{"@context":"https://schema.org","@type":"NewsArticle","mainEntityOfPage":"/noticias/queer/845974/brasil-tem-77-leis-antitrans-em-vigor-em-18-estados","headline":"Brasil tem 77 leis antitrans em vigor em 18 estados","datePublished":"2024-01-28T11:05:53.72-03:00","dateModified":"2024-01-28T11:05:46-03:00","author":{"@type":"Person","name":"DANI AVELAR-FOLHAPRESS","url":"/noticias/queer/845974/brasil-tem-77-leis-antitrans-em-vigor-em-18-estados"},"image":"/img/Artigo-Destaque/840000/trans_00845974_0_.jpg?xid=2805147","publisher":{"@type":"Organization","name":"DOL","url":"/","logo":"/themes/DOL/img/logoDOL.png","Point":{"@type":"Point","Type":"Customer ","telephone":"+55-91-98412-6477","email":"[email protected]"},"address":{"@type":"PostalAddress","streetAddress":"Rua Gaspar Viana, 773/7","addressLocality":"Belém","addressRegion":"PA","postalCode":"66053-090","addressCountry":"BR"}},"description":"Legisladores negam discriminação e dizem proteger direitos de mulheres e crianças","articleBody":"\\u0026lt;p\\u0026gt;O Brasil tem um n\\u0026#250;mero crescente de leis que buscam cercear direitos de pessoas trans. Segundo levantamento da Folha de S.Paulo, h\\u0026#225; pelo menos 77 leis municipais e estaduais antitrans em vigor em 18 unidades da federa\\u0026#231;\\u0026#227;o -mais de um ter\\u0026#231;o dessas normas entrou em vigor no ano ado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Proponentes dessas leis negam que elas tenham car\\u0026#225;ter antitrans, afirmando que ajudam a proteger os direitos de crian\\u0026#231;as e mulheres e a resguardar a liberdade religiosa. Por outro lado, especialistas dizem que essas normas promovem a institucionaliza\\u0026#231;\\u0026#227;o da transfobia e podem estimular a viol\\u0026#234;ncia contra uma das parcelas mais marginalizadas da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Conte\\u0026#250;dos relacionados:\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/queer/845831/brasil-registra-mais-de-4-mil-violacoes-contra-trans-em-2023?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Brasil registra mais de 4 mil viola\\u0026#231;\\u0026#245;es contra trans em 2023\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/queer/844182/pesquisa-ve-possivel-ligacao-entre-genetica-e-bissexualidade?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;Pesquisa v\\u0026#234; poss\\u0026#237;vel liga\\u0026#231;\\u0026#227;o entre gen\\u0026#233;tica e bissexualidade\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;a href=\\u0026quot;/noticias/queer/818087/publicidade-lgbt-e-aliada-contra-a-lgbtfobia-diz-estudo?d=1\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Publicidade LGBT+ \\u0026#233; aliada contra a LGBTfobia, diz estudo\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Boa parte dessas normas veda o uso da chamada linguagem neutra ou impede debates sobre a tem\\u0026#225;tica de g\\u0026#234;nero nas escolas, contrariando decis\\u0026#245;es do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao menos 11 leis antitrans j\\u0026#225; foram consideradas inconstitucionais pela Justi\\u0026#231;a.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;H\\u0026#225; tamb\\u0026#233;m restri\\u0026#231;\\u0026#245;es ao compartilhamento de banheiros e \\u0026#224; participa\\u0026#231;\\u0026#227;o de atletas trans em competi\\u0026#231;\\u0026#245;es esportivas. Outras normas pro\\u0026#237;bem crian\\u0026#231;as e adolescentes trans de ar determinados servi\\u0026#231;os de sa\\u0026#250;de e de participar de Paradas do Orgulho LGBTQIA+. Existem ainda leis que buscam censurar materiais publicit\\u0026#225;rios com conte\\u0026#250;dos alusivos \\u0026#224; diversidade de g\\u0026#234;nero.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O n\\u0026#250;mero de normas antitrans em vigor pode ser ainda maior, uma vez que a busca de leis municipais se restringiu a cidades com mais de 100 mil habitantes. Esses locais concentram 57% da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o do pa\\u0026#237;s, mas representam somente 5,7% do total de munic\\u0026#237;pios, de acordo com dados do Censo de 2022 do IBGE.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;As primeiras leis deste tipo do pa\\u0026#237;s foram promulgadas em 2015 em Novo Gama (GO), uma cidade-sat\\u0026#233;lite de Bras\\u0026#237;lia. Uma delas, que pro\\u0026#237;be o ensino da chamada ideologia de g\\u0026#234;nero nas escolas do munic\\u0026#237;pio, foi considerada inconstitucional pelo STF em 2020.