Suspeito de matar radialista em Abaetetuba é preso 

Em cidades do interior paraense, vozes que animam festas, conduzem programas de rádio e fortalecem a identidade cultural local são mais que profissionais: tornam-se ícones da comunidade. Em Abaetetuba, esse elo foi brutalmente rompido com o assassinato de Luisinho Costa, um nome querido e respeitado entre ouvintes, artistas e foliões da região. O crime, cometido de forma cruel e em plena transmissão ao vivo, chocou o Estado e mobilizou as forças de segurança pública.

A Polícia Civil do Pará prendeu nesta quinta-feira, 30, o principal suspeito de ter assassinado o radialista, DJ e promotor de eventos Luisinho Costa. O crime aconteceu na última terça-feira, 27, enquanto ele apresentava seu programa ao vivo na Rádio Comunitária Guarany FM. O momento dos disparos chegou a ser registrado durante a transmissão. O nome do acusado não foi divulgado pelas autoridades, que seguem com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos no homicídio.

CONTEÚDO RELACIONADO

• Polícia identifica suspeito de matar radialista em Abaetetuba
• Radialista é executado a tiros dentro de rádio em Abaetetuba
• Morte de personal trainer e PM tem novos desdobramentos

Luisinho Costa era uma presença constante no cotidiano cultural de Abaetetuba. Com mais de duas décadas de atuação na Guarany FM, ele também se destacava como DJ, produtor de eventos e empresário, sempre promovendo a valorização dos artistas locais. Sua trajetória foi marcada por uma entrega intensa ao rádio comunitário e ao fortalecimento das expressões populares da cidade.

Quer mais notícias de polícia? e o canal do DOL no WhatsApp.

Além da atuação profissional, Luisinho carregava no sangue a tradição radiofônica. Filho de Bené Costa, renomado locutor da aparelhagem Ben Som e atual diretor da Guarany FM, ele herdou do pai a paixão pela comunicação e pelo entretenimento. Também mantinha uma forte ligação com a aparelhagem Carabao, que lamentou publicamente sua morte: "Construímos não apenas uma relação profissional, mas uma verdadeira amizade. Luisinho deixa um legado".

HOMENAGEM NAS REDES SOCIAIS

Fundador do bloco carnavalesco Me Namora, um dos mais conhecidos da região, o comunicador foi homenageado pela organização do grupo nas redes sociais: "Amigo querido e parte fundamental da nossa história. Luisinho viveu o bloco com dedicação, alegria e um compromisso que tocava a todos". Em outro trecho da nota, a emoção se intensifica: "Silencioso nos bastidores, mas gigante na entrega".

Luisinho era casado desde 1998, deixa esposa e uma filha. Familiares, amigos e colegas de profissão têm utilizado as redes sociais para compartilhar mensagens de pesar e homenagens emocionadas. A morte do comunicador abre feridas profundas no meio cultural e midiático de Abaetetuba, ao mesmo tempo em que levanta questionamentos sobre a segurança dos profissionais da comunicação no interior do estado.

A polícia ainda busca esclarecer as motivações do crime e localizar possíveis cúmplices. Enquanto isso, a cidade tenta lidar com a dor da perda de uma de suas vozes mais queridas.