{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/politica/824362/aprovado-novo-arcabouco-que-poe-fim-ao-teto-de-gastos","headline":"Aprovado novo arcabouço que põe fim ao teto de gastos","datePublished":"2023-08-22T23:42:37.21-03:00","dateModified":"2023-08-22T23:42:28-03:00","author":{"@type":"Person","name":"FOLHAPRESS","url":"/noticias/politica/824362/aprovado-novo-arcabouco-que-poe-fim-ao-teto-de-gastos"},"image":"/img/Artigo-Destaque/820000/LULAMAR_00824362_0_.jpg?xid=2709051","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve aval do Congresso Nacional nesta terça-feira (22) para enterrar o teto de gastos,","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;O governo de Luiz In\\u0026#225;cio Lula da Silva (PT) obteve aval do Congresso Nacional nesta ter\\u0026#231;a-feira (22) para enterrar o teto de gastos, criado h\\u0026#225; mais de seis anos, e implementar o novo arcabou\\u0026#231;o fiscal - uma nova regra para as contas p\\u0026#250;blicas que prev\\u0026#234; o crescimento das despesas acima da infla\\u0026#231;\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O projeto de lei do Executivo j\\u0026#225; havia sido aprovado pela C\\u0026#226;mara em um primeiro momento (em maio), tendo voltado para a an\\u0026#225;lise dos deputados ap\\u0026#243;s modifica\\u0026#231;\\u0026#245;es feitas pelo Senado (em junho). 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Como o texto \\u0026#233; um projeto de lei complementar, eram necess\\u0026#225;rios, no m\\u0026#237;nimo, 257 votos dos 513 deputados.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A nova regra foi desenhada com a promessa de garantir mais recursos para pol\\u0026#237;ticas p\\u0026#250;blicas e ao mesmo tempo reequilibrar gradualmente as contas do governo, que entraram no vermelho em 2014 —e, desde ent\\u0026#227;o, s\\u0026#243; exibiram resultado positivo em 2022.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A proposta determina que as despesas federais v\\u0026#227;o crescer todo ano de 0,6% a 2,5% em termos reais (al\\u0026#233;m da infla\\u0026#231;\\u0026#227;o). O percentual vai variar dentro desse intervalo de forma proporcional \\u0026#224;s receitas obtidas pelo governo —ou seja, quanto maior tiver sido a arrecada\\u0026#231;\\u0026#227;o, mais ser\\u0026#225; poss\\u0026#237;vel gastar.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Uma vez assinado por Lula, o texto dar\\u0026#225; fim ao congelamento de gastos criado no fim de 2016 por Michel Temer (MDB). A extin\\u0026#231;\\u0026#227;o autom\\u0026#225;tica do teto no ato da san\\u0026#231;\\u0026#227;o do arcabou\\u0026#231;o \\u0026#233; prevista pela PEC criada ainda na \\u0026#233;poca da transi\\u0026#231;\\u0026#227;o de governo, em 2022.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Na vers\\u0026#227;o final do arcabou\\u0026#231;o, os deputados descartaram algumas altera\\u0026#231;\\u0026#245;es feitas pelos senadores e retomaram parte da reda\\u0026#231;\\u0026#227;o que havia sido previamente aprovada por eles em maio, que torna as regras do arcabou\\u0026#231;o mais r\\u0026#237;gidas do que o texto original do governo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No desenho aprovado pela C\\u0026#226;mara, ficam fora das limita\\u0026#231;\\u0026#245;es gerais o Fundeb (Fundo de Manuten\\u0026#231;\\u0026#227;o da Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o B\\u0026#225;sica) e o FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal). Os deputados recolocaram as despesas com ci\\u0026#234;ncia, tecnologia e inova\\u0026#231;\\u0026#227;o dentro das regras fiscais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quando o texto ou pela C\\u0026#226;mara pela primeira vez, Fundeb e Fundo do DF estavam dentro dos limites do arcabou\\u0026#231;o. O plen\\u0026#225;rio da Casa, portanto, acatou a mudan\\u0026#231;a feita pelo Senado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As altera\\u0026#231;\\u0026#245;es no Senado for\\u0026#231;aram que a proposta asse mais uma vez pela C\\u0026#226;mara, e o deputado Cl\\u0026#225;udio Cajado (PP-BA), que j\\u0026#225; havia sido respons\\u0026#225;vel pelo relat\\u0026#243;rio na primeira aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o na Casa, negociou com o governo a vers\\u0026#227;o final.