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O ritmo de produ\\u0026#231;\\u0026#227;o dessas normas acelerou a partir de 2021. Naquele ano, foi promulgada em Rond\\u0026#244;nia a primeira lei estadual antitrans, que pro\\u0026#237;be a linguagem neutra nas escolas -o STF declarou a sua inconstitucionalidade no ano ado, por entender que o assunto \\u0026#233; de compet\\u0026#234;ncia da Uni\\u0026#227;o e foge da al\\u0026#231;ada dos estados e munic\\u0026#237;pios.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em 2023, com a ida do bolsonarismo para a oposi\\u0026#231;\\u0026#227;o no Congresso Nacional, a agenda antitrans se consolidou como prioridade desse grupo pol\\u0026#237;tico no Legislativo. O pa\\u0026#237;s ganhou, em m\\u0026#233;dia, uma nova lei do tipo a cada duas semanas ao longo do ano ado.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em Boa Vista (RR), h\\u0026#225; quatro leis antitrans em vigor. Nos \\u0026#250;ltimos dois anos, ou a ser proibido debater g\\u0026#234;nero, usar linguagem neutra e instalar banheiros unissex nas escolas do munic\\u0026#237;pio, e tamb\\u0026#233;m entrou em vigor uma lei de veto esportivo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A refugiada venezuelana Paola Abache, que \\u0026#233; trans, relata j\\u0026#225; ter sido impedida de ar banheiros femininos na cidade. Jogadora de v\\u0026#244;lei, tamb\\u0026#233;m diz ter sido proibida de jogar com outras mulheres devido \\u0026#224; sua identidade de g\\u0026#234;nero.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;Na Venezuela, eu sofria discrimina\\u0026#231;\\u0026#227;o porque o pa\\u0026#237;s infelizmente n\\u0026#227;o tem leis para proteger a popula\\u0026#231;\\u0026#227;o trans. Pensei que aqui no Brasil os nossos direitos seriam respeitados, mas n\\u0026#227;o foi o que aconteceu\\u0026quot;, afirma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quando soube da exist\\u0026#234;ncia das leis antitrans, Abache, 23, diz que \\u0026quot;foi como levar um soco\\u0026quot;. Por outro lado, a refugiada conta ter sido bem recebida pela comunidade LGBT+ da capital roraimense. \\u0026quot;Conheci muitas pessoas maravilhosas que abriram as portas para mim. \\u0026#201; gra\\u0026#231;as a elas que estou forte\\u0026quot;, diz.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Quer ler mais not\\u0026#237;cias do Brasil? \\u0026lt;a href=\\u0026quot;https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9IlAw2v1J02cbfQ31H\\u0026quot; target=\\u0026quot;_blank\\u0026quot;\\u0026gt;e nosso canal no Whatsapp\\u0026lt;/a\\u0026gt;\\u0026lt;br\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Em mar\\u0026#231;o do ano ado, a Folha de S.Paulo j\\u0026#225; havia noticiado uma avalanche sem precedentes de projetos de lei antitrans. O novo levantamento identificou 293 PLs do tipo protocolados em 2023, muitos dos quais seguem em tramita\\u0026#231;\\u0026#227;o e podem virar lei no futuro.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026#192; frente est\\u0026#225; o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas tamb\\u0026#233;m h\\u0026#225; propostas de outras legendas, como Republicanos, Uni\\u0026#227;o Brasil, PP, MDB e PSDB. A agenda antitrans poder\\u0026#225; ser explorada por esses legisladores na campanha das elei\\u0026#231;\\u0026#245;es municipais de outubro de 2024, segundo analistas.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Para Amanda Souto Baliza, presidente da comiss\\u0026#227;o de diversidade sexual e de g\\u0026#234;nero da OAB Nacional (Organiza\\u0026#231;\\u0026#227;o dos Advogados do Brasil), a estrat\\u0026#233;gia desses parlamentares pode ser descrita como uma \\u0026quot;blitzkrieg legislativa\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A especialista representa entidades da sociedade civil em a\\u0026#231;\\u0026#245;es na Justi\\u0026#231;a para tentar anular os efeitos de algumas dessas leis, mas diz que o volume de normas acaba dificultando o processo.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;\\u0026#201; um ataque rel\\u0026#226;mpago contra os direitos LGBT+. Come\\u0026#231;a quando alguma desinforma\\u0026#231;\\u0026#227;o contra essa parcela da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o viraliza, gerando p\\u0026#226;nico moral. Da\\u0026#237;, grupos extremistas criam um modelo de PL e o distribuem em munic\\u0026#237;pios e estados. Alguns desses projetos viram lei. Como o fen\\u0026#244;meno ocorre ao mesmo tempo no pa\\u0026#237;s inteiro, isso acaba sobrecarregando o movimento social e os tribunais\\u0026quot;, afirma.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Baliza pondera que a bancada antitrans ainda n\\u0026#227;o tem uma base forte o suficiente para aprovar leis federais que pudessem promover uma segrega\\u0026#231;\\u0026#227;o mais intensa. A especialista tamb\\u0026#233;m lembra que o movimento LGBTQIA+ tem se organizado para frear a perda de direitos, mas receia que o cen\\u0026#225;rio se torne mais desfavor\\u0026#225;vel nos pr\\u0026#243;ximos dez ou quinze anos.