{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/politica/835435/senado-aprova-texto-base-da-reforma-tributaria","headline":"Senado aprova texto-base da Reforma Tributária","datePublished":"2023-11-08T20:06:35-03:00","dateModified":"2023-11-08T20:19:59-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Idiana Tomazelli E Thaísa Oliveira/Folhapress","url":"/noticias/politica/835435/senado-aprova-texto-base-da-reforma-tributaria"},"image":"/img/Artigo-Destaque/830000/lulamarques_00835435_0_.jpg?xid=2767764","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Em uma votação histórica, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (8) a Reforma Tributária que unifica cinco tributos sobre consumo","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;Em uma vota\\u0026#231;\\u0026#227;o hist\\u0026#243;rica, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (8) a Reforma Tribut\\u0026#225;ria que unifica cinco tributos sobre consumo, colocando o Brasil mais perto do ponto de virada para um sistema j\\u0026#225; adotado em outros pa\\u0026#237;ses e que promete simplifica\\u0026#231;\\u0026#227;o, menos conflitos e o fim da cobran\\u0026#231;a em cascata de impostos sobre empresas e consumidores.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O texto-base da PEC (proposta de emenda \\u0026#224; Constitui\\u0026#231;\\u0026#227;o) foi aprovado em primeiro turno por 53 senadores -mais do que os 49 votos necess\\u0026#225;rios para uma altera\\u0026#231;\\u0026#227;o constitucional. Foram 24 votos contr\\u0026#225;rios.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O sinal verde dos senadores estabelece um marco in\\u0026#233;dito. Pela primeira vez sob o regime democr\\u0026#225;tico, C\\u0026#226;mara e Senado convergiram na inten\\u0026#231;\\u0026#227;o de sepultar o atual sistema tribut\\u0026#225;rio, criado ainda na d\\u0026#233;cada de 1960, e aprovaram em ambas as Casas as bases para uma reforma ampla.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O Senado alterou trechos da PEC e ampliou exce\\u0026#231;\\u0026#245;es a categorias e atividades. Por isso, o texto ainda precisar\\u0026#225; ar novamente pelo crivo dos deputados antes da promulga\\u0026#231;\\u0026#227;o -etapa que a c\\u0026#250;pula do Congresso espera concluir ainda este ano.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mesmo com as modifica\\u0026#231;\\u0026#245;es, o alinhamento em torno dos princ\\u0026#237;pios gerais da reforma \\u0026#233; visto por membros do governo, parlamentares e especialistas como um sinal de que, agora, a mudan\\u0026#231;a deve mesmo sair do papel. \\u0026quot;Se o receio \\u0026#233; de que a aprova\\u0026#231;\\u0026#227;o da PEC acarrete aumento de carga tribut\\u0026#225;ria, temos a convic\\u0026#231;\\u0026#227;o de que o modelo garante que isso n\\u0026#227;o ocorrer\\u0026#225;\\u0026quot;, disse o relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), durante a sess\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A Reforma Tribut\\u0026#225;ria est\\u0026#225; em discuss\\u0026#227;o no Congresso h\\u0026#225; mais de 30 anos. A primeira vez que se tentou unir os tributos sobre consumo em um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) foi na elabora\\u0026#231;\\u0026#227;o da Constitui\\u0026#231;\\u0026#227;o de 1988. De l\\u0026#225; para c\\u0026#225;, diferentes propostas fracassaram por diverg\\u0026#234;ncias e falta de apoio pol\\u0026#237;tico, sentenciando o pa\\u0026#237;s a conviver com um sistema j\\u0026#225; obsoleto. Hoje, 174 pa\\u0026#237;ses adotam o sistema IVA para tributar o consumo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A PEC aprovada na C\\u0026#226;mara e agora avalizada pelo Senado \\u0026#233; fruto da combina\\u0026#231;\\u0026#227;o de duas propostas apresentadas em 2019 e que ganharam o apoio expl\\u0026#237;cito do governo de Luiz In\\u0026#225;cio Lula da Silva (PT).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Logo que assumiu, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) estabeleceu a Reforma Tribut\\u0026#225;ria como uma das prioridades da agenda econ\\u0026#244;mica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O ministro criou uma secretaria extraordin\\u0026#225;ria no Minist\\u0026#233;rio da Fazenda voltada ao tema, comandada por Bernard Appy -formulador t\\u0026#233;cnico da vers\\u0026#227;o inicial da PEC 45, uma das bases para a reforma aprovada nesta quarta. O secret\\u0026#225;rio acompanhou a sess\\u0026#227;o direto do plen\\u0026#225;rio do Senado, repetindo o ritual das vota\\u0026#231;\\u0026#245;es anteriores.