{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/policia/905928/conexao-para-e-rio-prende-membros-do-comando-vermelho","headline":"Conexão Pará e Rio prende membros do Comando Vermelho","datePublished":"2025-05-10T14:09:59.05-03:00","dateModified":"2025-05-10T14:09:47.703-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Luiz Flávio/ Diário do Pará","url":"/noticias/policia/905928/conexao-para-e-rio-prende-membros-do-comando-vermelho"},"image":"/img/Artigo-Destaque/900000/generate-image-1_00905928_0_.jpg?xid=3052958","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Descubra como a Polícia Civil do Pará tem combatido o Comando Vermelho no Rio de Janeiro com prisões e operações conjuntas desde 2022.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;De 2022 at\\u0026#233; agora a Pol\\u0026#237;cia Civil do Par\\u0026#225; j\\u0026#225; neutralizou, no Rio de Janeiro, cerca de 40 criminosos do Comando Vermelho (CV) que atuavam no Estado do Par\\u0026#225;, em parceria com a Pol\\u0026#237;cia Civil carioca. O trabalho conjunto entre as duas corpora\\u0026#231;\\u0026#245;es teve in\\u0026#237;cio em 2021, ainda na pandemia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A mais recente ocorreu no \\u0026#250;ltimo dia 2, com a pris\\u0026#227;o de Bianca Duarte, 24, mais conhecida como “Bruninha do RH” em Cabo Frio (RJ), no \\u0026#250;ltimo dia 2. Foi mais um duro golpe no crime organizado no eixo-Par\\u0026#225;-Rio de Janeiro e no CV, cujas conex\\u0026#245;es vem crescendo em territ\\u0026#243;rio paraense nos \\u0026#250;ltimos anos. A pris\\u0026#227;o comprova a sintonia do setor de intelig\\u0026#234;ncia das pol\\u0026#237;cias que, mais uma vez, realizaram a pris\\u0026#227;o conjuntamente para frear a expans\\u0026#227;o da fac\\u0026#231;\\u0026#227;o nos dois Estados.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;CONTE\\u0026#218;DOS RELACIONADOS\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/policia/904940/responsavel-pelo-comando-vermelho-no-para-debochou-de-policiais-antes-de-ser-presa?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Respons\\u0026#225;vel pelo Comando Vermelho no Par\\u0026#225; debochou de policiais antes de ser presa\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/policia/904835/tres-integrantes-do-comando-vermelho-no-para-sao-presas-no-rio?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Tr\\u0026#234;s integrantes do Comando Vermelho no Par\\u0026#225; s\\u0026#227;o presas no Rio\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/policia/895560/doze-integrantes-de-faccao-criminosa-sao-presos-no-para?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Doze integrantes de fac\\u0026#231;\\u0026#227;o criminosa s\\u0026#227;o presos no Par\\u0026#225;\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Bianca tinha um papel estrat\\u0026#233;gico na fac\\u0026#231;\\u0026#227;o, recrutando jovens e gerenciando o cadastro de novos membros, similar a uma diretora de Recursos Humanos. A jovem, que postava v\\u0026#237;deos e fotos ostentando armas de grosso calibre nas redes sociais, agora pode enfrentar mais de 20 anos de pris\\u0026#227;o. A tamb\\u0026#233;m paraense Layane Tharlita Santos Santana e a brasiliense Kalita Eduarda Ata\\u0026#237;de, amigas de Bianca, tamb\\u0026#233;m foram presas em flagrante por tr\\u0026#225;fico de drogas e associa\\u0026#231;\\u0026#227;o para o tr\\u0026#225;fico.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O Comando Vermelho, do Rio de Janeiro; e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de S\\u0026#227;o Paulo, s\\u0026#227;o as duas fac\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas com atua\\u0026#231;\\u0026#227;o mais forte no Estado do Par\\u0026#225;, com maior destaque para a fac\\u0026#231;\\u0026#227;o carioca, que possui uma “filial do crime” no territ\\u0026#243;rio paraense.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer saber mais de pol\\u0026#237;cia? