{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/politica/895261/bolsonaro-denunciado-veja-a-cronologia-da-tentativa-de-golpe","headline":"Bolsonaro denunciado: veja a cronologia da tentativa de golpe","datePublished":"2025-02-19T14:42:43.147-03:00","dateModified":"2025-02-19T14:42:33.37-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Agência Brasil","url":"/noticias/politica/895261/bolsonaro-denunciado-veja-a-cronologia-da-tentativa-de-golpe"},"image":"/img/Artigo-Destaque/890000/golpe-estado_00895261_0_.jpg?xid=3010942","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Denúncia da PGR revela plano de golpe de Estado por Bolsonaro e aliados, com ações para deslegitimar eleições e ameaças à democracia no Brasil.","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mar\\u0026#231;o de 2021 pode ser considerado um m\\u0026#234;s chave para que fosse colocado em marcha um plano de ruptura da ordem democr\\u0026#225;tica e de concretiza\\u0026#231;\\u0026#227;o de um \\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/politica/895157/bolsonaro-e-denunciado-sob-acusacao-de-liderar-trama-golpista?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;golpe de Estado, por Jair Bolsonaro e seus aliados, segundo den\\u0026#250;ncia apresentada pela Procuradoria-Geral da Rep\\u0026#250;blica (PGR)\\u0026lt;/a\\u0026gt;. No dia 8 daquele m\\u0026#234;s, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Facchin anulou as condena\\u0026#231;\\u0026#245;es de Luiz In\\u0026#225;cio Lula da Silva, relacionadas \\u0026#224; Opera\\u0026#231;\\u0026#227;o Lava Jato, e tornou-o eleg\\u0026#237;vel novamente.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Lula vinha sendo apontado como principal advers\\u0026#225;rio do ent\\u0026#227;o presidente Jair Bolsonaro na elei\\u0026#231;\\u0026#227;o presidencial do ano seguinte e pesquisas eleitorais mostravam o petista \\u0026#224; frente.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Leia tamb\\u0026#233;m:\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/politica/895157/bolsonaro-e-denunciado-sob-acusacao-de-liderar-trama-golpista?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Bolsonaro \\u0026#233; denunciado sob acusa\\u0026#231;\\u0026#227;o de liderar trama golpista\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/brasil/895246/bolsonaro-pode-ser-preso-saiba-o-que-acontece-apos-denuncia?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot; data-rel-defined=\\u0026quot;true\\u0026quot;\\u0026gt;Bolsonaro pode ser preso? Saiba o que acontece ap\\u0026#243;s den\\u0026#250;ncia\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A situa\\u0026#231;\\u0026#227;o pol\\u0026#237;tica mobilizou o entorno de Bolsonaro, que percebeu “a necessidade de pronta arregimenta\\u0026#231;\\u0026#227;o de a\\u0026#231;\\u0026#245;es coordenadas contra a possibilidade temida que se avultava. Come\\u0026#231;aram, ent\\u0026#227;o, pr\\u0026#225;ticas de execu\\u0026#231;\\u0026#227;o do plano articulado para a manuten\\u0026#231;\\u0026#227;o do poder do Presidente da Rep\\u0026#250;blica n\\u0026#227;o obstante o resultado que as urnas oferecessem no ano seguinte”, diz o procurador-geral da Rep\\u0026#250;blica, Paulo Gonet, na den\\u0026#250;ncia apresentada \\u0026#224; Justi\\u0026#231;a.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ainda em mar\\u0026#231;o, poucos dias depois de Lula ter recuperado sua elegibilidade, o grupo de apoio a Bolsonaro, que viria a se tornar o n\\u0026#250;cleo da organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o criminosa acusada de crimes contra as institui\\u0026#231;\\u0026#245;es democr\\u0026#225;ticas pela PGR, ou a cogitar de o ent\\u0026#227;o presidente da Rep\\u0026#250;blica ar a afrontar e a desobedecer decis\\u0026#245;es do STF.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Nas semanas seguintes, o grupo aria a defender a ideia de deslegitimar o processo eleitoral brasileiro e a poss\\u0026#237;vel vit\\u0026#243;ria do advers\\u0026#225;rio de Bolsonaro.