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Al\\u0026#233;m do empenho pol\\u0026#237;tico, Haddad precisou negociar uma s\\u0026#233;rie de concess\\u0026#245;es e abrir os cofres da Uni\\u0026#227;o para assegurar o avan\\u0026#231;o da pauta. O governo federal aceitou injetar R$ 60 bilh\\u0026#245;es anuais em um fundo para bancar novos incentivos regionais sob o novo sistema. A resist\\u0026#234;ncia em dar essa compensa\\u0026#231;\\u0026#227;o aos estados sempre foi um obst\\u0026#225;culo hist\\u0026#243;rico ao avan\\u0026#231;o da reforma -embora o valor definido tenha sido alvo de cr\\u0026#237;ticas e preocupa\\u0026#231;\\u0026#245;es sobre seu impacto na sustentabilidade fiscal do pa\\u0026#237;s.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No Senado, o texto ou por novas flexibiliza\\u0026#231;\\u0026#245;es diante da maior sensibilidade dos parlamentares ao lobby de diferentes categorias.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O relator criou uma nova al\\u0026#237;quota para profissionais liberais como advogados e engenheiros (com 30% de desconto em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o \\u0026#224; cobran\\u0026#231;a integral), incluiu cinco novas possibilidades de al\\u0026#237;quota zero ou reduzida (com 60% de desconto) para bens e servi\\u0026#231;os e inseriu oito setores no regime de tratamento espec\\u0026#237;fico.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Duas exce\\u0026#231;\\u0026#245;es foram acolhida j\\u0026#225; no plen\\u0026#225;rio, de \\u0026#250;ltima hora, para conceder a al\\u0026#237;quota reduzida ao setor de eventos e permitir a cria\\u0026#231;\\u0026#227;o de um regime diferenciado para opera\\u0026#231;\\u0026#245;es com microgera\\u0026#231;\\u0026#227;o e minigera\\u0026#231;\\u0026#227;o distribu\\u0026#237;da de energia el\\u0026#233;trica (o que alcan\\u0026#231;a pain\\u0026#233;is solares).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Por outro lado, Braga tamb\\u0026#233;m fez mudan\\u0026#231;as ben\\u0026#233;ficas ao governo, como a divis\\u0026#227;o da classifica\\u0026#231;\\u0026#227;o da cesta b\\u0026#225;sica (uma mais restrita com al\\u0026#237;quota zero, outra mais ampla com desconto de 60%) e o ajuste em medidas que poderiam gerar, na pr\\u0026#225;tica, uma carga tribut\\u0026#225;ria negativa para parte do setor de transportes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O saldo final do texto aprovado \\u0026#233; uma composi\\u0026#231;\\u0026#227;o entre o ideal do ponto de vista t\\u0026#233;cnico e o politicamente poss\\u0026#237;vel.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As v\\u0026#225;rias exce\\u0026#231;\\u0026#245;es para diferentes setores contribuem para tornar o novo sistema mais complexo e reduzir seu impacto positivo sobre a economia. Tamb\\u0026#233;m tornam mais pesado o fardo tribut\\u0026#225;rio a ser carregado pelos setores n\\u0026#227;o contemplados. A estimativa mais recente do Minist\\u0026#233;rio da Fazenda indica uma al\\u0026#237;quota total entre 26,9% e 27,5%, uma das mais elevadas do mundo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;L\\u0026#237;der da oposi\\u0026#231;\\u0026#227;o na Casa, o senador Rog\\u0026#233;rio Marinho (PL-RN) criticou as flexibiliza\\u0026#231;\\u0026#245;es, justamente por causa do impacto na al\\u0026#237;quota. \\u0026quot;Farinha pouca, meu pir\\u0026#227;o primeiro. Quem teve mais condi\\u0026#231;\\u0026#227;o de gritar, de brigar, de fazer o lobby funcionar est\\u0026#225; contemplado. Aqueles que n\\u0026#227;o tiveram essa for\\u0026#231;a v\\u0026#227;o ser obrigados a ar uma carga tribut\\u0026#225;ria que vai ser a maior do mundo\\u0026quot;, disse.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ainda assim, grande parte dos especialistas afirma que a reforma ser\\u0026#225; positiva para o pa\\u0026#237;s. Os argumentos s\\u0026#227;o de que a al\\u0026#237;quota do novo IVA \\u0026#233; reflexo da atual carga tribut\\u0026#225;ria, j\\u0026#225; elevada, e a simplicidade do novo sistema tende a gerar ganhos de produtividade e efici\\u0026#234;ncia, impulsionando o crescimento da economia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Na ponta, os consumidores saber\\u0026#227;o com exatid\\u0026#227;o quanto pagam de tributo sobre cada bem ou servi\\u0026#231;o --um ganho de transpar\\u0026#234;ncia em rela\\u0026#231;\\u0026#227;o ao modelo atual. As fam\\u0026#237;lias mais vulner\\u0026#225;veis poder\\u0026#227;o ter o reembolso de parte dos valores recolhidos por meio do \\u0026quot;cashback\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Um estudo