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;e o nosso canal no WhatsApp\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;U\\u0026#225;lame Machado, secret\\u0026#225;rio de Estado de Seguran\\u0026#231;a P\\u0026#250;blica, lembra que durante a pandemia, o Supremo Tribunal Federal (STF) restringiu opera\\u0026#231;\\u0026#245;es policiais em morros cariocas, tornando o Rio de Janeiro um ponto seguro para que essas organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas ficassem encasteladas, fazendo com que muitos criminosos migrassem para outros estados para criar “filiais”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Por exemplo, aqui no Par\\u0026#225;, todas as 13 lideran\\u0026#231;as cariocas que comp\\u0026#245;em a organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o no estado est\\u0026#227;o fora daqui. Praticamente todos est\\u0026#227;o no Rio de Janeiro. Mas essas lideran\\u0026#231;as n\\u0026#227;o s\\u0026#227;o paraenses. Todos os estados t\\u0026#234;m as suas lideran\\u0026#231;as que s\\u0026#227;o do Rio. Todo o estado tem o seu fluxo, o seu organograma, que \\u0026#233; de lideran\\u0026#231;as da organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o que v\\u0026#234;m do Rio”, explica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em 2021 a intelig\\u0026#234;ncia paraense percebeu um aumento no fluxo de migra\\u0026#231;\\u0026#227;o de muitos l\\u0026#237;deres daqui para o Rio de Janeiro. “Em 2022 tivemos mais ou menos 20 pris\\u0026#245;es, ou pris\\u0026#245;es de criminosos com mortes em confronto no Rio de Janeiro, que eram do Par\\u0026#225;, que tinham v\\u0026#237;nculo com o Par\\u0026#225;”\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em 2023 a atua\\u0026#231;\\u0026#227;o da pol\\u0026#237;cia paraense em terras cariocas foi marcada pelo confronto com o traficante “L\\u0026#233;o 41”, maior lideran\\u0026#231;a do CV no Par\\u0026#225;, mas que estava no Rio de Janeiro. O criminoso foi a \\u0026#243;bito no confronto com a pol\\u0026#237;cia. Em 2024 mais 12 pessoas vinculadas ao CV no Par\\u0026#225; foram presas no Rio de Janeiro, com o apoio da pol\\u0026#237;cia carioca. “Este ano de 2025 prendemos mais 3 mulheres presas no in\\u0026#237;cio deste m\\u0026#234;s”, ressalta U\\u0026#225;lame.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;ESTADOS\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As pris\\u0026#245;es feitas pela PC paraense no Rio de Janeiro sempre acabam tendo maior relev\\u0026#226;ncia em raz\\u0026#227;o do CV, mas a pol\\u0026#237;cia paraense j\\u0026#225; efetuou pris\\u0026#245;es em outros Estados, como em Goi\\u0026#225;s, Pernambuco, e muitas em Santa Catarina. “As parcerias com as pol\\u0026#237;cias civis de outros estados fortalecem muito nossas a\\u0026#231;\\u0026#245;es. A ponte \\u0026#233; permanente e inclusive mantemos equipes de policiais paraenses no Rio de Janeiro para intensificar o monitoramento dos criminosos e facilitar o planejamento das a\\u0026#231;\\u0026#245;es”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O titular da Segup diz que os escrit\\u0026#243;rios do crime nos estados funcionam como estruturas de empresas, s\\u0026#243; que do crime, mantendo um organograma elaborado com presidente, vice-presidente, tesoureiro e at\\u0026#233; uma respons\\u0026#225;vel pela \\u0026#225;rea de Recursos Humanos, cargo ocupado por Bianca Duarte, paraense presa recentemente no Rio.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;U\\u0026#225;lame Machado garante que o Par\\u0026#225; \\u0026#233; refer\\u0026#234;ncia nacional no combate a fac\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas em casas penais. “Hoje quando fazemos a\\u0026#231;\\u0026#245;es de busca em pres\\u0026#237;dios n\\u0026#227;o encontramos mais celulares. Diferente, por exemplo, do Rio de Janeiro, onde presos do Par\\u0026#225; vivem falando de dentro dos pres\\u0026#237;dios com pessoas daqui. Quando isso ocorre n\\u0026#243;s avisamos a \\u0026#225;rea de seguran\\u0026#231;a do Rio da situa\\u0026#231;\\u0026#227;o e eles v\\u0026#227;o l\\u0026#225; e apreendem os aparelhos”, relata.