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A C\\u0026#226;mara tamb\\u0026#233;m rejeitou uma proposta do governo que permitia ao Executivo enviar o PLOA (projeto de Lei Or\\u0026#231;ament\\u0026#225;ria Anual) de 2024 com cerca de R$ 32 bilh\\u0026#245;es em despesas condicionadas \\u0026#224; aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o de um cr\\u0026#233;dito suplementar, para incorporar o efeito da infla\\u0026#231;\\u0026#227;o maior ao fim do ano sobre o limite para gastos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O dispositivo havia sido fruto de uma solu\\u0026#231;\\u0026#227;o costurada pela ministra Simone Tebet (Planejamento e Or\\u0026#231;amento) para evitar o corte que poderia comprometer projetos do novo PAC (Programa de Acelera\\u0026#231;\\u0026#227;o do Crescimento).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Essa sa\\u0026#237;da foi sugerida ap\\u0026#243;s uma manobra da equipe econ\\u0026#244;mica no texto ter sido desmontada.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Inicialmente, o governo havia proposto que o limite de despesas do novo arcabou\\u0026#231;o fiscal seria atualizado pela infla\\u0026#231;\\u0026#227;o calculada de janeiro a dezembro do ano anterior —o que daria um espa\\u0026#231;o extra para os gastos em 2024, j\\u0026#225; que o IPCA do encerramento deste ano deve vir maior do que o observado em junho.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com isso, o governo repetiria uma manobra feita pelo ent\\u0026#227;o ministro Paulo Guedes (Economia) durante a gest\\u0026#227;o Bolsonaro.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Diante da resist\\u0026#234;ncia ao dispositivo nas discuss\\u0026#245;es do arcabou\\u0026#231;o, o governo fez uma altera\\u0026#231;\\u0026#227;o no PLDO (projeto da Lei de Diretrizes Or\\u0026#231;ament\\u0026#225;rias) de 2024 e colocou uma autoriza\\u0026#231;\\u0026#227;o para incluir no Or\\u0026#231;amento despesas condicionadas \\u0026#224; aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o de um cr\\u0026#233;dito suplementar no ano que vem, em valor equivalente ao efeito da infla\\u0026#231;\\u0026#227;o maior esperada at\\u0026#233; o fim deste ano.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;T\\u0026#233;cnicos do governo dizem que isso \\u0026#233; suficiente para o projeto de Or\\u0026#231;amento j\\u0026#225; ser apresentado considerando as despesas condicionadas. A pe\\u0026#231;a or\\u0026#231;ament\\u0026#225;ria tem de ser enviada at\\u0026#233; 31 de agosto.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O presidente da C\\u0026#226;mara, Arthur Lira (PP-AL), cumprimentou Cajado, relator do texto, pelos trabalhos. \\u0026quot;Parab\\u0026#233;ns, deputado Cajado pela relatoria. E, ao final, entregamos o projeto do arcabou\\u0026#231;o fiscal para o pa\\u0026#237;s\\u0026quot;, disse.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;L\\u0026#237;der do governo na C\\u0026#226;mara, o deputado Jos\\u0026#233; Guimar\\u0026#227;es (PT-CE) comemorou a aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;\\u0026#201; uma vit\\u0026#243;ria para quem diz que o nosso governo n\\u0026#227;o tem responsabilidade com as contas p\\u0026#250;blicas percebe neste momento que n\\u0026#243;s estamos garantindo a estabilidade, a previsibilidade e isso \\u0026#233; fundamental para quem quer governar com responsabilidade social\\u0026quot;, disse.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Carlos Jordy (PL-RJ), l\\u0026#237;der da Oposi\\u0026#231;\\u0026#227;o na C\\u0026#226;mara, criticou o texto. \\u0026quot;Isso s\\u0026#243; demonstra a falta de comprometimento do governo com a quest\\u0026#227;o or\\u0026#231;ament\\u0026#225;ria, com a responsabilidade fiscal\\u0026quot;, afirmou.