{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/politica/839615/sob-lula-brasil-muda-e-pede-compromisso-com-a-floresta","headline":"Sob Lula, Brasil muda e pede compromisso com a floresta","datePublished":"2023-12-08T22:38:06.407-03:00","dateModified":"2023-12-08T22:37:58-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Ana Carolina Amaral/Folhapress","url":"/noticias/politica/839615/sob-lula-brasil-muda-e-pede-compromisso-com-a-floresta"},"image":"/img/Artigo-Destaque/830000/ricardostuckert_00839615_0_.jpg?xid=2783421","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"O Brasil tenta emplacar na COP28, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a decisão de zerar o desmatamento ilegal no mundo até 2030.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;O Brasil tenta emplacar na COP28, confer\\u0026#234;ncia da ONU sobre mudan\\u0026#231;as clim\\u0026#225;ticas, a decis\\u0026#227;o de zerar o desmatamento ilegal no mundo at\\u0026#233; 2030. A meta j\\u0026#225; comp\\u0026#245;e o compromisso brasileiro no Acordo de Paris, mas o Itamaraty mantinha posi\\u0026#231;\\u0026#227;o hist\\u0026#243;rica contr\\u0026#225;ria a interven\\u0026#231;\\u0026#245;es internacionais sobre a conserva\\u0026#231;\\u0026#227;o do territ\\u0026#243;rio.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A proposta consta no rascunho do texto em negocia\\u0026#231;\\u0026#227;o, divulgado nesta sexta-feira (8) pela presid\\u0026#234;ncia da COP28, que acontece em Dubai at\\u0026#233; o pr\\u0026#243;ximo dia 12. H\\u0026#225; tr\\u0026#234;s op\\u0026#231;\\u0026#245;es de texto para o compromisso.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A primeira coloca 2030 como prazo para combater e reverter o desmatamento, citando tamb\\u0026#233;m a necessidade de alinhamento com o novo marco global de biodiversidade, aprovado pelos pa\\u0026#237;ses no final do ano ado em um processo paralelo \\u0026#224;s negocia\\u0026#231;\\u0026#245;es clim\\u0026#225;ticas, a Conven\\u0026#231;\\u0026#227;o de Diversidade Biol\\u0026#243;gica da ONU.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A segunda op\\u0026#231;\\u0026#227;o vai direto ao ponto dos recursos financeiros, enfatizando sua import\\u0026#226;ncia para a implementa\\u0026#231;\\u0026#227;o de medidas como o combate ao desmatamento, enquanto a terceira linguagem proposta pelos pa\\u0026#237;ses \\u0026#233; ainda mais gen\\u0026#233;rica e se limita a \\u0026quot;convocar a comunidade internacional a apoiar a restaura\\u0026#231;\\u0026#227;o de ecossistemas\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A diversidade de alternativas reflete a falta de consenso em torno do tema. Segundo observadores das negocia\\u0026#231;\\u0026#245;es, o Brasil tem encontrado resist\\u0026#234;ncia \\u0026#224; proposta entre os vizinhos amaz\\u0026#244;nicos e outros pa\\u0026#237;ses detentores de grandes florestas, que, assim como o Brasil no ado, resistem a aderir a um compromisso que gerar\\u0026#225; cobran\\u0026#231;as internacionais sobre a gest\\u0026#227;o do territ\\u0026#243;rio nacional.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em agosto, em Bel\\u0026#233;m, ao conduzir a C\\u0026#250;pula da Amaz\\u0026#244;nia, o Brasil ensaiou a proposta com os pa\\u0026#237;ses florestais, mas n\\u0026#227;o teve sucesso e os dois compromissos assinados durante o evento -um com os vizinhos amaz\\u0026#244;nicos e o outro com os gigantes florestais do Congo, da Rep\\u0026#250;blica do Congo e da Indon\\u0026#233;sia- evitaram se comprometer com o desmatamento zero, citando de forma mais vaga o compromisso com o combate ao desmate e a conserva\\u0026#231;\\u0026#227;o dos ecossistemas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A reportagem apurou que a virada de posicionamento acontece por conta da nova conjuntura criada pelo governo Lula (PT), que mudou o cen\\u0026#225;rio clim\\u0026#225;tico para o pa\\u0026#237;s.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Historicamente, o Itamaraty vinha defendendo em confer\\u0026#234;ncias ambientais que uma determina\\u0026#231;\\u0026#227;o internacional sobre a gest\\u0026#227;o dos territ\\u0026#243;rios feriria a soberania nacional. A conserva\\u0026#231;\\u0026#227;o dos ecossistemas naturais, portanto, deveria ser decidida por cada pa\\u0026#237;s.