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Essa nova realidade fez com que integrantes do CV presos aqui percam imediatamente o posto de lideran\\u0026#231;a gra\\u0026#231;as ao r\\u0026#237;gido controle de entrada celulares nas casas penais, o que impede a comunica\\u0026#231;\\u0026#227;o e o os desses l\\u0026#237;deres com os demais membros da fac\\u0026#231;\\u0026#227;o. “Hoje as fa\\u0026#231;\\u0026#245;es sabem que quando lideran\\u0026#231;as criminosas s\\u0026#227;o presas aqui perdem completamente o contato com o mundo exterior”, observa o secret\\u0026#225;rio.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;Neglig\\u0026#234;ncia de governos anteriores fortaleceram fac\\u0026#231;\\u0026#245;es\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Roberto Magno Reis Netto, Doutor em Geografia com \\u0026#234;nfase em seguran\\u0026#231;a e Mestre em Seguran\\u0026#231;a P\\u0026#250;blica, explica que o Comando Vermelho consolidou sua presen\\u0026#231;a em pres\\u0026#237;dios paraenses por volta de 2010, processo favorecido por governos que negligenciaram e at\\u0026#233; mesmo negaram a exist\\u0026#234;ncia do problema.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Em 2019, mesmo diante de mudan\\u0026#231;as no enfrentamento das fac\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas feitas pelo governo que iniciava aquele ano, os efeitos de anos de descaso vieram \\u0026#224; tona com o Massacre de Altamira, um dos epis\\u0026#243;dios mais violentos do sistema prisional brasileiro. Em termos proporcionais, trata-se de uma das maiores trag\\u0026#233;dias carcer\\u0026#225;rias do pa\\u0026#237;s, compar\\u0026#225;vel ao Massacre do Carandiru”, diz.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Esse cen\\u0026#225;rio de dom\\u0026#237;nio crescente motivou, por parte do Estado, a ado\\u0026#231;\\u0026#227;o de pol\\u0026#237;ticas de interven\\u0026#231;\\u0026#227;o penitenci\\u0026#225;ria mais incisivas, voltadas ao enfrentamento das fac\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas no interior das unidades prisionais. ”A essa altura, o n\\u0026#250;mero de indiv\\u0026#237;duos associados a esses grupos j\\u0026#225; era expressivo, e as fac\\u0026#231;\\u0026#245;es haviam consolidado sua capacidade de articula\\u0026#231;\\u0026#227;o e expans\\u0026#227;o por diversas comunidades socialmente vulner\\u0026#225;veis em todo o estado do Par\\u0026#225;”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Na Regi\\u0026#227;o Metropolitana de Bel\\u0026#233;m, come\\u0026#231;aram a surgir os primeiros sinais mais evidentes da atua\\u0026#231;\\u0026#227;o dessas organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es, inicialmente por meio de picha\\u0026#231;\\u0026#245;es, s\\u0026#237;mbolos, mensagens cifradas e outros indicadores territoriais. “Com o fortalecimento das estrat\\u0026#233;gias repressivas no ambiente prisional, observou-se, em um primeiro momento, o deslocamento das lideran\\u0026#231;as para o exterior dos pres\\u0026#237;dios. No entanto, \\u0026#224; medida que o enfrentamento foi ampliado tamb\\u0026#233;m nas \\u0026#225;reas urbanas, muitas dessas lideran\\u0026#231;as aram a migrar para outros estados da federa\\u0026#231;\\u0026#227;o, como Santa Catarina e Rio de Janeiro”, coloca Roberto.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A presen\\u0026#231;a consolidada nesses Estados, especialmente nas zonas portu\\u0026#225;rias, evidenciava a capacidade log\\u0026#237;stica das fac\\u0026#231;\\u0026#245;es, que participam ativamente de esquemas transnacionais de escoamento de drogas e de articula\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas que extrapolam as fronteiras brasileiras.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“Essas fac\\u0026#231;\\u0026#245;es continuam se expandindo hoje por \\u0026#225;reas marcadas pelo abandono estrutural. Nessas localidades, as organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas v\\u0026#234;m praticando extors\\u0026#245;es e cobrando taxas de prote\\u0026#231;\\u0026#227;o de pequenos comerciantes — pr\\u0026#225;ticas inspiradas diretamente nas atua\\u0026#231;\\u0026#245;es milicianas do estado do Rio de Janeiro”, explica o especialista.