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;No final do ano ado, o Senado incluiu na Lei de Diretrizes Or\\u0026#231;ament\\u0026#225;rias (LDO) proibi\\u0026#231;\\u0026#227;o para que o Or\\u0026#231;amento de 2024 fosse usado em a\\u0026#231;\\u0026#245;es para influenciar crian\\u0026#231;as e adolescentes a fazer transi\\u0026#231;\\u0026#227;o de g\\u0026#234;nero, mas o trecho acabou sendo vetado pelo presidente Luiz In\\u0026#225;cio Lula da Silva (PT).\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026lt;iframe width=\\u0026quot;560\\u0026quot; height=\\u0026quot;315\\u0026quot; src=\\u0026quot;https://www.youtube.com/embed/ha9_loWNCJo?si=xKAVL4SWTVoSzAFu\\u0026quot; title=\\u0026quot;YouTube video player\\u0026quot; frameborder=\\u0026quot;0\\u0026quot; allow=\\u0026quot;accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share\\u0026quot; allowfullscreen=\\u0026quot;\\u0026quot;\\u0026gt;\\u0026lt;/iframe\\u0026gt;\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Julia Ehrt, diretora-executiva da Associa\\u0026#231;\\u0026#227;o Internacional de L\\u0026#233;sbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Interssexuais (Ilga), v\\u0026#234; com preocupa\\u0026#231;\\u0026#227;o o avan\\u0026#231;o das leis antitrans no Brasil. Ela lembra que a ofensiva contra os direitos da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o LGBT+ \\u0026#233; um fen\\u0026#244;meno que se estende desde democracias consolidadas, como os EUA e o Reino Unido, at\\u0026#233; regimes autorit\\u0026#225;rios como R\\u0026#250;ssia e Uganda.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;A narrativa antitrans \\u0026#233; parte de um movimento mais amplo contra os direitos LGBT+ e das mulheres. H\\u0026#225; organiza\\u0026#231;\\u0026#245;es com muitos recursos que trabalham para avan\\u0026#231;ar essas agendas globalmente\\u0026quot;, afirma Ehrt. Ela defende que esses grupos se articulem em n\\u0026#237;vel internacional para fazer frente \\u0026#224; ofensiva conservadora.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;PARLAMENTARES NEGAM DISCRIMINA\\u0026#199;\\u0026#195;O\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Parlamentares ouvidos pela reportagem negam que as leis citadas tenham car\\u0026#225;ter antitrans e afirmam buscar a garantia de direitos para outros grupos diante de uma suposta amea\\u0026#231;a representada por pessoas trans.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O vereador Ilderson Pereira Silva (PTB), autor de leis sobre banheiros e esportes em Boa Vista, afirma que seu intuito \\u0026#233; prevenir casos de ass\\u0026#233;dio.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;A lei em quest\\u0026#227;o trata especificamente de banheiros e vesti\\u0026#225;rios nas escolas p\\u0026#250;blicas e privadas. Pessoas do sexo feminino se sentem desconfort\\u0026#225;veis com a presen\\u0026#231;a uma pessoa transg\\u0026#234;nero em um ambiente que, por mais que seja compartilhado, ainda \\u0026#233; um espa\\u0026#231;o \\u0026#237;ntimo\\u0026quot;, diz em nota.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O parlamentar tamb\\u0026#233;m diz buscar a garantia da equidade no esporte. \\u0026quot;Mesmo que com mudan\\u0026#231;as est\\u0026#233;ticas e hormonais, haja possibilidades de diminui\\u0026#231;\\u0026#227;o da resist\\u0026#234;ncia muscular e capacidade aer\\u0026#243;bica na compara\\u0026#231;\\u0026#227;o entre uma mulher trans e um homem cisg\\u0026#234;nero, ainda n\\u0026#227;o h\\u0026#225; estudos suficientes sobre o caso\\u0026quot;, afirma Silva.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;O parlamentar tamb\\u0026#233;m diz que conta com pessoas trans em sua equipe e que as trata pelo nome social.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;J\\u0026#225; o vereador Zelio Mota (PSD), autor da lei sobre linguagem neutra em Boa Vista, nega haver cerceamento de direitos e afirma que seu objetivo \\u0026#233; garantir os direitos das crian\\u0026#231;as e pr\\u0026#233;-adolescentes de serem alfabetizados com a norma culta da l\\u0026#237;ngua portuguesa.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ele afirma respeitar a decis\\u0026#227;o do STF que derrubou a lei de Rond\\u0026#244;nia sobre linguagem neutra. \\u0026quot;\\u0026#201; not\\u0026#243;rio que a lei municipal n\\u0026#227;o fere princ\\u0026#237;pios da nossa Constitui\\u0026#231;\\u0026#227;o Federal, est\\u0026#225; em total conson\\u0026#226;ncia com as normas vigentes da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o) e assegura o uso da l\\u0026#237;ngua oficial brasileira nas escolas municipais\\u0026quot;, diz Mota em nota.