feito em 2020 pelos economistas D\\u0026#233;bora Freire (hoje subsecret\\u0026#225;ria de Pol\\u0026#237;tica Fiscal do Minist\\u0026#233;rio da Fazenda) e Edson Domingues estima que a migra\\u0026#231;\\u0026#227;o para o sistema IVA pode gerar um crescimento adicional de 4,14% do PIB (Produto Interno Bruto), antes mesmo de incorporar os ganhos de produtividade das empresas. O dado deve ser interpretado como o efeito positivo do fim das inefici\\u0026#234;ncias causadas pela enorme variedade de al\\u0026#237;quotas e a cobran\\u0026#231;a em cascata de tributos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Outro estudo mais recente, divulgado pela FGV EPGE em outubro de 2022, aponta que o PIB brasileiro pode crescer at\\u0026#233; 7,9% s\\u0026#243; com a uniformiza\\u0026#231;\\u0026#227;o de al\\u0026#237;quotas e o fim da cumulatividade. Os c\\u0026#225;lculos foram feitos por por Pedro Cavalcanti Ferreira, Bruno Delalibera, Diego Gomes e Johann Soares.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A reforma aprovada prev\\u0026#234; a fus\\u0026#227;o de PIS, Cofins e IPI (tributos federais), ICMS (estadual) e ISS (municipal) em um IVA dual. Uma parcela da al\\u0026#237;quota ser\\u0026#225; istrada pelo governo federal por meio da CBS (Contribui\\u0026#231;\\u0026#227;o sobre Bens e Servi\\u0026#231;os), e a outra, por estados e munic\\u0026#237;pios pelo IBS (Imposto sobre Bens e Servi\\u0026#231;os).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Tamb\\u0026#233;m ser\\u0026#225; criado um Imposto Seletivo sobre bens e servi\\u0026#231;os considerados prejudiciais \\u0026#224; sa\\u0026#250;de (como cigarros e bebidas alco\\u0026#243;licas) ou ao ambiente, \\u0026#224; exce\\u0026#231;\\u0026#227;o dos produzidos na Zona Franca de Manaus.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A implementa\\u0026#231;\\u0026#227;o dos novos tributos come\\u0026#231;ar\\u0026#225; em 2026, com uma al\\u0026#237;quota teste de 0,9% para a CBS e de 0,1% para o IBS.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em 2027, PIS e Cofins ser\\u0026#227;o completamente extintos e substitu\\u0026#237;dos pela nova al\\u0026#237;quota de refer\\u0026#234;ncia da CBS. As al\\u0026#237;quotas do IPI tamb\\u0026#233;m seriam zeradas para a entrada em vigor do Imposto Seletivo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A migra\\u0026#231;\\u0026#227;o dos impostos estaduais e municipais para o novo IBS ser\\u0026#225; mais gradual, dada a necessidade de dar seguran\\u0026#231;a jur\\u0026#237;dica a benef\\u0026#237;cios j\\u0026#225; concedidos sob o atual sistema. Por isso, ICMS e ISS ser\\u0026#227;o totalmente extintos apenas em 2033.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Al\\u0026#233;m da nova vota\\u0026#231;\\u0026#227;o da PEC na C\\u0026#226;mara, a implementa\\u0026#231;\\u0026#227;o da reforma ainda depende de uma segunda fase, a da regulamenta\\u0026#231;\\u0026#227;o. Tr\\u0026#234;s ou quatro projetos de lei complementar precisar\\u0026#227;o ser enviados pelo governo em at\\u0026#233; 180 dias ap\\u0026#243;s a promulga\\u0026#231;\\u0026#227;o da emenda constitucional. Um deles vai detalhar os regimes espec\\u0026#237;ficos e todas as novas al\\u0026#237;quotas de cada tributo do novo sistema.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;ENTENDA A REFORMA TRIBUT\\u0026#193;RIA SOBRE O CONSUMO\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Tributos extintos**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- IPI (federal)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- PIS (federal)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Cofins (federal)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- ICMS (estadual)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- ISS (municipal)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;**Tributos criados**\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- CBS (Contribui\\u0026#231;\\u0026#227;o sobre Bens e Servi\\u0026#231;os), na esfera federal\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- IBS (Imposto sobre Bens e Servi\\u0026#231;os), de compet\\u0026#234;ncia estadual e municipal\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Imposto Seletivo (sobre produtos prejudiciais \\u0026#224; sa\\u0026#250;de ou ao meio ambiente)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- A Cide, j\\u0026#225; existente, a a poder incidir sobre importa\\u0026#231;\\u0026#227;o, produ\\u0026#231;\\u0026#227;o ou comercializa\\u0026#231;\\u0026#227;o de bens que tamb\\u0026#233;m tenham industrializa\\u0026#231;\\u0026#227;o incentivada na Zona