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Outro fator que ajuda a compreender a presen\\u0026#231;a mais intensa das fac\\u0026#231;\\u0026#245;es criminosas em determinadas cidades — e sua aus\\u0026#234;ncia em outras — \\u0026#233; a exist\\u0026#234;ncia de redes log\\u0026#237;sticas que aproximam esses territ\\u0026#243;rios dos grandes fluxos do tr\\u0026#225;fico de drogas que atravessam o territ\\u0026#243;rio paraense. O estado do Par\\u0026#225;, dada sua posi\\u0026#231;\\u0026#227;o geoestrat\\u0026#233;gica e sua vasta malha hidrovi\\u0026#225;ria, \\u0026#233; cortado por pelo menos quatro grandes rotas do tr\\u0026#225;fico internacional de entorpecentes, especialmente de coca\\u0026#237;na e seus derivados, oriundos dos pa\\u0026#237;ses andinos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Essas rotas fazem do Par\\u0026#225; n\\u0026#227;o apenas um corredor de agem, mas tamb\\u0026#233;m um territ\\u0026#243;rio de armazenamento, processamento, embarque e redistribui\\u0026#231;\\u0026#227;o de drogas, tanto para o mercado interno quanto para o tr\\u0026#225;fico transnacional — especialmente via portos clandestinos ou de fiscaliza\\u0026#231;\\u0026#227;o prec\\u0026#225;ria, al\\u0026#233;m do porto internacional de Barcarena.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026#201; importante destacar que o tr\\u0026#225;fico internacional n\\u0026#227;o se sustenta apenas por meio da atua\\u0026#231;\\u0026#227;o direta das fac\\u0026#231;\\u0026#245;es, mas tamb\\u0026#233;m por meio da participa\\u0026#231;\\u0026#227;o de intermedi\\u0026#225;rios. “Essas redes recrutam indiv\\u0026#237;duos nas comunidades locais, cooptando-os por meio de promessas de ganhos financeiros e outros benef\\u0026#237;cios imediatos, aproveitando-se da vulnerabilidade social e econ\\u0026#244;mica predominante em diversas regi\\u0026#245;es”\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As fac\\u0026#231;\\u0026#245;es, por sua vez, ao se instalarem pr\\u0026#243;ximas a essas redes e aos centros de escoamento, obt\\u0026#234;m o facilitado e menos custoso aos entorpecentes. “Essa proximidade permite, entre outras vantagens, a barganha por servi\\u0026#231;os como estocagem, seguran\\u0026#231;a e distribui\\u0026#231;\\u0026#227;o, o que contribui para a obten\\u0026#231;\\u0026#227;o do produto a pre\\u0026#231;os significativamente reduzidos”, observa.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As fac\\u0026#231;\\u0026#245;es atuam com racionalidade econ\\u0026#244;mica e organizacional, se moldando em princ\\u0026#237;pios pr\\u0026#243;prios de mercado: oferta, demanda, redu\\u0026#231;\\u0026#227;o de custos operacionais e maximiza\\u0026#231;\\u0026#227;o dos lucros. Ao se assemelharem a empresas il\\u0026#237;citas, essas organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es impactam diretamente as din\\u0026#226;micas sociais e territoriais das comunidades onde se inserem, provocando altera\\u0026#231;\\u0026#245;es profundas nas rela\\u0026#231;\\u0026#245;es locais de poder, consumo e sociais”, detalha Roberto, que tamb\\u0026#233;m \\u0026#233; professor e pesquisador do F\\u0026#243;rum Brasileiro de Seguran\\u0026#231;a P\\u0026#250;blica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;EM N\\u0026#218;MEROS\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Balan\\u0026#231;o de opera\\u0026#231;\\u0026#245;es conjuntas das Pol\\u0026#237;cias do PA e RJ no combate ao crime organizado\\u0026amp;nbsp;No Rio de Janeiro:\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;2022:\\u0026lt;/span\\u0026gt; Foram mais ou menos 20 pris\\u0026#245;es, ou pris\\u0026#245;es de criminosos com mortes em confronto no Rio de Janeiro, que tinham v\\u0026#237;nculo com o Par\\u0026#225;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;2023: \\u0026lt;/span\\u0026gt;Foram cumpridos mandados de busca no complexo do Salgueiro, onde houve a neutraliza\\u0026#231;\\u0026#227;o de Leonardo Costa Ara\\u0026#250;jo, vulgo “L41”. 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SEGURANÇA