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A vereadora Fl\\u0026#225;via Borja (PP), autora de uma lei que garante a institui\\u0026#231;\\u0026#245;es religiosas e escolas confessionais de Belo Horizonte (MG) a atribui\\u0026#231;\\u0026#227;o do uso de seus banheiros de acordo com a defini\\u0026#231;\\u0026#227;o biol\\u0026#243;gica de sexo, afirma que \\u0026quot;quando algu\\u0026#233;m tenta, de forma agressiva, impor suas vontades dentro desses lugares n\\u0026#243;s entendemos que o desejo prim\\u0026#225;rio \\u0026#233; afrontar a f\\u0026#233; que \\u0026#233; professada ali\\u0026quot;.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;\\u0026quot;Por isso, essa lei aprovada em BH \\u0026#233; necess\\u0026#225;ria para uma melhor seguran\\u0026#231;a jur\\u0026#237;dica de l\\u0026#237;deres religiosos e institui\\u0026#231;\\u0026#245;es educacionais confessionais\\u0026quot;, afirma em nota Borja, que tamb\\u0026#233;m \\u0026#233; pastora da Igreja Batista da Lagoinha.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;A reportagem procurou o deputado estadual Eyder Brasil (PL-RO), autor da lei sobre linguagem neutra em Rond\\u0026#244;nia, mas n\\u0026#227;o obteve resposta. A Prefeitura e a C\\u0026#226;mara Municipal de Novo Gama (GO) tamb\\u0026#233;m foram procuradas, mas n\\u0026#227;o se manifestaram. A assessoria do PL tamb\\u0026#233;m n\\u0026#227;o respondeu.\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;h2\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;A AGENDA ANTITRANS NO BRASIL\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h2\\u0026gt;\\u0026lt;h3\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Leis buscam cercear direitos da popula\\u0026#231;\\u0026#227;o trans\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/h3\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Linguagem neutra\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Leis pro\\u0026#237;bem o uso de neologismos como “todes” e “elu/delu” em escolas e na istra\\u0026#231;\\u0026#227;o p\\u0026#250;blica. Adeptos da linguagem neutra alertam para a estigmatiza\\u0026#231;\\u0026#227;o de pessoas n\\u0026#227;o bin\\u0026#225;rias\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Educa\\u0026#231;\\u0026#227;o\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Legisla\\u0026#231;\\u0026#245;es impedem atividades pedag\\u0026#243;gicas e materiais did\\u0026#225;ticos relacionados \\u0026#224; tem\\u0026#225;tica de g\\u0026#234;nero. Educadores apontam riscos \\u0026#224; liberdade de c\\u0026#225;tedra e ao bem-estar de estudantes trans\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Banheiro\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Normas estabelecem o sexo biol\\u0026#243;gico como crit\\u0026#233;rio de o a sanit\\u0026#225;rios, ou vetam a instala\\u0026#231;\\u0026#227;o de banheiros unissex. Ativistas temem que essas leis estimulem agress\\u0026#245;es contra pessoas trans\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Esporte\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Diretrizes estabelecem o sexo biol\\u0026#243;gico como \\u0026#250;nico crit\\u0026#233;rio para determinar o g\\u0026#234;nero de competidores em torneios esportivos. Cr\\u0026#237;ticos alertam para a exclus\\u0026#227;o de atletas trans\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Sa\\u0026#250;de\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Normas impedem o o de menores de idade trans a bloqueadores de puberdade e horm\\u0026#244;nios. Essas pr\\u0026#225;ticas j\\u0026#225; s\\u0026#227;o regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Parada LGBT+\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Ordens restringem a ida de crian\\u0026#231;as e adolescentes a eventos LGBTQIA+, como as Paradas do Orgulho, ou pro\\u0026#237;bem seu financiamento. Ativistas veem entraves \\u0026#224; liberdade de reuni\\u0026#227;o\\u0026lt;/p\\u0026gt;\\u0026lt;ul\\u0026gt;\\u0026lt;li\\u0026gt;\\u0026lt;b\\u0026gt;Publicidade\\u0026lt;/b\\u0026gt;\\u0026lt;/li\\u0026gt;\\u0026lt;/ul\\u0026gt;\\u0026lt;p\\u0026gt;Regras pro\\u0026#237;bem propagandas com alus\\u0026#227;o a orienta\\u0026#231;\\u0026#227;o sexual e identidade de g\\u0026#234;nero relacionadas a crian\\u0026#231;as e adolescentes. Cr\\u0026#237;ticos veem apagamento de pessoas LGBTQIA+ na arena p\\u0026#250;blica\\u0026lt;/p\\u0026gt;","keywords":"leis antitrans no brasil, brasil tem leis antitrans"}
plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 26°
cotação atual R$