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“O grupo registrou a ideia de ‘estabelecer um discurso sobre urnas eletr\\u0026#244;nicas e vota\\u0026#231;\\u0026#245;es’ e de replicar essa narrativa ‘novamente e constantemente’, a fim de deslegitimar poss\\u0026#237;vel resultado eleitoral que lhe fosse desfavor\\u0026#225;vel e propiciar condi\\u0026#231;\\u0026#245;es indutoras da deposi\\u0026#231;\\u0026#227;o do governo eleito”, destaca a den\\u0026#250;ncia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Cr\\u0026#237;ticas \\u0026#224;s urnas\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O plano de insurrei\\u0026#231;\\u0026#227;o demorou cerca de tr\\u0026#234;s meses para ser colocado em pr\\u0026#225;tica. No dia 29 de julho daquele ano, Jair Bolsonaro fez uma transmiss\\u0026#227;o ao vivo, pela internet, das depend\\u0026#234;ncias do Pal\\u0026#225;cio do Planalto, em que criticava o sistema eletr\\u0026#244;nico de vota\\u0026#231;\\u0026#227;o e exaltava a atua\\u0026#231;\\u0026#227;o das For\\u0026#231;as Armadas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A partir desse momento, segundo a PGR, Bolsonaro aria a fazer pronunciamentos p\\u0026#250;blicos cada vez mais agressivos, com ataques diretos aos poderes constitu\\u0026#237;dos, com o objetivo de causar indigna\\u0026#231;\\u0026#227;o e revolta em seus apoiadores. O objetivo final, segundo a den\\u0026#250;ncia, seria tornar aceit\\u0026#225;vel e esper\\u0026#225;vel o recurso \\u0026#224; for\\u0026#231;a caso Lula vencesse as elei\\u0026#231;\\u0026#245;es de 2022.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Mesmo com a decis\\u0026#227;o da C\\u0026#226;mara dos Deputados, de manter as sistem\\u0026#225;ticas de vota\\u0026#231;\\u0026#227;o digital e de apura\\u0026#231;\\u0026#227;o dos votos, em sess\\u0026#227;o no dia 10 de agosto, Bolsonaro insistiu nos ataques ao sistema eleitoral.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Durante os festejos de 7 de Setembro de 2021, Bolsonaro fez um discurso, em S\\u0026#227;o Paulo, no qual “deu a conhecer seu prop\\u0026#243;sito de n\\u0026#227;o mais se submeter \\u0026#224;s delibera\\u0026#231;\\u0026#245;es provenientes da Suprema Corte, confiado no apoio que teria das For\\u0026#231;as Armadas”. A essa altura, segundo a PGR, o grupo ao redor do ent\\u0026#227;o presidente j\\u0026#225; tinha tra\\u0026#231;ado uma estrat\\u0026#233;gia que inclu\\u0026#237;a um plano de fuga de Bolsonaro, caso lhe faltasse apoio para o golpe de Estado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“[Quero] dizer \\u0026#224;queles que querem me tornar ineleg\\u0026#237;vel em Bras\\u0026#237;lia: s\\u0026#243; Deus me tira de l\\u0026#225;. E aqueles que pensam que, com uma caneta, podem me tirar da presid\\u0026#234;ncia, digo uma coisa, para todos n\\u0026#243;s. Temos tr\\u0026#234;s alternativas, em especial para mim: preso, morto ou com vit\\u0026#243;ria. [Quero] dizer aos canalhas que eu nunca serei preso”, disse Bolsonaro em seu discurso, na ocasi\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com o ar dos meses e com a aproxima\\u0026#231;\\u0026#227;o das elei\\u0026#231;\\u0026#245;es de 2022, os ataques ao sistema eleitoral foram intensificados, com acusa\\u0026#231;\\u0026#245;es falsas e manipuladas sobre supostas vulnerabilidades das urnas eletr\\u0026#244;nicas a fraudes. Todos os ataques \\u0026#224; legitimidade foram sempre respondidos oficialmente, por autoridades judiciais, com argumentos t\\u0026#233;cnicos, mas isso continuou sendo ignorado pelo grupo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Reuni\\u0026#245;es\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em 5 julho de 2022, com Lula como favorito \\u0026#224; disputa presidencial, Bolsonaro teria convocado uma reuni\\u0026#227;o ministerial para incitar ataques \\u0026#224;s urnas e a difus\\u0026#227;o de not\\u0026#237;cias falsas contra seu advers\\u0026#225;rio. No encontro com os ministros, segundo a den\\u0026#250;ncia do Minist\\u0026#233;rio P\\u0026#250;blico, “falou-se inequivocamente em ‘uso da for\\u0026#231;a’ como alternativa a ser implementada, se necess\\u0026#225;rio”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;General Augusto Heleno, um dos acusados de integrar o n\\u0026#250;cleo golpista, chegou a dizer na reuni\\u0026#227;o que, o que tivesse que ser feito, teria que acontecer antes da elei\\u0026#231;\\u0026#227;o. “Se tiver que virar a mesa, \\u0026#233; antes das elei\\u0026#231;\\u0026#245;es”.