Conexão Pará e Rio prende membros do Comando Vermelho

Desde 2022, operações conjuntas das polícias dos dois estados já neutralizaram 40 membros do grupo criminoso. Neste mês, paraense que seria “RH” da facção foi detida em Cabo Frio por agentes

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Imagem ilustrativa da notícia Conexão Pará e Rio prende membros do Comando Vermelho camera Neste mês, paraense que seria “RH” da facção foi detida em Cabo Frio por agentes | Divulgação

De 2022 até agora a Polícia Civil do Pará já neutralizou, no Rio de Janeiro, cerca de 40 criminosos do Comando Vermelho (CV) que atuavam no Estado do Pará, em parceria com a Polícia Civil carioca. O trabalho conjunto entre as duas corporações teve início em 2021, ainda na pandemia.

A mais recente ocorreu no último dia 2, com a prisão de Bianca Duarte, 24, mais conhecida como “Bruninha do RH” em Cabo Frio (RJ), no último dia 2. Foi mais um duro golpe no crime organizado no eixo-Pará-Rio de Janeiro e no CV, cujas conexões vem crescendo em território paraense nos últimos anos. A prisão comprova a sintonia do setor de inteligência das polícias que, mais uma vez, realizaram a prisão conjuntamente para frear a expansão da facção nos dois Estados.

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Bianca tinha um papel estratégico na facção, recrutando jovens e gerenciando o cadastro de novos membros, similar a uma diretora de Recursos Humanos. A jovem, que postava vídeos e fotos ostentando armas de grosso calibre nas redes sociais, agora pode enfrentar mais de 20 anos de prisão. A também paraense Layane Tharlita Santos Santana e a brasiliense Kalita Eduarda Ataíde, amigas de Bianca, também foram presas em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

O Comando Vermelho, do Rio de Janeiro; e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, são as duas facções criminosas com atuação mais forte no Estado do Pará, com maior destaque para a facção carioca, que possui uma “filial do crime” no território paraense.

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Uálame Machado, secretário de Estado de Segurança Pública, lembra que durante a pandemia, o Supremo Tribunal Federal (STF) restringiu operações policiais em morros cariocas, tornando o Rio de Janeiro um ponto seguro para que essas organizações criminosas ficassem encasteladas, fazendo com que muitos criminosos migrassem para outros estados para criar “filiais”.

