
Samir Xaud será eleito neste domingo (25) o novo presidente da CBF. A eleição está marcada para as 10h30 (de Brasília). É a concretização de um plano político arquitetado por várias frentes, que se uniram na articulação que culminou com a queda e substituição de Ednaldo Rodrigues.
Externamente, a ideia é dar uma cara nova à CBF. Embora o sistema tenha muita gente conhecida.
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De todo modo, a escolha de Samir é para dar um banho de loja, mas também aproveitar o período de 2025 a 2029 para implementar algumas ideias que estão na cabeça dos dirigentes e não avançaram na gestão Ednaldo.
Samir tem experiência com a gestão de um futebol semiamador em Roraima. Sua federação tem como principal fonte de renda a CBF. Em 2024, foram R$ 1,4 milhão de ree, enquanto a entidade só arrecadou R$ 1,064 milhão com outras fontes.
Essa dependência era ainda maior em anos anteriores. Até 2022, a única receita da federação de Roraima, na prática, era o ree da CBF.
Samir diz que, em seu estado, conseguiu gerar receita com uma modernização do Estadual. Vendeu o naming rights para uma financeira. E reduziu de 22 para 14 datas o campeonato para torná-lo mais enxuto. Com 10 clubes, o Estadual consome quase toda a receita obtida: R$ 2,6 milhões em 2024.

Quais os planos?
- Ligas comandam o Brasileirão
O projeto é avançar em algo que a Libra e a Liga Forte União querem: que as Séries A e B do Brasileirão sejam organizadas pelos clubes. A CBF cuidaria das Séries C e D, além da seleção brasileira e das competições de base.
- Calendário:
O novo presidente da CBF fala em redução de datas dos Estaduais para um patamar de 12 datas. É uma ideia inicial que, na realidade, já vem sendo executada na atual CBF. Entre os Estaduais com time na Série A, só Bahia e São Paulo têm mais. E é o Paulista o entrave com 16 datas, já que o campeonato baiano tem 13.
Na nova diretoria da CBF, há quem defenda repensar todo o calendário do futebol brasileiro. É certo que os Estaduais não vão acabar. A ideia, no entanto, é desafogar as datas, já que, nos próximos anos, há competições no meio da temporada.
É possível inclusive uma discussão com a Conmebol para reduzir datas, o que já foi tentado sem sucesso no período de Ednaldo Rodrigues.
- Fair Play Financeiro
Embora Samir tenha se complicado em uma entrevista sobre o assunto ao Charla Podcast, a ideia do grupo que assume a CBF é avançar com as regras de controle de gastos dos clubes - considerando o volume de receita de cada um deles. O Fair Play financeiro é outro tema que encontra eco nas ligas.
- Autonomia para Seleção
A ideia é se envolver o menos possível no trabalho de Carlo Ancelotti e dar autonomia para o italiano, que agora a a comandar a seleção brasileira. Samir não quer frequentar vestiário, por exemplo. O setor tem Rodrigo Caetano como coordenador, que já tem trocado figurinha com Ancelotti desde a semana ada.
- Retomada das relações com Conmebol e Fifa
A CBF vai precisar reconstruir relações com a Conmebol e a Fifa. Fernando Sarney terá papel preponderante nisso. Devido à confusão política, o Brasil perdeu a cadeira no Conselho da Fifa. A Conmebol ou interinamente para a Argentina. E não será fácil recuperar o espaço.
- E a arbitragem?
Samir defende maior investimento nos árbitros. Mas ainda não deixou claro se levará adiante o projeto da gestão Ednaldo de profissionalizar um grupo de árbitros de elite em dezembro de 2026. De todo modo, Rodrigo Martins Cintra segue como comandante da arbitragem nacional.
- Atualização do estatuto
Como a decisão judicial que afastou Ednaldo Rodrigues da presidência afetou também reformas estatutárias feitas a partir de 2017, o documento que rege a CBF hoje está defasado. Os dirigentes precisam estabelecer novas regras de governança e atualizar as regras eleitorais, por exemplo.
Os clubes pressionam por uma mudança no peso dos votos, tirando o domínio das federações. Mas esse assunto é espinhoso na CBF - embora, sim, haja planos para atualização do estatuto.
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