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Integrantes do governo comemoraram a aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o do novo arcabou\\u0026#231;o, defenderam que a proposta une responsabilidade fiscal e investimento, e parabenizaram Lira.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;O projeto, de autoria do governo federal, vai permitir que o investimento no pa\\u0026#237;s seja aliado ao crescimento econ\\u0026#244;mico. Ou seja: Quando o pa\\u0026#237;s cresce, o investimento cresce junto\\u0026quot;, publicou nas redes sociais a Secom (Secretaria de Comunica\\u0026#231;\\u0026#227;o Social da Presid\\u0026#234;ncia).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;J\\u0026#225; o ministro das Rela\\u0026#231;\\u0026#245;es Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a regra garante previsibilidade e estabilidade.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mais cedo, em evento em S\\u0026#227;o Paulo, o presidente em exerc\\u0026#237;cio e ministro do Desenvolvimento, Ind\\u0026#250;stria, Com\\u0026#233;rcio e Servi\\u0026#231;os, Geraldo Alckmin (PSB), elogiou Lira por acelerar o arcabou\\u0026#231;o fiscal.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;Eu quero destacar aqui o empenho do presidente Arthur Lira, que realmente se comprometeu a votar [o novo arcabou\\u0026#231;o fiscal]\\u0026quot;, disse Alckmin, durante a 24\\u0026#170; Confer\\u0026#234;ncia Anual Santander, em S\\u0026#227;o Paulo. No evento, o vice-presidente confirmara a vota\\u0026#231;\\u0026#227;o do texto na noite desta ter\\u0026#231;a.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Na semana ada, Lira havia afirmado \\u0026#224; Folha\\u0026amp;nbsp; de S.Paulo que o texto que voltou do Senado seria levado ao plen\\u0026#225;rio nesta data.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com a palavra final da C\\u0026#226;mara, o projeto do novo arcabou\\u0026#231;o fiscal segue agora para a san\\u0026#231;\\u0026#227;o da Presid\\u0026#234;ncia da Rep\\u0026#250;blica e, assim que assinado, coloca fim definitivo \\u0026#224; era do teto de gastos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Lula cumpre, com a medida, uma promessa de campanha e consegue tirar do caminho o que poderia ser um dos principais obst\\u0026#225;culos para seu governo: o impedimento para o crescimento das despesas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em dezembro de 2022, ap\\u0026#243;s a vit\\u0026#243;ria do petista nas urnas —mas ainda antes de sua posse—, Lula teve de articular uma PEC para liberar recursos para programas como o Bolsa Fam\\u0026#237;lia e o Farm\\u0026#225;cia Popular.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Foram R$ 168 bilh\\u0026#245;es extras para usar em 2023, mas o Congresso n\\u0026#227;o deixou o instrumento ser usado em outro ano —o que pressionou a equipe econ\\u0026#244;mica a concluir o desenho do novo arcabou\\u0026#231;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O saldo final da nova regra fiscal \\u0026#233; positivo para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que realizou uma s\\u0026#233;rie de agendas com parlamentares durante o primeiro semestre para a elabora\\u0026#231;\\u0026#227;o da proposta.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ao longo da negocia\\u0026#231;\\u0026#227;o, o ex-prefeito de S\\u0026#227;o Paulo acumulou avalia\\u0026#231;\\u0026#245;es positivas de deputados e senadores. Lira chegou a sugerir a Lula que Haddad virasse ministro da Casa Civil.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Recentemente, no entanto, os dois tiveram um atrito ap\\u0026#243;s o titular da pasta ter falado que a C\\u0026#226;mara tem \\u0026quot;poder muito grande\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A equipe econ\\u0026#244;mica espera que o avan\\u0026#231;o da nova regra fiscal contribua para reduzir as incertezas do mercado financeiro em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o ao futuro das contas p\\u0026#250;blicas, embora ainda haja desconfian\\u0026#231;a quanto \\u0026#224; execu\\u0026#231;\\u0026#227;o da nova regra, excessivamente dependente de novas receitas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para zerar o d\\u0026#233;ficit prim\\u0026#225;rio (que desconsidera as despesas com juros), o governo calcular precisar de R$ 130 bilh\\u0026#245;es em arrecada\\u0026#231;\\u0026#227;o extra apenas para 2024.