“Por exemplo, aqui no Pará, todas as 13 lideranças cariocas que compõem a organização no estado estão fora daqui. Praticamente todos estão no Rio de Janeiro. Mas essas lideranças não são paraenses. Todos os estados têm as suas lideranças que são do Rio. Todo o estado tem o seu fluxo, o seu organograma, que é de lideranças da organização que vêm do Rio”, explica.

Em 2021 a inteligência paraense percebeu um aumento no fluxo de migração de muitos líderes daqui para o Rio de Janeiro. “Em 2022 tivemos mais ou menos 20 prisões, ou prisões de criminosos com mortes em confronto no Rio de Janeiro, que eram do Pará, que tinham vínculo com o Pará”

Em 2023 a atuação da polícia paraense em terras cariocas foi marcada pelo confronto com o traficante “Léo 41”, maior liderança do CV no Pará, mas que estava no Rio de Janeiro. O criminoso foi a óbito no confronto com a polícia. Em 2024 mais 12 pessoas vinculadas ao CV no Pará foram presas no Rio de Janeiro, com o apoio da polícia carioca. “Este ano de 2025 prendemos mais 3 mulheres presas no início deste mês”, ressalta Uálame.

ESTADOS

As prisões feitas pela PC paraense no Rio de Janeiro sempre acabam tendo maior relevância em razão do CV, mas a polícia paraense já efetuou prisões em outros Estados, como em Goiás, Pernambuco, e muitas em Santa Catarina. “As parcerias com as polícias civis de outros estados fortalecem muito nossas ações. A ponte é permanente e inclusive mantemos equipes de policiais paraenses no Rio de Janeiro para intensificar o monitoramento dos criminosos e facilitar o planejamento das ações”.

O titular da Segup diz que os escritórios do crime nos estados funcionam como estruturas de empresas, só que do crime, mantendo um organograma elaborado com presidente, vice-presidente, tesoureiro e até uma responsável pela área de Recursos Humanos, cargo ocupado por Bianca Duarte, paraense presa recentemente no Rio.

Uálame Machado garante que o Pará é referência nacional no combate a facções criminosas em casas penais. “Hoje quando fazemos ações de busca em presídios não encontramos mais celulares. Diferente, por exemplo, do Rio de Janeiro, onde presos do Pará vivem falando de dentro dos presídios com pessoas daqui. Quando isso ocorre nós avisamos a área de segurança do Rio da situação e eles vão lá e apreendem os aparelhos”, relata.

Essa nova realidade fez com que integrantes do CV presos aqui percam imediatamente o posto de liderança graças ao rígido controle de entrada celulares nas casas penais, o que impede a comunicação e o os desses líderes com os demais membros da facção. “Hoje as fações sabem que quando lideranças criminosas são presas aqui perdem completamente o contato com o mundo exterior”, observa o secretário.

Negligência de governos anteriores fortaleceram facções

Roberto Magno Reis Netto, Doutor em Geografia com ênfase em segurança e Mestre em Segurança Pública, explica que o Comando Vermelho consolidou sua presença em presídios paraenses por volta de 2010, processo favorecido por governos que negligenciaram e até mesmo negaram a existência do problema.

“Em 2019, mesmo diante de mudanças no enfrentamento das facções criminosas feitas pelo governo que iniciava aquele ano, os efeitos de anos de descaso vieram à tona com o Massacre de Altamira, um dos episódios mais violentos do sistema prisional brasileiro. Em termos proporcionais, trata-se de uma das maiores tragédias carcerárias do país, comparável ao Massacre do Carandiru”, diz.

Esse cenário de domínio crescente motivou, por parte do Estado, a adoção de políticas de intervenção penitenciária mais incisivas, voltadas ao enfrentamento das facções criminosas no interior das unidades prisionais. ”A essa altura, o número de indivíduos associados a esses grupos já era expressivo, e as facções haviam consolidado sua capacidade de articulação e expansão por diversas comunidades socialmente vulneráveis em todo o estado do Pará”.