home
RETROCESSO

Brasil tem 77 leis antitrans em vigor em 18 estados

Legisladores negam discriminação e dizem proteger direitos de mulheres e crianças

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Brasil tem 77 leis antitrans em vigor em 18 estados camera Participantes na 27ª edição da Parada do orgulho LGBT+ na Av. Paulista, em São Paulo | Foto: Eduardo Knapp/Folhapress

O Brasil tem um número crescente de leis que buscam cercear direitos de pessoas trans. Segundo levantamento da Folha de S.Paulo, há pelo menos 77 leis municipais e estaduais antitrans em vigor em 18 unidades da federação -mais de um terço dessas normas entrou em vigor no ano ado.

Proponentes dessas leis negam que elas tenham caráter antitrans, afirmando que ajudam a proteger os direitos de crianças e mulheres e a resguardar a liberdade religiosa. Por outro lado, especialistas dizem que essas normas promovem a institucionalização da transfobia e podem estimular a violência contra uma das parcelas mais marginalizadas da população.

Conteúdos relacionados:

Boa parte dessas normas veda o uso da chamada linguagem neutra ou impede debates sobre a temática de gênero nas escolas, contrariando decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao menos 11 leis antitrans já foram consideradas inconstitucionais pela Justiça.

Há também restrições ao compartilhamento de banheiros e à participação de atletas trans em competições esportivas. Outras normas proíbem crianças e adolescentes trans de ar determinados serviços de saúde e de participar de Paradas do Orgulho LGBTQIA+. Existem ainda leis que buscam censurar materiais publicitários com conteúdos alusivos à diversidade de gênero.

O número de normas antitrans em vigor pode ser ainda maior, uma vez que a busca de leis municipais se restringiu a cidades com mais de 100 mil habitantes. Esses locais concentram 57% da população do país, mas representam somente 5,7% do total de municípios, de acordo com dados do Censo de 2022 do IBGE.