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**COMO FUNCIONA O NOVO ARCABOU\\u0026#199;O**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O novo marco combina metas de resultado prim\\u0026#225;rio (obtido a partir da diferen\\u0026#231;a entre receitas e despesas) com um limite de crescimento para gastos mais flex\\u0026#237;vel do que o do teto. Os princ\\u0026#237;pios foram defendidos por Haddad e sua equipe a despeito de resist\\u0026#234;ncias dentro do pr\\u0026#243;prio PT, j\\u0026#225; que uma ala do partido queria uma regra fiscal mais branda.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Pela regra aprovada, o crescimento real do limite de gasto do ano seguinte deve equivaler a 70% da varia\\u0026#231;\\u0026#227;o da receita em 12 meses acumulados at\\u0026#233; junho do ano anterior, j\\u0026#225; descontada a infla\\u0026#231;\\u0026#227;o, desde que respeitado o intervalo de 0,6% a 2,5%. Na pr\\u0026#225;tica, esses s\\u0026#227;o o piso e o teto de avan\\u0026#231;o das despesas, independentemente do quadro econ\\u0026#244;mico do pa\\u0026#237;s.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Al\\u0026#233;m disso, o governo precisa cumprir uma meta de resultado prim\\u0026#225;rio. O objetivo para o ano que vem \\u0026#233; zerar o d\\u0026#233;ficit em 2024 e chegar a um super\\u0026#225;vit de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2026 —metas tidas como ambiciosas por economistas de mercado, que ainda veem com cautela a capacidade da Fazenda de honrar esses compromissos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Pela regra, caso a meta seja descumprida, a propor\\u0026#231;\\u0026#227;o de alta das despesas em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o \\u0026#224; arrecada\\u0026#231;\\u0026#227;o cai a 50%, at\\u0026#233; a retomada da trajet\\u0026#243;ria de resultados dentro do esperado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O texto tamb\\u0026#233;m manteve os gatilhos autom\\u0026#225;ticos para ajustar as despesas em caso de estouro da meta de prim\\u0026#225;rio. Entre as medidas est\\u0026#227;o a proibi\\u0026#231;\\u0026#227;o de concursos p\\u0026#250;blicos e de aumentos para servidores.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A pol\\u0026#237;tica de valoriza\\u0026#231;\\u0026#227;o do sal\\u0026#225;rio m\\u0026#237;nimo, por\\u0026#233;m, ficar\\u0026#225; blindada desses mecanismos, a pedido de Lula.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O texto ainda obriga o governo a contingenciar despesas, caso haja frustra\\u0026#231;\\u0026#227;o de receitas ou aumento de outros gastos que ameace o cumprimento da meta fiscal no exerc\\u0026#237;cio. Esta seria uma medida prudencial adotada pelo gestor para tentar evitar o estouro da meta.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Inicialmente, o governo queria que a ado\\u0026#231;\\u0026#227;o dessa provid\\u0026#234;ncia fosse opcional, numa flexibiliza\\u0026#231;\\u0026#227;o em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o ao que manda a vers\\u0026#227;o atual da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). O Congresso n\\u0026#227;o aceitou essa proposta e restabeleceu o contingenciamento, mas estipulou um limite de 25% do valor previsto no Or\\u0026#231;amento para as despesas discricion\\u0026#225;rias —que incluem custeio e investimentos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A proposta determina que o contingenciamento precisa ser proporcional entre as diferentes rubricas. Na pr\\u0026#225;tica, isso evita que o aperto recaia apenas sobre os investimentos, como j\\u0026#225; ocorreu no ado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"arcabouço fiscal, camara, teto dos gasdtos, aprovado,"}
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Aprovado novo arcabouço que põe fim ao teto de gastos