Franca de Manaus\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Opera\\u0026#231;\\u0026#245;es tributadas pela CBS e pelo IBS**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Servi\\u0026#231;os, bens (materiais ou imateriais) e direitos, inclusive nas importa\\u0026#231;\\u0026#245;es\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- N\\u0026#227;o incidem sobre exporta\\u0026#231;\\u0026#245;es, com previs\\u0026#227;o de devolu\\u0026#231;\\u0026#227;o do tributo pago pelo exportador sobre insumos\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Al\\u0026#237;quotas**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;1. Padr\\u0026#227;o: deve ficar entre 26,9% e 27,5%, segundo c\\u0026#225;lculos da Fazenda\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;2. Intermedi\\u0026#225;ria: 70% da padr\\u0026#227;o, concedida a profissionais liberais de categorias regulamentadas (ex: advogados, engenheiros, contadores)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;3. Reduzida: 40% da padr\\u0026#227;o, v\\u0026#225;lida para as seguintes atividades:\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- servi\\u0026#231;os de educa\\u0026#231;\\u0026#227;o\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- servi\\u0026#231;os de sa\\u0026#250;de\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- dispositivos m\\u0026#233;dicos\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- dispositivos de ibilidade para pessoas com defici\\u0026#234;ncia\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- medicamentos\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- produtos de cuidados b\\u0026#225;sicos \\u0026#224; sa\\u0026#250;de menstrual\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- servi\\u0026#231;os de transporte coletivo rodovi\\u0026#225;rio e metrovi\\u0026#225;rio de car\\u0026#225;ter urbano, semiurbano e metropolitano\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- produtos agropecu\\u0026#225;rios, aqu\\u0026#237;colas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- insumos agropecu\\u0026#225;rios e aqu\\u0026#237;colas\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- alimentos destinados ao consumo humano\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por fam\\u0026#237;lias de baixa renda\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- produ\\u0026#231;\\u0026#245;es art\\u0026#237;sticas, culturais, de eventos, jornal\\u0026#237;sticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e comunica\\u0026#231;\\u0026#227;o institucional\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- bens e servi\\u0026#231;os relacionados a soberania e seguran\\u0026#231;a nacional, seguran\\u0026#231;a da informa\\u0026#231;\\u0026#227;o e seguran\\u0026#231;a cibern\\u0026#233;tica\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Outras redu\\u0026#231;\\u0026#245;es autorizadas em lei complementar**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;1. Isen\\u0026#231;\\u0026#227;o para transporte coletivo\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;2. Redu\\u0026#231;\\u0026#227;o em 100% da al\\u0026#237;quota da CBS incidente sobre o Prouni e sobre servi\\u0026#231;os prestados por entidades de inova\\u0026#231;\\u0026#227;o, ci\\u0026#234;ncia e tecnologia sem fins lucrativos.\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;3. Limite de receita anual de R$ 3,6 milh\\u0026#245;es para que o produtor rural pessoa f\\u0026#237;sica ou jur\\u0026#237;dica possa n\\u0026#227;o pagar IBS e CBS\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;4. Redu\\u0026#231;\\u0026#227;o de 100% da al\\u0026#237;quota total para:\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- medicamentos e dispositivos m\\u0026#233;dicos (inclusive adquiridos pelo poder p\\u0026#250;blico e entidades de assist\\u0026#234;ncia social)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- dispositivos de ibilidade para pessoas com defici\\u0026#234;ncia\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- produtos de cuidados b\\u0026#225;sicos \\u0026#224; sa\\u0026#250;de menstrual\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- produtos hort\\u0026#237;colas, frutas e ovos\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- autom\\u0026#243;veis de ageiros adquiridos por pessoas com defici\\u0026#234;ncia, pessoas com transtorno do espectro autista ou por taxistas\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- atividades de reabilita\\u0026#231;\\u0026#227;o urbana de zonas hist\\u0026#243;ricas e de \\u0026#225;reas cr\\u0026#237;ticas de recupera\\u0026#231;\\u0026#227;o