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Nas confer\\u0026#234;ncias do clima, a diplomacia brasileira ficava confort\\u0026#225;vel em apontar o setor energ\\u0026#233;tico como o principal causador da crise do clima, j\\u0026#225; que, diferentemente da maior parte do mundo, o Brasil tem um matriz energ\\u0026#233;tica altamente renov\\u0026#225;vel e pouco dependente de combust\\u0026#237;veis f\\u0026#243;sseis.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O Itamaraty repetiu nos \\u0026#250;ltimos 30 anos que o problema do clima \\u0026#233; energia, n\\u0026#227;o florestas. Sob Lula, o jogo virou.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Lula ou a usar o mote do desmatamento zero dentro e fora de casa, como forma de conquistar apoios desde a campanha eleitoral, marcando oposi\\u0026#231;\\u0026#227;o ao governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), justamente em um dos temas que mais lhe custou esc\\u0026#226;ndalos internacionais.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O compromisso tamb\\u0026#233;m buscou reagir aos movimentos da Uni\\u0026#227;o Europeia, em um contexto de negocia\\u0026#231;\\u0026#227;o do acordo comercial UE-Mercosul, da legisla\\u0026#231;\\u0026#227;o contra importa\\u0026#231;\\u0026#227;o de desmatamento e tamb\\u0026#233;m \\u0026#224; taxa de carbono na fronteira. O recado que Lula tentou ar aos pa\\u0026#237;ses ricos \\u0026#233; que eles n\\u0026#227;o precisariam se valer de medidas mais duras, pois o Brasil j\\u0026#225; garantiria a conserva\\u0026#231;\\u0026#227;o da amaz\\u0026#244;nia, maior floresta tropical do mundo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Por outro lado, o Brasil de Lula ou a apostar na abertura de novas fontes de explora\\u0026#231;\\u0026#227;o de petr\\u0026#243;leo, como na Foz do Amazonas, criando uma nova frente de disputa com ambientalistas e cientistas dentro e fora do pa\\u0026#237;s.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Embora ainda n\\u0026#227;o seja parte do problema, por n\\u0026#227;o depender dos combust\\u0026#237;veis f\\u0026#243;sseis, o Brasil prop\\u0026#245;e nas negocia\\u0026#231;\\u0026#245;es da COP28 que o abandono da matriz f\\u0026#243;ssil seja iniciada pelos pa\\u0026#237;ses desenvolvidos, de modo que os pa\\u0026#237;ses em desenvolvimento possam apostar nas fontes f\\u0026#243;sseis por um per\\u0026#237;odo maior.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O calend\\u0026#225;rio diferenciado \\u0026#233; sin\\u0026#233;rgico aos planos do governo atual de estender a explora\\u0026#231;\\u0026#227;o petrol\\u0026#237;fera, de modo que o pa\\u0026#237;s esteja entre os \\u0026#250;ltimos da fila a abandonar as fontes f\\u0026#243;sseis -embora j\\u0026#225; seja um dos primeiros da fila das renov\\u0026#225;veis.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p class=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026amp;nbsp;\\r\\n\\t\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n\\r\\n \\r\\n\\r\\n\\r\\n \\u0026lt;figure class=\\u0026quot;dol-img-article\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\r\\n \\u0026lt;img loading=\\u0026quot;lazy\\u0026quot; class=\\u0026quot;lozad desk\\u0026quot; alt=\\u0026quot;Sob Lula, Brasil muda e pede compromisso com a floresta\\u0026quot; data-src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/830000/767x0/Banner-1280x2951-fase-RBA-na-COP30_00839615_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F830000%2FBanner-1280x2951-fase-RBA-na-COP30_00839615_0_.jpg%3Fxid%3D2783423%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748097680\\u0026amp;amp;xid=2783423\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://cdn.dol-br.noticiasalagoanas.com/img/inline/830000/767x0/Banner-1280x2951-fase-RBA-na-COP30_00839615_0_.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol-br.noticiasalagoanas.com%2Fimg%2Finline%2F830000%2FBanner-1280x2951-fase-RBA-na-COP30_00839615_0_.jpg%3Fxid%3D2783423%26resize%3D380%252C200%26t%3D1748097680\\u0026amp;amp;xid=2783423\\u0026quot;\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n \\r\\n \\u0026lt;figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;span\\u0026gt;\\u0026#128247; |\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;strong\\u0026gt;\\u0026lt;/strong\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figcaption\\u0026gt;\\r\\n \\u0026lt;/figure\\u0026gt;\\r\\n\\r\\n\\u0026amp;nbsp;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"lula, brasil, compromisso com a floresta, cop28, dubai,"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 31°
cotação atual R$


