais 8 traficantes paraenses, que trocaram tiros com os policiais que tentavam prendê-los. Léo 41 estava foragido desde 2019.

No Rio, além de ostentar uma vida de luxo, ordenava extorsões e outros crimes, lá e cá, incluindo a matança de policiais do Pará. Segundo a promotora, as melhorias na polícia, no Gaeco e também na Vara de Combate ao Crime Organizado, já resultaram na condenação de mais de 20 integrantes do CV.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Polícia

    Leia mais notícias de Polícia. Clique aqui!

    Últimas Notícias