As primeiras leis deste tipo do país foram promulgadas em 2015 em Novo Gama (GO), uma cidade-satélite de Brasília. Uma delas, que proíbe o ensino da chamada ideologia de gênero nas escolas do município, foi considerada inconstitucional pelo STF em 2020.

O ritmo de produção dessas normas acelerou a partir de 2021. Naquele ano, foi promulgada em Rondônia a primeira lei estadual antitrans, que proíbe a linguagem neutra nas escolas -o STF declarou a sua inconstitucionalidade no ano ado, por entender que o assunto é de competência da União e foge da alçada dos estados e municípios.

Em 2023, com a ida do bolsonarismo para a oposição no Congresso Nacional, a agenda antitrans se consolidou como prioridade desse grupo político no Legislativo. O país ganhou, em média, uma nova lei do tipo a cada duas semanas ao longo do ano ado.

Em Boa Vista (RR), há quatro leis antitrans em vigor. Nos últimos dois anos, ou a ser proibido debater gênero, usar linguagem neutra e instalar banheiros unissex nas escolas do município, e também entrou em vigor uma lei de veto esportivo.

A refugiada venezuelana Paola Abache, que é trans, relata já ter sido impedida de ar banheiros femininos na cidade. Jogadora de vôlei, também diz ter sido proibida de jogar com outras mulheres devido à sua identidade de gênero.

"Na Venezuela, eu sofria discriminação porque o país infelizmente não tem leis para proteger a população trans. Pensei que aqui no Brasil os nossos direitos seriam respeitados, mas não foi o que aconteceu", afirma.

Quando soube da existência das leis antitrans, Abache, 23, diz que "foi como levar um soco". Por outro lado, a refugiada conta ter sido bem recebida pela comunidade LGBT+ da capital roraimense. "Conheci muitas pessoas maravilhosas que abriram as portas para mim. É graças a elas que estou forte", diz.

Quer ler mais notícias do Brasil? e nosso canal no Whatsapp

Em março do ano ado, a Folha de S.Paulo já havia noticiado uma avalanche sem precedentes de projetos de lei antitrans. O novo levantamento identificou 293 PLs do tipo protocolados em 2023, muitos dos quais seguem em tramitação e podem virar lei no futuro.

À frente está o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também há propostas de outras legendas, como Republicanos, União Brasil, PP, MDB e PSDB. A agenda antitrans poderá ser explorada por esses legisladores na campanha das eleições municipais de outubro de 2024, segundo analistas.

Para Amanda Souto Baliza, presidente da comissão de diversidade sexual e de gênero da OAB Nacional (Organização dos Advogados do Brasil), a estratégia desses parlamentares pode ser descrita como uma "blitzkrieg legislativa".

A especialista representa entidades da sociedade civil em ações na Justiça para tentar anular os efeitos de algumas dessas leis, mas diz que o volume de normas acaba dificultando o processo.

"É um ataque relâmpago contra os direitos LGBT+. Começa quando alguma desinformação contra essa parcela da população viraliza, gerando pânico moral. Daí, grupos extremistas criam um modelo de PL e o distribuem em municípios e estados. Alguns desses projetos viram lei. Como o fenômeno ocorre ao mesmo tempo no país inteiro, isso acaba sobrecarregando o movimento social e os tribunais", afirma.

Baliza pondera que a bancada antitrans ainda não tem uma base forte o suficiente para aprovar leis federais que pudessem promover uma segregação mais intensa. A especialista também lembra que o movimento LGBTQIA+ tem se organizado para frear a perda de direitos, mas receia que o cenário se torne mais desfavorável nos próximos dez ou quinze anos.

No final do ano ado, o Senado incluiu na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) proibição para que o Orçamento de 2024 fosse usado em ações para influenciar crianças e adolescentes a fazer transição de gênero, mas o trecho acabou sendo vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Julia Ehrt, diretora-executiva da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Interssexuais (Ilga), vê com preocupação o avanço das leis antitrans no Brasil. Ela lembra que a ofensiva contra os direitos da população LGBT+ é um fenômeno que se estende desde democracias consolidadas, como os EUA e o Reino Unido, até regimes autoritários como Rússia e Uganda.

"A narrativa antitrans é parte de um movimento mais amplo contra os direitos LGBT+ e das mulheres. Há organizações com muitos recursos que trabalham para avançar essas agendas globalmente", afirma Ehrt. Ela defende que esses grupos se articulem em nível internacional para fazer frente à ofensiva conservadora.