O texto segue agora para sanção presidencial

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Imagem ilustrativa da notícia Aprovado novo arcabouço que põe fim ao teto de gastos camera Sessão da Câmara para votar o Arcabouço Fiscal. | Lula Marques/ Agência Brasil

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve aval do Congresso Nacional nesta terça-feira (22) para enterrar o teto de gastos, criado há mais de seis anos, e implementar o novo arcabouço fiscal - uma nova regra para as contas públicas que prevê o crescimento das despesas acima da inflação.

O projeto de lei do Executivo já havia sido aprovado pela Câmara em um primeiro momento (em maio), tendo voltado para a análise dos deputados após modificações feitas pelo Senado (em junho). Por já ter ado pelas duas Casas, o texto segue agora para sanção presidencial.

Na sessão da Câmara desta terça, foram discutidas principalmente as emendas ao texto oriundas da Casa vizinha. O governo conseguiu apoio de 379 deputados em uma votação e 423 em outra.

Os números seriam suficientes para aprovar uma PEC (proposta de emenda à Constituição), cujo mínimo é 308 votos. Como o texto é um projeto de lei complementar, eram necessários, no mínimo, 257 votos dos 513 deputados.

A nova regra foi desenhada com a promessa de garantir mais recursos para políticas públicas e ao mesmo tempo reequilibrar gradualmente as contas do governo, que entraram no vermelho em 2014 —e, desde então, só exibiram resultado positivo em 2022.

A proposta determina que as despesas federais vão crescer todo ano de 0,6% a 2,5% em termos reais (além da inflação). O percentual vai variar dentro desse intervalo de forma proporcional às receitas obtidas pelo governo —ou seja, quanto maior tiver sido a arrecadação, mais será possível gastar.

Uma vez assinado por Lula, o texto dará fim ao congelamento de gastos criado no fim de 2016 por Michel Temer (MDB). A extinção automática do teto no ato da sanção do arcabouço é prevista pela PEC criada ainda na época da transição de governo, em 2022.

Na versão final do arcabouço, os deputados descartaram algumas alterações feitas pelos senadores e retomaram parte da redação que havia sido previamente aprovada por eles em maio, que torna as regras do arcabouço mais rígidas do que o texto original do governo.

No desenho aprovado pela Câmara, ficam fora das limitações gerais o Fundeb (Fundo de Manutenção da Educação Básica) e o FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal). Os deputados recolocaram as despesas com ciência, tecnologia e inovação dentro das regras fiscais.

Quando o texto ou pela Câmara pela primeira vez, Fundeb e Fundo do DF estavam dentro dos limites do arcabouço. O plenário da Casa, portanto, acatou a mudança feita pelo Senado.

As alterações no Senado forçaram que a proposta asse mais uma vez pela Câmara, e o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que já havia sido responsável pelo relatório na primeira aprovação na Casa, negociou com o governo a versão final.

A Câmara também rejeitou uma proposta do governo que permitia ao Executivo enviar o PLOA (projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2024 com cerca de R$ 32 bilhões em despesas condicionadas à aprovação de um crédito suplementar, para incorporar o efeito da inflação maior ao fim do ano sobre o limite para gastos.

O dispositivo havia sido fruto de uma solução costurada pela ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) para evitar o corte que poderia comprometer projetos do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Essa saída foi sugerida após uma manobra da equipe econômica no texto ter sido desmontada.

Inicialmente, o governo havia proposto que o limite de despesas do novo arcabouço fiscal seria atualizado pela inflação calculada de janeiro a dezembro do ano anterior —o que daria um espaço extra para os gastos em 2024, já que o IPCA do encerramento deste ano deve vir maior do que o observado em junho.

Com isso, o governo repetiria uma manobra feita pelo então ministro Paulo Guedes (Economia) durante a gestão Bolsonaro.

Diante da resistência ao dispositivo nas discussões do arcabouço, o governo fez uma alteração no PLDO (projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024 e colocou uma autorização para incluir no Orçamento despesas condicionadas à aprovação de um crédito suplementar no ano que vem, em valor equivalente ao efeito da inflação maior esperada até o fim deste ano.

Técnicos do governo dizem que isso é suficiente para o projeto de Orçamento já ser apresentado considerando as despesas condicionadas. A peça orçamentária tem de ser enviada até 31 de agosto.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cumprimentou Cajado, relator do texto, pelos trabalhos. "Parabéns, deputado Cajado pela relatoria. E, ao final, entregamos o projeto do arcabouço fiscal para o país", disse.

Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) comemorou a aprovação.

"É uma vitória para quem diz que o nosso governo não tem responsabilidade com as contas públicas percebe neste momento que nós estamos garantindo a estabilidade, a previsibilidade e isso é fundamental para quem quer governar com responsabilidade social", disse.

Carlos Jordy (PL-RJ), líder da Oposição na Câmara, criticou o texto. "Isso só demonstra a falta de comprometimento do governo com a questão orçamentária, com a responsabilidade fiscal", afirmou.

Integrantes do governo comemoraram a aprovação do novo arcabouço, defenderam que a proposta une responsabilidade fiscal e investimento, e parabenizaram Lira.

"O projeto, de autoria do governo federal, vai permitir que o investimento no país seja aliado ao crescimento econômico. Ou seja: Quando o país cresce, o investimento cresce junto", publicou nas redes sociais a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).

Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a regra garante previsibilidade e estabilidade.

Mais cedo, em evento em São Paulo, o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), elogiou Lira por acelerar o arcabouço fiscal.