e reconvers\\u0026#227;o urban\\u0026#237;stica\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Regimes espec\\u0026#237;ficos**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- combust\\u0026#237;veis e lubrificantes\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- servi\\u0026#231;os financeiros, opera\\u0026#231;\\u0026#245;es com bens im\\u0026#243;veis, planos de assist\\u0026#234;ncia \\u0026#224; sa\\u0026#250;de e concursos de progn\\u0026#243;sticos (loterias e apostas)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- sociedades cooperativas\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- servi\\u0026#231;os de hotelaria, parques de divers\\u0026#227;o e parques tem\\u0026#225;ticos, ag\\u0026#234;ncias de viagens e turismo, bares e restaurantes, atividade esportiva desenvolvida por Sociedade An\\u0026#244;nima do Futebol e avia\\u0026#231;\\u0026#227;o regional\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- opera\\u0026#231;\\u0026#245;es alcan\\u0026#231;adas por tratado ou conven\\u0026#231;\\u0026#227;o internacional\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- servi\\u0026#231;os de saneamento e de concess\\u0026#227;o de rodovias\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- servi\\u0026#231;os de transporte coletivo de ageiros rodovi\\u0026#225;rio intermunicipal e interestadual, ferrovi\\u0026#225;rio, hidrovi\\u0026#225;rio e a\\u0026#233;reo\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- opera\\u0026#231;\\u0026#245;es que envolvam a disponibiliza\\u0026#231;\\u0026#227;o da estrutura compartilhada dos servi\\u0026#231;os de telecomunica\\u0026#231;\\u0026#245;es\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- opera\\u0026#231;\\u0026#245;es com microgera\\u0026#231;\\u0026#227;o e minigera\\u0026#231;\\u0026#227;o distribu\\u0026#237;da de energia el\\u0026#233;trica (o que alcan\\u0026#231;a pain\\u0026#233;is solares)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Cesta b\\u0026#225;sica**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Cesta B\\u0026#225;sica Nacional: al\\u0026#237;quota zero sobre produtos destinados \\u0026#224; alimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o humana (ideia \\u0026#233; fixar uma lista mais restrita)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Cesta B\\u0026#225;sica Estendida: poder\\u0026#225; incluir outros alimentos e ter\\u0026#225; redu\\u0026#231;\\u0026#227;o de 60% nas al\\u0026#237;quotas de CBS e IBS\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Cashback**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Possibilidade de devolu\\u0026#231;\\u0026#227;o de tributos a pessoas f\\u0026#237;sicas, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Mecanismo ser\\u0026#225; obrigat\\u0026#243;rio para conta de luz e g\\u0026#225;s de botij\\u0026#227;o, focado em fam\\u0026#237;lias de baixa renda\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Fundos**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, com recursos da Uni\\u0026#227;o para estados, para financiar instrumentos de incentivo \\u0026#224; atividade local (valor inicial de R$ 8 bilh\\u0026#245;es em 2029, chegando a R$ 60 bilh\\u0026#245;es anuais a partir de 2043)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Fundo de Sustentabilidade e Diversifica\\u0026#231;\\u0026#227;o Econ\\u0026#244;mica do Estado do Amazonas, com recursos da Uni\\u0026#227;o (a ser detalhado em lei complementar)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Fundo de Compensa\\u0026#231;\\u0026#227;o de Benef\\u0026#237;cios Fiscais ou Financeiros-fiscais do ICMS, destinado a compensar benef\\u0026#237;cios j\\u0026#225; concedidos a empresas e convalidados at\\u0026#233; 2032. Receber\\u0026#225; R$ 160 bilh\\u0026#245;es da Uni\\u0026#227;o entre 2025 e 2032\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;**Gest\\u0026#227;o do IBS**\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Texto cria Comit\\u0026#234; Gestor do IBS, estrutura semelhante \\u0026#224; que j\\u0026#225; existe no Simples Nacional\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;- Membros: 27 representantes dos estados e do Distrito Federal, mais 27 membros representando o conjunto dos munic\\u0026#237;pios e do DF (sendo 14 deles eleitos por maioria de votos e 13 deles por votos de munic\\u0026#237;pios ponderados pelas respectivas popula\\u0026#231;\\u0026#245;es)\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;","keywords":"reforma tributaria, senado, aprovação da reforma tributaria,"}
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VOTAÇÃO HISTÓRICA