PARLAMENTARES NEGAM DISCRIMINAÇÃO

Parlamentares ouvidos pela reportagem negam que as leis citadas tenham caráter antitrans e afirmam buscar a garantia de direitos para outros grupos diante de uma suposta ameaça representada por pessoas trans.

O vereador Ilderson Pereira Silva (PTB), autor de leis sobre banheiros e esportes em Boa Vista, afirma que seu intuito é prevenir casos de assédio.

"A lei em questão trata especificamente de banheiros e vestiários nas escolas públicas e privadas. Pessoas do sexo feminino se sentem desconfortáveis com a presença uma pessoa transgênero em um ambiente que, por mais que seja compartilhado, ainda é um espaço íntimo", diz em nota.

O parlamentar também diz buscar a garantia da equidade no esporte. "Mesmo que com mudanças estéticas e hormonais, haja possibilidades de diminuição da resistência muscular e capacidade aeróbica na comparação entre uma mulher trans e um homem cisgênero, ainda não há estudos suficientes sobre o caso", afirma Silva.

O parlamentar também diz que conta com pessoas trans em sua equipe e que as trata pelo nome social.

Já o vereador Zelio Mota (PSD), autor da lei sobre linguagem neutra em Boa Vista, nega haver cerceamento de direitos e afirma que seu objetivo é garantir os direitos das crianças e pré-adolescentes de serem alfabetizados com a norma culta da língua portuguesa.

Ele afirma respeitar a decisão do STF que derrubou a lei de Rondônia sobre linguagem neutra. "É notório que a lei municipal não fere princípios da nossa Constituição Federal, está em total consonância com as normas vigentes da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e assegura o uso da língua oficial brasileira nas escolas municipais", diz Mota em nota.

A vereadora Flávia Borja (PP), autora de uma lei que garante a instituições religiosas e escolas confessionais de Belo Horizonte (MG) a atribuição do uso de seus banheiros de acordo com a definição biológica de sexo, afirma que "quando alguém tenta, de forma agressiva, impor suas vontades dentro desses lugares nós entendemos que o desejo primário é afrontar a fé que é professada ali".

"Por isso, essa lei aprovada em BH é necessária para uma melhor segurança jurídica de líderes religiosos e instituições educacionais confessionais", afirma em nota Borja, que também é pastora da Igreja Batista da Lagoinha.

A reportagem procurou o deputado estadual Eyder Brasil (PL-RO), autor da lei sobre linguagem neutra em Rondônia, mas não obteve resposta. A Prefeitura e a Câmara Municipal de Novo Gama (GO) também foram procuradas, mas não se manifestaram. A assessoria do PL também não respondeu.

A AGENDA ANTITRANS NO BRASIL

Leis buscam cercear direitos da população trans

  • Linguagem neutra

Leis proíbem o uso de neologismos como “todes” e “elu/delu” em escolas e na istração pública. Adeptos da linguagem neutra alertam para a estigmatização de pessoas não binárias

  • Educação

Legislações impedem atividades pedagógicas e materiais didáticos relacionados à temática de gênero. Educadores apontam riscos à liberdade de cátedra e ao bem-estar de estudantes trans

  • Banheiro

Normas estabelecem o sexo biológico como critério de o a sanitários, ou vetam a instalação de banheiros unissex. Ativistas temem que essas leis estimulem agressões contra pessoas trans

  • Esporte

Diretrizes estabelecem o sexo biológico como único critério para determinar o gênero de competidores em torneios esportivos. Críticos alertam para a exclusão de atletas trans

  • Saúde

Normas impedem o o de menores de idade trans a bloqueadores de puberdade e hormônios. Essas práticas já são regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina

  • Parada LGBT+

Ordens restringem a ida de crianças e adolescentes a eventos LGBTQIA+, como as Paradas do Orgulho, ou proíbem seu financiamento. Ativistas veem entraves à liberdade de reunião

  • Publicidade

Regras proíbem propagandas com alusão a orientação sexual e identidade de gênero relacionadas a crianças e adolescentes. Críticos veem apagamento de pessoas LGBTQIA+ na arena pública

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasalagoanas.com/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em QUEER

    Leia mais notícias de QUEER. Clique aqui!

    Últimas Notícias