home
COP28

Sob Lula, Brasil muda e pede compromisso com a floresta

País quer zerar o desmatamento ilegal no mundo até 2030

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Sob Lula, Brasil muda e pede compromisso com a floresta camera Lula em mesa de debates na COP28 | Ricardo Stuckert/PR

O Brasil tenta emplacar na COP28, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a decisão de zerar o desmatamento ilegal no mundo até 2030. A meta já compõe o compromisso brasileiro no Acordo de Paris, mas o Itamaraty mantinha posição histórica contrária a intervenções internacionais sobre a conservação do território.

A proposta consta no rascunho do texto em negociação, divulgado nesta sexta-feira (8) pela presidência da COP28, que acontece em Dubai até o próximo dia 12. Há três opções de texto para o compromisso.

A primeira coloca 2030 como prazo para combater e reverter o desmatamento, citando também a necessidade de alinhamento com o novo marco global de biodiversidade, aprovado pelos países no final do ano ado em um processo paralelo às negociações climáticas, a Convenção de Diversidade Biológica da ONU.

A segunda opção vai direto ao ponto dos recursos financeiros, enfatizando sua importância para a implementação de medidas como o combate ao desmatamento, enquanto a terceira linguagem proposta pelos países é ainda mais genérica e se limita a "convocar a comunidade internacional a apoiar a restauração de ecossistemas".

A diversidade de alternativas reflete a falta de consenso em torno do tema. Segundo observadores das negociações, o Brasil tem encontrado resistência à proposta entre os vizinhos amazônicos e outros países detentores de grandes florestas, que, assim como o Brasil no ado, resistem a aderir a um compromisso que gerará cobranças internacionais sobre a gestão do território nacional.

Em agosto, em Belém, ao conduzir a Cúpula da Amazônia, o Brasil ensaiou a proposta com os países florestais, mas não teve sucesso e os dois compromissos assinados durante o evento -um com os vizinhos amazônicos e o outro com os gigantes florestais do Congo, da República do Congo e da Indonésia- evitaram se comprometer com o desmatamento zero, citando de forma mais vaga o compromisso com o combate ao desmate e a conservação dos ecossistemas.

A reportagem apurou que a virada de posicionamento acontece por conta da nova conjuntura criada pelo governo Lula (PT), que mudou o cenário climático para o país.

Historicamente, o Itamaraty vinha defendendo em conferências ambientais que uma determinação internacional sobre a gestão dos territórios feriria a soberania nacional. A conservação dos ecossistemas naturais, portanto, deveria ser decidida por cada país.

Nas conferências do clima, a diplomacia brasileira ficava confortável em apontar o setor energético como o principal causador da crise do clima, já que, diferentemente da maior parte do mundo, o Brasil tem um matriz energética altamente renovável e pouco dependente de combustíveis fósseis.

O Itamaraty repetiu nos últimos 30 anos que o problema do clima é energia, não florestas. Sob Lula, o jogo virou.

Lula ou a usar o mote do desmatamento zero dentro e fora de casa, como forma de conquistar apoios desde a campanha eleitoral, marcando oposição ao governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), justamente em um dos temas que mais lhe custou escândalos internacionais.

O compromisso também buscou reagir aos movimentos da União Europeia, em um contexto de negociação do acordo comercial UE-Mercosul, da legislação contra importação de desmatamento e também à taxa de carbono na fronteira. O recado que Lula tentou ar aos países ricos é que eles não precisariam se valer de medidas mais duras, pois o Brasil já garantiria a conservação da amazônia, maior floresta tropical do mundo.

Por outro lado, o Brasil de Lula ou a apostar na abertura de novas fontes de exploração de petróleo, como na Foz do Amazonas, criando uma nova frente de disputa com ambientalistas e cientistas dentro e fora do país.

Embora ainda não seja parte do problema, por não depender dos combustíveis fósseis, o Brasil propõe nas negociações da COP28 que o abandono da matriz fóssil seja iniciada pelos países desenvolvidos, de modo que os países em desenvolvimento possam apostar nas fontes fósseis por um período maior.

O calendário diferenciado é sinérgico aos planos do governo atual de estender a exploração petrolífera, de modo que o país esteja entre os últimos da fila a abandonar as fontes fósseis -embora já seja um dos primeiros da fila das renováveis.

Sob Lula, Brasil muda e pede compromisso com a floresta
📷 |
VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Política

    Leia mais notícias de Política. Clique aqui!

    Últimas Notícias