Senado aprova texto-base da Reforma Tributária

A expectativa é de promulgação neste ano

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Imagem ilustrativa da notícia Senado aprova texto-base da Reforma Tributária camera Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) trabalhou ativamente pela aprovação | Lula Marques

Em uma votação histórica, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (8) a Reforma Tributária que unifica cinco tributos sobre consumo, colocando o Brasil mais perto do ponto de virada para um sistema já adotado em outros países e que promete simplificação, menos conflitos e o fim da cobrança em cascata de impostos sobre empresas e consumidores.

O texto-base da PEC (proposta de emenda à Constituição) foi aprovado em primeiro turno por 53 senadores -mais do que os 49 votos necessários para uma alteração constitucional. Foram 24 votos contrários.

O sinal verde dos senadores estabelece um marco inédito. Pela primeira vez sob o regime democrático, Câmara e Senado convergiram na intenção de sepultar o atual sistema tributário, criado ainda na década de 1960, e aprovaram em ambas as Casas as bases para uma reforma ampla.

O Senado alterou trechos da PEC e ampliou exceções a categorias e atividades. Por isso, o texto ainda precisará ar novamente pelo crivo dos deputados antes da promulgação -etapa que a cúpula do Congresso espera concluir ainda este ano.

Mesmo com as modificações, o alinhamento em torno dos princípios gerais da reforma é visto por membros do governo, parlamentares e especialistas como um sinal de que, agora, a mudança deve mesmo sair do papel. "Se o receio é de que a aprovação da PEC acarrete aumento de carga tributária, temos a convicção de que o modelo garante que isso não ocorrerá", disse o relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), durante a sessão.

A Reforma Tributária está em discussão no Congresso há mais de 30 anos. A primeira vez que se tentou unir os tributos sobre consumo em um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) foi na elaboração da Constituição de 1988. De lá para cá, diferentes propostas fracassaram por divergências e falta de apoio político, sentenciando o país a conviver com um sistema já obsoleto. Hoje, 174 países adotam o sistema IVA para tributar o consumo.

A PEC aprovada na Câmara e agora avalizada pelo Senado é fruto da combinação de duas propostas apresentadas em 2019 e que ganharam o apoio explícito do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Logo que assumiu, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) estabeleceu a Reforma Tributária como uma das prioridades da agenda econômica.

O ministro criou uma secretaria extraordinária no Ministério da Fazenda voltada ao tema, comandada por Bernard Appy -formulador técnico da versão inicial da PEC 45, uma das bases para a reforma aprovada nesta quarta. O secretário acompanhou a sessão direto do plenário do Senado, repetindo o ritual das votações anteriores.

Além do empenho político, Haddad precisou negociar uma série de concessões e abrir os cofres da União para assegurar o avanço da pauta. O governo federal aceitou injetar R$ 60 bilhões anuais em um fundo para bancar novos incentivos regionais sob o novo sistema. A resistência em dar essa compensação aos estados sempre foi um obstáculo histórico ao avanço da reforma -embora o valor definido tenha sido alvo de críticas e preocupações sobre seu impacto na sustentabilidade fiscal do país.

No Senado, o texto ou por novas flexibilizações diante da maior sensibilidade dos parlamentares ao lobby de diferentes categorias.

O relator criou uma nova alíquota para profissionais liberais como advogados e engenheiros (com 30% de desconto em relação à cobrança integral), incluiu cinco novas possibilidades de alíquota zero ou reduzida (com 60% de desconto) para bens e serviços e inseriu oito setores no regime de tratamento específico.

Duas exceções foram acolhida já no plenário, de última hora, para conceder a alíquota reduzida ao setor de eventos e permitir a criação de um regime diferenciado para operações com microgeração e minigeração distribuída de energia elétrica (o que alcança painéis solares).