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No dia 18 daquele m\\u0026#234;s, o ent\\u0026#227;o presidente da Rep\\u0026#250;blica convocou embaixadores e representantes diplom\\u0026#225;ticos de outros pa\\u0026#237;ses para uma reuni\\u0026#227;o em que fez acusa\\u0026#231;\\u0026#245;es sobre as supostas fraudes que, segundo Bolsonaro, seriam cometidas nas elei\\u0026#231;\\u0026#245;es daquele ano.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;A\\u0026#231;\\u0026#245;es\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Al\\u0026#233;m de divulgar falsas informa\\u0026#231;\\u0026#245;es sobre o sistema eleitoral, segundo a PGR, o grupo tentou intervir diretamente no processo eleitoral, j\\u0026#225; que, durante o segundo turno da elei\\u0026#231;\\u0026#227;o, em 31 de outubro, policiais rodovi\\u0026#225;rios federais fizeram opera\\u0026#231;\\u0026#245;es em estradas para dificultar o o de eleitores a zonas eleitorais onde Lula obtivera mais votos no primeiro turno.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Os locais de opera\\u0026#231;\\u0026#227;o da Pol\\u0026#237;cia Rodovi\\u0026#225;ria Federal (PRF) foram definidos previamente, a partir de mapeamentos feitos por \\u0026#243;rg\\u0026#227;os de seguran\\u0026#231;a vinculados Minist\\u0026#233;rio da Justi\\u0026#231;a e mobilizados de forma il\\u0026#237;cita para a tarefa, de acordo com a PGR.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Com a vit\\u0026#243;ria de Lula, as cr\\u0026#237;ticas ao sistema eleitoral persistiram, mesmo depois de relat\\u0026#243;rio de fiscaliza\\u0026#231;\\u0026#227;o das urnas, feito pelo Minist\\u0026#233;rio da Defesa, assegurar que nenhuma falha foi encontrada no sistema de urnas eletr\\u0026#244;nicas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A ideia de manter as cr\\u0026#237;ticas ao sistema eleitoral depois da derrota de Bolsonaro tinha o prop\\u0026#243;sito de estimular a milit\\u0026#226;ncia do ent\\u0026#227;o presidente da Rep\\u0026#250;blica, cujo mandato se encerraria em 31 de dezembro, a se manter acampada, em frente aos quart\\u0026#233;is, pedindo interven\\u0026#231;\\u0026#227;o militar contra a posse do candidato advers\\u0026#225;rio vitorioso.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O n\\u0026#250;cleo golpista pretendia que a mobiliza\\u0026#231;\\u0026#227;o da milit\\u0026#226;ncia sensibilizasse as For\\u0026#231;as Armadas, em especial, o Ex\\u0026#233;rcito, para que impusessem um regime de exce\\u0026#231;\\u0026#227;o, impedissem a posse de Lula e garantissem a perman\\u0026#234;ncia do candidato derrotado na Presid\\u0026#234;ncia da Rep\\u0026#250;blica.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em novembro de 2022, poucas semanas antes da posse de Lula, oficiais com treinamento de for\\u0026#231;as especiais, chamados de kids pretos, reuniram-se para tentar ganhar apoio da alta c\\u0026#250;pula do Ex\\u0026#233;rcito. Al\\u0026#233;m de pressionar o comando da for\\u0026#231;a armada, o grupo articulou-se para atacar, nas redes virtuais, os oficiais generais que se opunham ao golpe em curso.