{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/para/900280/mulheres-de-belem-tem-jornada-de-quase-12-horas-de-trabalho","headline":"Mulheres de Belém têm jornada de quase 12 horas de trabalho","datePublished":"2025-03-30T08:14:00.043-03:00","dateModified":"2025-03-30T08:13:48.573-03:00","author":{"@type":"Person","name":"Rafael Rocha","url":"/noticias/para/900280/mulheres-de-belem-tem-jornada-de-quase-12-horas-de-trabalho"},"image":"/img/Artigo-Destaque/900000/MULHERES_00900280_0_.png?xid=3031535","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Estudo revela que mulheres em Belém têm jornada de trabalho de 11,7 horas, incluindo cuidados não remunerados. 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POLÍTICAS PÚBLICAS

Mulheres de Belém têm jornada de quase 12 horas de trabalho

Estudo revela que mulheres em Belém têm jornada de trabalho de 11,7 horas, incluindo cuidados não remunerados. Conheça os impactos e propostas de políticas públicas.

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Imagem ilustrativa da notícia Mulheres de Belém têm jornada de quase 12 horas de trabalho camera Estudo revela que mulheres em Belém têm jornada de trabalho de 11,7 horas, incluindo cuidados não remunerados. Conheça os impactos e propostas de políticas públicas. | ​Foto: Reprodução

O projeto Ver-o-Cuidado, em parceria da ONU Mulheres e Prefeitura de Belém, apresentou na última sexta-feira (28), dados sobre a jornada de trabalho de mulheres que residem na capital paraense. A pesquisa aponta que as mulheres enfrentam uma média de jornada diária de 11,7 horas de trabalho, considerando tanto as atividades remuneradas quanto ao trabalho de cuidado não remunerado. O dado é um dos resultados destacados no Estudo Diagnóstico Participativo sobre a organização social do cuidado em Belém, realizado no último bimestre de 2024 pelo projeto Ver-O-Cuidado.

O projeto contou com o apoio da Open Society Foundations, rede internacional de filantropia. O diagnóstico busca compreender como as redes de cuidado funcionam no município para além dos dados oficiais, colaborando com informações para a criação de políticas públicas que promovam, em Belém, a corresponsabilidade social e de gênero pelos cuidados.

Leia mais:

De acordo com a representante interina da ONU Mulheres, Ana Carolina Quirino, o objetivo do projeto foi fazer algo que pudesse impactar diretamente na vida e no cotidiano das mulheres. “O tema do cuidado entrou na agenda pública de forma definitiva. Foi como podemos dar conta das demandas de cuidado e como podemos ser cuidadas, como podemos garantir os dois direitos de uma forma que seja compartilhada a responsabilidade na sociedade como um todo, e que todas as pessoas tenham cuidado de qualidade”, afirmou.

Ainda segundo Quirino, a ONU Mulheres contribuiu com conhecimento técnico especializado e alinhado com algumas normativas e movimentos que ocorriam em outros países. “Começamos a trabalhar de uma maneira interinstitucional aqui na prefeitura. Então, funcionários e funcionárias da prefeitura também tiveram um papel muito importante. Foi montado um comitê interinstitucional que analisou todas as políticas que se relacionavam ao cuidado das pessoas que tinham alguma necessidade”.

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Bases oficiais

O levantamento é resultado da análise de dados secundários de bases oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da própria Prefeitura de Belém; em combinação com pesquisa e entrevistas que ouviram mulheres moradoras de diferentes regiões de Belém, além de servidoras e servidores municipais atuantes em instituições ligadas às políticas de cuidado.

Para o presidente da Funpapa, Arthur Houat, o projeto Ver-O-Cuidado busca o fortalecimento do reconhecimento da atividade das mulheres do cuidado, o que impacta na economia e na sociedade. “Essa valorização toda foi estudada, com levantamento, pesquisa, diagnósticos, dados e informações. Esse trabalho que foi feito serve de bússola para a construção das políticas públicas que a gente pretende desenvolver em atenção à mulher”.

Houat destaca ainda que as mulheres, principalmente as atendidas na Funpapa vítimas de violência, estão nas casas e têm dificuldade de sustento, de manutenção do lar e encontram-se em situação de vulnerabilidade social com a sua família. “Então, esse estudo vai balizar as ações que vão ser construídas para o futuro muito próximo do planejamento estratégico da Funpapa”.

No evento também foram compartilhadas as conclusões do Ver-O-Cuidado, desenvolvido entre 2022 e 2025, que contou com o engajamento de representantes da gestão municipal e de uma ampla frente de organizações da sociedade civil e produziu diversos produtos de conhecimento que servirão de legado para também outros municípios que queiram implementar políticas de cuidado.

Pandemia

A gerente do projeto Ver-O-Cuidado, Virginia Gontijo, afirmou que a pandemia refletiu bastante na economia do cuidado, pois o termo deixou mais visível a dificuldade que as mulheres têm de realmente assumir esse cuidado pela falta de serviços públicos. “Na pandemia, com todos os serviços que se fecharam, ficou evidente que a responsabilidade é das famílias e dentro das famílias, a responsabilidade do cuidado é das mulheres”.

O tema já é discutido há bastante tempo a nível global e Belém foi a capital brasileira pioneira na execução do projeto Ver-O-Cuidado, conforme ressaltou Gontijo. Ainda de acordo com a gerente, o município de Belém, por ser a primeira instância governamental em que se começou a falar sobre cuidados, “é referência não apenas para o Brasil, mas principalmente para a região da América Latina”. Com a apresentação do diagnóstico, o Comitê Interinstitucional de Implementação de Políticas do Cuidado sai do comando da Funpapa e a a ser gerido pela Secretaria Municipal da Mulher (SEMU).

Principais números

l Diagnóstico participativo e interseccional

  • - 166 respondentes de pesquisa em questionário fechado
  • - Seis entrevistas em profundidade com especialistas no tema

l Quem cuida em Belém:

  • - 78,1% são mulheres negras
  • - 54,3% têm dupla jornada
  • - 31,2% trabalham na informalidade
  • - 81,4% já deixaram de trabalhar para cuidar

l As dinâmicas do cuidado não remunerado:

  • - Mulheres gastam em média 11,7 horas diárias entre cuidado não remunerado e cuidado remunerado
  • - 69,8% das mães são os principais responsáveis pelo sustento de suas famílias

l As dinâmicas do cuidado remunerado:

  • - 31,2% trabalham na informalidade
  • - 50% trabalham com pessoas idosas
  • - 30% recebem abaixo de um salário mínimo

l Outros dados indicam que:

  • - 80,6% das cuidadoras afirmam que os serviços de cuidado são insuficientes
  • - Menos de 10% têm o a creche, centros-dia e escolas em tempo integral
  • - Ilhas e bairros como Terra Firme, Cabanagem, Jurunas e Icoaraci são os mais vulneráveis
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