Dogging e cruising: o sexo ao ar livre e com desconhecidos

As primeiras 24 horas de 2025 ficaram marcadas no imaginário brasileiro após um vídeo, no mínimo absurdo, viralizar: cerca de 30 homens em relações sexuais ao ar livre na Pedra do Arpoador, no Rio de Janeiro.

Mas o que os motivou a fazer isso? E por que tantas outras pessoas já adotaram prática semelhante em outros cantos do mundo? A explicação para isso se resume a uma única palavra: fetiche.

Conhecido como "dogging", esse fetiche é uma mistura de exibicionismo e voyeurismo. Consiste em casais tendo relações sexuais ao ar livre, enquanto outras pessoas os assistem.

Normalmente, a prática acontece em estacionamentos vazios, parques e áreas arborizadas. Os pontos de encontro são conhecidos e divulgados por meio de comunidades online.

Dogging

O dogging, muitas vezes associado a uma vertente do "swing", é conhecido por esse nome há, pelo menos, 50 anos. O termo surgiu na Inglaterra, no início da década de 70, e era usado para descrever pessoas que assistiam casais que tinham relações sexuais ao ar livre.

O caso do Arpoador, contudo, é um pouco mais específico. Ele não se encaixa exatamente como dogging. Nesse caso, a prática é conhecida como cruising.

O que é cruising

Geralmente realizado por homens gays, o cruising se diferencia do dogging por um motivo: o objetivo não é ser visto.

Diferente do dogging, que é um fetiche essencialmente exibicionista, o cruising é uma prática realizada, muitas vezes por homens, de sexo escondido em locais públicos. Nesse caso, o ato acontece em áreas isoladas, de mata mais fechada, ou banheiros.

A prática do cruising remonta a períodos de maior repressão sexual, quando homens gays tinham dificuldades para se relacionarem por medo de agressões ou até morte.

Nesse contexto, espaços mais "obscuros" se tornaram áreas de cruising: espaços onde homens que quisessem ter relações com outros homens se reuniam secretamente para manterem relações sexuais.

Hoje em dia, com maior liberdade sexual, já existem saunas e cruising bars em diversas cidades, inclusive em Belém (PA). A prática segue sendo realizada, principalmente, por homens que estão em relacionamento com mulheres ou que não assumiram sua sexualidade.

Independentemente de ser cruising ou dogging, é importante ressaltar: atos considerados obscenos em locais públicos podem ser enquadrados pelo Código Penal Brasileiro como ato libidinoso, o que pode levar a detenção de 3 meses a 1 ano, além de multa.