Por outro lado, Braga também fez mudanças benéficas ao governo, como a divisão da classificação da cesta básica (uma mais restrita com alíquota zero, outra mais ampla com desconto de 60%) e o ajuste em medidas que poderiam gerar, na prática, uma carga tributária negativa para parte do setor de transportes.

O saldo final do texto aprovado é uma composição entre o ideal do ponto de vista técnico e o politicamente possível.

As várias exceções para diferentes setores contribuem para tornar o novo sistema mais complexo e reduzir seu impacto positivo sobre a economia. Também tornam mais pesado o fardo tributário a ser carregado pelos setores não contemplados. A estimativa mais recente do Ministério da Fazenda indica uma alíquota total entre 26,9% e 27,5%, uma das mais elevadas do mundo.

Líder da oposição na Casa, o senador Rogério Marinho (PL-RN) criticou as flexibilizações, justamente por causa do impacto na alíquota. "Farinha pouca, meu pirão primeiro. Quem teve mais condição de gritar, de brigar, de fazer o lobby funcionar está contemplado. Aqueles que não tiveram essa força vão ser obrigados a ar uma carga tributária que vai ser a maior do mundo", disse.

Ainda assim, grande parte dos especialistas afirma que a reforma será positiva para o país. Os argumentos são de que a alíquota do novo IVA é reflexo da atual carga tributária, já elevada, e a simplicidade do novo sistema tende a gerar ganhos de produtividade e eficiência, impulsionando o crescimento da economia.

Na ponta, os consumidores saberão com exatidão quanto pagam de tributo sobre cada bem ou serviço --um ganho de transparência em relação ao modelo atual. As famílias mais vulneráveis poderão ter o reembolso de parte dos valores recolhidos por meio do "cashback".

Um estudo feito em 2020 pelos economistas Débora Freire (hoje subsecretária de Política Fiscal do Ministério da Fazenda) e Edson Domingues estima que a migração para o sistema IVA pode gerar um crescimento adicional de 4,14% do PIB (Produto Interno Bruto), antes mesmo de incorporar os ganhos de produtividade das empresas. O dado deve ser interpretado como o efeito positivo do fim das ineficiências causadas pela enorme variedade de alíquotas e a cobrança em cascata de tributos.

Outro estudo mais recente, divulgado pela FGV EPGE em outubro de 2022, aponta que o PIB brasileiro pode crescer até 7,9% só com a uniformização de alíquotas e o fim da cumulatividade. Os cálculos foram feitos por por Pedro Cavalcanti Ferreira, Bruno Delalibera, Diego Gomes e Johann Soares.

A reforma aprovada prevê a fusão de PIS, Cofins e IPI (tributos federais), ICMS (estadual) e ISS (municipal) em um IVA dual. Uma parcela da alíquota será istrada pelo governo federal por meio da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), e a outra, por estados e municípios pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).

Também será criado um Imposto Seletivo sobre bens e serviços considerados prejudiciais à saúde (como cigarros e bebidas alcoólicas) ou ao ambiente, à exceção dos produzidos na Zona Franca de Manaus.

A implementação dos novos tributos começará em 2026, com uma alíquota teste de 0,9% para a CBS e de 0,1% para o IBS.

Em 2027, PIS e Cofins serão completamente extintos e substituídos pela nova alíquota de referência da CBS. As alíquotas do IPI também seriam zeradas para a entrada em vigor do Imposto Seletivo.

A migração dos impostos estaduais e municipais para o novo IBS será mais gradual, dada a necessidade de dar segurança jurídica a benefícios já concedidos sob o atual sistema. Por isso, ICMS e ISS serão totalmente extintos apenas em 2033.

Além da nova votação da PEC na Câmara, a implementação da reforma ainda depende de uma segunda fase, a da regulamentação. Três ou quatro projetos de lei complementar precisarão ser enviados pelo governo em até 180 dias após a promulgação da emenda constitucional. Um deles vai detalhar os regimes específicos e todas as novas alíquotas de cada tributo do novo sistema.