Na Região Metropolitana de Belém, começaram a surgir os primeiros sinais mais evidentes da atuação dessas organizações, inicialmente por meio de pichações, símbolos, mensagens cifradas e outros indicadores territoriais. “Com o fortalecimento das estratégias repressivas no ambiente prisional, observou-se, em um primeiro momento, o deslocamento das lideranças para o exterior dos presídios. No entanto, à medida que o enfrentamento foi ampliado também nas áreas urbanas, muitas dessas lideranças aram a migrar para outros estados da federação, como Santa Catarina e Rio de Janeiro”, coloca Roberto.

A presença consolidada nesses Estados, especialmente nas zonas portuárias, evidenciava a capacidade logística das facções, que participam ativamente de esquemas transnacionais de escoamento de drogas e de articulações criminosas que extrapolam as fronteiras brasileiras.

“Essas facções continuam se expandindo hoje por áreas marcadas pelo abandono estrutural. Nessas localidades, as organizações criminosas vêm praticando extorsões e cobrando taxas de proteção de pequenos comerciantes — práticas inspiradas diretamente nas atuações milicianas do estado do Rio de Janeiro”, explica o especialista.

Outro fator que ajuda a compreender a presença mais intensa das facções criminosas em determinadas cidades — e sua ausência em outras — é a existência de redes logísticas que aproximam esses territórios dos grandes fluxos do tráfico de drogas que atravessam o território paraense. O estado do Pará, dada sua posição geoestratégica e sua vasta malha hidroviária, é cortado por pelo menos quatro grandes rotas do tráfico internacional de entorpecentes, especialmente de cocaína e seus derivados, oriundos dos países andinos.

Essas rotas fazem do Pará não apenas um corredor de agem, mas também um território de armazenamento, processamento, embarque e redistribuição de drogas, tanto para o mercado interno quanto para o tráfico transnacional — especialmente via portos clandestinos ou de fiscalização precária, além do porto internacional de Barcarena.

É importante destacar que o tráfico internacional não se sustenta apenas por meio da atuação direta das facções, mas também por meio da participação de intermediários. “Essas redes recrutam indivíduos nas comunidades locais, cooptando-os por meio de promessas de ganhos financeiros e outros benefícios imediatos, aproveitando-se da vulnerabilidade social e econômica predominante em diversas regiões”

As facções, por sua vez, ao se instalarem próximas a essas redes e aos centros de escoamento, obtêm o facilitado e menos custoso aos entorpecentes. “Essa proximidade permite, entre outras vantagens, a barganha por serviços como estocagem, segurança e distribuição, o que contribui para a obtenção do produto a preços significativamente reduzidos”, observa.

As facções atuam com racionalidade econômica e organizacional, se moldando em princípios próprios de mercado: oferta, demanda, redução de custos operacionais e maximização dos lucros. Ao se assemelharem a empresas ilícitas, essas organizações impactam diretamente as dinâmicas sociais e territoriais das comunidades onde se inserem, provocando alterações profundas nas relações locais de poder, consumo e sociais”, detalha Roberto, que também é professor e pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

EM NÚMEROS

Balanço de operações conjuntas das Polícias do PA e RJ no combate ao crime organizado No Rio de Janeiro:

2022: Foram mais ou menos 20 prisões, ou prisões de criminosos com mortes em confronto no Rio de Janeiro, que tinham vínculo com o Pará.

2023: Foram cumpridos mandados de busca no complexo do Salgueiro, onde houve a neutralização de Leonardo Costa Araújo, vulgo “L41”. Na operação também foi preso Ygor Nascimento da Costa, vulgo “graveto”, também investigado da DRFC. Além dele, também foi neutralizada a paraense Ana Gabriely Pantoja Machado.

2024: Foram 12 indivíduos presos, dentre cumprimento de mandados de prisão preventiva e auto de prisão em flagrante.

2025: 3 indivíduos presos (uma por mandado de prisão e 3 autuadas em flagrante e delito).

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