
Mais uma vez a vida real ultraa o roteiro das séries policiais, misturando fama, poder e um suposto envolvimento com o mundo do crime. Viviane Noronha, de 20 anos, e MC Poze do Rodo, de 25, protagonizaram nesta semana um dos episódios mais impactantes dos noticiários. Ambos são alvos de uma megaoperação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, deflagrada na manhã desta terça-feira (3), contra um esquema bilionário de lavagem de dinheiro atribuído à cúpula do Comando Vermelho (CV).
O cantor, que foi preso na última quarta-feira (28) por suspeita de apologia ao crime e envolvimento com a facção, acaba de conseguir um habeas corpus concedido pela Justiça do Rio. Apesar disso, MC Poze ainda se encontra detido no presídio de Bangu 3, no Complexo de Gericinó, devendo ser liberado ainda nesta terça-feira (3).
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Empresa laranja
Enquanto isso, Viviane, influenciadora digital e mãe dos filhos do cantor, ou a ser um dos principais focos do inquérito. De acordo com a Polícia Civil, ela e sua empresa figuram como beneficiárias diretas de recursos ilícitos, atuando como “laranja” para disfarçar a origem criminosa dos valores, que teriam sido reinvestidos na compra de fuzis, cocaína e no fortalecimento do domínio territorial da facção em várias comunidades.
Os investigadores apuraram que cerca de R$ 250 milhões circularam no esquema, com valores canalizados para contas bancárias ligadas à influenciadora. Segundo nota oficial, a posição de Viviane seria “simbólica”, funcionando como um elo entre o tráfico e o universo do consumo digital, além de amplificar a chamada “narcocultura” nas redes sociais.
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A operação desta terça também determinou o bloqueio de 35 contas bancárias e o cumprimento de mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Fundos para o tráfico
O esquema envolvia ainda nomes como Philip Gregório da Silva, conhecido como “Professor”, morto no último domingo, em circunstâncias que apontam possível suicídio. Foragido há seis anos, o “Professor” organizava o famoso “Baile da Escolinha”, descrito pela polícia como uma “ferramenta de dominação cultural” e de arrecadação de fundos para o tráfico de drogas e armas.
Além disso, a investigação aponta que MC Poze realizava shows exclusivamente em territórios controlados pelo CV, onde a segurança dos eventos era garantida por traficantes fortemente armados, com presença ostensiva de fuzis e armamentos pesados. O próprio repertório musical do funkeiro está sob análise, suspeito de fazer apologia ao tráfico, glorificar o uso de armas e incentivar confrontos entre facções.
Defesa aponta perseguição e seletividade
A defesa de MC Poze sustenta que a prisão foi ilegal e desproporcional, representando uma violação à liberdade de expressão. Em petição, os advogados afirmaram que “a ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro é seletiva e evidencia a perseguição à arte periférica”. A defesa ainda provocou: “Fosse o paciente um artista ‘do asfalto’, certamente a prisão não ocorreria”.
Outro ponto criticado foi o uso de algemas, considerado pela equipe jurídica como um ato de “intimidação midiática”, uma vez que o cantor teria sido preso pacificamente em casa, sem oferecer resistência.
Nas redes sociais, Viviane celebrou a decisão judicial que determinou a soltura do marido: “MC não é bandido. Aceitem!”, escreveu ela em tom de deboche.
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