ENTENDA A REFORMA TRIBUTÁRIA SOBRE O CONSUMO

**Tributos extintos**

  • - IPI (federal)
  • - PIS (federal)
  • - Cofins (federal)
  • - ICMS (estadual)
  • - ISS (municipal)
  • **Tributos criados**
  • - CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), na esfera federal
  • - IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal
  • - Imposto Seletivo (sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente)
  • - A Cide, já existente, a a poder incidir sobre importação, produção ou comercialização de bens que também tenham industrialização incentivada na Zona Franca de Manaus

**Operações tributadas pela CBS e pelo IBS**

  • - Serviços, bens (materiais ou imateriais) e direitos, inclusive nas importações
  • - Não incidem sobre exportações, com previsão de devolução do tributo pago pelo exportador sobre insumos

**Alíquotas**

  • 1. Padrão: deve ficar entre 26,9% e 27,5%, segundo cálculos da Fazenda
  • 2. Intermediária: 70% da padrão, concedida a profissionais liberais de categorias regulamentadas (ex: advogados, engenheiros, contadores)
  • 3. Reduzida: 40% da padrão, válida para as seguintes atividades:
  • - serviços de educação
  • - serviços de saúde
  • - dispositivos médicos
  • - dispositivos de ibilidade para pessoas com deficiência
  • - medicamentos
  • - produtos de cuidados básicos à saúde menstrual
  • - serviços de transporte coletivo rodoviário e metroviário de caráter urbano, semiurbano e metropolitano
  • - produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura
  • - insumos agropecuários e aquícolas
  • - alimentos destinados ao consumo humano
  • - produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda
  • - produções artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e comunicação institucional
  • - bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética

**Outras reduções autorizadas em lei complementar**

  • 1. Isenção para transporte coletivo
  • 2. Redução em 100% da alíquota da CBS incidente sobre o Prouni e sobre serviços prestados por entidades de inovação, ciência e tecnologia sem fins lucrativos.
  • 3. Limite de receita anual de R$ 3,6 milhões para que o produtor rural pessoa física ou jurídica possa não pagar IBS e CBS
  • 4. Redução de 100% da alíquota total para:
  • - medicamentos e dispositivos médicos (inclusive adquiridos pelo poder público e entidades de assistência social)
  • - dispositivos de ibilidade para pessoas com deficiência
  • - produtos de cuidados básicos à saúde menstrual
  • - produtos hortícolas, frutas e ovos
  • - automóveis de ageiros adquiridos por pessoas com deficiência, pessoas com transtorno do espectro autista ou por taxistas
  • - atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística

**Regimes específicos**

  • - combustíveis e lubrificantes
  • - serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e concursos de prognósticos (loterias e apostas)
  • - sociedades cooperativas
  • - serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos, agências de viagens e turismo, bares e restaurantes, atividade esportiva desenvolvida por Sociedade Anônima do Futebol e aviação regional
  • - operações alcançadas por tratado ou convenção internacional
  • - serviços de saneamento e de concessão de rodovias
  • - serviços de transporte coletivo de ageiros rodoviário intermunicipal e interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo
  • - operações que envolvam a disponibilização da estrutura compartilhada dos serviços de telecomunicações
  • - operações com microgeração e minigeração distribuída de energia elétrica (o que alcança painéis solares)

**Cesta básica**

  • - Cesta Básica Nacional: alíquota zero sobre produtos destinados à alimentação humana (ideia é fixar uma lista mais restrita)
  • - Cesta Básica Estendida: poderá incluir outros alimentos e terá redução de 60% nas alíquotas de CBS e IBS

**Cashback**

  • - Possibilidade de devolução de tributos a pessoas físicas, com o objetivo de reduzir as desigualdades de renda
  • - Mecanismo será obrigatório para conta de luz e gás de botijão, focado em famílias de baixa renda

**Fundos**

  • - Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, com recursos da União para estados, para financiar instrumentos de incentivo à atividade local (valor inicial de R$ 8 bilhões em 2029, chegando a R$ 60 bilhões anuais a partir de 2043)
  • - Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Estado do Amazonas, com recursos da União (a ser detalhado em lei complementar)
  • - Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou Financeiros-fiscais do ICMS, destinado a compensar benefícios já concedidos a empresas e convalidados até 2032. Receberá R$ 160 bilhões da União entre 2025 e 2032

**Gestão do IBS**

  • - Texto cria Comitê Gestor do IBS, estrutura semelhante à que já existe no Simples Nacional
  • - Membros: 27 representantes dos estados e do Distrito Federal, mais 27 membros representando o conjunto dos municípios e do DF (sendo 14 deles eleitos por maioria de votos e 13 deles por votos de municípios ponderados pelas respectivas populações)
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