
A I (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Bets no Senado rejeitou nesta quinta-feira (12) o relatório final que pedia o indiciamento das influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra e mais 14 pessoas, incluindo empresários do setor de apostas.
O relatório foi rejeitado por 4 votos a 3 em uma sessão esvaziada, dominada por enorme mal-estar entre os senadores, com insinuações de corrupção, oportunismo, descaso e favorecimento a bets.
O relatório foi entregue por Soraya Thronicke (Podemos-MS) na terça-feira (10). O documento, obrigatório em comissões parlamentares de inquérito, pode apenas sugerir indiciamentos a autoridades, como o Ministério Público Federal.
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Viral na Internet com o depoimento midiático de Virginia, em maio, a I foi alvo de desinteresse no Senado desde a instalação, em novembro do ano ado, e enfrentou dificuldades para ouvir testemunhas.
Nesta quinta, apenas os senadores Izalci Lucas (PL-DF), Eduardo Girão (Novo-CE), Eduardo Gomes (PL-TO) e Angelo Coronel (PSD-BA) (relator do projeto de regulamentação das bets) estiveram na sessão, além de Soraya e do presidente, Hiran Gonçalves (PP-RR).
Antes da votação, Girão insinuou que a I foi prejudicada porque há senadores investigados. A fala causou mal-estar com a relatora e o presidente, que cobrou a divulgação dos nomes. Girão respondeu que os fatos eram públicos.
"Eu queria que vossa excelência, oportunamente, desse nome às pessoas. Porque o senhor diz que tem denúncias de corrupção envolvendo parlamentares, deputados e senadores. Quando o senhor diz assim, o senhor me agride. Eu não aceito isso", disse Hiran.
Soraya também rebateu o colega dizendo que há uma investigação em curso na Polícia Federal e que, no âmbito do Congresso, as suspeitas dele deveriam ser levadas ao Conselho de Ética. A relatora acrescentou que vai processar todas as pessoas que a caluniaram e difamaram.
"Não é objeto dessa I investigar possibilidade ou tentativa de extorsão. Expor as pessoas constantemente aqui, na minha opinião, está sendo ruim porque, até onde eu saiba, isso foi uma bravata, uma mentira, calúnia e difamação. E, sim, eu processarei", disse.
No fim do ano ado, a PF abriu uma investigação sobre supostos pedidos de propina feitos por um lobista a empresários do setor de apostas esportivas online na mira da I. Uma das possíveis vítimas seria ligada ao cantor Gusttavo Lima, segundo apurou a Folha.
O então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegou a conversar com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, pedindo agilidade nas apurações, diante de inúmeras especulações que circulavam nos bastidores.
Em outro episódio constrangedor para a I, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que é membro suplente, viajou para a Europa em um jatinho do empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, dono de uma empresa que disponibiliza o "jogo do tigrinho".
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Em abril, Soraya pediu a prorrogação da I até o fim do ano, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), concedeu apenas 45 dias —prazo que acaba no sábado (14). Diante da falta de quórum e das trocas de acusações, ela disse preferir encerrar a comissão.
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