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Tamb\\u0026#233;m foram concebidas minutas de atos executivos que formalizassem a quebra da ordem constitucional, que inclu\\u0026#237;am, entre suas medidas, a pris\\u0026#227;o do ent\\u0026#227;o presidente do STF, ministro Alexandre de Moraes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Segundo a PGR, o ent\\u0026#227;o ministro da Defesa, Paulo S\\u0026#233;rgio Nogueira de Azevedo, tamb\\u0026#233;m se reuniu com os comandantes das tr\\u0026#234;s for\\u0026#231;as, para angariar apoio ao golpe, mas s\\u0026#243; teria tido a ades\\u0026#227;o do representante m\\u0026#225;ximo da Marinha, almirante Almir Garnier Santos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;span style=\\u0026quot;font-weight: bold;\\u0026quot;\\u0026gt;Assassinatos\\u0026lt;/span\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;N\\u0026#227;o bastassem as campanhas de not\\u0026#237;cias falsas para desacreditar o sistema eleitoral, as afrontas a autoridades judiciais, as difama\\u0026#231;\\u0026#245;es contra militares que n\\u0026#227;o apoiavam a insurrei\\u0026#231;\\u0026#227;o e a articula\\u0026#231;\\u0026#227;o para executar o golpe, os membros da organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o criminosa tamb\\u0026#233;m teriam estruturado, dentro do Pal\\u0026#225;cio do Planalto, segundo a PGR, um plano, chamado de Punhal Verde-Amarelo, para ass Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e Alexandre de Moraes.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da Rep\\u0026#250;blica, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relat\\u0026#243;rio em que o Minist\\u0026#233;rio da Defesa se via na conting\\u0026#234;ncia de reconhecer a inexist\\u0026#234;ncia de detec\\u0026#231;\\u0026#227;o de fraude nas elei\\u0026#231;\\u0026#245;es”, escreve a PGR, na den\\u0026#250;ncia apresentada.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Os preparativos para os assassinatos foram completados e s\\u0026#243; n\\u0026#227;o foram levados \\u0026#224; cabo, no dia 15 de dezembro, porque n\\u0026#227;o conseguiram cooptar, na \\u0026#250;ltima hora, o ent\\u0026#227;o comandante do Ex\\u0026#233;rcito.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A den\\u0026#250;ncia do Minist\\u0026#233;rio P\\u0026#250;blico descreve que, depois de todos esses os malfadados, a “frustra\\u0026#231;\\u0026#227;o dominou os integrantes da organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o criminosa”. Mas, mesmo assim, n\\u0026#227;o desistiram dos planos de manter Bolsonaro no poder.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Manifesta\\u0026#231;\\u0026#245;es contra o novo presidente da Rep\\u0026#250;blica, Lula, j\\u0026#225; empossado, marcadas para 8 de janeiro em Bras\\u0026#237;lia, tornaram-se a grande esperan\\u0026#231;a de concretizar o golpe.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;“A organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o incentivou a mobiliza\\u0026#231;\\u0026#227;o do grupo de pessoas em frente ao Quartel General do Ex\\u0026#233;rcito em Bras\\u0026#237;lia, que pedia a interven\\u0026#231;\\u0026#227;o militar na pol\\u0026#237;tica. Os participantes daquela jornada desceram toda a avenida que liga o Setor Militar Urbano ao Congresso Nacional, acompanhados e escoltados por policiais militares do Distrito Federal”, afirma a den\\u0026#250;ncia.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As manifesta\\u0026#231;\\u0026#245;es de 8 de janeiro ficaram marcadas por invas\\u0026#245;es e vandalismo \\u0026#224;s sedes dos Tr\\u0026#234;s Poderes e t\\u0026#234;m sido encaradas, em diversos processos penais, pelo STF, como tentativa de golpe de Estado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;De acordo com a PGR, o golpe, que vinha sendo alinhavado e posto em curso desde meados de 2021, s\\u0026#243; n\\u0026#227;o foi concretizado porque o comandante do Ex\\u0026#233;rcito e comandantes regionais da For\\u0026#231;a Armada decidiram n\\u0026#227;o aderir e, portanto, se manter em seu papel constitucional.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"ataques sistema eleitoral,denúncia PGR Bolsonaro,golpe de Estado Brasil,insurreição política Brasil,Lula elegível 2021,manifestações 8 de janeiro"}
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Bolsonaro denunciado: veja a cronologia da tentativa de golpe