"Eu quero destacar aqui o empenho do presidente Arthur Lira, que realmente se comprometeu a votar [o novo arcabouço fiscal]", disse Alckmin, durante a 24ª Conferência Anual Santander, em São Paulo. No evento, o vice-presidente confirmara a votação do texto na noite desta terça.

Na semana ada, Lira havia afirmado à Folha de S.Paulo que o texto que voltou do Senado seria levado ao plenário nesta data.

Com a palavra final da Câmara, o projeto do novo arcabouço fiscal segue agora para a sanção da Presidência da República e, assim que assinado, coloca fim definitivo à era do teto de gastos.

Lula cumpre, com a medida, uma promessa de campanha e consegue tirar do caminho o que poderia ser um dos principais obstáculos para seu governo: o impedimento para o crescimento das despesas.

Em dezembro de 2022, após a vitória do petista nas urnas —mas ainda antes de sua posse—, Lula teve de articular uma PEC para liberar recursos para programas como o Bolsa Família e o Farmácia Popular.

Foram R$ 168 bilhões extras para usar em 2023, mas o Congresso não deixou o instrumento ser usado em outro ano —o que pressionou a equipe econômica a concluir o desenho do novo arcabouço.

O saldo final da nova regra fiscal é positivo para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que realizou uma série de agendas com parlamentares durante o primeiro semestre para a elaboração da proposta.

Ao longo da negociação, o ex-prefeito de São Paulo acumulou avaliações positivas de deputados e senadores. Lira chegou a sugerir a Lula que Haddad virasse ministro da Casa Civil.

Recentemente, no entanto, os dois tiveram um atrito após o titular da pasta ter falado que a Câmara tem "poder muito grande".

A equipe econômica espera que o avanço da nova regra fiscal contribua para reduzir as incertezas do mercado financeiro em relação ao futuro das contas públicas, embora ainda haja desconfiança quanto à execução da nova regra, excessivamente dependente de novas receitas.

Para zerar o déficit primário (que desconsidera as despesas com juros), o governo calcular precisar de R$ 130 bilhões em arrecadação extra apenas para 2024.

**COMO FUNCIONA O NOVO ARCABOUÇO**

O novo marco combina metas de resultado primário (obtido a partir da diferença entre receitas e despesas) com um limite de crescimento para gastos mais flexível do que o do teto. Os princípios foram defendidos por Haddad e sua equipe a despeito de resistências dentro do próprio PT, já que uma ala do partido queria uma regra fiscal mais branda.

Pela regra aprovada, o crescimento real do limite de gasto do ano seguinte deve equivaler a 70% da variação da receita em 12 meses acumulados até junho do ano anterior, já descontada a inflação, desde que respeitado o intervalo de 0,6% a 2,5%. Na prática, esses são o piso e o teto de avanço das despesas, independentemente do quadro econômico do país.

Além disso, o governo precisa cumprir uma meta de resultado primário. O objetivo para o ano que vem é zerar o déficit em 2024 e chegar a um superávit de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2026 —metas tidas como ambiciosas por economistas de mercado, que ainda veem com cautela a capacidade da Fazenda de honrar esses compromissos.

Pela regra, caso a meta seja descumprida, a proporção de alta das despesas em relação à arrecadação cai a 50%, até a retomada da trajetória de resultados dentro do esperado.

O texto também manteve os gatilhos automáticos para ajustar as despesas em caso de estouro da meta de primário. Entre as medidas estão a proibição de concursos públicos e de aumentos para servidores.

A política de valorização do salário mínimo, porém, ficará blindada desses mecanismos, a pedido de Lula.

O texto ainda obriga o governo a contingenciar despesas, caso haja frustração de receitas ou aumento de outros gastos que ameace o cumprimento da meta fiscal no exercício. Esta seria uma medida prudencial adotada pelo gestor para tentar evitar o estouro da meta.

Inicialmente, o governo queria que a adoção dessa providência fosse opcional, numa flexibilização em relação ao que manda a versão atual da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). O Congresso não aceitou essa proposta e restabeleceu o contingenciamento, mas estipulou um limite de 25% do valor previsto no Orçamento para as despesas discricionárias —que incluem custeio e investimentos.

A proposta determina que o contingenciamento precisa ser proporcional entre as diferentes rubricas. Na prática, isso evita que o aperto recaia apenas sobre os investimentos, como já ocorreu no ado.

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