Denúncia da PGR revela plano de golpe de Estado por Bolsonaro e aliados, com ações para deslegitimar eleições e ameaças à democracia no Brasil.

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Imagem ilustrativa da notícia Bolsonaro denunciado: veja a cronologia da tentativa de golpe camera Plano de ruptura democrática e golpe de Estado teve início em 2021 | Marcelo Camargo/Agência BRasil

Março de 2021 pode ser considerado um mês chave para que fosse colocado em marcha um plano de ruptura da ordem democrática e de concretização de um golpe de Estado, por Jair Bolsonaro e seus aliados, segundo denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). No dia 8 daquele mês, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Facchin anulou as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva, relacionadas à Operação Lava Jato, e tornou-o elegível novamente.

Lula vinha sendo apontado como principal adversário do então presidente Jair Bolsonaro na eleição presidencial do ano seguinte e pesquisas eleitorais mostravam o petista à frente.

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A situação política mobilizou o entorno de Bolsonaro, que percebeu “a necessidade de pronta arregimentação de ações coordenadas contra a possibilidade temida que se avultava. Começaram, então, práticas de execução do plano articulado para a manutenção do poder do Presidente da República não obstante o resultado que as urnas oferecessem no ano seguinte”, diz o procurador-geral da República, Paulo Gonet, na denúncia apresentada à Justiça.

Ainda em março, poucos dias depois de Lula ter recuperado sua elegibilidade, o grupo de apoio a Bolsonaro, que viria a se tornar o núcleo da organização criminosa acusada de crimes contra as instituições democráticas pela PGR, ou a cogitar de o então presidente da República ar a afrontar e a desobedecer decisões do STF.

Nas semanas seguintes, o grupo aria a defender a ideia de deslegitimar o processo eleitoral brasileiro e a possível vitória do adversário de Bolsonaro.

“O grupo registrou a ideia de ‘estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações’ e de replicar essa narrativa ‘novamente e constantemente’, a fim de deslegitimar possível resultado eleitoral que lhe fosse desfavorável e propiciar condições indutoras da deposição do governo eleito”, destaca a denúncia.

Críticas às urnas

O plano de insurreição demorou cerca de três meses para ser colocado em prática. No dia 29 de julho daquele ano, Jair Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo, pela internet, das dependências do Palácio do Planalto, em que criticava o sistema eletrônico de votação e exaltava a atuação das Forças Armadas.

A partir desse momento, segundo a PGR, Bolsonaro aria a fazer pronunciamentos públicos cada vez mais agressivos, com ataques diretos aos poderes constituídos, com o objetivo de causar indignação e revolta em seus apoiadores. O objetivo final, segundo a denúncia, seria tornar aceitável e esperável o recurso à força caso Lula vencesse as eleições de 2022.

Mesmo com a decisão da Câmara dos Deputados, de manter as sistemáticas de votação digital e de apuração dos votos, em sessão no dia 10 de agosto, Bolsonaro insistiu nos ataques ao sistema eleitoral.

Durante os festejos de 7 de Setembro de 2021, Bolsonaro fez um discurso, em São Paulo, no qual “deu a conhecer seu propósito de não mais se submeter às deliberações provenientes da Suprema Corte, confiado no apoio que teria das Forças Armadas”. A essa altura, segundo a PGR, o grupo ao redor do então presidente já tinha traçado uma estratégia que incluía um plano de fuga de Bolsonaro, caso lhe faltasse apoio para o golpe de Estado.

“[Quero] dizer àqueles que querem me tornar inelegível em Brasília: só Deus me tira de lá. E aqueles que pensam que, com uma caneta, podem me tirar da presidência, digo uma coisa, para todos nós. Temos três alternativas, em especial para mim: preso, morto ou com vitória. [Quero] dizer aos canalhas que eu nunca serei preso”, disse Bolsonaro em seu discurso, na ocasião.

Com o ar dos meses e com a aproximação das eleições de 2022, os ataques ao sistema eleitoral foram intensificados, com acusações falsas e manipuladas sobre supostas vulnerabilidades das urnas eletrônicas a fraudes. Todos os ataques à legitimidade foram sempre respondidos oficialmente, por autoridades judiciais, com argumentos técnicos, mas isso continuou sendo ignorado pelo grupo.

Reuniões

Em 5 julho de 2022, com Lula como favorito à disputa presidencial, Bolsonaro teria convocado uma reunião ministerial para incitar ataques às urnas e a difusão de notícias falsas contra seu adversário. No encontro com os ministros, segundo a denúncia do Ministério Público, “falou-se inequivocamente em ‘uso da força’ como alternativa a ser implementada, se necessário”.

General Augusto Heleno, um dos acusados de integrar o núcleo golpista, chegou a dizer na reunião que, o que tivesse que ser feito, teria que acontecer antes da eleição. “Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições”.

No dia 18 daquele mês, o então presidente da República convocou embaixadores e representantes diplomáticos de outros países para uma reunião em que fez acusações sobre as supostas fraudes que, segundo Bolsonaro, seriam cometidas nas eleições daquele ano.

Ações

Além de divulgar falsas informações sobre o sistema eleitoral, segundo a PGR, o grupo tentou intervir diretamente no processo eleitoral, já que, durante o segundo turno da eleição, em 31 de outubro, policiais rodoviários federais fizeram operações em estradas para dificultar o o de eleitores a zonas eleitorais onde Lula obtivera mais votos no primeiro turno.

Os locais de operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram definidos previamente, a partir de mapeamentos feitos por órgãos de segurança vinculados Ministério da Justiça e mobilizados de forma ilícita para a tarefa, de acordo com a PGR.

Com a vitória de Lula, as críticas ao sistema eleitoral persistiram, mesmo depois de relatório de fiscalização das urnas, feito pelo Ministério da Defesa, assegurar que nenhuma falha foi encontrada no sistema de urnas eletrônicas.

A ideia de manter as críticas ao sistema eleitoral depois da derrota de Bolsonaro tinha o propósito de estimular a militância do então presidente da República, cujo mandato se encerraria em 31 de dezembro, a se manter acampada, em frente aos quartéis, pedindo intervenção militar contra a posse do candidato adversário vitorioso.

O núcleo golpista pretendia que a mobilização da militância sensibilizasse as Forças Armadas, em especial, o Exército, para que impusessem um regime de exceção, impedissem a posse de Lula e garantissem a permanência do candidato derrotado na Presidência da República.

Em novembro de 2022, poucas semanas antes da posse de Lula, oficiais com treinamento de forças especiais, chamados de kids pretos, reuniram-se para tentar ganhar apoio da alta cúpula do Exército. Além de pressionar o comando da força armada, o grupo articulou-se para atacar, nas redes virtuais, os oficiais generais que se opunham ao golpe em curso.

Também foram concebidas minutas de atos executivos que formalizassem a quebra da ordem constitucional, que incluíam, entre suas medidas, a prisão do então presidente do STF, ministro Alexandre de Moraes.

Segundo a PGR, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Azevedo, também se reuniu com os comandantes das três forças, para angariar apoio ao golpe, mas só teria tido a adesão do representante máximo da Marinha, almirante Almir Garnier Santos.

Assassinatos

Não bastassem as campanhas de notícias falsas para desacreditar o sistema eleitoral, as afrontas a autoridades judiciais, as difamações contra militares que não apoiavam a insurreição e a articulação para executar o golpe, os membros da organização criminosa também teriam estruturado, dentro do Palácio do Planalto, segundo a PGR, um plano, chamado de Punhal Verde-Amarelo, para ass Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e Alexandre de Moraes.

“O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições”, escreve a PGR, na denúncia apresentada.

Os preparativos para os assassinatos foram completados e só não foram levados à cabo, no dia 15 de dezembro, porque não conseguiram cooptar, na última hora, o então comandante do Exército.

A denúncia do Ministério Público descreve que, depois de todos esses os malfadados, a “frustração dominou os integrantes da organização criminosa”. Mas, mesmo assim, não desistiram dos planos de manter Bolsonaro no poder.

Manifestações contra o novo presidente da República, Lula, já empossado, marcadas para 8 de janeiro em Brasília, tornaram-se a grande esperança de concretizar o golpe.

“A organização incentivou a mobilização do grupo de pessoas em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, que pedia a intervenção militar na política. Os participantes daquela jornada desceram toda a avenida que liga o Setor Militar Urbano ao Congresso Nacional, acompanhados e escoltados por policiais militares do Distrito Federal”, afirma a denúncia.

As manifestações de 8 de janeiro ficaram marcadas por invasões e vandalismo às sedes dos Três Poderes e têm sido encaradas, em diversos processos penais, pelo STF, como tentativa de golpe de Estado.

De acordo com a PGR, o golpe, que vinha sendo alinhavado e posto em curso desde meados de 2021, só não foi concretizado porque o comandante do Exército e comandantes regionais da Força Armada decidiram não aderir e, portanto, se manter em seu papel constitucional.

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